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Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 1 
 
 
 
 
 
PÓS-GRADUAÇÃO EM 
GESTÃO E GOVERNANÇA 
PÚBLICA 
 
DISCIPLINA 
Regime Previdenciário dos 
Servidores Públicos 
 
Prof.º Dr. Noa Piatã Bassfeld Gnata 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 2 
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Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 3 
Palavra do Diretor 
Prezado Acadêmico da Faculdade Focus! 
Aprender requer organização e disciplina. O 
estudo a distância pode ser ainda mais 
proveitoso que o presencial, desde que você 
se dedique, crie o hábito de estudo e 
mantenha uma rotina diária, com horário 
específico, em local silencioso e que garanta 
boa concentração. 
 
A liberdade de poder estudar onde e como 
quiser é, de fato, um diferencial para sair na 
frente e alcançar as suas metas. Não 
procrastine o seu sucesso, pois somente 
uma boa educação é a garantia de uma 
carreira bem-sucedida. As portas do 
mercado de trabalho estão cada vez mais 
seletivas, por isso, ter a oportunidade de se aperfeiçoar sem sair de casa é uma chance 
importante para poder alçar novos voos e vislumbrar novas posições na carreira. 
 
O modelo de ensino a distância é um recurso tecnológico que não elimina a interação. 
Muito pelo contrário. O curso possibilita a todo momento canais de comunicação com 
seus tutores estão à disposição para sanar qualquer dúvida. A sala de aula só passou 
do físico para o campo virtual. 
 
No entanto, é bom estar atento que nessa modalidade você é o protagonista, visto 
que é o aluno o principal responsável para ser seu guia na rotina de estudos. É você 
que vai definir quando e como vai estudar, por isso, assuma as rédeas e aja focado no 
seu objetivo. 
Desejo a você uma excelente jornada de aprendizagem! 
 
Ruy Wagner Astrath 
Diretor Geral da Faculdade Focus 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 4 
Coordenador do Curso 
Olá, acadêmicos da Faculdade Focus! 
Os cursos de pós-graduação da Faculdade Focus são resultado da união entre a 
solidez acadêmica de uma das melhores Faculdades privadas do Brasil e a experiência 
de profissionais do mercado que são referência nas suas áreas de atuação. 
 
Os cursos de especialização foram 
desenvolvidos a partir das principais 
tendências e temáticas da atualidade e do 
futuro, sendo que nosso modelo oferece 
alto padrão de ensino, corpo docente de 
grande relevância, plataforma intuitiva e 
materiais de apoio atrativos e diferenciados, 
aliados a um excelente custo-benefício. 
 
E mais, com a modalidade online inovadora, 
é uma excelente opção de desenvolvimento 
profissional e acadêmico, o que permite que 
aquele que não tenha tempo disponível 
possa estudar no horário e local de sua 
escolha, de forma 100% online. 
 
É uma ótima oportunidade de ensino online, em que os alunos terão aulas com 
profissionais que são referência nacional e professores renomados do meio 
acadêmico, somadas a uma experiência digital diferenciada e interação entre os 
alunos de todo o Brasil. 
 
 
Prof. Helton Kramer Lustoza 
Coordenador do Curso 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 5 
Sumário 
Palavra do Diretor ----------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
Coordenador do Curso ------------------------------------------------------------------------------------------ 4 
Sumário ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 
1 Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência ------------------------------------- 6 
2 Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos Brasileiros ----------------------------- 9 
3 Conceito de Seguridade Social ------------------------------------------------------------------------ 17 
4 Regimes Previdenciários -------------------------------------------------------------------------------- 20 
5 Direito Adquirido, Expectativa de Direito e Direito Expectado na Previdência Social - 21 
6 Legislação Aplicável aos RPPS ------------------------------------------------------------------------ 25 
7 Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição ------------------------------------------------ 28 
8 Certidão de Tempo de Contribuição ----------------------------------------------------------------- 31 
9 Averbação e Desaverbação do Tempo -------------------------------------------------------------- 36 
10 Compensação Financeira entre Regimes Previdenciários ---------------------------------- 38 
11 Aposentadorias Voluntárias ------------------------------------------------------------------------ 39 
12 Aposentadoria por Invalidez ----------------------------------------------------------------------- 46 
13 Pensão por Morte ------------------------------------------------------------------------------------- 48 
14 Entidades Abertas e Fechadas de Previdência Complementar ---------------------------- 51 
14.1 Organização e funcionamento ------------------------------------------------------------------------------------- 51 
14.2 Aspectos dos Planos de benefícios -------------------------------------------------------------------------------- 54 
15 Planejamento Previdenciário ---------------------------------------------------------------------- 56 
 
 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 6 
1 Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
A Seguridade Social e a Previdência encontram suas origens na ideia de proteção 
social. Para Daniel Machado da Rochae José Antônio Savaris, a ideia de proteção 
social se distingue da de proteção civil. Enquanto esta última “garante as liberdades 
fundamentais e assegura os bens e as pessoas no contexto de um Estado de Direito”, 
a primeira “oferece cobertura contra os principais riscos suscetíveis de gerar uma 
degradação da situação dos indivíduos, concretizando-se mediante políticas públicas 
que assegurem a) direitos de proteção dos trabalhadores no mercado de trabalho 
formal e b) direitos a prestações estatais quando da ocorrência de determinadas 
contingências” que impeçam a pessoa de trabalhar1. 
 
Segundo os autores, 
Porque são numerosas as contingências sociais que exprimem possibilidade de conduzir à 
situação de necessidade e a elas se encontra exposta a generalidade das pessoas, o arranjo de 
proteção de tais causalidades passa a constituir interesse social. (...). É por essa razão que a 
vulnerabilidade dos indivíduos em face das contingências sociais, destacadamente os que 
dependem de sua força de trabalho para garantir sua própria subsistência e desenvolvimento 
reclama a elaboração e a implementação de políticas públicas de proteção ou segurança 
social2. 
 
A essas contingências chamamos riscos sociais, assim entendidos “o risco ou ameaça 
a que fica exposta a coletividade diante da impossibilidade de qualquer de seus 
membros, por esta ou aquela ocorrência, ficar privado dos meios essenciais à vida, 
transformando-se, destarte, num nódulo de infecção no organismo social que 
pretende extirpar”3. 
 
A Seguridade Social surge como modelo estatal de proteção social, como política de 
transferência de renda, na sociedade capitalista, para as pessoas supostamente 
inaptas para o trabalho. 
No Brasil, o sistema de seguridade social foi instituído sob influência do modelo 
alemão, criado no final do século XIX, em decorrência das tensões trabalhistas e dos 
 
1 ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de Direito Previdenciário – volume 1. Curitiba: Alteridade, 2014. p. 22. 
2 ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de Direito Previdenciário – volume 1. Curitiba: Alteridade, 2014. p. 22. 
3 ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de Direito Previdenciário – volume 1. Curitiba: Alteridade, 2014. p. 23. 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 7 
danos sociais ascendentes após a Revolução Industrial. Com a edição da Lei dos 
Seguros Sociais, em 1883, pelo então chanceler Otto von Bismarck, e se configurou 
com mais densidade a partir do modelo inglês da década da 1940. Este modelo 
colaborou para as bases do estado de bem-estar social (Welfare State) que nortearia 
a organização dos tratados internacionais sobre direitos humanos do século XX, 
reafirmando as liberdades privadas dos Estados liberais clássicos e inaugurando a 
declaração de providências públicas de promoção da isonomia e da solidariedade 
social como condições de convivência4. 
 
A solidariedade social, portanto, se apresenta como fundamento de existência do 
Estado, traduzindo a própria essência dos pactos constitucionais, refletindo nos 
estatutos de obrigações públicas e de direitos sociais, bem como das regras e das 
instituições públicas aptas a concretizá-los5. 
 
