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UNESC – FACULDADES INTEGRADAS DE CACOAL
GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA
Laura Rayssa Soares Krugel
EFEITOS DA DIGESTÃO DO ÁLCOOL NO ORGANISMO 
Cacoal – RO
2019
Laura Krugel
EFEITOS DA DIGESTÃO DO ÁLCOOL NO ORGANISMO
Atividade apresentada à UNESC – Faculdades Integradas de Cacoal, como requisito para obtenção de nota e conhecimento sobre o assunto
Doscente: Helem Mitissi Gutierrez
Cacoal – RO
2019
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	DESENVOLVIMENTO	5
2.1. SISTEMA DIGESTÓRIO........................................................ .....................................5
2.2 FÍGADO................................................................................ .........................................6
2.3 DIABETES .................................................................................. ..................................7
2.4 RINS ................................................................................. .............................................7
2.5 SISTEMA NERVOSO................................................................ ...................................7
2.6 SISTEMA CARDIOVASCULAR..................................................................................9
2.7 SISTEMA RESPIRATÓRIO.................................. ............. ........................................10
2.8 SISTEMA IMUNE........................................................................................................10
2.9 CÂNCER.......................................................................................................................11
2.10 ABUSO DO ÁLCOOL................................................................................................11
2.10.1 EFEITOS À LONGO PRAZO......................................................................11
2.10.1.1 EFEITOS FÍSICOS......................................................................11
2.10.1.2 EFEITOS SOCIAIS E EMOCIONAIS........................................12
2.11 BENEFÍCIOS....................................................................................12
2.12 REPRODUÇÃO................................................................................13
2.13 GESTAÇÃO......................................................................................13
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................................15
4.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	.16
introdução
Alguns minutos após a ingestão de uma bebida alcoólica, que pode depender da quantidade ingerida em certo período de tempo, sexo, quantidade de comida no estômago, a massa corporal e metabolismo do indivíduo, parte do álcool é absorvido pela mucosa da boca, passa pelo esôfago, onde se direciona ao estômago e intestino delgado e cai na corrente sanguínea. As moléculas de álcool são pequenas e solúveis; isso significa que elas chegam muito rapidamente a todos os outros tecidos (aproximadamente entre 15 a 60 minutos), (fígado, pâncreas, rins, cérebro e coração), até começar a ser eliminado através do suor, saliva, urina e respiração. Em 1 hora tem sua absorção quase que completa (90%), mas só é eliminado após 6 ou 8 horas.
A dependência da bebida alcoólica traz consequências, como por exemplo: pancreatite, cirrose, cardiopatia, hipertensão, úlcera, problemas psicológicos de memória, depressão, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, insônia, alteração comportamental, incoordenação motora, prejuízo das funções sensoriais, reflexos lentos, sonolência, prejuízo das capacidades de raciocínio e concentração, náuseas, vômitos, diplopia, coma, hipotermia e morte por parada respiratória.
Há várias menções da associação do álcool à outras substâncias, sejam elas psicotrópicas ou medicamentosas (cocaína, maconha, anti-histamínicos, tranquilizantes...). Acredita-se que o álcool desvie a atenção do usuário ao consumo de tabaco e estimule esse uso. Fora que, sua associação pode levar à morte.
Estudos científicos têm mencionado a relação entre o uso moderado, com poucas quantidades de álcool e a diminuição da taxa de mortalidade geral, o que sugere um possível efeito benéfico desse uso sobre a saúde. A redução de risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, artrite e asma são alguns deles, junto com a melhora do quadro de diabetes e o aumento do nível de HDL. Dependendo do organismo e vários outros aspectos, variando de indivíduo para indivíduo.
