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TH1 – SÍNDROMES OBSTÉTRICAS - 1ª consulta: deve ser realizada assim que a paciente descubra a gravidez conhecer gestante + classificar em risco habitual ou alto risco + solicitar exames de rotina e fazer planejamento. - Pré-natal: ideal pelo menos 6 consultas para risco habitual. - PERIODICIDADE DAS CONSULTAS DE PRÉ-NATAL (segundo slide prof) Mensalmente até 32 semanas Quinzenal da 33ª à 36ª semana Semanalmente de 37-41 semanas Obs: segundo guia do aluno, até 36 semanas as consultas são mensais, após isso são de 15/15 ou semanais. Obs: alto risco – intervalo entre consultas individualizado. HISTÓRIA GINECO-OBSTÉTRICA - ANAMNESE – pensar na paciente e não na “doença” Identificação: extremos de idade são associados a maiores intercorrências; >35 anos devem ser orientadas quanto diagnóstico antenatal de doenças genéticas como Síndrome de Down; raça negra mais associada a hipertensão crônica, anemia falciforme e miomatose uterina; profissão/procedência – gestantes que ficam muito em pé tem maior tendência a varizes, estresse e esforço físico intenso são considerados fatores de risco para parto pré-termo; local que a gestante vive fala sobre endemias; nível socioeconômico baixo tem maior incidência de CIUR. Motivo da consulta HGO – muito importante - História menstrual: Menarca, características do ciclo (periodicidade, duração, volume – número de absorventes, desconforto, mudança no padrão, extravasamento-, sintomas associados – dismenorreia, TPM) principalmente do ciclo atual, se usar ACO perguntar também como era antes dele; DUM (quando foi o dia da última menstruação, lembrando que é 1º dia de menstruação e não quando termina). Obs: antes de escrever irregularidade procurar saber o que realmente é o ciclo irregular. Obs: se menopausa, perguntar de ressecamento vaginal, fogacho, etc. Obs: DUM é necessária para calcular IG e DPP - GPA: vias de parto e indicações, intercorrências tanto na gravidez quanto puerpério, data, se nasceram a termo ou não, se houve aleitamento materno; - História contraceptiva: Medicação (ACO), tempo de uso, tolerância, tipo de contracepção, se engravidou usando ACO (progesterona atrofia endométrio e altera trajeto/motilidade do ovo – pode causar aborto e gravidez ectópica) - História sexual: sexarca, parceria - HF de câncer – mama, intestino e ovário, citologia >25 anos, mamografia >50 anos - Queixas ginecológicas: corrimento, secreção em mama, etc. - Queixas obstétricas: no inicio da gestação são comuns náusea, vômitos e sonolência (tendem a sumir próximo a 14sem); dor pélvica tipo cólica tb é frequente; todo sangramento deve ser investigado; na segunda metade da gestação associam-se queixas devido aumento de peso – dor lombossacra, sobrecarga da coluna, pressão sobre canal vaginal, edema de MMII, dificuldade para dormir, lentidão. Obs: A partir de 18 semanas sempre questionar sobre movimentos fetais. AE: perguntar sobre hábitos de vida, atividade física, tabagismo, etilismo, uso de drogas. Além disso, gravidez predispõe surgimento de sintomas gastrointestinais, cardiovasculares, urinários e de dificuldade de locomoção. HPP: investigar cardiopatias, doenças da tireóide, doenças autoimunes , nefropatias, diabetes, cirurgias prévias. Solicitar cartão vacinal da gestante (é necessário vacinar p/ hepatite B, duplo adulto e influenza – vide tabela mais abaixo) HF: HF de pré-eclâmpsia, HAS crônica, gemelaridade, assim como historia de RN com anormalidade física e mental. HSE LISTA DE PROBLEMAS PLANEJAMENTO - Orientar paciente a ter cartão do pré-natal em mãos em todas as consultas, assim como em caso de intercorrência. IDADE GESTACIONAL Idade gestacional calculada pela DUM: Soma quantos dias se passaram entre a DUM e o dia de hoje e divide por 7. Fazer no lápis, pois o número de dias é o “resto” da divisão. - Exemplo: DUM: 01. 