Sob a perspectiva da historiografia oficial, tomando por base a cronologia dos 
estatutos de criação da Seguridade e da Previdência Social no Brasil, tivemos apenas 
indícios de algo parecido com regimes previdenciários nas constituições de 1824 e 
1891. A previdência social urbana, destinada aos trabalhadores da iniciativa privada, 
que criou as primeiras Caixas de Aposentadorias, só se instituiu por meio da Lei Eloy 
Chaves, por meio do Decreto Legislativo 4.682, de 24/01/1923. Apesar do primeiro 
esboço de estruturação da Previdência Social na Constituição de 1934, logo em 1937 
a nova Carta voltou a preservar exclusivamente os estatutos de aposentadorias de 
servidores públicos. A Constituição de 1946 restituiu a estrutura criada em 1934. Em 
seu artigo 157, previa repouso antes e depois do parto para a gestante, sem prejuízo 
do salário e do emprego; assistência aos desempregados; previdência contra as 
consequências da doença, velhice, invalidez e da morte6. 
 
A Constituição de 1967, pela primeira vez, tinha o fim de construção da ideia de justiça 
social, garantindo uma série de direitos para servidores públicos e trabalhadores da 
iniciativa privada, exigindo dos servidores públicos 35 e 30 anos de serviço para 
 
4 ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de Direito Previdenciário – volume 1. Curitiba: Alteridade, 2014. p. 25. 
5 GNATA, Noa Piatã Bassfeld. Solidariedade Social Previdenciária – interpretação constitucional e eficácia concreta. São Paulo: LTr, 
2014. p. 119 
6 ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de Direito Previdenciário – volume 1. Curitiba: Alteridade, 2014. p. 71. 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Evolução Histórica da Seguridade Social e da Previdência 
www.faculdadefocus.com.br | 8 
homens e mulheres, respectivamente, para jubilação voluntária integral. No período 
que sucedeu, teve relevo a criação do FGTS em 1967 e do Sistema Nacional de 
Previdência e Assistência Social – Sinpas, em 1977, que seria composto pelos seus 
órgãos: INPS, IAPAS, INAMPS, LBA, FUNABEM, DATAPREV e CEME. A criação do Sinpas 
implicou a extinção do Funrural, do SASSE e do IPASE7. 
 
A Constituição de 1988, fruto da tensão política do processo de redemocratização e 
da Assembleia Constituinte instaurada em 1986, alçou os direitos sociais à categoria 
de direitos fundamentais, incluindo-se aí o direito à previdência social. Instituiu o 
regime próprio de servidores públicos, no art. 40, o regime geral de previdência social, 
no art. 201, e o regime de previdência complementar, no art. 202. 
 
Os regimes previdenciários nela encartados passaram por sensíveis reformas por meio 
da EC n. 03/93, das EC n. 19 e 20/98, que entre outras medidas elevaram a finalidade 
de preservação do equilíbrio financeiro e atuarial a princípio constitucional 
previdenciário, no compasso das reformas de responsabilidade fiscal que culminariam, 
no âmbito do direito financeiro, também com a edição da Lei de Responsabilidade 
Fiscal no ano 2000; pelas EC n. 41/03, 47/05, 70/12 em finalmente, pela EC n. 103/19, 
da recente Reforma da Previdência, entre uma diversidade de normas 
infraconstitucionais que também estudaremos adiante. Todas essas reformas 
incidiram sobre o regime próprio de servidores públicos. 
 
 
7 ROCHA, Daniel Machado da. SAVARIS, José Antonio. Curso de Direito Previdenciário – volume 1. Curitiba: Alteridade, 2014. p. 77. 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos Brasileiros 
www.faculdadefocus.com.br | 9 
2 Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos 
Brasileiros 
Apesar de a proteção social dos servidores públicos brasileiros ter origem histórica 
nos direitos a licenças e jubilamentos previstos desde a Constituição de 1824, vamos 
nos concentrar na história mais recente, enumerando os principais momentos 
históricos de afirmação e reforma da previdência dos servidores públicos, contidos 
especialmente nas emendas constitucionais enumeradas acima. 
 
Para aprofundamento da notícia histórica relativa ao período pré-constitucional, que 
culminou com um sistema previdenciário financeiramente desequilibrado, 
recomenda-se a obra de Marcelo Barroso Lima Brito de Campos, que conclui o 
seguinte: 
a) os benefícios previdenciários dos servidores públicos sempre 
foram tratados como uma compensação pela ausência de 
políticas remuneratórias e de carreira. Impossibilitados de 
conceder benefícios na atividade do servidor, os governos 
postergaram a concessão de benefícios; 
b) inexistiu fonte de custeio parao principal benefício 
previdenciário: a aposentadoria. A União, durante 107 anos, e 
Minas Gerais, durante 88 anos (assim como todos os Estados 
da federação), concederam aposentadoria aos seus servidores 
sem fonte de custeio específica; 
c) ausência de preocupação com a base atuarial do sistema, cujas 
alíquotas para pagamento de pensão e outros benefícios 
diversos da aposentadoria eram fixadas sem este essencial 
critério matemático; 
d) frequente ampliação dos benefícios sem a correspondente 
fonte de custeio, porquanto concedidos como forma de 
estender a política de pessoal dos servidores públicos; 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos Brasileiros 
www.faculdadefocus.com.br | 10 
e) aumento da massa de segurados do regime próprio com a 
finalidade exclusiva de aumentar a receita, sem preocupação 
com o momento do pagamento dos benefícios8. 
 
Estes fatores, segundo o autor, redundaram na chamada “crise do sistema 
previdenciário de agentes públicos”. Lembra ainda outros fatores, enumerados por 
Paulo Modesto: 
a) o regime jurídico único implementado com a Constituição, em que houve migração dos 
servidores do regime geral para o regime próprio; b) a liberação do limite de idade nos 
concursos públicos, com efêmero vínculo administrativo do servidor com o Poder Público e 
largo tempo de regime geral; c) ausência de prazos mínimos de permanência no sistema 
próprio; d) concessão de aposentadorias integrais por tempo de serviço com contagem de 
tempo ficto; e) forte redução do número de servidores civis ativos, o que interfere de forma 
negativa no regime de repartição simples, pelo qual há um pacto entre gerações, de forma 
que o ativo custeia a previdência do inativo; f) sobrecarga de fatores políticos gerenciais e de 
fator demográfico decorrente da elevação da expectativa de vida média dos brasileiros (de 
52,6 anos em 1980 para 68,4 anos em 1999)9. 
 
Tais fatores contribuíram para o processo de reformas que se instalou logo após a 
Constituição de 1988. 
A redação original da Carta Magna não previa a hipótese de incidência de contribuição 
previdenciária sobre os vencimentos dos servidores públicos da ativa. Em 
contrapartida, assegurava, em seu art. 40, as garantias de integralidade e paridade aos 
servidores que preenchessem os requisitos para aposentadoria voluntária, que eram 
os seguintes: 
Art. 40. O servidor será aposentado: 
III - voluntariamente: 
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos 
integrais; 
b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, 
se professora, com proventos integrais; 
c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos 
proporcionais a esse tempo; 
 
8 CAMPOS, Marcelo Barroso Brito de. Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos. Curitiba: Juruá, 2012. 6ª. ed. p. 50. 
9 CAMPOS, Marcelo Barroso Brito de. Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos. Curitiba: Juruá, 2012. 6ª. ed. p. 51. 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos Brasileiros 
www.faculdadefocus.com.br | 11 
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos 
proporcionais ao tempo de serviço. 
 
A integralidade consiste no direito à aposentadoria “com proventos integrais”, nos 
termos das alíneas a) e b) acima, ou seja, no valor equivalente ao da última 
remuneração na ativa, com incorporação de todas as vantagens pessoais. A paridade, 
por sua vez, contida na letra original do art. 40, § 4º, no direito ao reajuste do valor da 
aposentadoria nas mesmas proporções e épocas em que fossem reajustados os 
vencimentos dos servidores ativos: 
§ 4º - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, 
sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também 
estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos 
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do 
cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. 
 
O valor da pensão por morte também corresponderia, na redação original do art. 40, 
à integralidade dos vencimentos ou proventos do falecido: 
§ 5º - O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou 
proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei, observado o disposto no 
parágrafo anterior. 
 