Desevolvimento
Fala arrastada, sonolência e alterações na visão e audição são os primeiros efeitos do etanol ao atingir o sistema nervoso, iniciando a etapa depressora. Também há desregulação da produção de glutamina, um estimulante natural do organismo. Isso agita o cérebro, impedindo um sono profundo e reparador. Neurotransmissores, responsáveis por captar estímulos como luz e sons, são inibidos. Quando o efeito passa, ficam superestimulados e a pessoa fica mais sensível. O coma alcoólico acontece em resposta à depressão do SNC, que é cada vez maior à medida que se consome a bebida alcoólica. O cérebro deprimido pela bebida alcoólica, pode deixar de enviar impulsos aos órgãos, levando à parada respiratória. Os danos podem ser irreversíveis, levando a pessoa à morte. A sensação de crânio pesado e dolorido ocorre, principalmente, devido à ação depressora e a efeitos decorrentes do etanol, que dilata as vias circulatórias do cérebro, provocando a dor de cabeça. O etanol é um agente irritante da mucosa e aumenta a produção dos ácidos digestivos, o que provoca tais sensações desagradáveis, como azia, queimações, náuseas e vômito. Por acidificar o intestino e afetar a flora, podendo haver diarreia. O etanol inibe o sistema de controle da retenção hídrica pelos rins, sendo que, após o consumo, o corpo eliminará muito líquido pela urina e pode até ficar desidratado. Também é notado que o indivíduo fica corado, isso se dá pelo aumenta o fluxo sanguíneo da pele. Como o álcool é excretado também pela pele, o suor faz com que o calor do corpo seja perdido, e a temperatura pode cair abaixo do normal. Reduz o fluxo sanguíneo dos músculos, podendo causar dores musculares. 
2.1. SISTEMA DIGESTÓRIO
 Quando uma pessoa ingere bebida alcoólica, a absorção das moléculas de etanol começa na mucosa da boca onde pode causar prejuízos mesmo em poucas quantidades. Ao nível do esôfago causa varizes, que pode induzir hemorragia e rasgadura na ligação entre o esôfago e o estômago, sendo muitas vezes fatal; cerca de 20% do álcool é absorvido no estômago entre 30 e 90 minutos, podendo provocar gastrite aguda, enjoo, vômitos e perda de peso; e 80% é absorvido pelo intestino delgado, podendo causar síndrome de má absorção. Quanto mais gordura houver no intestino, mais lenta se tornará a absorção, pela alta dificuldade do álcool em se degradar em gordura. A presença de alimentos no intestino lentifica a absorção do álcool.
O uso do álcool, a longo prazo traz riscos a todo sistema digestório causando desde lesões, inflamações até mesmo câncer de boca, faringe e laringe.
Um dos órgãos prejudicados é o pâncreas. A pancreatite crônica é causada principalmente pelo consumo de álcool prolongado. A doença é caracterizada pela destruição do parênquima glandular e substituição por tecido conjuntivo causando fibrose, atrofia glandular e dilatação. Ou seja, é a destruição do órgão pelos próprios sucos digestivos.
2.2 FÍGADO
O álcool passa pelo fígado, que tem dentre as suas demais funções a de metabolizar e excretar substâncias tóxicas, realizando uma filtração de substâncias nocivas, sendo uma delas o álcool. Este órgão é o mais afetado pela ingestão de álcool, pois ele é responsável por metabolizar 90% dessa substância, ficando propenso a danos e doenças como a cirrose, que é uma doença grave do fígado, irreversível e fatal, sendo a principal causa o uso excessivo de álcool. Sua manifestação ocorre em virtude de um processo progressivo de inflamação, assim, quando nódulos e fibrose substituem o tecido hepático, bloqueando a circulação sanguínea.
Nofígado, o álcool começa a ser transformado em substâncias diferentes, como: acetaldeído, que depois é convertido em acetato por outras enzimas, e será eliminado pelos rins, e as que eventualmente voltam ao fígado acabam sendo transformadas em água e gás carbônico e serão expelidas pelos pulmões. Mas ele só é capaz de metabolizar certa quantidade e álcool (aproximadamente uma latinha de cerveja) por hora, assim, um valor excedente a essa medida intoxica o organismo, resultando na embriaguez. Isso significa que há muito álcool circulando e agindo sobre o sistema nervoso além dos outros órgãos. Como a quantidade de enzimas é regulável, um indivíduo com uso contínuo de álcool acima das necessidades estará produzindo mais enzimas metabolizadoras do álcool, tornando-se assim mais “tolerante’’. À medida que o indivíduo continua a beber, a quantidade de acetaldeído presente em seu corpo continua a se acumular. 
