Prévia do material em texto
TECNOLOGIA ORGÂNICA - AGROINDÚSTRIA E MADEIREIRA AULA 2 Prof. André Luiz Delgado Corradini 2 CONVERSA INICIAL Olá, aluno(a)! Nesta aula, começaremos a tratar dos assuntos relacionados com a produção dos alimentos de origem vegetal, temas que são muito interessantes pois envolvem nossa vida cotidiana. Afinal, todos nós dependemos dos alimentos e, consequentemente, de sua produção e conservação, para nossa sobrevivência. Esses processos são complexos e contemplam diversas cadeias de produção que vão desde a colheita (no caso dos produtos de origem vegetal), passam pela captação (no caso de produtos de origem animal) e vão até o seu processamento, armazenamento e distribuição. Nosso objetivo principal é que você compreenda como as possíveis reações de degradação dos alimentos ocorrem e que, para evitar que isso aconteça ou retardar esse processo, é preciso utilizar técnicas que permitam a conservação dos produtos, para que eles tenham uma vida maior na sua despensa ou geladeira. É importante que você conheça e entenda todo o ciclo, a começar pela obtenção da matéria-prima, seu transporte e armazenamento e principalmente as reações que vão culminar na deterioração desses alimentos – e é justamente nessa fase que estará a nossa maior atenção, pois é preciso evitar que isso aconteça. Também vamos definir em que consiste a conservação dos alimentos e identificar a importância e os métodos de conservação e preservação dos alimentos. E esses métodos são variados: podem ser feitos pelo calor, pela concentração e desidratação, pelo frio, pela salga e defumação, pela fermentação e, por fim, pela utilização da embalagem correta. Os temas principais da nossa aula serão: 1. Grãos, sementes, oleaginosas e derivados; 2. Hortaliças e derivados; 3. Frutas e derivados; 4. Açúcares e doces; e 5. Alimentação animal. Vamos em frente que temos muitos assuntos relevantes para tratar! Bons estudos! 3 TEMA 1 – GRÃOS, SEMENTES, OLEAGINOSAS E DERIVADOS Vamos começar nossa aula com algumas definições para que, assim, possamos desenvolver nossos temas com mais clareza e objetividade. Você sabia que, apesar de muitas pessoas acharem que grãos e sementes são iguais, inclusive visualmente, existe uma diferença significativa entre eles? 1.1 Grãos e sementes De maneira bastante simplificada, vamos, agora, esclarecer essa diferença entre grãos e sementes. Figura 1 – Grãos Crédito: Piyaset/Shutterstock. O grão é utilizado essencialmente para o consumo, que pode ser humano ou animal e que, dependendo do grão, pode ser feito diretamente (in natura) ou com grão industrializado. Para você entender melhor o conceito, vamos usar como exemplo o trigo, cujo cultivo é um dos mais antigos da humanidade. “Do ponto de vista tecnológico, o grão de trigo pode ser dividido em três partes distintas: o endosperma (83%), farelo (14%) e germe (3%)” (Miranda, 2006, p. 3). Já a semente é um organismo vivo, utilizado para gerar outras plantas. É a 4 base da produção agrícola. O sistema de produção de grãos e de sementes é muito parecido; no entanto, a produção de sementes tem um controle muito mais rigoroso e está sujeita às exigências da legislação. 1.2 Oleaginosas e derivados As oleaginosas são vegetais de que é possível extrair óleo e que possuem alto teor de ácidos graxos insaturados, também conhecidos como gordura do bem. O consumo de oleaginosas é recomendado por especialistas da área médica e nutricional por fazer parte de uma dieta equilibrada, pois as oleaginosas têm na sua composição vários nutrientes benéficos à saúde. Uma informação importante sobre as oleaginosas deve ser destacada. Alves et al. (2013, p. 57) ressaltam que: “evidências apontam que as oleaginosas trazem benefícios à saúde por minimizar o risco de desenvolvimento de doenças ateroscleróticas, hipertensão, diabetes, câncer, hipercolesterolemia e síndrome metabólica”. Podemos citar como exemplos de oleaginosas: nozes, castanhas, pistaches, amêndoas e amendoim. O amendoim, apesar de ser uma planta leguminosa, como a soja, é classificado como oleaginosa porque apresenta propriedades semelhantes às oleaginosas e, desse modo, as mesmas recomendações nutricionais. Quadro 1 – Exemplos de produtos processados com grãos, sementes, oleaginosas e derivados Categorias Tipos de alimentos processados Carnes, pescados e derivados Substitutos vegetais de carnes e derivados: hambúrguer, quibe, salsicha etc. Laticínios Iogurte com cereais em flocos com aveia, bebidas lácteas com cereais. Óleos e gorduras Óleos: soja, milho etc. Cereais, leguminosas e derivados Cereais em flocos, farinhas etc.; barras de cereais e barras com cereais, grãos, amêndoas e sementes, puras ou misturadas com frutas e chocolate; snacks: amêndoas salgadas e doces; sementes salgadas; leguminosas salgadas; sopas: em pó, tradicionais e em versões prontas para aquecer ou mesmo sopas frias para beber na própria embalagem. Pães, bolos e biscoitos Pães, bolos e biscoitos com grãos integrais, sementes, amêndoas. 