Em 1993, menos de cinco anos após a promulgação da Constituição, acrescentou-se 
o § 6º ao Art. 40, para, finalmente, instituir – pela primeira vez no regime próprio – as 
contribuições previdenciárias dos servidores públicos, por meio da EC n. 03/93, o que 
inaugurou o processo de reformas que visaram à sustentabilidade do sistema: 
§ 6.º As aposentadorias e pensões dos servidores públicos federais serão custeadas com 
recursos provenientes da União e das contribuições dos servidores, na forma da lei. 
 
Em 1998, por meio da EC n. 20, uma série de alterações foi promovida. Instituiu-se o 
caráter contributivo e a finalidade de preservação do equilíbrio financeiro e atuarial em 
todos os regimes previdenciários, inclusive no de previdência complementar, que 
tinha problemas nos planos patrocinados pelas estatais, e passou a vedar os aportes 
unilaterais das patrocinadoras (art. 202, § 3º da CF), bem como previu a instituição de 
lei complementar para reorganizá-lo (que culminaria com a promulgação das LC n. 
108 e 109/01): 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
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Art. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência 
de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) (grifo nosso). 
 
Nesse afã, instituiu-se o requisito de tempo mínimo no serviço público e no cargo 
para obtenção de aposentadoria voluntária, por meio da alteração dada ao § 1º do 
art. 40: 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no 
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as 
seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos 
de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com 
proventos proporcionais ao tempo de contribuição (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
 
A redução em cinco anos do tempo exigido para professores e professoras migrou 
para o § 5º do Art. 40, incluído por ocasião da EC n. 20/98. 
O valor dos benefícios, integrais ou proporcionais, passou a ser calculado com base na 
remuneração no cargo efetivo em que se der à aposentadoria, com a nova redação dada 
ao § 3º do art. 40: 
§ 3º Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão calculados com base 
na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da 
lei, corresponderão à totalidade da remuneração. 
 
Com essa medida, deixam de integrar a base de cálculo remunerações estranhas às 
próprias do cargo efetivo, como o acúmulo de funções ou cargos comissionados, 
garantida a incorporação das vantagens pessoais. 
 
Corolário da instituição do caráter contributivoe da finalidade de preservação do 
equilíbrio financeiro e atuarial do regime próprio e do regime geral, por meio da EC 
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos Brasileiros 
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n. 20/98 substituiu-se, como requisito geral para obtenção de aposentadorias, o 
paradigma do tempo de serviço pelo do tempo de contribuição. 
 
Com esta alteração, supostamente o trabalho deixaria de ser fonte do direito 
previdenciário, substituído pelas contribuições históricas, elas sim, como tal. Ocorre 
que o regime contributivo havia sido instituído por meio da EC n. 03/93, como já 
exposto, e era necessário regular os fatos pretéritos, garantindo-se proteção jurídica 
a todo tempo de serviço que não tivesse sido lastreado por contribuições até então. 
Para tanto, editou-se o Art. 4º da EC n. 20, que incide tanto sobre o regime geral 
quanto sobre o regime próprio: 
Art. 4º - Observado o disposto no art. 40, § 10, da Constituição Federal, o tempo de serviço 
considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei 
discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição. 
 
A edição desta norma, que segue vigente, garantiu a contagem do tempo de serviço 
anterior à instituição das contribuições do regime próprio, e também a averbação de 
tempo de serviço do regime geral, mediante a compensação financeira entre os 
regimes de que trata o Art. 201, § 9º da Constituição. 
 
Por meio da EC n. 20, proibiu-se a contagem de tempo fictício (Art. 40, § 10 incluído 
pela EC n. 20/98) para fins de aposentadoria. A medida comporta exceções, 
garantindo-se a contagem de períodos fictícios anteriores em determinadas situações, 
a exemplo do disposto no Art. 8º, §3º10 da própria EC 20 e no art. 2º, § 3º da EC n. 
41/03 (de redação semelhante), como ficou decidido, por exemplo, no MS 31.299 pelo 
Supremo Tribunal Federal em relação ao acréscimo de 17% do tempo dos magistrados 
e membros do ministério público homens havido até a data de sua promulgação. 
 
Um projeto de reforma mais radical também proposto por meio da EC n. 20, por meio 
do acréscimo dos §§ 14 a 16 ao Art. 40, consistia na possibilidade de fixação para os 
benefícios do regime próprio do mesmo limite máximo aplicável para o regime geral, 
 
10 EC n. 20, Art. 8º, § 3º Na aplicação do disposto no parágrafo anterior, o magistrado ou o membro do Ministério Público ou de Tribunal 
de Consta, se homem, terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta Emenda contado com o acréscimo de dezessete por cento. 
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desde que fosse instituído regime de previdência complementar, pelos entes 
federativos, em favor dos seus respectivos servidores. 
 
Este ponto da reforma não decolou, tanto pela resistência das representações dos 
servidores quanto pela insegurança quanto ao custo, à regulação, gestão e destinação 
dos recursos pelos Estados, desafiados pelas imposições de responsabilidade fiscal e 
de probidade administrativa. 
 
A União viria a autorizar a instituição do regime de previdência complementar para os 
servidores federais apenas em 2012, por meio da Lei n. 12.618/12, e maioria dos 
Estados, por diversos motivos, não o fizeram. Por conta disso, vinte e um anos mais 
tarde o § 14 viria a ser alterado pela EC n. 103, de 12/11/2019, para criar o dever de 
legislar para os Estados, no prazo de dois anos, fixado em seu art. 9, §6º, de que 
trataremos mais adiante, a vencer em 12/11/2021. 
 
Em 2003, uma nova reforma constitucional incidiu sobre o regime próprio de 
servidores, por meio da EC n. 41, de 19/12/2003, e teve como principais medidas a 
instituição das contribuições previdenciárias dos inativos e a extinção dos critérios da 
integralidade e da paridade na definição do valor e dos reajustes dos benefícios. 
A contribuição dos inativos foi prevista pela inclusão do §18 ao art. 40: 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo 
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios 
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao 
estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 
As alterações nos valores e no critério de reajuste dos benefícios, por sua vez, se deram 
por meio de alterações aos §§ 3º e 8º do art. 40, respectivamente. O § 3º, que previa 
a integralidade, passou a prever o valor do benefício a ser calculado com base nas 
remunerações e contribuições vertidos ao regime próprio e ao regime geral, 
delegando a regulação da matéria à Lei: 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão 
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos 
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada 
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pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 
Logo em seguida, publicou-se a Lei n. 10.887/04, que em seu art. 1º, delimitou essa 
base de cálculo na média aritmética das oitenta por cento maiores remunerações 
dentre todas as efetuadas desde 07/1994. Quanto aos reajustes, o § 8º, que previa a 
paridade dos inativos com os servidores em atividade, passou a prever apenas a 
preservação do valor real dos benefícios, e em razão disso passou a ser independente 
dos eventuais e reclassificações nos planos de cargos e salários: 
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, 
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 
A Lei n. 10.887/04, já mencionada acima, também instituiu as contribuições dos 
servidores inativos prevista pelo §18 do Art. 40 da Constituição, por meio do seu Art. 
5º, e definiu o critério de reajuste anual dos benefícios previdenciários do regime 
próprio e do regime geral, acrescentando o Art. 29-B à Lei de Benefícios da Previdência 
Social (Lei n. 8.213/91), definindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, 
medido pelo IBGE, como parâmetro de correção monetária. 
 
A constitucionalidade das contribuições dos inativos foi questionada e reconhecida 
pelo STF por meio das ADI n. 3133, 3142 e 3184. 
 
A paridade, a integralidade e critérios diferenciados – como o abrandamento da idade 
mínima, por exemplo – foram preservadas por meio das regras transitórias contidas 
na EC n. 41, bem como, dois anos mais tarde, na EC n. 47/05, para os servidores 
ingressantes antes da promulgação das EC n. 20/98 e EC n. 41/03, que se prejudicariam 
sensivelmente pelas alterações instituídas por elas em comparação com os direitos 
estatuídos quando de seus ingressos no serviço público. Estudaremos estas normas 
mais adiante, nos tópicos relativos ao direito intertemporal e às aposentadorias 
voluntárias. 
 
