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Estrutura e Funcionamento da Educação

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ESTRUTURA E 
FUNCIONAMENTO 
DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA 
AULA 3
ABERTURA 
Instâncias 
Administrativas e 
organizacionais
Olá!
Os conceitos de administração e gestão nos debates teóricos sobre a educação, durante todo 
o século XX, e ainda agora no século XXI, procuram demarcar as diferenças que 
acompanharam o próprio desenvolvimento da sociedade. Essas mudanças aliam-se à forma 
como o capitalismo e os sistemas de governo vão se afirmando e se reconfigurando com o 
passar das décadas.
Para que possa ser realizado um bom gerenciamento das atividades que envolvem o sistema 
educacional brasileiro, faz-se necessária a criação de estruturas específicas, que, ao serem 
organizadas, desenvolverão suas atribuições de forma colaborativa e integrada, em busca 
dos resultados propostos para essa área.
Nesta aula, você verá os conceitos de administração e gestão, que recaem sobre as 
políticas educacionais brasileiras, além da estrutura geral do Ministério da Educação e as 
atribuições principais da Secretaria de Educação Básica do MEC, do Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa 
Anísio Teixeira.
Bons estudos.
REFERENCIAL TEÓRICO
A gestão do sistema educacional brasileiro depende de estruturas específicas, que, ao serem 
organizadas, desenvolverão suas atribuições de forma colaborativa e integrada, em busca 
dos objetivos educacionais brasileiros.
No capítulo "Instâncias administrativas e organizacionais", do livro Organização e legislação 
da educação, você verá os conceitos de administração e gestão que recaem sobre as 
políticas educacionais brasileiras.
Faça seu estudo e, ao final, você será capaz de:
• Revisar as concepções de administração e gestão nos debates teóricos e nas políticas
educacionais brasileiras.
• Identificar a estrutura organizacional do Ministério da Educação.
• Definir as atribuições da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisa Anísio Teixeira.
Boa leitura.
Instâncias administrativas 
e organizacionais da 
educação brasileira
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Revisar as concepções de administração e gestão nos debates teóricos 
e nas políticas educacionais brasileiras.
 Identificar a estrutura organizacional do Ministério da Educação.
 Definir as atribuições da Secretaria de Educação Básica do Ministério
da Educação, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira.
Introdução
A gestão do sistema educacional brasileiro depende de estruturas es-
pecíficas que, ao serem organizadas, desenvolverão as suas atribuições 
de forma colaborativa e integrada em busca dos objetivos educacionais 
brasileiros.
Neste capítulo, você vai ler sobre os conceitos de administração e 
gestão que recaem sobre as políticas educacionais brasileiras. Também 
vai identificar a estrutura geral do Ministério da Educação (MEC) e conhe-
cerá as atribuições principais da Secretaria de Educação Básica (SEB) do 
MEC, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (Inep).
Embates teóricos em administração e gestão 
Os conceitos de administração e gestão nos debates teóricos sobre a educação 
durante todo o século XX procuraram demarcar diferenças que acompanha-
ram o próprio desenvolvimento da sociedade em que vivemos — e esses 
debates, de fato, continuam até hoje. Essas mudanças se aliam à forma como 
o capitalismo e os sistemas de governo vão se afi rmando e se reconfi gurando 
com o passar das décadas. Dessa forma, cabe mencionar que o conceito de 
administração é o mais antigo, pois aparece aliado ao próprio entendimento 
de uma ciência da administração, a qual surgiu em meados do século XX e 
acabou por ser utilizada em todas as instâncias organizacionais, incluindo a 
escolar. Já a gestão é um conceito mais recente, reforçado na década de 1990, 
a partir da globalização. No primeiro momento, vamos abordar, portanto, o 
conceito de administração.
 Segundo Kwasnicka (1979), a administração despontou como ciência no 
início do século XX, por meio dos estudos de Frederick Winslow Taylor e 
Henry Fayol que compuseram a administração científica a ser aplicada nas 
organizações industriais do período. Essa linha da administração apresentava 
as seguintes características:
  autoridade centralizada e rígida;
  hierarquia linear, com ordens e decisões de cima para baixo;
  forte padronização das atividades;
  controle dos processos de execução. 
Assim, cabia ao operário da época executar o seu trabalho sem questio-
nar — bastava seguir as instruções treinadas e repetir os movimentos que 
compunham as suas tarefas.