01. 2021 30 + 28+ 18 = 76/7 IG= 10 semanas e 6 dias (hoje =18/03/2021) IG calculada por biometria - caso paciente não saiba sua DUM, pode pedir USG para localizar e datar a gravidez (estimar a idade gestacional) – é feito através da medição do embrião, em comprimento – há uma tabela que correlaciona o comprimento com semanas. - Quanto mais precoce for a gestação, mais fidedigno será a IG estimada. Qual escolher? Se diferença menor que 1 semana – escolher a DPP e IG calculadas pela DUM informada; Se diferença maior que 1 semana em US de primeiro trimestre necessário corrigir US em outras palavras, se diferença maior que 1 semana, considera- se ultrassom (o primeiro ultrassom feito no primeiro trimestre) DATA PROVAVÉL DO PARTO Regra de Nagele: +7 ao dia; - 3 ao mês (ou +9 se jan, fev, mar) Atenção: mês de fevereiro ano bissexto subtrair 1 dia PRIMEIRA CONSULTA PRÉ-NATAL EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO – 1ª consulta: Fazer planejamento: propedêutica 1º trimestre, planejamento vacinal, orientações, prescrição sulfato ferroso. - Exame físico geral Peso/altura IMC paciente deve ganhar em torno de 10-12kg durante gravidez. Tanto desnutrição quanto obesidade apresentam riscos. PA: obrigatória em toda consulta – detectar pré-eclâmpsia de maneira precoce Mucosas – devem ser sempre avaliadas pelo risco de anemia Sistema tegumentar, mucosa ocular, presença de varizes e edema de MMII, palpação tieoidiana, ausculta cardíaca (sopros funcionais podem estar presentes devido circulação hiperdinâmica) e pulmonar. Obs: pode haver cloasmas na face. - Exame das mamas Inspeção estática e dinâmica, palpação das mamas (com as polpas digitais) e linfonodos No pré-natal: preparo para a amamentação (orientar caso mamilo invertido; já orientar a tomar sol por 10 minutos todo dia para tornar a pele mais resistente) Normal da gravidez: mamas aumentadas, aréola hiperpigmentada, trama de vasos venosos na pele, tubérculos de Montgomery (glândulas mamárias secundárias ou glândulas sebáceas hipertrofiadas) - Exame abdominal: fica globoso com a evolução da gestação - Exame pélvico Gravidez é pélvica até 12 semanas (quando atinge sínfise púbica) Avaliação do útero gravídico – com fita métrica - Cresce cerca de 4cm por mês. 12 semanas – torna-se palpável ao nível da sínfise púbica 16 semanas – fundo entre sínfise púbica e cicatriz umbilical 20 semanas – fundo na cicatriz umbilical COMO MEDIR? - Fita métrica da sínfise púbica até o fundo uterino (1ª manobra). Anotar e colocar a medida no grágico da idade gestacional vs. altura uterina no cartão pré-natal. - Entre 18 e 32 semanas há boa correlação com IG. Após 12 semanas o tecido adiposo interfere na medida. Obs: medidas maiores que o esperado para IG estão relacionados a erro de mensuração, erro da DUM, polidramnio, macrossomia fetal, gemelaridade. MANOBRAS DE LEOPOLP – Palpação - Tem o objetivo de identificar a posição, situação e apresentação fetal. 1ª Manobra de Leopold: Tem por objetivo determinar a altura do fundo uterino, além de te dar a apresentação do feto (se está cefálico ou pélvico). - Como fazer: Delimite o fundo com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte fetal que a ocupa. Pressiona-se fortemente até você sentir alguma irregularidade e a partir daí conseguirá definir a apresentação fetal. OBS: A terceira manobra confirma a apresentação encontrada na primeira 2ª Manobra de Leopold: Determina a situação e a posição fetal em relação aos flancos maternos. Pode ser: longitudinal, transversal ou oblíqua; esquerda ou direita. - Obs: Também pode perguntar a mãe qual o local em que o bebê chuta mais, o dorso estará na posição contrária. - Como fazer: Sempre a direita da mãe. Com uma mão você apoia e com a outra mão realiza a palpação. Deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto. Determine a situação