Em 2019, por fim, ocorreu o capítulo mais recente desse percurso histórico, com a 
promulgação da EC n. 103, de 12/11/19, fruto da PEC 06/19, proposta pelo Governo 
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Histórico da Proteção Social dos Servidores Públicos Brasileiros 
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Bolsonaro, depois da frustrada tentativa de aprovação da PEC n. 287/16, que havia 
sido proposta pelo Governo Temer em seu mandato-tampão. A essência desta 
Emenda é a equiparação e desconstitucionalização dos Regimes Jurídicos 
Previdenciários, instituindo balizas semelhantes e mais rígidas para o acesso a 
aposentadorias no regime geral e no regime próprio, como o aumento das idadesmínimas e a diminuição sensível dos valores das aposentadorias e pensões por morte, 
bem como novas restrições sobre a acumulação de benefícios. Além disso, atribui para 
lei complementar futura a regulamentação dos direitos e instituindo um regime 
transitório (Art. 9º) e, como debatido acima, obriga os entes federativos a fixar o limite 
máximo do regime geral para o regime próprio (Art. 9º, § 6º). 
 
Trataremos detidamente das regras impostas pela EC n. 103/19 sobre o regime 
próprio de servidores públicos no tópico próprio, adiante. 
 
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Conceito de Seguridade Social 
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3 Conceito de Seguridade Social 
Para Marcus Orione Gonçalves Correia e Érica Paula Barcha Correia, a definição de um 
conceito de Seguridade Social pode partir do critério político ou do critério jurídico, 
em face da sociedade atual: 
a) perspectiva política – sob esta perspectiva, a seguridade social tem em primeiro plano e 
como finalidade a proteção da necessidade social, ou seja, estende-se a toda a sociedade e 
tem como principal prestador o Estado, em missão fundamental. 
b) perspectiva jurídica – quanto à perspectiva jurídica, refere-se esta ao meio ou instrumento 
com que se pretende almejar a finalidade de proteção às necessidades sociais, por meio de 
uma organização normativa instrumental e das relações jurídicas decorrentes. 
c) em face da sociedade atual – Dessarte, pode-se, hoje, afirmar que o conceito de 
Seguridade Social equivalente à Previdência Social (destinada, apenas, à prestação dos 
chamados seguros sociais) está ultrapassado, cedendo lugar a uma noção assistencial, que 
supera todas as deficiências contidas na estrutura da Previdência Social, inclusive o mecanismo 
clássico do seguro privado. Portanto, a seguridade social passa a ser concebida como “um 
instrumento protetor, garantindo o bem-estar material, moral e espiritual de todos os 
indivíduos da população, abolindo todo o estado de necessidade social em que possam se 
encontrar”. Trata-se, na nossa Constituição, de noção que inclui a previdência, a assistência e 
a saúde.11 
 
Nessa esteira, a Constituição da República de 1988 define a Seguridade Social como 
um conjunto integrado de ações do Estado e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, 
com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas 
 
11 CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de Direito da Seguridade Social. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2008. p. 15. 
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Conceito de Seguridade Social 
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para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência 
social, preservado o caráter contributivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, 
com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos 
órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
Os objetivos constitucionais instituídos nos incisos do Art. 194 revelam as feições 
comutativa e distributiva da seguridade social: 
A comutativa pode ser observada nas primeiras legislações dos seguros sociais e nos sistemas 
que se inspiraram no seguro privado. Aqui o direito à seguridade social está intimamente 
associado a uma atividade assalariada. Dessa forma, o exercício de uma atividade profissional 
é a causa e a medida de tal proteção. Segundo a concepção comutativa, a seguridade social 
funciona como um sistema de garantias de rendas obtidas pelo exercício de determinada 
atividade profissional e destinadas à cobertura de riscos previamente catalogados.12 
 
A comutatividade explica, portanto, as formas excludentes de filiação ao regime 
próprio de servidores ou ao regime geral de previdência, por exemplo, que dependem 
do requisito genérico da qualidade de segurado, ou seja, a prova de filiação ativa ao 
respectivo regime. Já “segundo a concepção distributiva, o exercício de uma atividade 
profissional deixa de ser o elemento fundamental do direito à seguridade social. Aqui, 
o objeto é a necessidade dos indivíduos, levando-se em consideração a existência de 
outras necessidades sociais, novas, chamadas coletivas.”13: 
 
O que se depreende é que, lentamente, vai-se firmando a ideia de solidariedade, na 
qual a coletividade é que deve tomar para si as prestações destinadas a garantir a 
todos os seus membros uma renda mínima, a título de participação no nível geral de 
bem-estar. Trata-se de assegurar uma melhor distribuição das rendas em função das 
necessidades do indivíduo. Assim, sob essa ótica, a seguridade social converte-se em 
um direito do cidadão como tal, podendo cada um fazer valer esse direito em uma 
medida igualitária.14 
 
12 CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de Direito da Seguridade Social.4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
p. 16 
13 CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de Direito da Seguridade Social.4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
p. 17 
14 CORREIA, Marcus Orione Gonçalves. CORREIA, Érica Paula Barcha. Curso de Direito da Seguridade Social.4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
p. 17 
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Conceito de Seguridade Social 
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A distributividade, portanto, é mais bem perceptível na realização das políticas 
públicas de saúde pública e assistência social, que têm caráter de universalidade e não 
dependem da filiação correspondente ao exercício de uma atividade profissional. 
 
Os objetivos arrolados nos incisos do art. 194 são absorvidos como princípios gerais 
constitucionais previdenciários na doutrina do direito previdenciário pátrio. 
 
 
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Regimes Previdenciários 
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4 Regimes Previdenciários 
No Brasil, há quatro estruturas distintas de regimes jurídicos previdenciários 
instituídas por meio da Constituição da República: 
a) o Regime Próprio de Previdência de Servidores Públicos – RPPS ou RPSP 
ocupantes de cargos efetivos da União, dos Estados, Municípios, do Distrito 
Federal e da administração pública indireta, com núcleo no art. 40 da 
Constituição, conforme evolução histórica brevemente descrita nos tópicos 
anteriores, e correspondência nas constituições e leis dos Estados, bem 
como na legislação dos Municípios que o instituíram; 
b) o regime dos militares, insculpido nos art. 42 e 142 da Constituição e 
regulamentado pelos Estados, quanto aos seus militares; 
c) o Regime Geral de Previdência Social – RGPS, previsto no art. 201 da 
Constituição para todos os trabalhadores que não estejam vinculados aos 
regimes anteriores, inclusive dos cargos em comissão não efetivos (de livre 
nomeação e exoneração) do poder público, e dos cargos efetivos dos 
Municípios que não instituíram o respectivo regime próprio, com custeio 
correspondente previsto no Art. 195 da Carta Magna; 
d) o Regime de Previdência Complementar- RPC, previsto no art. 202 da 
Constituição, de feição contratual, patrocinado pelos entes federativos a seus 
servidores, ou por empresas a seus empregados, instituído sem patrocínio e 
independente de vínculos de trabalho por entidades associativas, ou, ainda, 
meramente contratado por qualquer pessoa por meio de entidades abertas 
de previdência complementar (a previdência privada oferecida pelas 
seguradoras). 
 
Como veremos adiante, por força do art. 40, §§ 14 a 16 da Constituição, os servidores 
públicos podem, dadas as circunstâncias apontadas anteriormente e ainda a 
aprofundar adiante, ser regidos paralelamente tanto pelo regime próprio quanto pelo 
regime complementar. 
 
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Direito Adquirido, Expectativa de Direito e Direito Expectado na Previdência 
Social 
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5 Direito Adquirido, Expectativa de Direito e Direito Expectado 
na Previdência Social 
A possibilidade de revogação e alteração da lei no tempo dá azo ao estudo do direito 
intertemporal, em diálogo entre os direitos em formação e o direito adquirido, com 
fim de observância do princípio da segurança jurídica no contexto de instabilidade 
provocado, no caso, pelo processo de reformas legislativas. 
 