Associadas ao consumo de álcool, a obesidade e a exposição a drogas e outras substâncias apresentam riscos adicionais ao desenvolvimento de doenças hepáticas. Em função desses múltiplos fatores interferentes, os níveis seguros de consumo de álcool, em relação às doenças hepáticas, têm variado de forma significativa entre os indivíduos. Essa substância enfraquece o órgão, que começa a acumular gordura e incha; um único episódio abusivo de álcool (porre) pode causar hepatite aguda, e consequentemente à morte do indivíduo. 
2.4 DIABETES
Com o aumento da ingestão de álcool, existirá uma queda da quantidade de glicose, devido à perda da capacidade do fígado de produzir esta substância pois, após a entrada do álcool no tecido hepático, este não mais produzirá glicose até que ele seja eliminado do organismo. Em pacientes diabéticos, pode provocar níveis baixos de glicose, o que caracterizará um quadro de hipoglicemia. Nestes pacientes, a grande quantidade de calorias do álcool pode ser um problema para controlar os níveis de glicose, mesmo com dieta e exercícios.
2.4 RINS
Os rins são responsáveis pela filtração final do etanol, apenas 6%. Mas quando a dose ingerida é muito alta, essa substância altera a capacidade dos rins de filtrá-la do organismo, causando uma alteração dos hormônios que controlam a pressão arterial, resultando em uma hipertensão.
A concentração de íons de hidrogênio, ou equilíbrio ácido-base, é vital para as reações metabólicas. Se esse equilíbrio for interrompido pelo álcool, pode causar níveis baixos de fosfatos, induzindo à hiperventilação e baixa acidez.
Os eletrólitos são afetados pelo consumo de álcool, o que leva a uma disfunção celular. As células são dependentes de níveis estáveis de eletrólitos. Quando esses níveis são interrompidos, o cérebro tem dificuldade de regular os processos corporais, e as modificações do comportamento ocorrem.
A pressão sanguínea pode aumentar a um nível não saudável com o consumo de álcool, podendo causar uma doença renal crônica, chamada de nefropatia hipertensiva. Além da hipertensão, o álcool tem uma grande quantidade de calorias, que pode levar a um ganho de peso, que contribui para elevação da pressão arterial.
Esse consumo pode aumentar a diurese em indivíduos normais por causa da hiperglicemia causada pelo uso do etanol como fonte de energia e, portanto, do aumento da glicose não usada na corrente sanguínea. 
2.5 SISTEMA NERVOSO
Chegando ao cérebro, o efeito do etanol é primeiramente excitatório, liberando serotonina, um neurotransmissor associado à alegria e satisfação, sendo que as pessoas ficam desinibidas e até mais corajosas. Em consequência, a dopamina - um neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar - atinge níveis cada vez mais altos, promovendo uma sensação de euforia, felicidade, característica do consumo excessivo do álcool, porém, essa sensação é relativa.
 No entanto, passado esse primeiro momento, se o indivíduo continuar bebendo, a sensação de euforia logo dará lugar a outra emoção. O álcool acaba interferindo na comunicação entre as células nervosas e outras células, impedindo as atividades das vias nervosas excitantes e aumentando as inibidoras. Começa a ser sentido o efeito de outro neurotransmissor, responsável por estimular o sistema GABA (ácido gama-aminobutírico), principal inibitório do SNC. Em consequência, a ansiedade é diminuída e a sensação de sono aumenta. 
O grande problema está na desestabilização do sistema cerebral. Esse funcionamento anormal resultará em alterações do comportamento, pois o controle do sistema racional não está eficiente.
A perda da racionalidade acaba por comprometer a capacidade de julgamento. O tempo de resposta aos estímulos físicos, visuais e auditivos aumenta muito, todos os reflexos e pensamentos estão alterados. Além de aumentar o risco para acidentes.
