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Finanças Corporativas Módulo de Estudo 1 AuLA 1 Introdução às Finanças Corporativas voltar para o sumário 5 Assim como toda ciência, as finanças corporativas incorporaram em seu escopo as grandes evoluções do mundo contemporâneo. Seus métodos de avaliação e conteúdo conceitual assumiram um caráter mais abrangente, elevando sua importância para as empresas. O administrador financeiro, por seu lado, passou a ser mais exigido, identificando uma necessidade de especialização e atualização cada vez maiores. 6 Reconhecidamente, administrar é decidir, e a continuidade de qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua vez, são tomadas com base em dados e informações viabilizados pela Contabilidade, levantados do comportamento do mercado e do desempenho interno da empresa. (ASSAF NETO. 2020, p.3) Esse processo decisório básico vem assumindo complexidade e riscos cada vez maiores na economia brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, ausência de poupança de longo prazo, intervenções nas regras de mercado da economia, comportamento das taxas de inflação, desafios do crescimento da economia, desequilíbrio de mercado, entre outros aspectos, vêm exigindo uma capacidade mais analítica das unidades decisórias. A área financeira tem uma forte ligação com a economia e contabilidade. As preocupações da área financeira acompanham de perto as necessidades do mercado e, consequentemente, os momentos econômicos. 7 Considerando que o grande objetivo das empresas com fins lucrativos é a maximização da riqueza dos acionistas, a gestão financeira torna-se a chave para as empresas alcançarem tal propósito. 1.1 Evolução da administração financeira As finanças das empresas, em seus primórdios consideradas como parte do estudo das Ciências Econômicas, vêm descrevendo ao longo do tempo um processo consistente de evolução conceitual e técnica. Principalmente a partir dos anos 20 do século XX, já entendidas como uma área independente de estudo, as finanças das empresas são motivadas a evoluir de maneira a atender à crescente complexidade assumida pelos negócios e operações de mercado. O grande salto para a evolução revelou-se a partir da década de 1950, com o surgimento da Moderna Teoria de Finanças, lastreada em diversos estudos de Finanças corporativas e gestão de portfólio e risco. O foco das finanças passou de normativo para um enfoque de pesquisa positiva, questionadora dos resultados, em que 8 são analisados os efeitos das decisões financeiras sobre o valor da empresa. (ASSAF NETO. 2021, p.6). São destacados a seguir os principais modelos financeiros desenvolvidos a partir da década de 1950 e que constituem a Moderna Teoria de Finanças. Formulações de Modigliani e Miller – Os autores propuseram, a partir de um famoso trabalho publicado em 1958 (The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment – The American Economic Review), a independência entre o valor de uma empresa e sua estrutura de capital. Teoria ou Hipótese de Mercado Eficiente – Descreve a eficiência do mercado em incorporar imediatamente toda nova informação nos preços dos ativos. SAIBA MAIS 9 Teoria do Portfólio (Portfolio Theory) – Avalia a construção de uma carteira ótima de ativos a partir da relação risco e retorno, procurando maximizar a utilidade esperada do investidor. Modelo de Precificação de Ativos (CAPM – Capital Asset Pricing Model) – Modelo que precifica ativos com base no retorno e risco esperado. Teoria de Opções (Option Pricing Theory) – Modelo que objetiva expressar o prêmio de uma opção, refletindo as cotações esperadas no ativo-objeto. Nos dias atuais, a área financeira passou de uma postura mais conservadora e de absoluta aceitação dos fatos para uma posição bem mais questionadora e reveladora dos fenômenos financeiros. São fundamentais no contexto moderno a identificação e o entendimento das causas de determinado comportamento operacional, e não somente a mensuração dos valores registrados e dos efeitos produzidos pelos fatos financeiros. 10 1.2 Dinâmica das decisões financeiras Quando o assunto é ambiente empresarial, a administração financeira volta-se basicamente para as seguintes funções: a. planejamento financeiro, o qual busca evidenciar as necessidades de expansão da empresa, assim como identificar eventuais desajustes futuros. b. controle financeiro, o qual se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa; c. administração de ativos, que deve perseguir a melhor estrutura, em termos de risco e retorno e proceder a um gerenciamento eficiente de seus valores. d. administração de passivos, que se volta para a aquisição de fundos (financiamento) e o gerenciamento de sua composição, procurando definir a estrutura mais adequada em termos de liquidez, redução de seus custos e risco financeiro. Ao basear-se nas funções financeiras enunciadas, qualquer que seja a natureza de sua atividade 11 operacional, uma empresa é avaliada como tomadora de duas grandes decisões financeiras: decisão de investimento – aplicações de recursos – e decisão de financiamento – captações de recursos. 