Henri Fayol (1916), em Administração industrial e geral, traduzida para o por-
tuguês em 1950, define administrar envolvendo as seguintes ações (FAYOL, 1950):
  prever;
  organizar;
  comandar;
  coordenar;
  controlar.
Nesse sentido, notamos que as ações da administração visam à produti-
vidade, enquanto aqueles que estão desenvolvendo as atividades no interior 
das organizações ficam em segundo plano — daí o caráter de imposição de 
ordens e de foco na execução, nos controles, nas atividades de supervisão e 
no comando. O planejamento, então, fazia parte das atribuições do adminis-
trador, que, de forma centralizada e não participativa, organiza as ações a 
serem implementadas. 
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira2
Foi um período de expansão da lógica do capitalismo industrial, em que o 
foco era a execução das tarefas repetitivas e rotineiras, exigindo muito pouco 
dos operários no aspecto intelectual. Esse período ficou conhecido como 
fordismo, devido às aplicações da administração científica que Henry Ford 
realizou nas suas fábricas de automóveis, além da criação de muitas outras 
práticas administrativas consideradas visionárias para a época e que obtiveram 
grande sucesso, incluindo a linha de montagem.
Entre as técnicas utilizadas para que se realize a administração, estão:
  utilização dos organogramas;
  divisão em departamentos;
  criação da supervisão funcional;
  controles que recaem sobre o trabalho.
Dentro da escola, observamos essa materialização também por meio dessas 
ferramentas e de outras típicas da sala de aula, como os diários de classe, os 
antigos espelhos de classe, que estipulavam locais específicos para que os 
alunos ocupassem por meio de um estudo de arranjo físico e comportamental 
dos estudantes. Ou seja, as instituições de ensino ainda hoje se encontram 
imersas nas questões de ordem administrativa, embora o enfoque da condução 
das suas atividades tenha sido modificado para o de gestão.
As primeiras constatações dos discursos sobre a administração escolar no 
Brasil remontam à década de 1930, em que se discutia na Europa o movimento 
da Nova Escola. O movimento se opunha às limitações da escola tradicional e 
buscava — aliado ao avanço de outros campos da ciência, como a psicologia, 
medicina e psiquiatria, por exemplo — outra racionalidade pedagógica (Veiga, 
2007) capaz de combinar necessidades individuais e sociais, visando a um 
retorno mais efetivo para a sociedade capitalista que se constituía. No Brasil, 
em 1932, foi publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que 
defendia essas ideias com forte inspiração no pragmatismo do autor norte-
-americano John Dewey.
Um dos autores que procurou colocar em prática as ideias da administração 
escolar no Brasil foi Anísio Teixeira, que buscava, a partir dos preceitos da 
administração, estender a todos uma educação de qualidade, não somente a uma 
elite minoritária. Porém, Teixeira (1964, p. 15) diferenciava a administração 
utilizada nas fábricas da administração escolar, demarcando que:
Embora alguma coisa possa ser aprendida pelo administrador escolar de 
toda a complexa ciênciado administrador de empresa de bens materiais de 
3Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
consumo, o espírito de uma e outra administração são de certo modo até 
opostos. Em educação, o alvo supremo é o educando a que tudo mais está 
subordinado; na empresa, o alvo supremo é o produto material, a que tudo 
mais está subordinado. Nesta, a humanização do trabalho é a correção do 
processo de trabalho, na educação o processo é absolutamente humano e a 
correção um certo esforço relativo pela aceitação de condições organizatórias 
e coletivas aceitáveis. São, assim, as duas administrações polarmente opostas.
Como podemos perceber, o autor se preocupava com a associação direta 
da finalidade da escola com a empresarial, não propriamente com as técnicas 
utilizadas na sua condução. 
Nos anos de 1960, no entanto, o capitalismo industrial, ou fordismo, enfra-
queceu-se. Para que continuasse se expandindo, criou maneiras de conduzir 
as atividades operárias de forma mais flexível e de adaptar-se às mudanças 
do mercado em termos de concorrência e consumo. 
Nessa época, surgiram teorias como a teoria do capital humano, de 
Theodore W. Schultz, que acabaram por desenvolver o conceito de empreen-
dedorismo e investimento em si mesmo para que os objetivos organizacionais 
fossem alcançados e os problemas de desenvolvimento econômico das nações 
fossem resolvidos. 