5 Massas alimentícias Massas secas e frescas diversas: trigo (comum e integral), milho, arroz etc.; salgadinhos de trigo, milho, arroz etc. Frutas, vegetais e derivados Sucos de frutas com sementes. Chocolate, balas e confeitos Chocolates; balas e confeitos; amendoim; produtos com adição de cereais, amêndoas e sementes; pasta de amendoim; doces de amendoim; pasta de chocolate com amêndoas. Bebidas não alcoólicas Smoothies; substitutos de bebidas lácteas (ex.: bebidas de soja, arroz, aveias etc.). Diversos Molho de soja; outros alimentos processados que utilizam ingredientes como aditivos naturais, com funções diversas: aromatizantes, espessantes etc. Fonte: elaborado com base em Grãos, [S.d.]. Conceitualmente, a diferença entre esses produtos parece bem fácil de se entender; no entanto, o assunto se torna mais complexo quando lembramos que são produtos destinados à alimentação. E, aí, entram os cuidados para manter as propriedades nutricionais e aumentar a sua vida na prateleira, sem que isso afete a sua qualidade. Por outro lado, “não haverá produto bom, se ele for fabricado com matéria- prima inadequada” (Pereira, 2015, p. 9). É bom deixar bem claro que, quando pensamos em conservação e qualidade de alimentos de origem vegetal, o processo começa lá atrás, ainda na colheita. Figura 2 – Carregamento de grãos Crédito: Dusan Petkovic/Shutterstock. 6 “A produção de alimentos tanto in natura, como industrializados, precisa de um controle rigoroso e sistemático para que esses produtos possam ser utilizados com eficiência e desempenhem a função para a qual foram destinados” (Freiria, 2017, p. 18). 1.3 Conservação de alimentos A conservação é um conjunto de procedimentos usados para evitar que o alimento estrague. Essa preocupação já vem desde há muito tempo, quando o homem entendeu a necessidade de armazenar o alimento, mantendo sua qualidade. Pereira (2015, p. 4) cita alguns exemplos de métodos de conservação: “mesmo com algumas modificações, os princípios básicos da tecnologia aplicada na conservação dos alimentos pelos antepassados ainda continuam sendo aplicados nas modernas fábricas de processamento e conservação como a secagem, a defumação, a salga, a fermentação, o congelamento etc.” A necessidade de conservação tem a ver com o fato de a matéria-prima estar sujeita a alterações em sua composição. Essas alterações – também chamadas de processos deteriorantes e de contaminação – podem ocorrer por ação de agentes químicos, físicos ou biológicos em praticamente todas as fases do processamento dos alimentos e são “[...] causadas principalmente por microrganismos, enzimas e reações do oxigênio com o ar, modificando suas estruturas primárias” (Leonardi; Azevedo, 2018, p. 51). Este tema – aconservação de alimentos – servirá para os temas seguintes de nossos estudos, pois envolve todos os assuntos de que trataremos, como os grãos, as sementes, as hortaliças e derivados, as frutas e derivados, os açúcares e doces e também a alimentação animal. Bem, até aqui já ficou bem claro que o propósito da conservação é aumentar a vida útil dos alimentos, certo? E, como você viu no começo desta aula, esse processo começa já na obtenção da matéria-prima. Mas, antes de avançarmos no assunto, é interessante que você saiba o que é a matéria-prima. Matéria-prima nada mais é do que a substância no seu estado natural. E, de acordo com sua longevidade, ou seja, quanto as matérias-primas duram após a sua colheita, captação ou abate, elas podem ser classificadas em perecíveis, semiperecíveis ou não perecíveis. 7 Figura 3 – Matérias-primas perecíveis Crédito: Margouillat Photo/Shutterstock. • Perecíveis: são alimentos que se deterioram em pouco tempo, caso não passem por nenhum processo de conservação, e que apresentam mais água na sua composição – a umidade favorece a atuação de microrganismos que causam essa deterioração. Os perecíveis requerem refrigeração. Exemplos: frutas, vegetais, carnes, leites e derivados. • Semiperecíveis: são alimentos que passam por algum método de conservação para que sejam mantidas suas propriedades até o seu consumo – por exemplo, no caso das conservas. • Não perecíveis: são alimentos que podem ser estocados por um tempo mais prolongado, em temperatura ambiente. Freiria (2017, p. 14) classifica a matéria-prima utilizada pela indústria de alimentos da seguinte maneira: 1. Grãos alimentícios: cereais (arroz, trigo, aveia, centeio, cevada e derivados), leguminosas (feijão, tremoço, lentilha), oleaginosas (semente de algodão, soja, amendoim, girassol, gergelim). 2. Raízes, tubérculos, bulbos e caules: raízes e tubérculos (batata- inglesa, batata-doce, aipim, beterraba, inhame e cará), bulbos (cebola e alho), caules (cana-de-açúcar). 3. Frutas: tropicais (banana, manga, caju, laranja, mamão, abacaxi e maracujá), de clima temperado (uva, pera, maçã, ameixa, figo e caqui). 8 4. Verduras, legumes e outras hortaliças: verduras (alface, espinafre, rúcula, repolho, agrião e couve), legumes (ervilha, vagens e chuchu), outras hortaliças (cenoura, tomate, couve-flor, brócolis e palmito). 5. Nozes, coco e similares: coco-da-baía, castanha, amêndoas e cacau. 6. Carne: bovinos, ovinos, suínos, aves e caprinos. 7. Leite e ovos. 8. Pescados: peixes (sardinha, tainha, pargo e dourado), crustáceos (camarão, lagosta e siri). 