O artigo 6º da LICC, em seu caput, estabelece que “a lei em vigor terá efeito imediato 
e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. 
 
Verificadas no concreto a ocorrência de todas as condições para a produção de efeitos 
de uma norma vigente, opera-se a racionalidade da máxima tempus regit actum, 
princípio que rege o direito intertemporal. 
 
Este enunciado tem amplo campo de eficácia em homenagem à segurança jurídica. 
No contexto do direito previdenciário, é de se pontuar que a formação dos direitos, 
via de regra, se constrói por meio do tempo de contribuição e do avançar da idade, o 
que ocorre por décadas. 
 
Há distinção entre o direito à previdência social, subjetivo público e fundamental, 
previsto no artigo 6º da Constituição da República, consistente na garantia de 
cobertura de determinados riscos sociais, e o direito ao acesso às prestações da 
Previdência Social, condicionado à efetiva exposição a tais riscos e à verificação dos 
requisitos constitucionais e legais. 
 
Em razão disso, distinguem-se a expectativa de direito atinente ao direito programável 
em formação e o direito adquirido propriamente dito. 
 
A relevância prática da distinção conceitual está na observância dos efeitos jurídicos 
da norma mais benéfica, mesmo após sua revogação. 
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Direito Adquirido, Expectativa de Direito e Direito Expectado na Previdência 
Social 
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Tratando-se de formação progressiva do direito previdenciário, que cria a espera do 
cidadão pelo gozo da aposentadoria, a pendência do requisito específico idade ou 
tempo de contribuição é o que impede a aquisição do direito ao gozo do benefício, 
bem como a aplicação, sobre o direito ainda em formação, do direito atual, caso venha 
a ser revogado antes do preenchimento dos requisitos objetivos. 
 
Pendente qualquer dos requisitos exigidos para concessão do benefício 
previdenciário, portanto, trata-se de mera expectativa, inapta a produzir a 
consequência jurídica do direito, que ainda está em formação, e, portanto, para fixar 
a norma vigente sobre a futura relação jurídica, que ainda não existe. 
 
Presentes todos os requisitos para o gozo do benefício – em coerência com a teoria 
geral do direito adquirido positivada no artigo 6º da LICC, aplicada à matéria 
previdenciária – adquire-se o respectivo direito e, além disso, define-se que a norma 
poderá reger a relação jurídica de proteção previdenciária, a não ser que a norma que 
a substitua se afigure mais vantajosa. 
 
Por exemplo, é possível que a aposentadoria com base na média das remunerações e 
sem paridade se afigure mais vantajosa que aquela com integralidade e paridade, 
tendo em vista a garantia de reajuste anual. Neste caso, mesmo quando há direito 
adquirido à aposentadoria com base em norma revogada, porque a pessoa decidiu 
continuar em atividade após sua revogação, ela pode desprezá-lo e optar pela eficácia 
da norma nova. É a norma do direito ao melhor benefício, quando se sobreponham as 
aquisições tanto do direito novo quanto do revogado. 
 
É a expressão do princípio tempus regit actum sobre o direito previdenciário: o 
conjunto de normas vigentes no tempo da implementação do último de todos 
os requisitos para acesso ao gozo da prestação previdenciária tem a aptidão de 
reger o ato administrativo de concessão do benefício. 
 
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Direito Adquirido, Expectativa de Direito e Direito Expectado na Previdência 
Social 
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Como o momento da aquisição do direito é o momento constitutivo da mencionada 
relação jurídica, a norma vigente neste momento poderá reger a concessão do 
benefício, ainda que seja revogada no futuro e o servidor não o tenha exercido. 
 
Não vincula apenas o direito ao gozo do benefício ou, eventualmente, o termo 
inicial dos respectivos efeitos financeiros, mas também a forma de cálculo, o 
critério de reajuste, a respectiva duração e o tudo o que preceituar a norma 
vigente nesse momento. 
 
A aplicação prática desse enunciado é de grande relevância para o contexto de 
reformas dos regimes próprio e geral de previdência. 
 
Impende diferenciar o direito adquirido ao gozo de benefício previdenciário do direito 
adquirido à formação desse direito ao gozo do benefício. Isso porque é requisito 
específico das aposentadorias por tempo de serviço e especial o tempo de 
serviço/tempo de contribuição, e requisito genérico destes e de boa parte dos demais 
benefícios a carência, que se constroem progressivamente. 
 
O potencial aproveitamento do tempo de serviço como tempo de contribuição e 
como carência para eventual concessão de futuro benefício previdenciário está 
conectado com a norma vigente à época da realização da atividade profissional. Cada 
dia trabalhado pelo segurado, em determinadas condições e sob a vigência de 
determinada norma, pode servir ou não para contagem de tempo de serviço ou de 
carência; pode servir de um ou outro modo para tais finalidades, em função da norma 
específica, que é diferente da norma que trata do direito ao benefício. 
 
Exemplo disso são as normas do artigo 40, §1º da Constituição, c.c. com o artigo 4º 
da EC 20/98, que atualmente tratam dos requisitos para concessão de aposentadoria 
por tempo de contribuição, que garantem a contagem como de tempo de 
contribuição de tudo o que antes da edição de que trata o referido art. 4º da EC n. 
20/98 se enquadrava como tempo de serviço até então. 
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Direito Adquirido, Expectativa de Direito e Direito Expectado na Previdência 
Social 
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Outras normas constitucionais transitórias disciplinam os direitos previdenciários em 
formação, tendo em vista a data de ingresso dos servidores no regime próprio, por 
exemplo, como os art. 2º, 3º, 6º, 6º-A e 8º da EC n. 41/03, o Art. 3º da EC n. 47/05 e 
os art. 3º a 14 da EC n. 103/19. 
 
A edição dessas normas é uma escolha política feita em cada momento de proposta 
de reforma da previdência. A EC n. 103/19 revogou e substituiu as normas que 
disciplinavam os direitos em formação previstos nas EC n. 41/03 e 47/05, por exemplo, 
e passou a disciplinar, no lugar delas, os direitos em formação de quem não alcançou 
o direito adquirido a se aposentar com base nelas, antes da respectiva revogação. 
 
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Legislação Aplicável aos RPPS 
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6 Legislação Aplicável aos RPPS 
O regime próprio de previdência de servidores públicostem diretrizes nacionais de 
regulação, contidas preponderantemente no art. 40 da Constituição, em Emendas à 
Constituição e na Lei n. 9.717/98. Há disposições aplicáveis também legislação 
esparsa. 
 
Essas diretrizes nacionais se aplicam tanto sobre os servidores estatutários federais 
quanto aos estaduais, municipais, distritais e da administração pública indireta, em 
todos os entes federativos. 
 
No âmbito da União, o Estatuto dos servidores públicos civis trouxe em seu corpo a 
regulação do regime próprio de previdência de servidores, até a edição da EC n. 
103/19. Valeram, até 12/11/2019, as disposições da Lei n. 8.112/90, naquilo em que 
não tenha sido tacitamente revogada, antes disso, por disciplina diversa contida em 
emendas à constituição. A lei n. 10.887/04, que regulamentou a EC n. 41/03, definiu a 
forma de cálculo, limites dos valores dos benefícios e o critério de reajuste anual para 
preservação do seu valor permanente. 
 
A EC n. 103/19, entretanto, trouxe para si a centralidade da disciplina transitória do 
regime próprio dos servidores federais, até que sobrevenha lei substituindo a 
regulamentação anterior. 
 
Cada ente federativo, por sua vez, tem e deve ter disposições locais instituindo o 
regime próprio dos respectivos servidores, como fundamento normativo direto do seu 
direito previdenciário. Cada Estado, observando as balizas nacionais, institui o seu 
regime próprio de servidores na respectiva Constituição Estadual, cria-o por meio de 
lei estadual e o regulamenta por meio de normas do respectivo poder executivo. 
 