Alguns autores, no início dos anos de 1980, começam a mencionar que 
os princípios da administração escolar deveriam ser revistos, buscando 
um processo de redemocratização que visasse “[...] fazer com que a admi-
nistração da educação recupere seu sentido social [...]” (ARROYO, 1979, 
p. 46). Temos aqui o início dos aspectos que envolvem a gestão, que, não 
desconsiderando os atributos comentados sobre a administração, trazem para 
a sua efetivação a participação das pessoas envolvidas, o seu envolvimento 
e comprometimento em relação ao alcance dos objetivos propostos pelas 
organizações de forma geral. 
Esses princípios que envolvem a gestão escolar são ainda mais reforçados 
a partir das ideias propostas na Constituição Federal de 1988, que propõe uma 
gestão democrática aos sistemas de ensino — ou seja, a gestão se faz com a 
participação das pessoas. Mesmo que ainda se planeje, organize, dirijam-se 
e existam controles na área da educação, estes não são realizados de forma 
centralizada e autoritária, pois são feitos de forma participativa e envolvem 
a autogestão e a autocrítica dos participantes.
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira4
Embora possam ser utilizados de forma contraditória por alguns autores e, 
até mesmo como sinônimos, é importante destacarmos que o conceito de gestão 
supera o de administração, pois se “[...] assenta na mobilização do elemento 
humano, coletivamente organizado, como condição básica e fundamental da 
qualidade do ensino e da transformação da própria identidade das escolas” 
(LÜCK, 2007, p. 27). 
A teoria do capital humano foi escrita por Theodore W. Schultz, professor do Departa-
mento de Economia da University of Chicago, procurando explicar como o fator humano 
poderia interferir na capacidade de produção das empresas da época. Concluiu, a 
partir dos seus estudos, que “[...] o trabalho humano, quando qualificado por meio da 
educação, era um dos mais importantes meios para a ampliação da produtividade 
econômica, e, portanto, das taxas de lucro do capital” (MINTO, 2006, documento online). 
Dessa teoria inicial, surgiram os pressupostos dos investimentos em educação para 
que se alavancasse o desenvolvimento econômico, fazendo algumas questões ante-
riormente alocadas ao Estado, como o emprego e a inserção social, serem deslocadas 
agora aos indivíduos, como principais responsáveis pela busca de educação formal.
Estrutura organizacional do Ministério da 
Educação
O MEC, conforme conhecemos atualmente, surgiu em 1995, quando foi des-
vinculado da área do desporto, encarregando-se, a partir de então, da con-
dução exclusiva das tarefas pertinentes à estrutura e organização do sistema 
educacional brasileiro. Para conseguir atender às suas demandas em território 
nacional, em relação aos níveis e às modalidades da educação, o MEC necessita 
de uma estrutura organizacional planejada e efi ciente. Essa estrutura envolve 
os órgãos que se relacionam direta e indiretamente com o MEC. A Figura 1 
apresenta os órgãos que fazem parte da administração direta do MEC.
5Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
Figura 1. Órgãos da administração direta do MEC.
Fonte: Adaptada de Brasil (c2018).
Como percebemos na Figura 1, os órgãos da administração direta são 
aqueles que se subordinam ao MEC, compreendendo:
  Conselho Nacional de Educação, com sua função de assessoria do 
ministério; 
  gabinete do Ministro da Educação;
  consultoria jurídica. 
A Secretaria Executiva se divide em três subsecretarias: 
  de Assuntos Administrativos; 
  de Planejamento e Orçamento;
  de Tecnologia da Informação. 
Fazem parte ainda as seguintes secretarias: 
  Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec); 
  Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e 
Inclusão (Secadi); 
  SEB;
  Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase); 
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira6
  Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres);
  Secretaria da Educação Superior (Sesu). 
Complementando a estrutura de subordinação direta, temos o Instituto 
Nacional de Educação de Surdos (Ines) e o Instituto Benjamin Constant (IBC). 
A Secretaria Executiva tem as seguintes competências: 
[...] assistir ao ministro na supervisão e coordenação das atividades das secre-
tarias integrantes da estrutura do ministério e das entidades a ele vinculadas; 
auxiliar o ministro na definição de diretrizes e na implementação das ações 
em educação; supervisionar e coordenar as atividades relacionadas aos sis-
temas federais de planejamento e orçamento, organização e modernização 
administrativa, recursos da informação e informática, recursos humanos e de 
serviços gerais, no âmbito do ministério (BRASIL, c2018, documento on-line).
Veja as principais atribuições das secretarias que compõem a estrutura 
organizacional da administração direta do MEC no Quadro 1.