Por causa dos danos a todos os nervos e células nervosas, uma pessoa que consome álcool rotineiramente terá desde alterações nas emoções e no humor, dificuldade em realizar movimentos finos, reflexos cada vez mais lentos, perda do equilíbrio e da coordenação motora, até danos considerados permanentes na memória. Intensificar um inibidor tem o efeito de fazer as coisas lentamente, como os de uma pessoa bêbada. A glutamina é um neurotransmissor excitativo enfraquecido pelo álcool. Fazendo que neurotransmissores excitativos fiquem menos eficazes. O álcool faz isso interagindo com os receptores nas células receptoras nessas vias.
Os centros cerebrais que ele atua variam de baixa a alta ordem. Dependendo da CAS (Concentração de Álcool no Sangue) os centros são diferentemente afetados. Os centros de alta ordem são mais sensíveis que os de baixa. E quanto mais a CAS aumenta, mas centros cerebrais são afetados. A ordem afetada é: Córtex Cerebral, Sistema límbico, Cerebelo, Hipotálamo e Hipófise e medula. 
No córtex, o álcool enfraquece os centros inibidores de comportamento, assim, o indivíduo torna-se mais falante, autoconfiante desinibido. O processo de inflamação dos sentidos fica mais lento, causando lentidão na pessoa, junto de problemas de visão, audição, olfato, tato e paladar. Os processos cognitivos também são afetados, assim, o bom senso e a clareza deixam de ser utilizados. 
Com o sistema límbico sendo afetado, a pessoa está sujeita a exagerar nos estados de emoção e perda de memória. 
O cerebelo também é afetado, resultando na perda de equilíbrio.
O álcool tem dois efeitos no hipotálamo e na hipófise, que influenciam sexualmente e na excreção urinária: Enfraquece os centros que controlam a excitação sexual, a aumentando diminuindo o desempenho; e na secreção hipofisária do hormônio antidiurético (HAD), que age nos rins para reabsorver água, diminuindo a circulação desse hormônio, resultando na não reabsorção da água, fazendo com que os rins produzam mais urina.
A medida que o álcool começa a influenciar os centros superiores na medula, como formação reticular, o indivíduo começa a ficar sonolento e pode eventualmente se tornar inconsciente à medida que a CAS aumenta. Se ela ficar alta o suficiente para influenciar os centros da respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura, a pessoa respira lentamente ou para de respirar completamente, e tanto a pressão sanguínea como a temperatura do corpo cairão, sendo fatal.
A intoxicação do tecido nervoso pelo álcool induz elevado risco de derrames, ainda, pode causar loucura alcoólica, semelhante ao mal de Alzheimer, tendo como sintomas perda de memória, diminuição progressiva da coordenação motora e alterações de humor, hipersensibilidade, dormência, formigamento nos membros superiores e inferiores com enfraquecimento progressivo e atrofia dos grupos musculares. O álcool induz ao estado de euforia patológica, depressão, estado de ansiedade na abstinência alcoólica, delírios e alucinações, perda de memória e comportamento desajustado. Resultados de necropsia revelam que pessoas alcoolistas têm o cérebro menor, mais leve e encolhido, sendo as áreas mais afetadas o cerebelo que é responsável pela coordenação motora e o córtex pré-frontal, região responsável pelo intelecto.O uso abusivo e prolongado de álcool está associado à ocorrência de demências, desordem mais comum que afeta o idoso, sendo o sexo, o nível de escolaridade, a dieta e os fatores vasculares como fatores de risco relevantes.