No Estado do Paraná, por exemplo, o regime próprio é instituído por meio do Art. 35 
da Constituição Estadual, já alterado pela Emenda à Constituição Estadual n. 45, de 
04/12/2019, em razão da Reforma da Previdência de 2019, e regulamentado pela Lei 
Complementar estadual n. 233, de 10/03/2021. Foi criado, em sua formatação atual, 
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Legislação Aplicável aos RPPS 
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por meio da Lei 12.398, de 30/12/1998, que transformou o Instituto de Previdência e 
Assistência aos Servidores do Estado do Paraná – IPE em Serviço Social Autônomo, 
denominado Paranaprevidência. 
 
Toda a legislação aplicável ao regime próprio de servidores paranaense pode ser 
acessada clicando aqui. 
 
Cada município que tenha instituído o regime próprio por meio de lei municipal, terá 
nessa o fundamento normativo direto do direito de seus servidores, devendo sempre 
obedecer à baliza constitucional nacional. Aos que não o instituíram, será aplicável o 
regime geral de previdência social, mantido pelo INSS. 
 
Como, desde a edição da EC n. 20/98 e da Lei n. 9.717/98, a finalidade de preservação 
do equilíbrio financeiro e atuarial se tornou a palavra-chave da gestão dos regimes 
próprios de previdência, uma série de ajustes nas instituições e nas dotações 
orçamentárias, próprias do direito financeiro, vêm adaptando o seu regime de custeio 
para que se torne sustentável em longo prazo. 
 
Em relação à organização e funcionamento, especialmente quanto à gestão financeira 
dos regimes próprios de servidores, inclusive estaduais e municipais, a baliza legal é a 
Lei n. 9.717/98, que instrumentaliza parâmetros gerais para observância do equilíbrio 
financeiro e atuarial, observados os seguintes critérios, insculpidos em seu art. 1º: 
I - realização de avaliação atuarial inicial e em cada balanço utilizando-se parâmetros gerais, 
para a organização e revisão do plano de custeio e benefícios; (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 2.187-13, de 2001) 
II - financiamento mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios e das contribuições do pessoal civil e militar, ativo, inativo e dos pensionistas, 
para os seus respectivos regimes; 
III - as contribuições e os recursos vinculados ao Fundo Previdenciário da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios e as contribuições do pessoal civil e militar, ativo, inativo, 
e dos pensionistas, somente poderão ser utilizadas para pagamento de benefícios 
previdenciários dos respectivos regimes, ressalvadas as despesas administrativas estabelecidas 
no art. 6º, inciso VIII, desta Lei, observado os limites de gastos estabelecidos em parâmetros 
gerais; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) 
http://www.paranaprevidencia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20http://www.paranaprevidencia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20
Regime Previdenciário dos Servidores Públicos | 
Legislação Aplicável aos RPPS 
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IV - cobertura de um número mínimo de segurados, de modo que os regimes possam garantir 
diretamente a totalidade dos riscos cobertos no plano de benefícios, preservando o equilíbrio 
atuarial sem necessidade de resseguro, conforme parâmetros gerais; 
V - cobertura exclusiva a servidores públicos titulares de cargos efetivos e a militares, e a seus 
respectivos dependentes, de cada ente estatal, vedado o pagamento de benefícios, mediante 
convênios ou consórcios entre Estados, entre Estados e Municípios e entre Municípios; 
VI - pleno acesso dos segurados às informações relativas à gestão do regime e participação 
de representantes dos servidores públicos e dos militares, ativos e inativos, nos colegiados e 
instâncias de decisão em que os seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação; 
VII - registro contábil individualizado das contribuições de cada servidor e dos entes estatais, 
conforme diretrizes gerais; 
VIII - identificação e consolidação em demonstrativos financeiros e orçamentários de todas as 
despesas fixas e variáveis com pessoal inativo civil, militar e pensionistas, bem como dos 
encargos incidentes sobre os proventos e pensões pagos; 
IX - sujeição às inspeções e auditorias de natureza atuarial, contábil, financeira, orçamentária e 
patrimonial dos órgãos de controle interno e externo. 
X - vedação de inclusão nos benefícios, para efeito de percepção destes, de parcelas 
remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho, de função de confiança ou de cargo 
em comissão, exceto quando tais parcelas integrarem a remuneração de contribuição do 
servidor que se aposentar com fundamento no art. 40 da Constituição Federal, respeitado, em 
qualquer hipótese, o limite previsto no § 2o do citado artigo; (Redação dada pela Lei nº 10.887, 
de 2004) 
XI - vedação de inclusão nos benefícios, para efeito de percepção destes, do abono de 
permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º 
do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003. (Redação dada pela 
Lei nº 10.887, de 2004) 
 
Quanto à alocação dos recursos financeiros, a Lei n. 9.717/98 previu a possibilidade 
de criação conta em separado dos recursos do respectivo Tesouro, a que via de regra 
denomina-se Fundo Previdenciário, que se distingue, quando criado, então, do Fundo 
Financeiro. A esta alocação em separado refere-se a expressão segregação das massas, 
especialmente quando há modulação temporal dos efeitos, a partir da criação do 
fundo, sobre as contribuições dos servidores ingressantes antes e depois dela. Esta 
constituição de fundos com finalidade previdenciária deve observar os seguintes 
preceitos (Art. 6º): 
II - existência de conta do fundo distinta da conta do Tesouro da unidade federativa; 
IV - aplicação de recursos, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional; 
V - vedação da utilização de recursos do fundo de bens, direitos e ativos para empréstimos de 
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qualquer natureza, inclusive à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a 
entidades da administração indireta e aos respectivos segurados; 
VI - vedação à aplicaçãode recursos em títulos públicos, com exceção de títulos do Governo 
Federal; 
VII - avaliação de bens, direitos e ativos de qualquer natureza integrados ao fundo, em 
conformidade com a Lei 4.320, de 17 de março de 1964 e alterações subseqüentes; 
VIII - estabelecimento de limites para a taxa de administração, conforme parâmetros gerais; 
IX - constituição e extinção do fundo mediante lei. 
Parágrafo único. No estabelecimento das condições e dos limites para aplicação dos recursos 
dos regimes próprios de previdência social, na forma do inciso IV do caput deste artigo, o 
Conselho Monetário Nacional deverá considerar, entre outros requisitos: (Incluído pela Lei 
nº 13.846, de 2019) 
I - a natureza pública das unidades gestoras desses regimes e dos recursos aplicados, exigindo 
a observância dos princípios de segurança, proteção e prudência financeira; (Incluído pela Lei 
nº 13.846, de 2019) 
II - a necessidade de exigência, em relação às instituições públicas ou privadas que 
administram, direta ou indiretamente por meio de fundos de investimento, os recursos desses 
regimes, da observância de critérios relacionados a boa qualidade de gestão, ambiente de 
controle interno, histórico e experiência de atuação, solidez patrimonial, volume de recursos 
sob administração e outros destinados à mitigação de riscos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 
2019) 
 
As sanções para descumprimento das normas acima, a responsabilidade e os 
requisitos mínimos para habilitação dos dirigentes, bem como as competências de 
fiscalização e processamento de infrações, além de outras disposições pertinentes, 
também são definidas nesse diploma legal. 
 
Nos tópicos a seguir, passamos a tratar de normas aplicáveis aos regimes próprios 
típicas da preparação do assentamento funcional dos servidores para a concessão de 
aposentadoria: contagem recíproca do tempo de contribuição, certidão de tempo de 
contribuição e a compensação financeira entre os regimes previdenciários. 
 
7 Contagem Recíproca do Tempo de Contribuição 
A Lei n. 8213/91 institui a contagem recíproca do tempo de contribuição prevista nos 
Art. 201, §§ 9º e 9º-A da Constituição, autorizando o aproveitamento, pela servidora 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4320.htm
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art31
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ou pelo servidor, de tempo de um regime em outro, quando ela ou ele tenha períodos 
de trabalho anteriores ao ingresso no serviço público, relativos a filiações pregressas 
ao regime militar ou ao regime geral, urbano ou rural, observadas as condições. 
 