Secretaria Atribuições
Secretaria de Educação 
Superior (Sesu)
Planejar, orientar, coordenar e supervisionar 
o processo de formulação e implementação 
da Política Nacional de Educação Superior. 
Manutenção, supervisão e desenvolvimento 
das Instituições Públicas Federais de 
Ensino Superior (IFES) e a supervisão das 
instituições privadas de educação superior.
Setec Coordenar a política de educação 
profissional e tecnológica do País (EPT). 
Formular, implementar, monitorar, avaliar e 
induzir políticas, programas e ações de EPT. 
Para isso, atua em regime de colaboração 
com os demais sistemas de ensino e os 
diversos agentes sociais envolvidos na área.
SEB Zelar pela educação infantil, pelo ensino 
fundamental e pelo ensino médio.
Secadi Desenvolver ações que promovam a equidade, 
valorização da diversidade e inclusão a todas as 
modalidades da educação estabelecidas em lei.
 Quadro 1. Atribuições das secretarias da administração direta do MEC 
(Continua)
7Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
O Ines é conhecido como um centro de referência nacional para a área 
da surdez “[...] exercendo os papéis de subsidiar a formulação de políticas 
públicas e de apoiar a sua implementação pelas esferas subnacionais de Go-
verno” (BRASIL, [2018], documento on-line). O IBC, por sua vez, é o centro 
de referência de deficiência visual, fornecendo subsídios ao MEC nas ações 
voltadas para a educação inclusiva de alunos com esse tipo de necessidade, 
promovendo pesquisas e cursos de pós-graduação, extensão e aperfeiçoamento 
nessa área de atuação.
Existem ainda estruturasque operam a partir da administração indireta 
na organização do MEC, conforme Figura 2.
 Fonte: Adaptado de Brasil (c2018). 
Secretaria Atribuições
Sase Coordenar o trabalho de instituir o Sistema 
Nacional de Educação e estimular a 
colaboração entre os sistemas de ensino 
para que sejam atingidas as metas 
do Plano Nacional de Educação.
Seres Regular e supervisionar as Instituições 
de Educação Superior (IES), públicas e 
privadas, pertencentes ao Sistema Federal 
de Educação Superior e cursos superiores de 
graduação do tipo bacharelado, licenciatura 
e tecnológico, e de pós-graduação lato 
sensu, todos na modalidade presencial ou 
a distância. A Seres também é responsável 
pela Certificação de Entidades Beneficentes 
de Assistência Social na Área de Educação 
 Quadro 1. Atribuições das secretarias da administração direta do MEC 
(Continuação)
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira8
Figura 2. Órgãos da administração indireta do MEC.
Fonte: Adaptada de Brasil (c2018).
Como percebemos na Figura 2, são vinculadas ao MEC as seguintes ins-
tituições distribuídas por todo o território nacional:
  universidades federais; 
  Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica (IFs);
  Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets). 
 Além disso, temos a presença de:
  Inep; 
  FNDE; 
  Fundação Joaquim Nabuco; 
  Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes);
  Hospitais de Clínicas;
  Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.
Cabe salientar que a Capes é uma fundação do MEC que tem como principal 
responsabilidade a expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu, 
que corresponde ao mestrado e doutorado nas instituições de ensino superior 
brasileiras. A fundação também é responsável pela avaliação dos programas de 
pós-graduação dessas instituições de ensino superior, zelando pela produção 
de pesquisas de qualidade realizadas pelos mestres e doutores.
9Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
A Secadi desenvolve ações e programas que visam implementar as Diretrizes Curri-
culares Nacionais que promovam equidade, respeito à diversidade e inclusão dentro 
das seguintes temáticas e modalidades da educação: 
  educação especial;
  educação de jovens e adultos; 
  educação do campo; 
  educação escolar indígena; 
  educação escolar quilombola;
  educação para as relações étnico-raciais;
  educação em direitos humanos.
Secretaria da Educação Básica, Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação e Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira
Vamos conhecer mais detalhadamente as atribuições desses importantes com-
ponentes da estrutura organizacional do MEC, uma vez que a sua atuação é 
imprescindível para que o sistema de educação nacional se consolide e persiga 
com efi ciência suas metas.
A SEB é o órgão do MEC que se responsabiliza pela educação básica 
em nível nacional. A educação básica abrange a educação infantil, o ensino 
fundamental e o ensino médio, sendo “[...] o caminho para assegurar a todos 
os brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania 
e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” 
(BRASIL, c2018, documento on-line). É importante ressaltar que os docu-
mentos que norteiam a educação básica na atualidade são:
  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) atual — Lei 
nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996;
  Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica;
  Plano Nacional de Educação.