fetal. O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou transversa. A situação transversa reduza medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica. 3ª Manobra de Leopold: visa determinar a apresentação fetal e sua altura. - Como fazer: apreender o pólo entre o polegar com o dedo indicador ou médio, imprimindo-lhe movimentos de lateralidade para verificar o grau de penetração da apresentação na bacia, comparando-o com o outro polo identificado. - Obs: Se você conseguir mexer a cabeça do neném, ainda não há encaixe, nesses casos o feto está alto ou não encaixado. Caso você não consiga mexer, o feto está encaixado e preparado para nascer. Para estar encaixado, a cabeça do bebê deve estar na região pélvica. 4ª Manobra de Leopold: Permite confirmar a apresentação fetal e sua altura em relação ao estreito superior e grau de flexão e deflexão do polo cefálico . É a mais difícil de ser realizada. - Como fazer: Você vai descendo as mãos com força na barriga da mulher e tenta até juntar seus dedos. Na apresentação cefálica, quando a cabeça está alta e móvel, os dedos quase se tocam pela extremidade e descem por igual; se insinuada, a penetração é desigual. Na apresentação pélvica, mesmo insinuada, os dedos de um lado e de outro penetram igualmente. AUSCULTA FETAL Constatar a cada consulta o ritmo, frequência e normalidade dos batimentos cardíacos fetais. Realizada com sonar, após 10-12 semanas e com Pinard após 20-22 semanas. Observação: após uma contração uterina, a movimentação fetal ou o estímulo mecânico sobre o útero, um aumento transitório na frequência cardíaca fetal é sinal de boa vitalidade. Por outro lado, uma desaceleração ou a não alteração da frequência cardíaca fetal, concomitante a estes eventos, é sinal de alerta, o que requer aplicação de metodologia para avaliação da vitalidade fetal. Nestes casos, recomenda-se referir a gestante para um nível de maior complexidade ou à maternidade. Técnica: (com estetoscópio de Pinard) 1. Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto. 2. Identificar o dorso fetal. (Segunda manobra de Leopold ou perguntar a gestante em qual lado ela mais sente os movimentos fetais, o dorso estará do lado oposto) 3. Segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura mais ampla no local previamente identificado como correspondente ao dorso fetal. 4. Encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio. 5. Fazer, com a cabeça, uma leve pressão sobre o estetoscópio e só então retirar a mão que segura o tubo. 6. Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF, na região do dorso fetal. 7. Controlar o pulso da gestante, para certificar-se que os batimentos ouvidos são os fetais, já que as frequências são diferentes. Você checa o pulso da gestante, para conferir se está mesmo mais baixo que o do neném, para saber se você está auscultando certo. Após essa comparação, você solta o pulso da mãe e conta os batimentos do neném. 8. Contar os batimentos cardiofetais em 1 minuto, observando sua frequência e ritmo. 9. Registrar os BCF. OBS: Valor normal é de 120 a 160 batimentos por minuto. Obs: Se o bebê possuir idade gestacional maior que 24 semanas e não for possível auscultar, pode ter havido erro no calculo de idade gestacional, pode haver condições que prejudiquem a ausculta (como obesidade). Então, nesses casos, deve-se verificar os movimentos fetais e o crescimento uterino. - Exame ginecológico: avaliar integridade perineal, exame citológico, teste de Schiller, toque vaginal (avaliar posição, dilatação, apagamento do colo). PLANEJAMENTO Orientações gerais - Mostrar cartilha de pré-natal - Orientações sobre sinais de alerta - Orientações sobre modificações maternas do organismo a gravidez - Orientações sobre ganho de peso - Orientações sobre trabalho de parto Orientações vacinais Vacina Recomendação Esquema Vacina contra influenza (fragmentada) Gestantes