9. Especiarias: canela, cravo-da-índia, pimenta e cominho. Quando falamos em manutenção de qualidade, estamos falando sobre manter a textura, o sabor, o cheiro, em resumo, evitar o mínimo de perdas das características originais de uma matéria-prima alimentícia. Para isso, é necessário utilizar métodos de conservação. E essas alterações nas características originais das matérias-primas podem ter várias causas como: falhas na colheita e armazenamento, ação de enzimas, queimaduras, desidratação e ação microbiana causadas por insetos ou roedores. Vamos conhecer um pouco dos principais métodos de conservação de alimentos, lembrando que esse assunto também servirá para complementar os temas de nossos próximos estudos (as hortaliças e derivados, as frutas e derivados, os açúcares e doces e também a alimentação animal). O objetivo principal do desenvolvimento e da aplicação de métodos de conservação de alimentos é a eliminação dos microrganismos, agentes causadores ou aceleradores do processo de deterioração dos alimentos. A conservação de alimentos pode ser feita de diversas maneiras, pelo calor, pelo frio, por controle de umidade, por defumação e salga, por aplicação de aditivo e por irradiação. Vejamos por ora como se dão os processos de conservação de alimentos pelo calor e pelo frio. a. Conservação pelo calor: quando se eleva a temperatura, os microrganismos presentes no alimento podem ser eliminados, o que, consequentemente, resultará no aumento do seu tempo de conservação. Constituem os métodos mais conhecidos de conservação pelo calor: o Pasteurização: criada por Louis Pasteur em 1864, é um processo que elimina os microrganismos pela ação do calor (de 72 ºC a 75 ºC) por um período curto (de 15 a 20 segundos), ao que se seguem uma refrigeração imediata, em temperatura igual ou inferior a 4 ºC, e o envase. Esse processo preserva o valor nutritivo do alimento. Patógenos como a salmonela, por exemplo, podem ser dessa forma eliminados. O processo 9 é utilizado em bebidas como leites e sucos e sua eficiência para eliminação dos microrganismos pode chegar a algo entre 90% e 95%. o Esterilização: tem como objetivo destruir os microrganismos por meio de temperaturas superiores a 100 ºC, durante segundos ou minutos. O processo se completa com o armazenamento do alimento em embalagens adequadas. o Branqueamento: é um tratamento térmico em que o alimento é colocado em água quente por um tempo predeterminado. Nesse processo, a temperatura fica entre 70 ºC e 100 ºC por um período que pode chegar a 15 minutos. É utilizado para fixar a cor, paralisar a ação das enzimas e melhorar a textura do alimento. Normalmente, esse tratamento é aplicado em vegetais e frutas. b. Conservação pelo frio: não é de hoje que o frio tem sido usado para conservação de alimentos. Wojlaw (2013, p. 13) explica assim o conceito da conservação pelo uso do frio: “Temperaturas mais baixas são utilizadas para retardar as reações e a atividade enzimática, bem como inibir o crescimento e a atividade dos microrganismos nos alimentos, e quanto mais baixa for a temperatura, menores serão essas consequências”. Esse tipo de conservação pode ser feito por processos de: o Pré-refrigeração: a temperatura é abaixada rapidamente mediante utilização de câmaras frias, água fria, nitrogênio líquido, gelo picado ou gelo seco. o Refrigeração: o produto é armazenado a uma temperatura inferior a 15 ºC. Essa diminuição da temperatura pode ser feita imediatamente após colheita, captação ou abate da matéria-prima alimentícia, antes de o produto ser armazenado. o Congelamento: é feito se empregando temperaturas mais baixas do que as utilizadas na refrigeração, inibindo-se assim o crescimento de microrganismos, por meio de câmaras de congelamento, congeladores de placas e túneis de congelamento. o Liofilização: é um processo que desidrata os alimentos mediante uma operação que envolve o congelamento e a sublimação. Nesse processo, a temperatura do alimento é rapidamente abaixada a, aproximadamente, -35 ºC, transformando a água do alimento em finas agulhas de gelo. 10 TEMA 2 – HORTALIÇAS E DERIVADOS A busca por hábitos alimentares mais saudáveis tem aumentado o consumo de hortaliças e frutas. Além disso, a facilidade e a praticidade para comprar e consumir esses produtos contribuem muito para que isso ocorra. De maneira bastante simples, vamos entender como é importante gerenciar a qualidade desses produtos. Comecemos com as hortaliças. Elas são definidas como tudo que se produz na horta, correto? Podem ser consumidas as plantas inteiras ou apenas partes delas, como raízes, folhas, frutos e sementes. Devido à sua grande variedade, as hortaliças podem ser classificadas de diversas maneiras, como nestas três categorias: 1. sementes e vagens; 2. bulbos, raízes e tubérculos; e 3. flores, botões, caules e folhas. As hortaliças também podem ser classificadas, simplesmente, em legumes e verduras. É muito comum as pessoas falarem em legumes e verduras, mas você sabe a diferença entre ambos? Para Salvador (2021), essa classificação por vezes se mostra pouco abrangente. As verduras