É a previsão do seu art. 94: 
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social ou no 
serviço público é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade 
privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administração pública, 
hipótese em que os diferentes sistemas de previdência social se compensarão 
financeiramente. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98) 
 
Trataremos da compensação financeira de que trata a parte final desse dispositivo 
adiante. Os limites para aproveitamento de períodos de vinculação a um regime 
previdenciário em outro, para fins da contagem recíproca, são estabelecidos no seu 
art. 96, I a III: 
I - não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais; 
II - é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando 
concomitantes; 
III - não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de 
aposentadoria pelo outro; 
 
Na prática, o servidor pode aproveitar o tempo anterior ao ingresso no regime próprio 
em que pretenda se aposentar, quando era vinculado a outro regime próprio ou ao 
regime geral, mas não pode aproveitar período de vínculo concomitante (inciso II, por 
exemplo nas hipóteses de cargos públicos acumuláveis ou filiação ao regime geral ao 
cargo público em que queira se aposentar) ou vínculo já averbado e utilizado para fins 
de concessão de aposentadoria pelo outro regime, na hipótese de servidores que 
pretendam acumular aposentadorias de diferentes regimes (inciso III). 
 
A instrumentalização da contagem recíproca se dá por meio da averbação de 
Certidão de Tempo de Contribuição – CTC, documento que será expedido pelo 
regime de origem e apresentado pelo servidor perante o órgão de pessoal do regime 
em que se dará a aposentadoria. 
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8 Certidão de Tempo de Contribuição 
A Certidão de Tempo de Contribuição – CTC se afigura, portanto, em sentido amplo, 
como um “título de crédito de tempo de contribuição” do seu titular/portador, em 
razão de que historicamente é um documento físico de uma só via (não se expedirá 
segunda via) pois, quando averbada, fica retida no serviço de pessoal do regime 
próprio em que se dará a aposentadoria. 
 
Esse expediente, em uma mão, garante que não será aproveitada pelo servidor em 
mais de um regime previdenciário e, em outra, a instrumentalização, pelo regime em 
que se dará a aposentadoria, do processo administrativo em que se dará a 
compensação financeira de que trata o art. 94 acima transcrito, que abordamos 
adiante. 
 
As regras para emissão de CTC estão previstas na Lei 8.213/91 (arts. 94 a 99) e 
no Decreto 3.048/99 (arts. 125 a 134). Separamos aqui as mais relevantes, contidas 
nos incisos do Art. 96 da Lei n. 8.213/91: 
V - é vedada a emissão de Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) com o registro exclusivo 
de tempo de serviço, sem a comprovação de contribuição efetiva, exceto para o segurado 
empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e, a partir de 1º de abril de 2003, para 
o contribuinte individual que presta serviço a empresa obrigada a arrecadar a contribuição a 
seu cargo, observado o disposto no § 5º do art. 4º da Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003; 
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
São parâmetros obrigatórios, portanto, para a emissão da CTC a informação dos 
períodos de contribuição, dos valores das remunerações que serviram de base para 
as contribuições e dos valores das próprias contribuições vertidas. 
 
Como aos segurados empregados, domésticos, avulsos e contribuintes individuais 
que prestam serviços para pessoas jurídicas a obrigação de recolhimento é das 
pessoas jurídicas, nos termos do Art. 30 da Lei n. 8.212/91 e do Art. 4º da Lei n. 
10.666/03, a eles é permitido o registro exclusivo de tempo de serviço, forte a regência 
do Art. 4º da EC n. 20/98, já debatido acima e reiterado no Parágrafo Único do Art. 96 
em comento: 
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Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput deste artigo não se aplica ao tempo de 
serviço anterior à edição da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, que 
tenha sido equiparado por lei a tempo de contribuição. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
A emissão de CTC para aproveitamento de tempo do servidor público no regime geral 
ou em outro regime próprio tem como condição a cessação do vínculo no regime de 
origem, em razão da exoneração ou da vacânciapara assunção de outro cargo 
público: 
VI - a CTC somente poderá ser emitida por regime próprio de previdência social para ex-
servidor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
A emissão da CTC é condição para a contagem recíproca do tempo de contribuição, 
ainda que o regime de origem decorra de serviço prestado pelo servidor ao mesmo 
ente instituidor: 
VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de contribuição do RGPS por regime próprio 
de previdência social sem a emissão da CTC correspondente, ainda que o tempo de 
contribuição referente ao RGPS tenha sido prestado pelo servidor público ao próprio ente 
instituidor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
A exigência dessa formalidade, incluída pela Lei n. 13.849/19, é necessária para 
instrumentalizar a compensação financeira entre os regimes, pois o respectivo 
processo administrativo será obrigatoriamente instruído por todas as CTC averbadas 
no período-base. 
 
Outra questão de relevo é a prática histórica de emissão de “certidões de tempo 
convertido” pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, gestor do regime geral, 
por força do disposto no Art. 57, §5º da Lei n. 8.213/9115. Esta norma garantiu, até a 
vigência da EC n. 103/1916, a conversão do chamado “tempo especial”, qual seja aquele 
 
15Lei n. 8.213/91, Art. 57, § 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais 
à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo 
critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer benefício. (Incluído pela Lei 
nº 9.032, de 1995) 
16A EC N. 103/19 proibiu a conversão de tempo especial a partir de sua vigência nos termos do seu Art. 25, §2º: § 2º Será reconhecida a 
conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do Regime Geral de 
Previdência Social que comprovar tempo de efetivo exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente prejudiquem a 
saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada a conversão para o tempo cumprido após esta data. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9032.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9032.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm
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em que o trabalhador se manteve efetivamente17 exposto a agentes físicos, químicos 
ou biológicos nocivos à sua saúde, em tempo comum. 
 
Como em muitas situações a pessoa deixa de se expor a esses agentes antes de 
alcançar o direito pleno à aposentadoria especial (após 15, 20 ou 25 anos trabalhando 
nessas excepcionais circunstâncias, na forma do caput do Art. 57 da Lei n. 8.213/9118, 
até 12/11/2019 e do Art. 19, § 1º da EC n. 103/1919 a partir de sua vigência), o referido 
Art. 57, §5º da Lei n. 8.213/91 garantia a conversão do efetivo período de exposição 
(tempo especial) em tempo comum, mediante contagem diferenciada, resultante da 
razão entre o tempo exigido para aposentadoria por tempo comum (35 ou 30 anos 
para homens e mulheres, respectivamente) e o tempo exigido para aposentadoria 
especial em razão da exposição àquele agente nocivo específico (15, 20 ou 25 anos, 
conforme regulamentação). 
 
Em razão da impossibilidade de contagem de tempo fictício no regime próprio, 
prevista no Art. 40, §10 da Constituição, com redação dada pela EC n. 20/98, os 
regimes próprios não autorizam, historicamente, a conversão de tempo especial em 
tempo comum para seus servidores. Como esse era um direito consagrado no regime 
geral, os servidores que tivessem tempo especial no regime geral, anterior ao ingresso 
no serviço público, aproveitavam a expedição da chamada “certidão de tempo 
convertido” para fins de averbação no regime próprio sem prejuízo daquela 
conversão. 
 