1.3 Interdependência econômico-financeira Todo o arcabouço conceitual das decisões financeiras, conforme descrito, tem sua avaliação fundamentada nos resultados operacionais apurados pelas empresas. O resultado operacional, entendido como o gerado exclusivamente pelos ativos, quantifica o retorno produzido pelas decisões de investimento. Efetivamente, é por meio do desempenho operacional que é discutida a viabilidade econômica de um empreendimento; o lucro operacional define, mais precisamente, os limites de remuneração das fontes de capital da empresa; as decisões de investimento são avaliadas, de maneira incremental, com base em valores operacionais de caixa; e assim por diante. 12 Para a tomada de decisões financeiras, dois fatores devem ser considerados: a. econômico, com base na relação entre o retorno do investimento e o custo da captação; b. financeiro, identificado pela sincronização entre a capacidade de geração de caixa dos negócios e o fluxo de desembolsos exigidos pelos passivos. É importante que se destaque, ainda, o risco associado às decisões financeiras tomadas pelas empresas, o qual pode ser identificado segundo a natureza da decisão tomada: a. risco econômico (operacional): inerente à própria atividade da empresa e às características do mercado em que opera; b. risco financeiro: reflete o risco associado às decisões de financiamento, ou seja, a capacidade da empresa em liquidar seus compromissos financeiros assumidos. O desempenho desses dois componentes de risco afeta evidentemente o risco total da empresa e seu valor de mercado. A mensuração do risco da empresa é uma preocupação presente em todas as 13 decisões de administração financeira. Quanto maior o risco e, consequentemente, o custo de capital, mais elevado deve ser o retorno do investimento, de maneira a remunerar adequadamente a incerteza associada ao negócio. No processo de seleção das decisões financeiras, a empresa deve delinear seu objetivo a perseguir, de maneira que essas decisões sejam tomadas segundo critério mais racional. A definição de seu objetivo deve ainda permitir que as empresas possam avaliar os vários resultados provenientes das decisões financeiras tomadas. Antes de aprofundarmos em qualquer tipo de análise, no próximo capítulo, estudaremos um pouco sobre cálculos financeiros e suas principais aplicações. AuLA 2 Cálculo Financeiro e Aplicações voltar para o sumário 15 As aplicações de cálculo financeiro para as Finanças Corporativas podem ser estendidas para a determinação do custo de um crédito ou retorno de uma aplicação de capital. Segundo Bruni (2018) as finanças podem ser definidas comoo conjunto de técnicas que discutem as relações envolvendo duas variáveis principais, dinheiro e tempo. 16 Normalmente, as relações matemáticas envolvendo dinheiro e tempo são discutidas na matemática financeira, no qual representa uma importante base para a análise das decisões financeiras. Sendo assim, neste capítulo discutiremos os principais aspectos da matemática financeira. 2.1 Matemática financeira Praticamente todas as análises feitas na matemática financeira empregam como matéria- prima informações representadas sob a forma da evolução do dinheiro no tempo. O dinheiro representa o denominador comum das análises e decisões tomadas com o auxílio da matemática financeira. A maneira mais simples de entender as finanças envolve as considerações não apenas de dinheiro e tempo, mas sim de dinheiro no tempo, ou, simplesmente, o conceito de rentabilidade, retorno ou taxas de juros. 17 Dinheiro = Taxa de juros Tempo Taxas costumam ser apresentadas na sua forma percentual. Para converter uma taxa unitária na sua forma percentual, basta multiplicar por 100%. Por exemplo, 0,16 torna-se igual a 16%. Bem como, 144% é igual 1,44, na forma unitária. Resumindo, 100% e 1, são exatamente a mesma coisa. Entender esse conceito é fundamental para a boa compreensão dos próximos conteúdos. 2.2 O valor do dinheiro no tempo O valor do dinheiro no tempo baseia-se na ideia de que investidores racionais preferem receber dinheiro hoje ao invés de receber a mesma quantia no futuro, devido ao potencial do dinheiro crescer em valor ao longo tempo. Por exemplo, o dinheiro depositado em uma conta poupança gera uma certa taxa de juros e, portanto, é considerado um valor agregado. 18 Ilustrando ainda mais a preferência do investidor racional, suponha que você tenha a opção de escolher entre receber R$ 10.000 agora contra R$ 10.000 em dois anos. É esperado que a maioria das pessoas escolheria a primeira opção. Apesar do valor igual no momento do desembolso, receber R$ 10.000 hoje tem mais valor e utilidade para o beneficiário do que recebê-lo no futuro devido aos custos de oportunidade associados à espera. 