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Patrimônio Histórico Cultural Brasileiro

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL 
BRASILEIRO
PATRIMÔNIO: ORIGEM E CONCEITOS
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Familiarizar-se com as trajetórias pelas quais a noção da palavra “patrimônio” tem passado;
2. Alcançar a noção de patrimônio a que chegou o termo no século XIX, nos gabinetes de coleções.
A diversidade cultural tem despertado grande interesse na área do Turismo. À guisa de introdução, nada mais
justo do que verificarmos a noção romana de patrimônio (patrimonium), a abordagem publicista religiosa do
patrimônio na Idade Média e os conceitos desenvolvidos posteriormente pelo modelo britânico e pelo francês,
chegando aos gabinetes de coleções no século XIX. Dessa forma, apoderando-se do conceito de patrimônio, o
caminho estará livre para que o conteúdo das próximas aulas seja descortinado.
1 Origem do patrimônio
Desde suas concepções primevas, a palavra patrimônio vem passando por reformulações. Sua origem está no
latim, língua na qual patrimonium servia para designar (entre os antigos romanos) tudo aquilo que pertencia ao
pai (pater ou pater familias, pai de família).
Pelo fato de a sociedade romana daquela época ser diferente da nossa, o termo família encapsulava tudo aquilo
que estivesse sob o domínio do senhor (mulher, filhos, escravos, bens móveis e imóveis, incluindo animais).
Nesse sentido, pois, patrimonium era o que podia ser deixado por testamento, hereditariamente (inclusive, as
pessoas).
Dessa forma, a noção de patrimônio nasceu atrelada ao universo do cotidiano privado da aristocracia romana,
uma vez que a maioria dessa sociedade não era dona de propriedades, nem de escravos. Logo, era destituída de
patrimonium.
Isso posto, vê-se que o patrimônio era algo privado e aristocrático, próprio da elite patriarcal romana. Por
conseguinte, não existia o conceito de patrimônio público. Diz-se que todas as esculturas gregas que os
magistrados romanos colecionavam em suas casas, por exemplo, representavam um patrimônio patriarcal,
individual e restrito da aristocracia.
2 O patrimônio na Idade Média
Durante a Idade Média (sobretudo entre os séculos VI e XV), sob influência do cristianismo divulgado pela Igreja,
o caráter aristocrático da noção de patrimônio ganhou um novo contorno (simbólico e coletivo): o religioso.
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Isso influenciou, anos mais tarde, a valorização tanto dos lugares e dos objetos religiosos, como dos rituais
coletivos, porque as pessoas comuns da Idade Média atribuíram um sentido de patrimônio muito próprio ao
culto dos santos e às relíquias.
Nas igrejas, os fiéis acorriam para professar sua fé. Esse fenômeno propiciou o início de viagens e hospedagens
ligadas ao sentimento religioso, o que seria uma ancestralidade da noção de visitação pública contemporânea.
Com o fito de ainda controlar o aspecto popular que a noção de patrimônio estava ganhando, a elite aristocrática
da época monumentalizou as igrejas e criou catedrais, que exerceram influência de monta no mundo físico e no
espiritual. Destarte, a catedral (embora patrimônio coletivo) continuava sendo aristocrática, uma vez que era a
sede da cátedra do bispo, autoridade máxima.
Mais tarde, o Renascimento foi responsável por estender a noção de patrimônio. Embora o caráter aristocrático
no termo em estudo ainda se mantivesse, os humanistas buscaram substituir o teocentrismo existente por
valores humanos, resgatados da Antiguidade grega e romana. Os humanistas passaram a enaltecer, pois, obras
antigas e a colecionar objetos e vestígios da Antiguidade.
3 O surgimento da imprensa
A invenção da imprensa contribuiu para os objetivos desse grupo de pessoas, pois se multiplicaram as edições de
obras clássicas, tanto na língua original, quanto nas traduzidas, o que popularizou a informação. Não somente
moedas, inscrições em pedra, vasos de cerâmica, estátuas em mármore e em metal eram objetos de estudo dos
humanistas, mas também os vestígios de edifícios.
Foi a partir daí que se fundou o que viria a ser o Antiquariado em toda a Europa. Com os Antiquariados, os então
colecionadores de antiguidades moldaram uma das faces do patrimônio moderno. O conceito de museu ainda
não existia até o século XVIII. Portanto, a possibilidade de visitação pública dependia exclusivamente da
benevolência dos proprietários.
4 O surgimento da imprensa
As coleções misturavam curiosidades, peças artísticas e preciosas ao lado de objetos grotescos. A preservação
dessas peças ficava vinculada exclusivamente ao gosto dos proprietários, o que não implicava cuidado com o
bem público, porque esse conceito ainda não tinha sido formulado com clareza.
5 Restauração dos monumentos
As estruturas romanas encontradas em escavações foram restauradas segundo critérios de reintegração e
consolidação. Quando havia necessidade de elementos novos serem adotados, seguia-se o padrão da
originalidade, para não se incorrer em mimetizações (imitações). Esse critério, no entanto, não era via de regra a
outras nacionalidades no tocante a restaurações.
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Podemos exemplificar essa concepção com a presença dos monumentos nacionais, que se constituem
Patrimônio. Apesar de a ideia de monumentos remeterem-se à origem latina de memória, modernamente uma
edificação (ou construção) pode ser tomada também com um valor de bem nacional, tendo em vista que (co)
memora a grandiosidade de determinado país.
Cabe, no entanto, ressaltar que, originalmente, os monumentos já eram intencionais, pois perpetuariam a
memória de um fato, de uma pessoa ou de um povo. Essa concepção pode ser encontrada em civilizações antigas,
como a dos egípcios e seus obeliscos. Contudo, em um tempo em que se desejava incutir no povo a noção de
cidadania e de pertencimento, cabia atribuir valor patrimonial ao monumento físic
6 Comissão pela preservação
Durante as violências e as lutas civis da revolução Francesa, foi estabelecida uma comissão responsável pela
preservação dos monumentos nacionais representativos dessa nação e de sua cultura. Cabe salientar, contudo,
que os revolucionários avaliavam os benefícios do patrimônio por meio do lucro que dele se poderia obter pela
contemplação dos possíveis viajantes.
7 Sistemas jurídicos
Ainda sobre os Estados nacionais, importa salientar que dois grandes sistemas jurídicos distintos ajudaram a
consolidar as bases do sentido de patrimônio:
Uma vez comparados os dois sistemas, percebe-se que o conceito de propriedade era bastante diferente nesses
dois modelos jurídicos, e isso repercutiu diretamente na conceituação de patrimônio.
Saiba mais
Para essa aula, sugerimos que acesse:
Os museus e o patrimônio histórico: uma relação complexa
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742008000200005
Herança, sacralidade e poder: sobre as diferentes categorias do patrimônio histórico e cultural
no Brasil
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832005000100009&script=sci_arttext
Museu e patrimônio, patrimonialização e musealização: ambiência de comunhão
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os seguintes assuntos:
•Unesco, Iphan e critérios para reconhecimento de bens patrimoniais.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Familiarizou-se com as trajetórias pelas quais a noção da palavra "patrimônio" tem passado;
• Alcançou a noção de patrimônio a que chegou o termo no século XIX, nos gabinetes de coleções.
Museu e patrimônio, patrimonialização e musealização: ambiência de comunhão
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222012000100004
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