são os vegetais cujas partes comestíveis são normalmente as folhas, as flores e as hastes,por exemplo, a alface, a rúcula, o espinafre e o agrião. As verduras têm baixo teor de carboidratos e, para serem armazenadas, requerem cuidados porque são alimentos de pouca durabilidade. Já os legumes são os vegetais cuja parte comestível não são as folhas e sim, normalmente, os frutos e as sementes, por exemplo, brócolis, couve-flor, vagem, cenoura e tomate. As hortaliças são vegetais altamente perecíveis, que estragam com facilidade, e isso ocorre devido à sua estrutura ser bem vulnerável e porque possuem grande quantidade de água. Um dos desafios na produção de hortaliças e frutas é aumentar a sua vida útil a partir da colheita, em que já se iniciam várias modificações que acabam comprometendo a qualidade do produto. “Assim, um manuseio pós-colheita adequado, associado a técnicas de conservação deve ser empregado com a finalidade de prolongar a vida útil de frutas e hortaliças, aumentando o período de comercialização” (Oliveira; Santos, 2015, p. 16). 11 2.1 Principais fatores que influenciam na conservação das hortaliças, pós- colheita Existem vários fatores que influenciam direta e indiretamente na conservação das hortaliças, pós-colheita. “A capacidade de armazenamento de frutas e hortaliças depende de várias reações metabólicas moduladas por temperatura, transpiração e a concentração de gases na atmosfera, como CO2, O2 e etileno” (Calbo; Moretti; Henz, 2007, p. 1). Alguns desses principais fatores influenciadores consistem em: • Fatores internos: fotossíntese, respiração, umidade, tipo de produto, produção de etileno e transpiração. Figura 4 – Fotossíntese Crédito: BlueRingMedia/Shutterstock. • Fatores externos: temperatura, umidade relativa do ar, etileno na atmosfera, composição atmosférica e luz. Por outro lado, climatéricas são as hortaliças e frutas que amadurecem depois de colhidas, a exemplo do tomate, da banana, do abacate; não 12 climatéricas consistem naquelas que dependem da planta para continuarem o seu processo de amadurecimento, ou seja, que têm que ser colhidas quando estão maduras, por exemplo, pepino, melancia, abacaxi. 2.2 Hortaliças processadas Você viu que, para atender a um mercado altamente exigente, é preciso pensar que, cada vez mais, qualidade e segurança são pontos fundamentais no processo de produção. Figura 5 – Fluxograma Muitas ações visando ao processamento de alimentos não são realizadas de forma planejada e baseadas nas normas vigentes de segurança alimentar (Santos, 2015). Todo o processo de produção que envolve os derivados das frutas deve passar por etapas específicas como manejo, pós-colheita, seleção, lavagem, sanitização, corte, enxágue, descascamento, cocção, secagem, centrifugação, embalagem e armazenamento, para que sua conservação seja feita de forma eficiente. Podemos citar como exemplos de processados derivados de hortaliças os concentrados, os purês e pastas de tomate, os antepastos de berinjela, as conservas de ervilhas. 13 Figura 6 – Compotas Crédito: Volkova/Shutterstock. 2.3 Hortaliças minimamente processadas Outro conceito que vem ganhando muito espaço no mercado consumidor é o chamado processamento mínimo, que gera praticidade e facilidade de preparo e busca atender ao aumento da procura por produtos prontos para consumo. De acordo com a International Fresh Cut Producers Association (Ifpa, citada por Cenci, 2011), produtos minimamente processados são frutas ou hortaliças modificadas fisicamente, mas que mantêm o seu estado fresco. 14 Figura 7 – Hortaliças minimamente processadas Crédito: Alf Ribeiro/Shutterstock. Todavia, esse processo torna o produto ainda mais perecível, devido a alterações físicas como eliminação da casca e corte. 15 2.4 Conservas Figura 8 – Fluxograma do processamento de hortaliças A conserva é um processo usado na industrialização de frutas e verduras, que passam, para isso, por um tratamento térmico visando diminuir ou até mesmo parar o desenvolvimento dos microrganismos da matéria-prima. Os produtos são acondicionados em recipientes fechados hermeticamente, o que aumenta consideravelmente a sua capacidade de conservação, sem comprometer a qualidade. 16 Figura 9 – Conservas Crédito: Padnob/Shutterstock. Vimos como é importante conhecer as características dos produtos e todo o processo produtivo. Com isso, é possível fazer um planejamento visando manter a qualidade e, consequentemente, diminuírem-se as perdas de produtos alimentícios. TEMA 3 – FRUTAS E DERIVADOS Você sabia que o Brasil está entre os maiores produtores mundiais de frutas? Ocupamos a terceira posição em produções expressivas de laranja, banana, abacaxi e uva, entre outras variedades de frutas. 