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Avaliação Teoria da Literatura – Introdução I 
Nome: Charlie Krauskoph Rodrigues 
Turno: Diurno 
1) Em o Direito à Literatura, Antônio Cândido, discorre sobre nossa sociedade atual estar 
presenciando a primeira era da história em que se há meios para terminar com a 
desigualdade social. O que há muito utópico, ganha caráter concreto, mas infelizmente 
poucas ações são tomadas para que o feito de uma distribuição equitativa dos bens 
materiais venha acontecer. O ponto é que, a injustiça social passou a constranger a 
sociedade e mesmo a televisão cheia de imagens sensacionalistas, carrega um importante 
papel de gerar o impacto da empatia para com o próximo, essa empatia que vem sendo 
semeada desde o século XIX. 
Desde a Revolução Industrial, a pobreza massiva ganhou lugar de denúncia na literatura. 
O Naturalismo, inverso ao Romance que compunha um universo idealizado, partia de 
uma forte análise social, e teve um grandioso papel no que diz respeito a evidenciar temas 
e personagens que, até então eram marginalizados e excluídos de contextos artísticos e 
literários. O Naturalismo tinha como personagens centrais o operário, o camponês, o 
desvalido, discriminados em geral. 
Ainda em concordância a essa empatia, como postulado por Louis-Joseph Lebret há bens 
incompressíveis e bens compressíveis e o primeiro conceito estaria intrinsicamente ligado 
aos direitos humanos, não só no que diz respeito a direitos fundamentais que garantem a 
sobrevivência física, mas também ao que tange a integridade espiritual. Sendo assim, é 
importante a analise de que o que tem um valor indispensável para mim, também deveria 
o outro poder acessar. O próximo merece não só o direito ao alimento, a casa e instrução 
do grupo dos bens incompressíveis, mas também a crença, lazer, arte e literatura. Como 
uma sociedade com meios de extinguir a desigualdade social, deveria inclusive as 
minorias terem acesso a bens compressíveis como superfluidades. 
Nas obras de Alberto Moravia e Plinio Marcos, temos personagens marcados pela pobreza 
e sua condição de miséria acaba os levando a criminalidade, seja pela garantia a sua 
sobrevivência, seja pela sua vontade consumista. É possível entrelaçar tais obras com o 
texto de Cândido em diversos pontos. Um deles é no que diz respeito a citação do 
Naturalismo, uma vez que esse movimento literário tem como uma das características a 
ideia de que o ser humano é comandado por seus instintos. Uma vez, em condições de 
vida subumanas, os personagens poderiam perder o senso de humanidade e ceder à 
instintos animais. Vemos um retrato fiel desse homem animalesco em o Terror de Roma 
com Lorusso, quando esse tem a pretensão de “dar cabo” ao homem do casal que 
planejam roubar e assediar a moça. Em dois Perdidos numa noite suja temos o assassinato 
de Paco em peça e sua morte simbólica na sua versão cinematográfica, além dos atos 
hediondos desse personagem em geral. O ato de roubar que une todas as versões da 
história, já simboliza um abandono a humanidade, e o desejo ao sapato dialoga com essa 
falta de acesso a bens compressíveis também tratado no texto Direito à Literatura. 
Por fim, se a sociedade caminhasse de forma a melhorar as condições sociais de todos, o 
que já foi destacado ser possível atualmente, haveria a garantia plena aos bens 
incompressíveis e compressíveis. Assim, a literatura poderia atuar de forma mais ampla 
com seu poder de transformar os indivíduos em seres mais compreensivos e abertos 
para a natureza, sociedade e o seu semelhante. 
2) Os poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen e Orides Fontela, pertencem ao 
gênero lírico, que é caracterizado pela palavra cantada, o eu em primeira pessoa e a 
expressão de sentimentos. Eles trazem como inspiração a personagem Penélope, que na 
obra Odisséia, de Homero, é a esposa de Ulisses. Diferente desses poemas, Odisseia 
pertence ao Gênero épico com narrador, enredo, personagem, espaço e tempo. O poema 
de Homero, enaltece a masculinidade de deuses e homens mortais todo o tempo, 
enquanto mulheres e deusas, por princípios difundidos por valores gregos, assumem o 
papel de coadjuvantes. Enquanto isso, ambos poemas apresentados para análise têm 
enfoque em Penélope, a começar pelo seu título e tratam de uma dissimulação 
estrategicamente concebida por essa para ludibriar o seu cotidiano, capaz de fiar o seu 
destino ao contrário. Trazem a ela o caráter de um interior mais complexo do que de 
apenas uma moça submissa, com uma vida pacata contrastante com a intensa de seu 
esposo, Ulisses.