2.3 Diagramas de fluxo de caixa A compreensão inicial das variáveis dinheiro e tempo sob análise em qualquer situação aplicada a matemática financeira é de vital importância. Identificadas as variáveis e compreendida a dinâmica da operação, pode-se usar as fórmulas ou tabelas. Para facilitar a representação das operações financeiras e identificação das variáveis relevantes, costuma-se empregar o diagrama de fluxo de caixa, que consiste na representação gráfica da movimentação de recursos ao longo do tempo (entradas e saídas de caixa). Consiste em ferramenta simples, porém fundamental na compreensão de diversas operações financeiras. 19 A variável dinheiro costuma ser representada por meio de pequenas setas verticais e valores. Setas para cima, com valores positivos representam entrada de recursos. Já os pagamentos ou desembolsos são representados com setas para baixo, com valores com sinais negativos. A Figura 1 caracteriza alguns desses elementos, como o valor presente, o valor futuro e o número de períodos. Outro elemento importante, mas ainda não apresentado no gráfico é a taxa de juros. Os componentes podem ser apresentados como: FIGURA 1: DIAGRAMA DE FLUXO DE CAIXA Valor futuro 40.000 -30.000 Valor presente 0 Número de períodos 1 Fonte: Elaborado pelo autor, 2022. 20 ● Valor presente: também denominado capital inicial, ou, simplesmente, capital; ● Valor futuro: também denominado montante ou valor nominal. Consiste no resultado da aplicação do capital inicial; ● Taxa de juros: também denominada custo de oportunidade dos fluxos de caixa. Representa uma medida relativa de incidência do valor do dinheiro no tempo ou juros, geralmente sobre o valor presente; ● Tempo: também denominado período de capitalização. Corresponde à duração (em dias, semanas, meses, anos etc.) da operação financeira. É comumente expresso em unidades do período a que a taxa se refere. FIQUE ATENTO! 21 Essencialmente, há dois critérios de capitalização dos juros: simples (linear) e compostos (exponencial). Apesar de os juros compostos se constituírem na metodologia de cálculo mais recomendada, o mercado financeiro de curto prazo costuma operar com taxas referenciadas em juros simples. 2.4 Juros Simples Segundo Assaf Neto (2020) Esse sistema de juros não encontra aplicações práticas tão generalizadas quanto o critério de capitalização composta. A importância de conhecer juros simples é explicada pela maioria das taxas de juros praticadas no mercado financeiro internacional serem referenciadas pelo critério simples. Uma operação financeira está ́ sob o regime de juros simples quando os juros vencidos não passam a fazer parte do capital, ou seja, não ocorre a capitalização dos juros. Neste caso, o juro incide somente sobre o capital inicial. Assim, o crescimento do saldo é linear, pois a velocidade com que aumenta o juro é constante. No regime de juros simples, os cálculos são mais fáceis do que no regime de capitalização composta. 22 Sabendo que o juro é produto do capital e da taxa de juro (i), e que o juro pode ser capitalizado (incorporado ao capital) mais de uma vez, surge aqui mais um elemento para ser acrescido à fórmula básica do juro: número de períodos de capitalização (n). A fórmula dos juros simples é: FV = PV . (1 + i . n ) Onde: PV = Valor presente (capital principal) i = taxa de juros n = número de períodos considerados na operação FV = Valor futuro (montante acumulado da operação) 2.4.1 Taxa nominal e taxa proporcional A taxa nominal, representa a taxa de juros contratada (ou declarada) numa operação financeira (ativa ou passiva). Essa taxa é normalmente expressa para um período superior ao da incidência (capitalização) dos juros. Por 23 exemplo, um financiamento pode ser concedido para liquidação em pagamentos mensais, sendo a taxa nominal de juros contratada de 18% a.a. Nesse caso, a taxa mensal a ser considerada no cálculo do valor das prestações é de 1,5% a.m. (18%/12 meses = 1,5% a.m.). A taxa proporcional, por outro lado, é também típica do sistema de capitalização linear (juros simples), sendo o prazo da taxa geralmente igual ao período de capitalização dos juros. Assim, duas taxas expressas em diferentes unidades de tempo são definidas como proporcionais quando enunciam valores iguais numa mesma unidade de tempo. Por exemplo, 2% a.m. e 24% a.a. são consideradas proporcionais em juros simples por expressarem valores iguais em quaisquer que sejam as unidades de tempo definidas. 