2.6 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Em alguns casos, o consumo de etanol eleva o ritmo dos batimentos cardíacos e a pressão arterial; ou o coração fica mais fraco e bombeia o sangue com maior dificuldade. Ambas as situações podem resultar em arritmias, derrames, enfraquecimento progressivo, evoluindo para uma atrofia e causar hipertensão. Em relação ao tecido sanguíneo, costuma promover anemia e alterações nos leucócitos e plaquetas, o que favorece hemorragia. Esses riscos estão relacionados a usuários pesados do álcool, ligando-se a danos ao miocárdio e aos efeitos da substância sobre os reflexos vagais, à condução do impulso nervoso e do tempo refratário e às possíveis influências sobre o papel das catecolaminas e do acetaldeído. Uma das arritmias já bastante conhecida é a síndrome Holiday Heart, decorrente do abuso agudo de álcool. Trata-se de uma síndrome que o funcionamento cardíaco é inadequado para o atendimento das reais necessidades do corpo, gerando o quadro clínico correspondente à insuficiência cardíaca congestiva, que pode se complicar devido ao desenvolvimento de edema agudo de pulmão e de choque cardiogênico. Nessa situação, o padrão mais comum é o da cardiomiopatia dilatada. O risco ao acontecimento de insuficiência cardíaca está aumentado entre usuários pesados de álcool. As propriedades cardioprotetoras do uso moderado têm sido continuamente estudadas.
2.7 SISTEMA RESPIRATÓRIO
 A relação entre o sistema respiratório e o consumo de álcool, se dá devido a uma parte do álcool (8%) ser eliminado pelos pulmões e brônquios provocando irritações nesses órgãos. O etanol apresenta um papel patogênico no desenvolvimento de várias doenças das vias aéreas.
2.8 SISTEMA IMUNE
O consumo de álcool também interfere na imunidade, diminuindo a atividade dos linfócitos. O uso prolongado retarda as funções do sistema imunológico que resulta em uma maior propensão para doenças infecciosas, levando assim os alcoólicos a apresentarem maior prevalência de infecções bacterianas e virais, como pneumonia, tuberculose e mesmo o câncer.
Em alguns estudos, foi notado a ocorrência de estado pró-inflamatório precoce nos primeiros minutos após a ingestão, caracterizado por aumento no número de leucócitos circulantes e resposta inflamatória na produção de citocinas. Algumas horas depois, ocorreu o estado anti-inflamatório, com diminuição e alteração dos tipos de leucócitos circulantes e resposta anti-inflamatória na produção de citocinas. Um único episódio de intoxicação alcoólica exerce efeitos sobre o sistema imunológico, causando alteração bifásica, ou seja, ocorre um estado pró- inflamatório, seguido por um anti-inflamatório. As vítimas de traumas e acidentes com elevada concentração de álcool no sangue tem maior exposição aos ativadores de inflamação de próprio organismo e aos agentes infecciosos, sendo um risco adicional à saúde.
2.9 CÂNCER
Mundialmente, o consumo de álcool é responsável pela incidência de 5,2% dos casos de câncer entre homens e 1,7% entre as mulheres, relação que necessita de longo prazo para se desenvolver. Especialmente entre as mulheres, estima-se que 60% da incidência de câncer associada ao uso de álcool tenha incidido na forma de câncer de mama. Uma forte associação do uso de álcool à incidência de câncer no trato digestivo superior tem sido evidenciada. A mudança de padrão de consumo, de pesado a moderado, pouco influencia em seu desenvolvimento, mas, por outro lado, se os abstêmios assumissem um uso moderado de álcool, a incidência de câncer aumentaria de forma desmedida. 
2.10 ABUSO DO ÁLCOOL
A tolerância do corpo aumentada envolve mudanças, como o aumento no nível das enzimas do fígado que são usadas para quebrar o álcool e o aumento da atividade cerebral e dos neurônios do sistema nervoso.
Os níveis de álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase, enzimas metabolizadoras, no fígado aumenta em resposta à longa exposição ao álcool. Isso significa que o corpo se torna mais eficiente na eliminação de altos níveis de álcool no sangue. Entretanto, isso também significa que a pessoa deve beber mais álcool para experimentar os mesmos efeitos anteriores, o que leva a beber e contribuem para o vício.
As substâncias químicas e funções elétricas normais das células nervosas aumentam para compensar pelos efeitos da exposição do álcool. Essa atividade nervosa aumentada ajuda as pessoas a funcionarem normalmente com uma CAS alta; entretanto, isso também as deixa irritadas quando não bebem. Além disso, a atividade nervosa aumentada pode fazer com que elas necessitem do álcool. 