A SEB possui vários programas em funcionamento para que possa de-
senvolver, com equidade e qualidade, suas ações nas escolas que compõem o 
sistema de ensino brasileiro. Entre eles, podemos citar:
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira10
  Programa Mais Alfabetização;
  Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio;
  Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa;
  Novo Mais Educação; 
  Ensino Médio Inovador; 
  ProInfância;
  Saúde na Escola;
  Atleta na Escola. 
Esses programas irão desenvolver suas ações para atingir as metas propostas 
no Plano Nacional de Educação (2014–2024) em todas as etapas da educação 
básica e costumam fazer parte do cotidiano dos gestores e professores no 
interior das escolas públicas de nosso País.
O Inep é uma autarquia federal que se vincula ao MEC e que possui como 
missão “[...] subsidiar a formulação de políticas educacionais dos diferentes 
níveis de governo com intuito de contribuir para o desenvolvimento econômico 
e social do país” (BRASIL, [2018], documento on-line). 
O Inep foi criado em 1937, chamando-se, na época, de Instituto Nacional de Peda-
gogia, que, em 1938, modifica-se para Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, 
tendo como primeiro diretor o prof. Lourenço Filho, que, junto com Anísio Teixeira e 
demais intelectuais, integrou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932. 
É importante registrar que o Inep surge como o primeiro órgão nacional a buscar, de 
forma duradoura, organizar a história da educação nacional, promover investigações 
pedagógicas e intercâmbios e dar assistência técnica às demandas educacionais.
Outro fato a ser destacado em relação ao Inep é a edição da Revista Brasileira de 
Estudos Pedagógicos, desde julho de 1944. A revista passou a veicular as produções 
da autarquia, servindo de base aos profissionais e pesquisadores da área educacional 
até os dias de hoje. 
No decorrer da história, o Inep foi assumindo várias funções, sendo na 
atualidade o principal responsável pelas estatísticas educacionais geradas a 
partir das avaliações que aplica. As principais avaliações e estudos realizados 
pelo Inep são:
11Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
  censo escolar;
  censo da educação superior;
  Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb);
  Exame Nacional do Ensino Médio (Enem);
  Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade);
  Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos 
(Encceja);
  Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros 
(Celpe-Bras);
  Programme for InternationalStudent Assessment (Pisa);
Como podemos perceber, o Inep é o principal responsável pela mensuração 
das atividades educacionais hoje no Brasil, responsabilizando-se pelo censo 
escolar nos níveis da educação básica e superior. 
Além disso, organiza e aplica as principais avaliações de larga escala na 
atualidade, visando o aprimoramento das ações e da qualidade perseguida 
pelas metas do plano nacional de educação em vigor. É o caso do Saeb, 
que fornece um diagnóstico do desempenho dos alunos da educação básica 
nacional quanto à aprendizagem ocorrida nas escolas, dando base para a 
construção do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 
cada instituição de ensino. Também é o responsável pela aplicação das 
provas internacionais do Pisa, avaliação instituída pela Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aplicada a alunos do 
7º ano do ensino fundamental.
Além disso, o Inep se encarrega das atividades que envolvem o Enem e 
o Encceja, que servem de base para o acesso ao ensino superior. Também se 
encarrega das avaliações da qualidade do ensino superior a partir da aplicação 
das provas do Enade, que procura verificar o rendimento dos concluintes quanto 
aos conhecimentos e às competências dos cursos de graduação realizados. 
O Celpe-Bras, por sua vez, corresponde ao Certificado de Proficiência em 
Língua Portuguesa para Estrangeiros, que é aplicado pelo Inep em parceria 
entre o MEC e o Ministério das Relações Exteriores.
O FNDE é uma autarquia federal existente desde 1968 e que tem como 
finalidade a execução das políticas educacionais do MEC, por meio do repasse 
de recursos financeiros para as instituições de ensino dos 26 estados, dos 5.565 
municípios brasileiros e do Distrito Federal. Para que possa concretizarsuas 
ações, são necessários programas específicos, como:
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira12
  Alimentação Escolar;
  Programa Nacional do Livro Didático (PNLD);
  Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE);
  Biblioteca da Escola;
  Transporte Escolar;
  Caminho da Escola;
  Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar 
Pública de Educação Infantil.