2.5 Juros Compostos O sistema de juros compostos encontra amplas aplicações práticas, notadamente em operações financeiras de médio e longo prazos. Nesse critério de capitalização, os juros incidem 24 sempre sobre o saldo acumulado (montante), e ocorrem, dessa forma, juros sobre juros não pagos periodicamente, ou seja, no regime de juros compostos o juro gerado em determinada operação é adicionado (incorporado) ao principal e serve de base para o cálculo de juros do período posterior. O juro de 2% a.m. calculado sobre o capital de R$ 100,00 durante 3 meses por meio de capitalização simples resulta em juros de R$ 6,00. Já o juro calculado por meio de capitalização composta é maior, pois resulta em R$ 6,12. O acréscimo de R$ 0,12 se dá em função do efeito do juro sobre juro, característica desse regime de capitalização. Veja a seguir: FIGURA 2: DINÂMICA DOS JUROS COMPOSTOS FuturoPresente Mês 0 J1 = R$ 2,00 J2 = R$ 2,04 J2 = R$ 2,08 1 2 3 M2 R$ 104,04 M 3 R$ 1 06 ,1 2 M1 R$ 102,00 M 2 R$ 1 04 ,0 4 C R$ 100,00 M 1 R$ 1 02 ,0 0 C R$ 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2022. 25 Em juros compostos, é utilizada a nomenclatura da calculadora financeira HP-12C. A expressão genérica do valor futuro (FV),neste regime, em função dos parâmetros n, i e PV e FV, veja a seguir: FV = PV . (1 + i )n Onde: i = taxa de juros n = número de períodos considerados na operação FV = montante (valor futuro) PV = principal (valor presente) 2.5.1 Taxa equivalente e taxa efetiva Taxas equivalentes são as que geram montantes idênticos (equivalentes) quando capitalizadas sobre um mesmo capital e prazo. Por exemplo, 20% a.s. e 44% a.a. são equivalentes por produzirem o mesmo montante em prazo idêntico, ou seja, é indiferente a um investidor aplicar um mesmo capital à taxa de 20% a.s. ou 44% a.a. 26 iq = 1 + i – 1 q onde: iq = taxa de juros equivalente relativa a uma parte de determinado intervalo de tempo; q = número de partes do intervalo de tempo considerado. Aplicando-se a expressão de cálculo no exemplo anterior, tem-se a seguinte taxa semestral de juros, equivalente a 44% a.a. q = 2 semestres i = 44% a.a. i2 = 1,44 – 1 = 0,20, ou 20% a.s. Exemplo: Qual a taxa de juros mensal equivalente a 12% a.a.? I = 12% a. a. q = 12 meses i12 = 1,12 – 1 = 0,9489% a.m. 27 Em diversas operações financeiras, a taxa de juros é dada em prazo normalmente superior ao período de capitalização dos juros. Por exemplo, em diversos financiamentos os juros são capitalizados mensalmente e a taxa contratada é expressa em termos anuais. Nesses casos, se o critério adotado de incorporação dos juros ao principal for o composto equivalente, o montante ao final do prazo será o mesmo, qualquer que seja o período de capitalização. 28 Representatividade dos dados financeiros em ambientes inflacionários Imagine, ilustrativamente, uma empresa que atua numa economia que convive com uma taxa de inflação de 10% a.a. Suponha, ainda, que a direção da empresa esteja analisando a evolução de suas vendas, que atingiram, nos dois últimos períodos, respectivamente, $ 8,0 milhões e $ 8,5 milhões. Ao fixar a análise nos valores apresentados, é precipitada qualquer conclusão baseada na evolução nominal de $ 500.000 (6,25%) das receitas operacionais, principalmente quando se sabe que, diante de uma variação de preços de 10%, a evolução terá sido aparente, determinada mais pela elevação dos preços dos produtos do que por aumento das unidades vendidas. (ASSAF NETO. 2020, p.44) FIQUE ATENTO! AuLA 3 Estrutura das Demonstrações Contábeis voltar para o sumário 30 Demonstrações Contábeis (ou financeiras) equivalem a um conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas empresas, revelando os vários resultados de seu desempenho em um exercício social. Através das demonstrações, é possível obter conclusões sobre a efetiva situação. A Lei das Sociedades por Ações, estabelece que, ao fim de cada período social (12 meses), a diretoria fará elaborar (e deverá publicar), com base na 31 escrituração contábil, as demonstrações financeiras (ou demonstrações contábeis) relacionadas a seguir: ● Balanço Patrimonial (BP); ● Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); ● Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); ● Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); ● Demonstração do Valor Adicionado (DVA) (se companhia aberta). Além das demonstrações financeiras relacionadas, temos as notas explicativas, que são complementos às demonstrações (sem serem demonstrações financeiras). As notas explicativas são dispostas no rodapé (na parte de baixo) das demonstrações financeiras. A seguir, veremos com mais detalhes os três principais demonstrativos contábeis: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). 32 3.1 Balanço Patrimonial (BP) O Balanço patrimonial é a principal demonstração contábil. Reflete a posição financeira em determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado. É como se tirássemos uma foto da empresa e víssemos de uma só vez todos os bens, valores a receber e valores a pagar em determinada data. O Balanço Patrimonial (BP) é constituído de duas colunas: a coluna do lado direito, denominada Passivo e Patrimônio Líquido, a coluna do lado esquerdo, denominada Ativo. A razão de se atribuir o lado esquerdo para o Ativo e o direito para o Passivo e Patrimônio Líquido é mera convenção. Pela Lei das Sociedades por Ações, o lado direito é denominado apenas passivo. (MARION. 