17 Figura 10 – Plantação Crédito: Murilo Mazzo/Shutterstock. As frutas, igualmente como ocorre com as hortaliças, são produtos que não se conservam por períodos longos cujas perdas, muitas vezes, podem ocorrer em apenas um dia. “Após a colheita, frutas e hortaliças continuam a respirar e também a transpirar. A respiração consiste no consumo de oxigênio e fonte energética (principalmente carboidratos) e liberação de gás carbônico e água” (Bauer; Wally; Peter, 2014, p. 15). A transpiração provoca perda de umidade. Por isso é que, à medida que o tempo passa, elas murcham. Já conforme as suas características respiratórias, as frutas podem ser classificadas em climatéricas ou não climatéricas. Isso você também já viu quando estudamos hortaliças e derivados, mas é sempre bom relembrar. Bauer, Wally e Peter (2014, p. 16) definem assim o que são frutos climatérios e não climatérios. Os frutos climatéricos amadurecem rapidamente, pois sua taxa respiratória é elevada durante a maturação, mantendo-se mesmo após colhidos. [...] Os frutos não climatéricos apresentam taxa respiratória diminuída com o passar do tempo, após a colheita não apresentam a capacidade de amadurecimento. • Exemplos de frutas climatéricas: ameixa, banana, caqui, damasco, goiaba, kiwi, maçã, mamão, manga, maracujá, nectarina, pera e pêssego. • Exemplos de frutas não climatéricas: abacaxi, caju, carambola, cereja, figo, laranja, melão, morango, melancia, nêspera, romã, tangerina e uva. 18 Figura 11 – Prateleiras com frutas em um supermercado Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock. É fundamental manter a qualidade do produto na colheita, ou seja, evitar ao máximo que aconteçam, nesse processo, danos que comprometam sua utilização. Assim, colheita, transporte, limpeza, seleção, classificação são etapas importantes para se garantir um produto final de qualidade. As frutas e hortaliças são altamente perecíveis em função de seu alto teor de água e fragilidade de estrutura, podendo sofrer alterações: químicas (hidrólise e oxidação), enzimáticas (hidrólise, oxidação, escurecimento, amolecimento), mecânicas (rupturas, cortes, machucados) e microbiológicas (leveduras, fungos e bactérias). (Bauer; Wally; Peter, 2014, p. 28) 3.1 Processamento das frutas O processamento das frutas pode levar a uma série de benefícios, como maior tempo de conservação e, também, maior valor agregado. O mercado da agroindústria utiliza essa prática em muitas de suas cadeias produtivas. “Quando fundamentado nas demandas do mercado, o processamento de frutas pode-se tornar uma das mais fortes ferramentas para o aproveitamento das potencialidades da fruticultura, pois permite transformar produtos perecíveis em produtos armazenáveis” (Moura; Figueiredo; Queiroz, 2014, p. 2). Vamos conhecer alguns tipos de processamento? • Polpa: produto não fermentado, não concentrado ou diluído, feito de frutos carnudos e obtido de processo de esmagamento. As polpas podem ser 19 simples, quando usado apenas um tipo de fruta; ou mistas,quando produzidas com várias frutas. E elas devem atender a padrões de identidade e qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). • Purê: semelhante à polpa, com a diferença de que o produto passa por um processo mais requintado, o que resulta numa pasta com textura mais homogênea. Figura 12 – Fluxograma do processo de produção de polpas e néctares • Suco: extrai-se o caldo da fruta usando uma prensa. O suco pode ser simples, integral, misto, reconstruído, concentrado, entre outras possibilidades. 20 • Néctar: é a mistura de água, polpa e suco integral de frutas maduras, ao que são adicionados ácido cítrico, corantes e outros aditivos. Não é fermentado e nem gaseificado. A sua composição é regulada pela Instrução Normativa n. 12/2003 do Mapa1, • Geleia: feita com suco, pode ou não conter pedaços de frutas. Quando têm os pedaços, as geleias são também denominadas geleiadas. No preparo das geleias, as frutas podem ser cozidas inteiras ou em pedaços com açúcar, água, acidulantes e pectina na concentração de 0,5% a 2%. Figura 13 – Geleias Crédito: Encierro/Shutterstock. • Doce de frutas em calda: esse produto é feito com frutas inteiras ou em pedaços, cozidas em água e açúcar. As frutas devem estar limpas, livres de qualquer detrito que possa comprometer a qualidade do doce. • Doce em massa: também chamado de doce de corte, em sua produção as frutas são moídas, constituindo uma massa uniforme a que são adicionados açúcares, pectina e água. 1 Veja no link a seguir (Brasil, 2003). Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt- br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-vinhos-e- bebidas/instrucao-normativa-no-12-de-4-de-setembro-de-2003.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2021. (Brasil, 2003). 21 • Frutas desidratadas: nesse processo, retira-se quase toda a umidade da fruta, mediante evaporação. Ocorre também redução no volume. Podem ser usadas, para isso, frutas inteiras ou em pedaços. • Frutas cristalizadas: feito com as partes comestíveis da fruta, nesse processo parte da água é substituída por açúcar, formando assim uma cristalização. Figura 14 – Frutas cristalizadas Crédito: Marian Weyo/Shutterstock. Bem, o que acabamos de ver foram os principais métodos de processamento das frutas. Deu para perceber que eles são muitos – e existem outros além dos que abordamos. Na hora de decidir qual usar, verifique o tipo e a variedade da fruta, a finalidade do processamento e o seu objetivo final. TEMA 4 – AÇÚCARES E DOCES Os açúcares são alimentos que estão no topo da cadeia alimentar e possuem alto valor energético, muito carboidrato e pouca proteína. O açúcar nos fornece 13% da energia de que precisamos e pode ser extraído de madeira, batata, beterraba, cana-de-açúcar, dentre outras formas. Aqui no Brasil o açúcar é em geral extraído da cana e tem alto teor de sacarose. 