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PSICOPATOLOGIA GERAL ARA1109 AULA 03 - SOFRIMENTO SUBJETIVO, CONCEITUAÇÃO DE TRANSTORNO E DOENÇA MENTAL E OS SISTEMAS CLASSIFICATÓRIOS BIBLIOGRAFIA DA AULA BÁSICA EURÍPEDES, M. C; GENTIL, V. & GATTAZ, W. F. Clínica Psiquiátrica. A visão do Departamento e do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP. Baueri: SP: Manole, 2011, Capítulo 23, p.282294. DALGALARRANDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2019. Capítulo 7. Disponível em: Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715062/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.0699 QUAL O VALOR DO DIAGNÓSTICO? Discute-se muito sobre o valor e os limites do diagnóstico em saúde mental. Pode-se identificar, inclusive, duas posições extremas: A primeira afirma que o diagnóstico em saúde mental não tem valor algum, pois cada pessoa é uma realidade única e inclassificável. O diagnóstico apenas serviria para rotular as pessoas diferentes, excêntricas, permitindo e legitimando o poder médico, o controle social sobre o indivíduo desadaptado ou questionador. Já a segunda posição, em defesa do diagnóstico em saúde mental, sustenta que seu valor e seu lugar são absolutamente semelhantes aos do diagnóstico nas outras áreas e especialidades médicas. O diagnóstico, nessa visão, é o elemento principal e mais importante da prática psiquiátrica. Para considerar No processo diagnóstico, há uma relação dialética permanente entre o particular, individual (aquele paciente específico, aquela pessoa em especial), e o geral, universal (categoria diagnóstica à qual essa pessoa pertence). Portanto, não se deve esquecer: os diagnósticos são ideias (construtos), fundamentais para o trabalho clínico e para o conhecimento científico. De modo geral, pode-se afirmar que o diagnóstico só é útil e válido se for visto como algo mais que simplesmente rotular o paciente. O diagnóstico A legitimidade do diagnóstico psiquiátrico sustenta-se na perspectiva de aprofundar o conhecimento, tanto do indivíduo em particular como das entidades nosológicas utilizadas. Isso permite o avanço da ciência, a antevisão de um prognóstico e o estabelecimento de ações terapêuticas e preventivas mais eficazes. Além disso, o diagnóstico possibilita a comunicação mais precisa entre profissionais e pesquisadores. Como fazer o diagnóstico? O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos. uma história clínica bem colhida e um exame do estado mental minucioso, ambos interpretados com habilidade. O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos (delirium, demências, síndromes focais, etc.), de modo geral, não é baseado em mecanismos etiológicos supostos pelo avaliador. Deve-se, portanto, manter duas linhas paralelas de raciocínio clínico – uma linha diagnóstica, baseada fundamentalmente na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas que de fato o paciente apresenta, e uma linha etiológica, que busca, na totalidade dos dados biológicos, psicológicos e sociais, uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso. Como fazer o diagnóstico? 3. não existem sinais ou sintomas psicopatológicos específicos de determinado transtorno mental. 4. O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com a observação do curso do transtorno. 5. Várias dimensões clínicas e psicossociais devem ser incluídas para uma formulação diagnóstica completa: identifica-se um transtorno mental como a esquizofrenia, a depressão, a dependência de álcool, etc., diagnosticam-se condições ou doenças ou condições físicas associadas (hipertensão, cirrose hepática, obesidade, etc.) e avaliam-se a personalidade e o nível intelectual desse paciente, sua rede de apoio social, além de fatores ambientais protetores ou desencadeantes image2.png image3.jpeg image1.png