2022, p.22) 33 FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL Passivo Obrigações à pagar BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Bens e Direitos Patrimônio Líquido • Capital • Lucros acumulados Fonte: Elaborado pelo autor, 2022. 3.1.1 Ativos São todos os bens e direitos normalmente de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou benefícios futuros para a empresa. 34 ● Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações etc. Coisas úteis que trazem benefícios para o negócio; ● Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em contas bancárias (direito de saque), títulos de crédito etc. Há certos itens que, embora representem um potencial para a obtenção de benefícios futuros, podem não estar evidenciados no Ativo da empresa, pois são de difícil avaliação. O caso de marcas de produtos, por exemplo, representa algo inestimável para a empresa (Ativo intangível), mas quase nunca aparece nos ativos. A razão principal é que se torna difícil avaliar quanto vale uma marca para a empresa. As contas do Ativo são agrupadas de acordo com sua rapidez de conversão em dinheiro, ou seja, de acordo com seu grau de liquidez. É denominado Ativo circulante, o grupo de contas com elevada liquidez (Títulos a Receber, Estoques etc.) e ativo não circulante, o grupo de contas com menor grau de liquidez (Valores a Receber, mas 35 que levam mais tempo para serem recebidos), investimento, imobilizado e intangível. 3.1.2 Passivo Inicialmente, apenas para fins didáticos, vamos tratar todo o lado direito do Balanço Patrimonial como Passivo, como o lado das dívidas, das obrigações. As contas que serão pagas mais rapidamente (salários a pagar, impostos) são chamadas de passivo circulante, e as contas que serão pagas em um prazo mais longo (financiamentos) são denominadas passivo não circulante. 3.1.3 Patrimônio líquido Evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. A aplicação inicial dos proprietários (a primeira aplicação) denomina-se, contabilmente, como Capital. Se houver outras aplicações por parte dos proprietários (acionistas – S.A., ou sócios – Ltda.), teremos acréscimo de capital. O Patrimônio Líquido não só é acrescido com os novos aumentos de Capital, mas também, e isso é mais comum, com os lucros provenientes do capital aplicado. 36 3.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Segundo Marion (2022) ao fim de cada exercício social, conforme disposição da Lei das Sociedades por Ações, a Contabilidade da empresa elabora, entre outras demonstrações, a Demonstração do Resultado do Exercício, em que observamos o grande indicador global de eficiência: o retorno resultante do investimento dos donos da empresa (lucro ou prejuízo). A forma de apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício é vertical, isto é, subtrai-se e soma- se. Antigamente (antes de 1976), essa demonstração era feita de forma horizontal, apresentando Receita num lado e Despesa/Custo no outro. (Marion. 2022, p.83) 37 FIGURA 4: ESTRUTURA DA DRE DRE forma vertical Receita (-) Despesa Resultado Fonte: Elaborado pelo autor, 2022. A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dinâmica que informa os resultados das operações ocorridas ao longo de determinado período. 38 O resultado formado pela empresa pode ser desmembrado em duas importantes partes: resultado operacional, proveniente do negócio (ativos da empresa), e resultado líquido, formado após a dedução de todos os gastos financeirosnão identificados nos ativos, e sim na forma como a empresa compôs sua estrutura de financiamento. O resultado líquido da empresa é determinado pelo retorno das decisões de investimento (ativos) e pelos custos das decisões de financiamento. O resultado operacional, por seu lado, é formado exclusivamente pelas decisões de ativos, pelo desempenho operacional da empresa, não sendo influenciado pelos passivos. O genuíno resultado operacional é aquele proveniente das decisões de ativos, formado pela atividade principal da empresa, não sendo influenciado pela forma como a empresa é financiada. SAIBA MAIS 39 3.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) Uma Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) é uma demonstração financeira que fornece dados agregados sobre todas as entradas de caixa que uma empresa recebe de suas operações em andamento e de fontes de investimento externas. Também inclui todas as saídas de caixa que pagam por atividades e investimentos de negócios durante um determinado período. A DFC de uma empresa oferece aos investidores e analistas um retrato dinâmico de todas as transações que passam pelo caixa da empresa; ela funciona basicamente como um extrato bancário. Em resumo, o DFC demonstra o efeito das transações que afetaram o caixa e equivalente de caixa classificando-as em: ● Atividades operacionais – São as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes dos financiamentos e investimento; 40 ● Atividades de investimento – são as referentes a aquisição e venda de ativos de longo prazo e investimento não incluídos nos equivalentes de caixa; ● Atividades de financiamento – são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e endividamento da entidade; Todo o caixa gerado pelo negócio obrigatoriamente passa por uma dessas três categorias. A soma desses três segmentos é denominada fluxo de caixa líquido. No próximo capítulo abordaremos a análise dos relatórios financeiros. AuLA 4 Análise das Demonstrações Financeiras voltar para o sumário 42 A análise das Demonstrações Contábeis, também conhecida como análise das Demonstrações Financeiras, desenvolve-se ainda mais com o surgimento dos bancos governamentais, que tinham muito interesse na situação econômico- financeira das empresas tomadoras de financiamentos. Com a abertura de capital por parte de grandes empresas (sociedades anônimas), possibilitando a 43 participação de pequenos e grandes investidores como acionistas, a escolha de empresas mais bem sucedidas para se investir se tornou essencial, o que levou a análise das Demonstrações Contábeis a se tornar um instrumento de grande importância e utilidade para se tomar decisão de qual empresa investir. Soma-se a isso a necessidade gerencial das empresas em tomar decisões, por exemplo, o que comprar, quanto comprar, quanto dar de desconto, de prazo de pagamento, tomar dinheiro emprestado, investir etc. Para que isso seja possível, elas necessitam de informações precisas para realizar um bom julgamento e tomar a decisão do que fazer. Neste capítulo, abordaremos, o que segundo Marion (2022), denomina-se nível introdutório da análise, que estuda o tripé Situação Financeira (Liquidez), Situação Econômica (Rentabilidade) e Estrutura de Capital (Endividamento), que tem por base o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Os níveis de análise intermediário e avançado envolvendo outros demonstrativos, como a 44 Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Valor Adicionado e outros elementos, não serão abordados nesta disciplina. 4.1 Situação Financeira (Indicadores de Liquidez) Observamos, até o momento, que o Balanço Patrimonial evidencia a situação patrimonial da empresa. Poderíamos, ainda, numa abordagem mais específica, atribuir ao Balanço Patrimonial a função de indicador da Situação Financeira (SF) da Entidade, ou seja, a solvência (capacidade de pagamento) da empresa. Indicadores: para conhecermos com mais exatidão a situação financeira da empresa, calculamos índices (indicadores, quocientes de liquidez). Por exemplo, a Situação Financeira de curto prazo pode ser medida: Ativo circulante =Liquidez corrente Passivo circulante 45 Se a liquidez corrente for superior a 1, tal fato indica a existência de um capital circulante (capital de giro) líquido positivo; se igual a 1, pressupõe sua inexistência, e, finalmente, se inferior a 1, a existência de um capital de giro líquido negativo (ativo circulante menor que passivo circulante). Por outro lado, podemos conhecer também a Situação Financeira de Longo Prazo: = Ativo circulante Ativo não circulante Realizável a longo prazo+ – Liquidez Geral Passivo Circulante Passivo não Circulante+ Marion (2022) afirma, que se quisermos calcular índices especiais, poderemos criar outros indicadores. Por exemplo, o banqueiro, para emprestar dinheiro às empresas, gostaria de saber se elas conseguirão pagar suas contas excluindo os estoques (os estoques demoram mais para se transformarem em dinheiro): 46 Ativo circulante (–) Estoques =Liquidez seca Passivo circulante O índice indica, assim, o percentual das dívidas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez. Ainda em casos especiais, conseguimos avaliar a capacidade de solvência imediata da empresa, considerando somente o valor disponível em caixa. Disponível (Caixa e Bancos) =Liquidez imediata Passivo circulante Quanto mais alto esse índice, mais dinheiro disponível a empresa terá para pagar as dívidas de curto prazo. 47 4.2 Estrutura de capital (Indicadores de endividamento e estrutura) Sabemos que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por capitais de terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e por capitais próprios (Patrimônio Líquido – PL). Portanto, capitais de terceiros e capitais próprios são fontes (origens) de recursos. É por meio desses indicadores que apreciaremos o nível de endividamento da empresa. Também são esses indicadores de endividamento que nos informam se a empresa utiliza mais recursos de terceiros ou recursos dos proprietários. Saberemos se os recursos de terceiros têm seu vencimento em maior parte a curto (Circulante) ou a longo prazo (Não Circulante). Em resumo, esses indicadores ilustram a forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela empresa e sua participação relativa em relação ao capital próprio. 