22 Figura 15 – Colheita da cana-de-açúcar Crédito: Mailsonpignata/Shutterstock. Exemplos de alimentos que fazem parte desse grupo são: chocolate, sorvete, bolo, mel: “o açúcar refinado produzido industrialmente é uma das substâncias mais puras que se conhece, aproximadamente 99,96% de sacarose, isto se deve principalmente ao desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos de extração e refinamento” (Freiria, 2017, p. 159). O açúcar bruto é produzido em uma usina e é dissolvido em água, numa temperatura de em torno de 80 ºC. A sua calda, resultante dessa dissolução, tem potencial hidrogeniônico (pH) de 7,4 e Brix entre 66 ºBx a 68 ºBx. Você se lembra, lá atrás, do que falamos sobre pH? Se você esqueceu isso, volte lá e dê uma olhada a esse respeito. O Brix mede a quantidade de açúcar. A composição química do açúcar pode variar de acordo com diversos fatores, como cita Freiria (2017, p. 160): A composição química da cana-de-açúcar varia em função das condições climáticas, da variedade da cana, da natureza e as condições do solo, com a classe de fertilizantes e adubos corretos, com a idade da cana (estado de maturação) e uma série de outros fatores. Por esta razão, as usinas realizam um rígido controle da qualidade da cana recebida para o processamento. Os principais componentes analisados são: • Brix: mede a quantidade de sólidos solúveis e está diretamente associado ao teor de sacarose. • Pol: teor de sacarose na cana, medido por polarímetro ou sacarímetro. • Pureza: é a relação entre o teor de sacarose e o teor de sólidos solúveis. 23 • Açúcares redutores: conteúdo de açúcares simples em glicose e frutose. • Fibra: conteúdo de celulose, lignina, pentosanas e gomas. Interfere negativamente no processo. • Cinzas: são fatores negativos para produção de açúcar, pois alteram a eficiência das etapas de clarificação, evaporação e cristalização. Quanto maior teor de cinzas maior será a quantidade de melaço no açúcar final. Por outro lado, cátions como Ca2+, Mg2+ e Si4+ podem aumentar as incrustações nos equipamentos. • Gomas: aumentam a viscosidade do xarope. Canas verdes possuem um maior teor de gomas. O teor de gomas também pode aumentar após a colheita da cana, decorrente do desenvolvimento de bactérias durante o período de estocagem. Alto teor de gomas pode dificultar a formação dos cristais de açúcar, aumentar as perdas de açúcar nos méis, entupir tubulações, trocadores de calor e outros equipamentos. 4.1 Tipos de açúcares Figura 16 – Açúcares Crédito: Pixel-Shot/Shutterstock. O mercado oferta diversos tipos de açúcares, com diferentes propriedades. Vamos conhecer alguns desses tipos? • Açúcar cristal: no açúcar cristal, a calda é cozida por mais ou menos seis horas, para a formação de cristais. Sem refino, é usado na produção de bebidas, biscoitos, confeitos. • Açúcar refinado granulado: não usa corante e tem baixa umidade, sendo bem uniforme. É usado em confeitos, xaropes. 24 • Açúcar demerara: esse açúcar também não é refinado, e seus cristais têm melaço e resíduo de mel da cana, por isso a sua cor escura. • Açúcar mascavo: não passa nem pelo processo de refinamento nem pela cristalização. É úmido e de coloração marrom. Seu uso se dá em bolos, granolas e biscoitos integrais. • Açúcar branco: nesse caso, temos o branco para o consumo direto humano e o branco que será novamente processado. • Açúcar refinado amorfo: utilizado para consumo doméstico, é branco e dissolve rápido, por ser mais fino. Usa-se em bolos, caldas e confeitos. • Açúcar orgânico: não tem nenhum aditivo químico, pode ser claro ou dourado. • Açúcar very high polarization (VHP): esse tipo é o mais exportado pelo Brasil. Possui coloração mais clara que o demerara e seus cristais são amarelados. Durante o seu processo de branqueamento, não se utiliza anidrido sulfuroso. • Açúcar de confeiteiro: é um açúcar bem fino, mais fino do que o refinado, usado no preparo de coberturas, bolos, glacês e suspiros. • Açúcar light: esse açúcar é menos calórico, no entanto adoça mais que o açúcar refinado. • Açúcar colorido: é uma mistura do cristal e do granulado. É um produto com alto teor de sacarose – em torno de 99,96%. 25 Figura 17 – Fluxograma do processamento do açúcar TEMA 5 – ALIMENTAÇÃO ANIMAL O fator alimentação compreende um dos maiores custos da produção animal: em muitas situações, esses valores podem chegar a 70% de todo o custo da produção. Independentemente da espécie que se produz – ave, gado, suínos ou peixes –, a preocupação com a qualidade da alimentação é fundamental porque impacta diretamente os resultados da produção. Vale salientar que, neste tema, estamos nos referindo à alimentação destinada aos animais domésticos de produção de carne, leite, ovos, lã e, também, aos animais de lazer e esporte. 26 Figura 18 – Alimentação animal Crédito:MudaCom/Shutterstock. 