2.10.1 EFEITOS À LONGO PRAZO
2.10.1.1 EFEITOS FÍSICOS
Inclui-se a perda de apetite, deficiência vitamínica e atividade aumentada do fígado causando cirrose; as células cerebrais em vários centros morrem, reduzindo a massa encefálica total; úlceras estomacais e intestinais podem se formar, incluindo irritação e degeneração das partes internas desses órgãos; aumento da pressão sanguínea à medida que o coração compensa a redução inicial da pressão sanguínea causada pelo álcool; a produção de esperma diminui por causa da redução da secreção hormonal sexual do hipotálamo e, possivelmente, pelos efeitos diretos do álcool nos exames.
2.10.1.2 EFEITOS SOCIAIS E MOCIONAIS
O abuso e a dependência do álcool causam problemas emocionais e sociais. Como o álcool afeta os centros emocionais no sistema límbico, os alcoólicos se tornam ansiosos, depressivos e até mesmo suicidas. Os efeitos emocionas e físicos podem contribuir para problemas conjugais e familiares, incluindo violência doméstica, bem como problemas relacionados ao trabalho, como faltas excessivas e fraco desempenho.
Ao contrário do que muitos pensam, o alcoolismo é uma doença, não um vício, e atinge 10% da população que ingere bebida alcoólica. Sendo inclusa a variação da genética, uma vez que o alcoólico já nasce com uma predisposição para a doença, o ambiente em que se situa e condições psicológicas do indivíduo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera o alcoolismo uma doença tão terrível e fatal que é inclusa junto ao câncer e distúrbios cardíacos, os flagelos que mais matam no mundo, levando seu portador à loucura e morte prematura.
2.11 BENEFÍCIOS 
A ingestão de quantidades moderadas de vinho (uma taça ao dia) pelos habitantes da região do mediterrâneo mostrou uma longevidade maior desta população, quando comparada a de outros povos. Porém, os benefícios são relativos entre cada indivíduo.
Estudos epidemiológicos têm demonstrado redução de mortalidade por infarto agudo do miocárdio e doenças coronarianas entre bebedores moderados, apontando o efeito cardioprotetor do álcool em que o tipo de bebida é fator relevante. Embora esse efeito tenha sido observado nos tipos mais comuns de bebida (vinho, cerveja e destilados), parece ser mais expressivo entre os bebedores de vinho e menos entre os bebedores de destilados. Além disso, os efeitos benéficos do álcool são influenciados pelo padrão de uso e pelas características pessoais do consumidor.
. Além de diminuir a incidência de doenças cardiovasculares, há evidências científicas de que o consumo moderado pode reduzir o risco de sua progressão entre indivíduos que já as possuam, como pacientes com doenças coronarianas. Assim, comparado a indivíduos abstêmios, o uso leve a moderado de álcool parece reduzir o risco de ocorrência de eventos cardiovasculares em sujeitos com hipertensão, diabete e outras doenças cardíacas. Os efeitos benéficos do consumo moderado de álcool estendem-se a outras condições, como diabete tipo II e funcionamento cognitivo.
Em modelos experimentais, distintos mecanismos biológicos têm sido sugeridos e descritos para explicar os efeitos benéficos do álcool, entre os quais se destacam as mudanças do perfil plasmático de lipídeos, especialmente relacionado ao aumento do nível dalipoproteína de alta densidade (HDL) e seus subtipos. Esses resultados têm sido corroborados por estudos analisando os fatores cardioprotetores sobre a incidência de doenças coronarianas, destacando-se diferentes mecanismos, como: aumento do nível do HDL plasmático, especialmente dos subtipos HDL2 e HDL3, que possibilitariam a redução do acúmulo de colesterol nas paredes dos vasos sanguíneos e a diminuição da oxidação da LDL (lipoproteína de baixa densidade); diminuição dos mecanismos de coagulação sanguínea; redução do estresse ou efeitos ansiolíticos.