48 4.2.1 Participação de capitais de terceiros Podemos utilizar um indicador bastante simples para medirmos o quanto terceiros (bancos, financiadores, fornecedores etc.) participam do capital total da empresa: = = Exigível totalCapital de terceiros PC + PNC PC + PPNC + PLExigível total PL+Capital de terceiros Capital próprio+ 49 Marion (2022) afirma, que sem endividamento, ninguém cresce. Dívida significa origem de recursos. O ideal seria crescer com recursos dos proprietários. Sabemos que, no Brasil, não há uma vocação de injeção de recursos pelos proprietários e que o mercado de capitais (venda de ações das empresas na Bolsa de Valores), embora tenha crescido nos últimos anos, ainda é incipiente. Daí as empresas precisarem recorrer a capitais de terceiros. Indicação de leitura: MARION, José C. Contabilidade Empresarial e Gerencial: Instrumentos de Análise, Gerência e Decisão, 19th edição. Grupo GEN, 2022. Este é um livro diferenciado, que trabalha além da mecânica de escrituração e da elaboração das demonstrações financeiras: o foco é trazer compreensão dos relatórios contábeis ao leitor. SAIBA MAIS 50 4.2.2 Composição do endividamento A análise da composição do endividamento é bastante significativa: a. Endividamento a curto prazo: normalmente utilizado para financiar o Ativo Circulante. b. Endividamento a longo prazo: normalmente utilizado para financiar o Ativo Fixo. Aproporção favorável seria aquela com maior participação de dívidas a longo prazo, propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os compromissos. Expansão e modernização devem ser financiadas com recursos a longo prazo, e não com o Passivo Circulante, pois os recursos a serem gerados pela expansão e pela modernização virão a longo prazo. Se a composição do endividamento apresentar uma significativa concentração no Passivo Circulante (curto prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades em um momento de reversão de mercado (o que não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no longo prazo). (MARION, 2022, p.112). 51 Ao analisarmos a composição, estamos analisando a qualidade da dívida. Para cálculo do endividamento a curto prazo, podemos utilizar a seguinte fórmula: = = PC Exigível total PC PC + PNC PC Capital de terceiros O percentual resultante será a parte da dívida de curto prazo. 4.3 Situação econômica Uma forma de avaliar a situação econômica é observar o PL da empresa e sua variação. Evidentemente, o crescimento real do PL vem fortalecer sua situação econômica. O fortalecimento do Capital Próprio (PL) em relação ao Capital de Terceiros propicia à empresa uma posição mais sólida, não ficando vulnerável a qualquer revés que possa ocorrer no dia a dia. 52 Todo lucro obtido pela empresa pertence a seus proprietários. Por isso, o lucro não distribuído aos donos do Capital é contabilizado no PL como Lucros Acumulados [...]. (MARION, 2022, p.112). Importante salientar que, de acordo com a legislação atual, o saldo lucro não distribuído aos acionistas deve ser destinado a constituição de reservas ou capitalizados, ou seja, não é mais permitido ter saldo positivo na conta lucros acumulados. A principal fonte de fortalecimento do PL é o “bom lucro’’. Assim, a constante obtenção de resultado positivo (lucro) vem contribuir para uma situação econômica mais sólida. Não há dúvida de que o bom e constante lucro, desde que uma boa parcela seja retida (não distribuída integralmente aos proprietários), será o fator de equilíbrio e fortalecimento da situação econômico-financeira da empresa. 53 FIGURA 5: DISTRIBUIÇÃO DO LUCRO DE UMA EMPRESA ATIVO PASSIVO E PL Aplicação Capital de Terceiros Aplicação Capital Próprio (PL) Aplicação Origens Diversos Capital (Investimentos dos proprietários) Parte do lucro retido Distribuição de lucro aos proprietários (Dividendos) Lucro Fonte: Elaborado pelo autor, 2022. Melhorar a rentabilidade da empresa é, e sempre será, a meta de todo gestor. É preciso otimizar o lucro, minimizar os investimentos sem que isso implique em perda do volume de produção. A Demonstração do Resultado do Exercício 54 (DRE) é extremamente relevante para avaliar o desempenho da empresa e a eficiência dos gestores em obter resultado positivo. Vamos verificar agora os principias indicadores da situação econômica. Numa primeira etapa, queremos medir a Lucratividade da empresa, ou seja, quanto a empresa ganha a cada real vendido. Lucratividade significa medir a margem de Lucro: a. Margem Bruta = Lucro Bruto/Receita de Vendas = 4.000/10.000 = 40% b. Margem Operaciona l = Lucro Operacional/Receita de Vendas = 2.700/10.000 = 27% c. Margem Líquida = Lucro Líquido / Receita de Vendas = 1.500/10.000 = 15% Em termos de Margem Bruta, pode-se dizer que, para cada $ 1,00 vendido, $ 0,60 é custo e $ 0,40 é lucro. Em termos de Margem Operacional, pode-se dizer 55 que, para cada $ 1,00 vendido, $ 0,73 é gasto para produzir e distribuir o produto, sobrando como lucro nas operações $ 0,27. Em termos de Margem Líquida, o principal