5.1 Classificação A relação de produtos destinados à alimentação dos animais é grande e eles podem ser classificados em alimentos volumosos ou concentrados. Os alimentos volumosos têm muita fibra e água, mas baixo teor energético. Nesse grupo estão as pastagens e silagens. Os alimentos concentrados são os que têm elevado teor energético. Estão divididos em concentrados energéticos e proteicos. Entre os concentrados energéticos, podemos destacar os grãos de cereais, como milho, sorgo, aveia, trigo, cevada e tantos outros. Ainda temos mandioca e batata e os subprodutos dos grãos e também da indústria. Concentrados proteicos são farelos de soja, canola, algodão, girassol e soja em grão, farinha e caroço de algodão. “Energéticos: alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB), 25% de FDN (Fibra em Detergente Neutro) e em torno de 18% de fibra bruta (FB). Os Proteicos: alimentos concentrados com mais de 20% de PB, 50% de FDN e 60% de NDT” (Goes; Silva; Souza, 2013, p. 12). 27 Outros conceitos muito importantes para desenvolvermos antes de prosseguirmos no assunto são os de farelo e torta. Farelo é o subproduto do beneficiamento de grãos, do qual se retira a farinha ou o óleo por processos solventes, bastante utilizados em ração animal, principalmente para suínos e aves. Figura 19 – Ração Crédito: Alf Ribeiro/Shutterstock. A torta também é um subproduto do beneficiamento de grãos e a sua diferença para o farelo está na retirada do óleo, que no caso da torta se efetua por meio de extração mecânica. Igualmente como os farelos, as tortas são utilizadas nas rações. 5.2 Alimentos Como dissemos anteriormente, existem muitos produtos usados na alimentação animal, mas vamos nos ater aos mais utilizados, que abordaremos a seguir. 28 Figura 20 – Alimentação animal Crédito: Liukov/Shutterstock. • Milho: é um dos produtos mais comuns na alimentação animal e compõe a maior parte da ração animal. O milho é pobre em proteína, mas rico em energia. Por isso, é empregado de várias formas: planta inteira, silagem, grãos inteiros ou moídos. Sua composição é: amido (61%), glúten (19%), água (16%) e gérmen (4%). Figura 21 – Milho Crédito: Encierro/Shutterstock. 29 • Silagem de milho: utilizada na alimentação de bovinos (produção de leite e gado de corte), trata-se de uma boa opção, por seu volume, nos períodos de seca. É alimento rico em energia, com boa digestibilidade e altamente palatável. • Aveia: excelente forrageira de inverno, muito utilizada na alimentação de equinos. Seu uso para ração animal, principalmente de aves, está limitado a apenas 15%, por causa do teor de fibra, que pode influenciar a ação das enzimas digestivas dos animais. • Sorgo: o grão de sorgo tem composição semelhante à do milho, com menos energia e mais proteína. Fornecido aos animais na forma de forragem, silagem ou grãos, pode ser substituto do milho na alimentação de suínos e animais ruminantes. • Silagem de sorgo: é a melhor opção depois da silagem de milho. Possui bons teores de energia e proteína. Tem boa digestibilidade e produtividade alta, sendo por isso muito utilizado na alimentação de bovinos de leite. • Soja: leguminosa rica em proteína, é muito utilizada para ração de aves e suínos. Tem alto teor de proteína bruta e pouco cálcio. O grão [da soja] é recomendado para bovinos em até 20% da matéria seca total da ração, desde que o teor final de lipídios na ração não ultrapasse 5%, podendo ser fornecido inteiro ou moído. Para suínos acima de 45 kg, recomenda-se fazer tostagem (100 °C por 30-45 minutos) e moagem, e adicionar em até 10% da ração. (Goes; Silva; Souza, 2013, p. 56) • Farelos de soja: subprodutos bastante utilizados na alimentação animal. O farelo da soja é o resultado da extração do óleo dos seus grãos. São o ingrediente proteico usado nas rações. • Casca da soja: também é resultado da extração do óleo da soja. Tem alto teor de fibra e pouca energia. • Trigo: com teor de proteína maior e teor de energia menor que os do milho, tem alta capacidade de liga e, quando usado em rações peletizadas, melhora a sua qualidade. Tem boa qualidade nutricional e sua maior utilização é na forma de subprodutos, ou seja, de farelo. • Farelo de trigo: rico em fósforo, pode ser empregado na alimentação de animais ruminantes, suínos e aves. “No caso das aves, recomenda-se usar em até 5% da ração para frangos, e 15% para poedeiras, e, no caso 30 dos ruminantes, o farelo de trigo pode ser usado sem restrição, desde que não ultrapasse 5% de extrato etéreo na ração”. (Goes; Silva; Souza, 2013, p. 33). Figura 22 – Alimentação de aves Crédito: BG-Studio/Shutterstock. • Arroz: o grão é utilizado na alimentação de suínos e aves. São usados também subprodutos seus como quirera e farelo, para ruminantes. • Algodão: tem proteína de alta qualidade. Do seu caroço se extrai óleo e os seus subprodutos são a casca, o farelo e a torta. • Mandioca: pode ser usada in natura, apresenta alto valor energético e, na sua parte aérea, muita proteína. Suas raízes podem ser consumidas in natura, picadas ou trituradas. Dela pode ser utilizada ainda a chamada manipueira, que é o líquido que se retira da mandioca no processo de sua transformação em farinha. • Melaço: é um subproduto da cana-de açúcar, obtido quando esta passa por um processo de industrialização. Rico em energia e com bastante palatabilidade, é empregado na alimentação de bezerros leiteiros. 