Contudo, a ação conjunta de mudanças de funções vasculares, miocárdicas, hemostáticas e endoteliais parece contribuir para a redução do risco global da incidência de eventos cardiovasculares, incluindo diminuição da agregação plaquetária, fibrinólise, inflamação e uma série de outros fatores.
2.12 REPRODUÇÃO
O abuso da ingestão de bebidas alcoólicas traz efeitos negativos na reprodução e fertilidade feminina e masculina interferindo na sexualidade de ambos, afetando diretamente o sistema reprodutor tanto do homem quanto da mulher. Nos homens pode reduzir a quantidade do hormônio testosterona e de espermatozoide, o uso crônico pode causar impotência e afetar o desempenho sexual, sendo a produção de espermatozoide e de hormônios afetada diretamente. Na mulher o álcool pode causar uma alteração no funcionamento normal do sistema regulador cerebral responsável pela produção dos hormônios femininos, levando alterações no ciclo menstrual e falha na ovulação e defeito da fase lútea.
1.13 GESTAÇÃO
A ingestão de álcool na gestação afeta diretamente o feto pois é comprovado que em menos de 1 hora após a mãe ter ingerido, a quantidade de álcool no sangue fetal iguala-se à CAS da mãe provocando alterações físicas e mentais. O álcool é uma substância com livre passagem pela placenta e, portanto, livre passagem para o feto. O fígado do bebê que está em formação metaboliza o álcool duas vezes mais lentamente que o fígado da sua mãe, isto é, o álcool permanece por mais tempo no organismo do bebê do que da gestante.
 Nesse sentido, como o álcool intoxica principalmente organismos muito jovens, mulheres que bebem durante a gravidez têm uma incidência maior de parto prematuro, acelerado ou abortos retidos e espontâneos.
A síndrome fetal alcoólica é um dos casos mais bem estudados e documentados de efeito teratogênico (deformidades neonatais). Trata-se de um conjunto de sintomas que incluem deficiência de crescimento pré-natal e pós-natal, microcefalia em decorrência dos danos ao tecido cerebral causados pela exposição do concepto ao álcool, retardo mental e face característica, que inclui fissuras palpebrais curtas, nariz achatado e, arcada dentária pouco desenvolvida. Anomalias cardíacas também podem ocorrer. A microcefalia é. 
A deficiência no crescimento pós-natal é marcante no início da infância e frequentemente está associada a vômitos. Problemas no desenvolvimento da fala e da linguagem são comuns em crianças mais velhas. Distúrbios comportamentais estão presentes nos portadores e incluem hiperatividade e reduzida capacidade de atenção, o que contribui para baixa potencialidade de aprendizagem. Graus menores de consumo de álcool durante a gestação estão associados a deficiências no crescimento intrauterino, anormalidades neurológicas e comportamentais e alto risco de incidência de anomalias congênitas nas extremidades do corpo e no trato urogenital. Já foram relatados casos de recém-nascidos com síndrome de abstinência alcoólica, nascidos de mães que estavam intoxicadas pelo álcool na época do parto. Os efeitos adversos do álcool relacionam-se ao estágio em que o concepto é exposto a ele e à quantidade de álcool ingerida pela gestante. Ainda não há, nenhum estudo que estipule uma “quantidade segura” de álcool que possa ser ingerida pela gestante sem comprometer a saúde do bebê. 
O continuum dos déficits decorrentes desse consumo é conhecido como Desordem do Espectro Alcoólico Fetal (DEAF), onde crianças e adolescentes apresentam sérias modificações estruturais encefálicas, acarretando déficit do desenvolvimento e da organização saudável do sistema nervoso, o que poderia fundamentar a incidência dos déficits cognitivos, emocionais e psiquiátricos comumente relatados; destacando-se também a SAF (Síndrome do Anticorpo anti-Fosfolipídico), condição irreversível, evidenciada por danos neurológicos irreversíveis, retardo do crescimento e malformações do corpo, especialmente faciais. Cognitivamente, crianças expostas ao consumo de álcool durante a gestação são mais impulsivas e apresentam, especificamente, déficits de atenção e de memória mais exacerbados entre as crianças cujas progenitoras fizeram consumo pesado de álcool. Da mesma maneira, esse padrão de consumo de álcool durante a gestação aumenta os riscos de desenvolvimento de doenças psiquiátricas na fase adulta, sejam transtornos de personalidade ou transtornos relacionados ao uso de álcool ou de outras substâncias. Pesquisas em crianças com comportamento inadequado apontaram que apenas uma dose semanal de álcool pela mãe na gestação dos mesmos já era suficiente para ocasionar alterações comportamental na infância. Ainda, conforme essa pesquisa, as crianças expostas ao álcool apresentaram, em relação às não-expostas, um risco 3,2 vezes maior de serem agressivas. 