em qualquer período gestacional Dose única durante a campanha anual contra influenza Vacina contra hepatite B (recombinante) Qualquer período gestacional Na impossibilidade de se realizar o anti-HBs, deve-se avaliar o estado vacinal da gestante. Gestante com confirmação de esquema vacinal completo prévio: não é necessário vacinarnovamente. Gestante sem confirmação de vacinação anterior: vacinar de acordo com o esquema proposto. Vacinar após primeiro trimestre com: Três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda e de 180 dias entre a primeira e a terceira. Vacina dupla do tipo adulto - dT (tétano e difteria) Gestantes em qualquer período gestacional O esquema vai depender se a gestante era vacinada previamente ou não, se já tinha tomado uma dose e da sua idade gestacional. Vacina dTpa (tétano, difteria e coqueluche acelular) Gestantes preferencialmente entre 27ª e 36ª semana, podendo ser administrada até 20 dias antes da data provável do parto PROPEDÊUTICA PRÉ-NATAL Período da gestação Exames 1º trimestre (no momento da captação da gestante) Tipagem sanguínea e fator Rh (caso a gestante não tenha resultado prévio comprovado laboratorialmente) Coombs indireto (se a gestante for Rh negativo) Hemograma Glicemia de jejum Teste rápido de triagem para sífilis e VDRL Teste rápido para hepatite B e HBsAg Teste rápido diagnóstico de HIV e Anti-HIV Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM Exame de urina rotina e urocultura Eletroforese de hemoglobina (caso a gestante não tenha resultado prévio comprovado laboratorialmente) 2º trimestre Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) OU realizar coleta de sangue em papel filtro para ser enviado ao NUPAD*, nas gestantes susceptíveis Teste rápido de triagem para sífilis Ultrassom obstétrico Preferencialmente entre 24 e 28 semanas Glicemia de jejum Glicemia após 1 e 2 horas após 75mg de dextrosol 3º trimestre Hemograma VDRL e teste rápido de triagem para sífilis** HBsAg Anti-HIV Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) OU realizar coleta de sangue em papel filtro para ser enviado ao NUPAD*, nas gestantes susceptíveis Exame de urina rotina e urocultura EXAMES DA PRIMEIRA CONSULTA Hemograma completo: toda grávida apresenta anemia dilucional devido aumento do volume sanguíneo circulante; principalmente a partir da segunda metade da gestação. Sempre que Hb <12, paciente deve receber suplemento vitamínico. Grupo sanguíneo e fator RH: caso gestante Rh negativo o Rh do parceiro deve ser solicitado. Caso positivo, a paciente deverá realizar Coombs indireto mensamente e receber imunoglobulina Anti-Rh após parto caso RN seja Rh+. GJ: rastreio DM Anti HIV 1 e 2, HBsAg: caso tenha hepatite B ou HIV, encaminhar pré-natal alto risco Sorologias toxoplasmose: caso negativa, repetir a cada 3 meses; caso IgM positivo, realizar propedêutica. Eletroforese de Hb: rastreio de talassemias e doenças afins USG: na primeira consulta tem como objetivo datar a gestação (principalmente se paciente desconhece DUM); além disso, entre 12-14 semanas deve ser realizada para mensuração da translucência nucal (calcula o risco do bebê apresentar alguma malformação ou síndrome) EXAMES SEGUNDO TRIMESTRE USG entre 20-24 semanas – p/ avaliação minuciosa dos órgãos fetais. Caso morfologia fetal alterada: exames mais detalhados voltados para alteração presente, como ecocardiograma fetal, amniocentese, etc. Entre 24-28 semanas: USG + teste de tolerância a glicose (objetivo de diagnosticas Diabetes Gestacional. EXAMES NO TERCEIRO TRIMESTRE Por volta de 30 semanas: hemograma, urocultura, anti HIV 1 e 2, sorologia para toxoplasmose. Por volta de 32 semanas: USG p/ avaliar crescimento fetal 37 semanas: USG p/ avaliar crescimento fetal 35-37 semanas: cultura do swab perineal e perianal para Streptococos grupo B – com o objetivo de prevenir sepse neonatal.