31 • Polpa cítrica: subproduto da indústria de frutas cítricas cuja composição é basicamente a casca, mas também com sementes e bagaços dessas frutas. É muito usada na alimentação de bovinos. • Mamona: seus subprodutos têm, na forma de torta e farelo, alto teor de proteína. A torta de mamona é bastante comum na alimentação de ruminantes. • Girassol: seu grão é rico em óleo e tem alto teor de proteína e seu farelo tem elevado teor proteico. Nesta aula, conhecemos os principais alimentos de origem vegetal, suas características e aplicações. O assunto é extenso e vale salientar que, para melhorar a qualidade dos produtos, é preciso, mais do que nunca, conhecer cada etapa do sistema de produção de alimentos. FINALIZANDO Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma aula, em que pudemos conhecer muitos temas importantes e interessantes, como alguns dos principais processos de conservação dos alimentos. Lembre-se de que esses conceitos também servirão para ocasiões futuras. Tratamos de assuntos relacionados com grãos, sementes, oleaginosas e derivados, suas definições, composições, processos e, principalmente, formas de conservação dos alimentos. Pudemos entender a diferença entre as hortaliças e suas classificações entre legumes e verduras e os principais fatores que influenciam na sua conservação pós-colheita. No assunto frutas e derivados, você soube que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas, aprendeu a diferença entre frutas climatéricas (que amadurecem rapidamente após a colheita) e não climatéricas (que não amadurecem após a colheita) e conheceu os principais tipos de processamento de frutas. No tema que abordou os açúcares e doces, conhecemos a composição química do açúcar e seus principais componentes, além dos diversos tipos de açúcares e suas propriedades. E, por fim, entramos no assunto referente à alimentação animal, sua classificação, definições e conceitos, assim como os tipos de alimentação animal mais utilizados. Futuramente, abordaremos assuntos que se relacionarão com esses que acabamos de conhecer. Então, é importante que você mantenha conceitos e definições sempre atualizados. Bons estudos e até a próxima! 32 REFERÊNCIAS ALVES, R. D. M. et al. Ingestão de oleaginosas e saúde humana: uma abordagem científica. Revista Brasileira deNutrição Funcional, v. 14, n. 57, 2014. BAUER, V. R. P.; WALLY, A. P.; PETER, M. Z. Tecnologia de frutas e hortaliças. Pelotas: Ifsul; UFRN, 2014. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Gabinete do Ministro. Instrução Normativa n. 12, de 4 de setembro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 9 set. 2003. Disponível em: <https://www.gov.br/agricultura/pt- br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas- vinhos-e-bebidas/instrucao-normativa-no-12-de-4-de-setembro-de-2003.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2021. CALBO, A. G.; MORETTI, C.; HENZ, G. P. Comunicado Técnico [da] Embrapa, Brasília, n. 46, nov. 2007. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/103079/1/cot-46.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2021. CENCI, S. A. Processamento mínimo de frutas e hortaliças: tecnologia, qualidade e sistemas de embalagem. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2011. FREIRIA, E. de F. C. Tecnologia de alimentos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. GOES, R. H. de T. e B. de; SILVA, L. H. X. da; SOUZA, K. A. de. Alimentos e alimentação animal. Dourados: Ed. UFGD, 2013. GRÃOS, sementes, oleaginosas e derivados. Alimentos Processados, [S.d.]. Disponível em: <https://alimentosprocessados.com.br/ingredientes- macroingredientes-graos.php>. Acesso em: 21 dez. 2021. LEONARDI, J. G.; AZEVEDO, B. M. Métodos de conservação de alimentos. Revista Saúde em Foco, v. 10, n. 1, p. 51-61, 2018. MIRANDA, M. Z. de. Trigo: germinação e posterior extrusão para obtenção de farinha integral extrusada de trigo germinado. Documentos Online [da] Embrapa Trigo, Passo Fundo, n. 74, dez. 2006. 33 MOURA, R. L.; FIGUEIREDO, R. M. F.; QUEIROZ, A. J. M. Processamento e caracterização físico-química de néctar goiaba-tomate. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 9, n. 3, p. 68-74, 2014. OLIVEIRA, E. N. A. de; SANTOS, D. da C. (Org.). Tecnologia e processamento de frutos e hortaliças. Natal: IFRN, 2015. PEREIRA, F. S. G. Processos tecnológicos de alimentos. Recife: IFPE, 2015. SALVADOR, M. Características e classificação das hortaliças. Portal Agriconline, 11 maio 2021. Disponível em: <https://portal.agriconline.com.br/artigo/caracteristicas-e-classificacao-das- hortalicas>. Acesso em: 21 dez. 2021. SANTOS, Y. M. G. dos. Contextualização sobre frutas e hortaliças. In: OLIVEIRA, E. N. A. de; SANTOS, D. da C. (Org.). Tecnologia e processamento de frutos e hortaliças. Natal: IFRN, 2015. Conversa inicial FINALIZANDO REFERÊNCIAS