A Organização Mundial da Saúde estima que a cada ano 12 mil bebês no mundo nascem com a Síndrome Fetal do Álcool ou Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF) ou 2,2 de cada mil nascimentos vivos.
3. CONCLUSÃO
A ingestão de álcool traz tantos malefícios quanto benefícios. Os efeitos à longo e curto prazo, variando de indivíduo para indivíduo e vários outros aspectos, traz prejuízos físicos, fisiológicos e patológicos à órgãos e tecidos do corpo humano e causa efeitos negativos na vida socioemocional do bebedor. 
A dependência da bebida alcoólica traz consequências que podem evoluir ao óbito, além da possível associação à outras drogas. Um órgão comprometido pode desencadear vários outros problemas a outros, já que funcionam como um complexo conjunto. Além dos afetados indiretos, como família, profissão, e relações interpessoais, gestantes podem comprometer a vida do feto gerado e que pode acarretar uma futura vida extremamente complexada. 
Os efeitos positivos ainda estão sendo analisados, mas ainda há brechas que deixam questionamentos pendentes. Diante disso, o recomendado é analisar bem a quantidade de álcool ingerida pra que a integridade física e psicológica do indivíduo e das pessoas ao redor não seja afetada negativamente. Beber sempre com moderação e consciência é o passo principal para uma vida saudável e a ingestão conveniente, uma vez que o indivíduo precisa estar atento à CAS e seus efeitos para que possa mantendo um limite sadio sem deixar completamente de lado o prazer pessoal do etanol e evitar chegar ao vício.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/3307-o-alcool-no-organismo-parte-1.html
http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/3307-o-alcool-no-organismo-parte-2.html
http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/3307-o-alcool-no-organismo-parte-3.html
http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/3307-o-alcool-no-organismo-parte-4.html
http://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/5308-%C3%A1lcool-e-o-c%C3%A2ncer.html
http://www.oarquivo.com.br/variedades/curiosidades/3022-como-funciona-o-bafometro-e-outros-dispositivos-para-medicao-de-alccol-no-sangue.html
http://www.cisa.org.br/artigo/6588/efeitos-beber-pesado-no-sistema-imunologico.php
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/12/cerca-de-90-do-alcool-e-absorvido-na-1-hora-e-eliminacao-leva-ate-8h.html
https://www.minhavida.com.br/saude/noticias/14128-exagerar-no-alcool-aumenta-as-chances-de-cancer-de-pulmao
http://www.inefro.com.br/o-alcool-e-os-rins/
https://www.minhavida.com.br/saude/materias/13014-saiba-como-cada-parte-do-seu-corpo-sofre-com-o-excesso-de-alcool
https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/alcoolhttps://noticias.uol.com.br/saude/infograficos/2013/02/13/saiba-como-funciona-a-ressaca.htm
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-o-organismo-reage-ao-alcool/
https://www.boaconsulta.com/blog/saiba-os-efeitos-do-alcool-no-organismo/
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_unioeste_cien_artigo_darci_eichlt.pdf
https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/acao-e-efeitos-do-alcool/
http://www.cisa.org.br/UserFiles/File/alcoolesuasconsequencias-pt-cap2.pdf
http://fira.edu.br/revista/vol3_num2_pag7.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006002595.pdf
http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1339892860v4n12_interacoes_medicamentosas.pdf

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