indicador, deduz-se que, a cada $ 1,00 vendido, $ 0,85 são custos e despesas gerais e $ 0,15 é lucro líquido, o que sobra para os proprietários. Numa segunda etapa, podemos medir a Rentabilidade da empresa, isto é, quanto ela foi eficiente em seus investimentos em termos de retorno, de lucro, quantos centavos a empresa obteve de lucro (retorno) a cada $ 1,00 investido: a) Rentabilidade da empresa = L. Líquido)/Ativo = 1.500/14.990 = 10% → Taxa de Retorno sobre investimento b) Rentabilidade dos empresários = L. Líquido)/PL = 1.500/7.500 = 20% → Taxa de Retorno sobre PL Do ponto de vista da empresa, cada $ 1,00 aplicado no Ativo, em média, traz um retorno de $ 0,10. Dessa forma, haveria a necessidade de 10 anos para recuperar o investimento (Ativo). Já do ponto de vista dos proprietários, para cada $ 1,00 aplicado por eles, há um retorno de $ 0,20. 56 Numa terceira etapa, podemos ainda medir a Produtividade da empresa, ou seja, quanto seus investimentos (Ativo) geram em vendas. O indicador é chamado também de Giro (ou Rotação) de Ativo. c) Produtividade (Giro do Ativo) = Vendas/Ativo = 10.000/14.990 = 0,66% Importante frisar que uma boa análise envolve o estudo dessas três situações em conjunto, sendo: Situação Financeira (Liquidez), Estrutura de capital (Endividamento) e Situação econômica (Rentabilidade) formando um grande painel de indicadores para que o analista e o tomador de decisões possam pensar e refletir, formando uma opinião sobre as situações e planejando estratégias para o futuro. 4.4 Análise vertical e horizontal As duas principais características de análise de uma empresa são a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins. 57 O montante de uma conta ou de um grupo patrimonial quando tratado isoladamente não retrata adequadamente a importância do valor apresentado e muito menos seu comportamento ao longo do tempo. Por exemplo, o total dos custos de produção, por si só, representa pouco para o analista, mas, se comparado com o montante das vendas ou com o valor desses mesmos custos levantados em outros exercícios sociais, refletirá com maior clareza sua posição. Assim, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo à posição estática das demonstrações contábeis. Esse processo de comparação, indispensável ao conhecimento da situação de uma empresa, é representado pela análise horizontal e pela análise vertical. No exemplo a seguir, temos a comparação da receita operacional líquida (ROL) da empresa WEG S.A. segmentado por região geográfica, veja: 58 FIGURA 6: RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA NO MERCADO EXTERNO POR REGIÃO GEOGRÁFICA, EM US$ AH% AH% (A) AV% (B) AV% (C) AV% (A)/(B) (A)/(C) %7,91%6,11%0,0016 608.00%0,0016 396.44%0,0017 262.91$SU me onretxE odacreM 336.683 46,8% 283.992 44,1% 260.106 43,3% 18,6% 29,4% 86.537 12,0% 72.355 11,2% 72.546 12,1% 19,6% 19,3% 174.106 24,2% 170.259 26,4% 154.484 25,7% 2,3% 12,7% 44.934 6,3% 43.890 6,8% 40.254 6,7% 2,4% 11,6% América do Norte América do Sul e Central Europa África Ásia-Pacífico 77.002 10,7% 74.197 11,5% 73.416 12,2% 3,8% 4,9% 2T22 1T22 2T21 A análise vertical busca entender qual o percentual de um determinado item dentro de um grupo. A análise horizontal foca na evolução dos resultados da empresa ao longo do tempo. Fonte: Adaptado do ITR - Informações Trimestrais - 30/06/2022 - WEG S.A. Disponível em: https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/ d/50c1bd3e-8ac6-42d9-884f-b9d69f690602/74d01821-65a5- 55ee-784e-b9d1956dfa81?origin=1 Através de uma análise horizontal, podemos perceber que houve um aumento de 11,6% da receita operacional líquida (ROL) no 2T22 em relação ao 1T22. E quando comparamos o 2T22 com o 2T21, percebemos que o aumento foi de 19,7%. 59 Já através da análise vertical, podemos evidenciar que houve um crescimento da representatividade da receita proveniente da América do Norte, quando comparamos o 2T21 (43,3%) em relação ao 2T22 (46,8%). Por meio das análises horizontal e vertical, é possível avaliar cada uma das contas ou grupo de contas das demonstraçõescontábeis de maneira rápida e simples, comparando as contas entre si e entre diferentes períodos. Isso é feito utilizando simplesmente o conceito matemático da regra de três simples. Essa técnica permite que se possa chegar a um nível de detalhes que outros instrumentos não permitem, pois é possível avaliar cada conta isoladamente. 60 A análise horizontal (AH) relaciona cada item de um demonstrativo financeiro com o mesmo item apurado em exercício passado (período-base), revelando a evolução de seus valores. A AH permite avaliar o desempenho passado da empresa e traçar uma tendência futura. A análise vertical (AV) destaca a participação de cada conta em relação a um total comparável do demonstrativo financeiro. Por exemplo, a base 100% é o total do ativo; no demonstrativo de resultados costuma-se usar a receita líquida de vendas como base da análise vertical. FIQUE ATENTO!