Como percebemos, para que possam ser implementadas as ações em busca 
de uma educação de qualidade que garanta a todos o direito constitucional à 
educação, são demandados recursos que atendam às necessidades das insti-
tuições escolares. Esses recursos vão desde os materiais cotidianos de sala de 
aula e de escritório, passam pelos livros didáticos e livros paradidáticos que 
a escola deve possuir, até questões estruturais e de transporte dos estudantes 
e de alimentação fornecida pela escola aos seus alunos. 
Além desses programas, o FNDE também é o responsável pelo Fundo 
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos 
Profissionais da Educação (Fundeb). O Fundeb hoje se constitui em todos 
os estados nacionais e no Distrito Federal, encarregando-se de repassar os 
percentuais relativos aos impostos arrecadados na esfera estadual e municipal 
para as escolas, podendo ser também complementado por recursos federais 
quando necessário.
Outra importante ação de financiamento operada pelo FNDE e que diz 
respeito ao ensino superior é o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), 
que tem como principal função “[...] financiar a graduação de estudantes 
matriculados em cursos presenciais não gratuitos e com avaliação positiva nos 
processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação” (BRASIL, 
c2018, documento on-line). Para que os estudantes tenham acesso ao Fies, 
devem ter realizado o Enem e atingido média igual ou superior a 450 pontos, 
com redação superior a zero, bem como ser selecionado no processo seletivo 
do Fies realizado pela Sesu.
Como podemos perceber, para que haja um gerenciamento efetivo e eficaz 
das ações educacionais em território nacional, o MEC requer uma estrutura 
administrativa e organizacional que forneça condições de planejar, coordenar, 
implementar, monitorar e acompanhar as atividades que dizem respeito à sua área.
13Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
Para saber mais sobre as ideias que impulsionaram os princípios da administração 
escolar e a sua reconfiguração para a área da gestão escolar, acompanhe as entrevistas 
com os professores Vitor Paro e Lisete Arelaro, ambos da Universidade de São Paulo, 
por meio do link abaixo.
https://goo.gl/LZG74s
Uma instituição de ensino é uma organização particular que apresenta 
algumas especificidades no seu trabalho diário e no alcance de seus objetivos. 
Embora se percebam e sejam necessários na escola elementos da administração, 
presentes nos documentos e na própria organização de setores e estrutura da 
escola, são muito mais importantes os atributos da gestão. 
São importantes principalmente os atributos da gestão que dizem respeito 
à participação da comunidade escolar no interior da escola, por meio da 
construção do projeto político pedagógico, da participação nos conselhos 
escolares e associações de pais e mestres, por exemplo. Dessa forma, podemos 
considerar que a administração e a gestão escolar andam juntas no interior 
das instituições de ensino.
Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira14
ARROYO, M. G. Administração da educação, poder e participação. Educação e Sociedade, 
Campinas, SP, ano I, n. 2, jan. 1979.
BRASIL. Estrutura organizacional do Ministério da Educação. c2018. Disponível em: < http://
portal.mec.gov.br/institucional/estrutura-organizacional>. Acesso em: 6 nov. 2018.
BRASIL. Instituto Nacional de Educação De Surdos. O que fazemos. Brasília, DF, [2018]. 
Disponível em: <http://www.ines.gov.br/o-que-fazemos>. Acesso em: 31 out. 2018.
FAYOL, H. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1950.
KWASNICKA, E. L. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 1979.
LÜCK, H. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 3. ed. São Paulo: Vozes, 2007. 
v. 1. (Série Cadernos de Gestão).
MINTO, L. W. Teoria do capital humano. In: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D.; NASCIMENTO, 
M. I. M. Navegando pela história da educação brasileira. HISTEDBR, Campinas, SP, 2006. 
Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_te-
oria_%20do_capital_humano.htm>; Acesso em: 31 out. 2018.
TEIXEIRA, A. Natureza e função da administração escolar. Cadernos de Administração 
Escolar. Salvador: ANPAE, 1964.
VEIGA, C. G. História da educação. São Paulo: Ática, 2007.
15Instâncias administrativas e organizacionais da educação brasileira
PORTFÓLIO
Na estrutura organizacional do Ministério da Educação (MEC), existe uma fundação 
encarregada de garantir o funcionamento, com qualidade, dos programas de pós-
graduação stricto sensu brasileiros, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes), atuando, também, na formação de professores para a 
educação básica.
Pesquise e explique como funciona a Capes e quais suas atribuições.
PESQUISA
O que faz e pra que serve o Ministério da Educação?
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=mjQpz9qW1pA e saiba mais.
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