17Exposição habitual e permanentemente, de forma não ocasional e não intermitente, conforme comprovação por meio de um formulário 
chamado PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário, emitido com base em laudo técnico de condições ambientais de trabalho – LTCAT, nos 
termos do Art. 58 da Lei n. 8.213/91. 
18Lei n. 8213/91, Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver 
trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e 
cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
19 A EC n. 103/19 instituiu a idade mínima como requisito parcial para concessão de aposentadoria especial: Art. 19, § 1º Até que lei 
complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição 
Federal, será concedida aposentadoria: I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou 
ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, 
de 24 de julho de 1991, quando cumpridos: a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) 
anos de contribuição; b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de contribuição; ou 
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de contribuição; 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9032.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art201%C2%A71.0
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art201%C2%A71.0
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art57
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art57
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Por meio da inclusão ao inciso IX ao Art. 96 da Lei n. 8.213/91 pela Lei n. 13.846/19, 
esta prática passou a ser proibida: 
IX - para fins de elegibilidade às aposentadorias especiais referidas no § 4º do art. 40 e no § 
1º do art. 201 da Constituição Federal, os períodos reconhecidos pelo regime previdenciário 
de origem como de tempo especial, sem conversão em tempo comum, deverão estar incluídos 
nos períodos de contribuição compreendidos na CTC e discriminados de data a data. (Incluído 
pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
Paralelamente, a conversão de tempo especial em tempo comum no regime próprio, 
relativa a períodos anteriores à EC n. 103/19, passou a ser permitida no STF, por meio 
do julgado no RE 1.014.286/SP, em que se fixou o Tema 942 em sede de repercussão 
Geral (que vincula todo o Poder Judiciário e a Administração Pública), com publicação 
do acórdão em 24/09/2020: 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APOSENTADORIA ESPECIAL 
DE SERVIDOR PÚBLICO. ARTIGO 40, § 4º, III, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PEDIDO DE 
AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO EM ATIVIDADES EXERCIDAS SOB CONDIÇÕES 
ESPECIAIS QUE PREJUDIQUEM A SAÚDE OU A INTEGRIDADE FÍSICA DO SERVIDOR, COM 
CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM, MEDIANTE CONTAGEM DIFERENCIADA, 
PARA OBTENÇÃO DE OUTROS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS. POSSIBILIDADE ATÉ A EDIÇÃO 
DA EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 103/2019. DIREITO INTERTEMPORAL. APÓS A EDIÇÃO DA 
EC 103/2019, O DIREITO À CONVERSÃO OBEDECERÁ À LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR DOS 
ENTES FEDERADOS. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONFERIDA PELO ART. 40, § 4º-C DA CRFB. 
 
Por força dessa decisão, ainda que a CTC venha a ser emitida pelo RGPS sem 
conversão de tempo especial em tempocomum, relativa a período anterior à EC n. 
103/19, o regime próprio que a averbar deverá fazer a respectiva conversão, bem 
como fazer a eventual conversão de tempo especial em comum dos próprios 
servidores, quando comprovada a efetiva exposição a agentes nocivos ao longo da 
carreira, forte a Súmula Vinculante n. 33 do STF: “Aplicam-se ao servidor público, no 
que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria 
especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição 
de lei complementar específica”. 
 
Nessa hipótese, naturalmente, a CTC do RGPS que será levada à averbação no regime 
próprio, deverá indicar os períodos de atividade especial, ainda que o RGPS não 
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Certidão de Tempo de Contribuição 
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faça a respectiva conversão em tempo comum. Essa exigência permite que o regime 
próprio os anote como tal, reconhecendo o tempo como especial e convertendo-o 
em comum. 
 
Cumpre ressaltar, ainda, que a apresentação da Certidão de Tempo de Contribuição 
do INSS não é obrigatória para a instauração do processo administrativo de concessão 
da aposentadoria no regime próprio, sendo exigível apenas quando for o caso de 
averbação, a critério e no estrito interesse do segurado. 
 
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Averbação e Desaverbação do Tempo 
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9 Averbação e Desaverbação do Tempo 
Apresentada a Certidão de Tempo de Contribuição – CTC, expedida pelo INSS ou pelo 
órgão gestor do regime próprio correlato ao cargo efetivo anteriormente ocupado 
pelo servidor, sob as formalidades indicadas acima, ocorrerá a averbação do tempo 
de contribuição no regime próprio em que se dará a aposentadoria. 
 
A averbação da CTC pode se dar a qualquer momento, seja no ingresso no novo cargo, 
seja durante o exercício, ou quando for instaurado o processo administrativo de 
concessão da aposentadoria. 
 
Isso porque a averbação do tempo pode gerar a concessão de vantagens 
remuneratórias ao servidor público em atividade, como adicional de tempo de serviço, 
que via de regra progride ao longo dos anos de exercício, ou o próprio abono de 
permanência, após a aquisição do direito à aposentadoria voluntária. 
 
Tendo em vista que o servidor poderá, eventualmente, adquirir o direito a 
aposentadoria em mais de um regime de previdência, é possível a desaverbação do 
tempo de contribuição para aproveitamento em outro regime próprio ou mesmo no 
regime geral, hipótese em que se expedirá nova Certidão de Tempo de Contribuição, 
explicativa e em que conste a ocorrência da desaverbação, para fins de nova 
compensação financeira, quando for o caso. 
 
Quando da averbação de CTC tiver decorrido a concessão de vantagens 
remuneratórias ao servidor em atividade, entretanto, fica vedada a respectiva 
desaverbação, nos termos do Art. 94, VIII da Lei n. 8.213/91: 
VIII - é vedada a desaverbação de tempo em regime próprio de previdência social quando o 
tempo averbado tiver gerado a concessão de vantagens remuneratórias ao servidor público 
em atividade; e (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
A averbação e a desaverbação de CTC incidem, portanto, diretamente sobre a 
contagem de tempo de contribuição como requisito objetivo para aquisição do direito 
à aposentadoria voluntária. 
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Averbação e Desaverbação do Tempo 
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Compensação Financeira entre Regimes Previdenciários 
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10 Compensação Financeira entre Regimes Previdenciários 
A compensação financeira entre os regimes previdenciários se apresenta como 
condição de viabilidade e consequência direta da contagem recíproca de tempo de 
contribuição, instrumentalizada pela averbação e desaverbação de Certidão de Tempo 
de Contribuição. 
 
Por conta disso, está localizada topograficamente nas mesmas normas que prevêem 
e instituem a contagem recíproca, quais sejam o §§ 9º e 9º- A do Art. 201 da 
Constituição, bem como o Art. 94, caput da Lei 8.213/91. 
 
Importante ressaltar que, desde a entrada em vigor da EC 103, em 13/11/2019, com 
inclusão do §9º-A ao Art. 201, também é possível a contagem recíproca de tempo de 
vinculação aos regimes de previdência dos militares previstos nos Art. 42, 142 e 143 
da Constituição. 
 
A compensação financeira é instrumentalizada por meio do COMPREV, programa 
disponibilizado pelo Dataprev, devendo o órgão gestor do regime próprio que 
averbou certidões de tempo de contribuição no período-base atender a uma série de 
formalidades bastantes para operar a interface. 
 
Importante ressaltar, outrossim, que é necessária a indenização de contribuições 
relativas a períodos de tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de 
filiação à Previdência Social, para fins de atendimento da exigência de compensação 
financeira entre os regimes, forte Art. 94, IV da Lei n. 8.213/91. 
IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social 
só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, 
com acréscimo de juros moratórios de zero vírgula cinco por cento ao mês, capitalizados 
anualmente, e multa de dez por cento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-
13, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006) 
 
Você pode acessar mais informações sobre o COMPREV clicando aqui. 
https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/compensacao-previdenciaria/compensacao-previdenciaria
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Aposentadorias Voluntárias 
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11 Aposentadorias Voluntárias 
Os requisitos objetivos para aposentadoria voluntária no regime próprio estão 
previstos no Art. 40 da Constituição, com regras transitórias sobrepostas nas Emendas 
Constitucionais de reformas à Previdência. Há regras específicas para professoras e 
professores, agentes penitenciários, agentes socioeducativos, policiais, pessoas 
expostas a agentes nocivos e pessoas com deficiência. 
 
Para os demais servidores em geral, na redação dada ao Art. 40, III pela Emenda 
Constitucional n. 103/19, definiram-se como requisito constitucional único as idades 
mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens para concessão de 
aposentadoria, restrito aos servidores da União. Delegou-se às Constituições e Leis 
Orgânicas de Estados e Municípios a definição de idades mínimas para aposentadorias 
dos seus servidores, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos 
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo: 
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta 
e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e 
Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em 
lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019) 
 
Enquanto não advier lei complementar que regule a matéria, instituição temporária 
da aposentadoria voluntária para os servidores federais em geral, para policiais, 
agentes penitenciários, agentes socio educativos, servidores expostos a agentes 
físicos, químicos ou biológicos nocivos à saúde, professoras e professores está prevista 
no Art. 40, III da Constituição foi dada pelo Art. 10, §§ 1º e 2º da EC n. 103/19: 
Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de 
previdência social dos servidores da União, aplica-se o disposto neste artigo. 
§ 1º Os servidores públicos federais serão aposentados:

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