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Geografia geral aplicada ao turismo

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GEOGRAFIA GERAL APLICADA AO 
TURISMO
MONUMENTOS, ESTRADAS, 
ACOMODAÇÕES... TUDO DE ACHA NOS 
MAPAS
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Olá!
Nesta aula, você irá:
1. Caracterizar a importância dos mapas para a localização e análise dos fenômenos.
2. Identificar o processo histórico de construção da Ciência Cartográfica.
3. Reconhecer a importância do conhecimento pelos usuários de mapas de elementos como a escala, o tipo de
projeção, a orientação e a legenda.
4. Identificar a inclusão dos mapas turísticos na cartografia temática.
5. Relacionar as diferentes tipos de mapas como os diversos métodos aplicados na cartografia temática.
6. Analisar o papel da alta tecnologia no desenvolvimento da telecartografia.
A cartografia e o turismo: importância
Mario Quintana assim escreveu sobre o mapa da cidade de Porto Alegre.
O Mapa
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(E nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E ha uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
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Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Nesse poema, o autor dá a dimensão do mapa como um texto que fala dos lugares. Nele as ruas de Porto Alegre
são mostradas ora em seu aspecto real, ora de uma forma simbólica. O destaque dado ao andar pela cidade
“cidade do meu andar” mostra também o mapa como um importante elemento de localização.
O mapa é, portanto, um elemento transmissor de informação que ao ser criado leva em conta as características
do usuário, o tipo de informação que traz e o efeito que produz.
Todo esse processo é efetuado a partir da conversão do espaço geográfico real, mais ou menos conhecido, numa
representação abstrata e fiel de um determinado número de características do espaço, nomeadamente 
(sociais, econômicos, demográficos) e de outros temas.fenômenos da sociedade, da natureza 
A técnica e a ciência de construção dos mapas incluem-se na cartografia.
A cartografia e o turismo: importância
Segundo a Conferência Internacional da ICA/ACI de Budapeste de 1989 o conceito de cartografia é o seguinte: ”
Organização, apresentação, comunicação e utilização da geoinformação nas formas visual, digital ou tátil que
inclui todos os processos de preparação de dados, no emprego e estudo de todo e qualquer tipo de mapa.”
A cartografia, ao longo de sua existência, sofreu várias transformações quanto à concepção, área de abrangência,
competência e evolução tecnológica.
Inicialmente a cartografia foi colocada como uma disciplina cujo único objeto era a representação da Terra.
Posteriormente, a cartografia foi vista como arte, na qual a estética do mapa era um fator primordial evoluindo
posteriormente para a cartografia como técnica, em que a função do cartógrafo ficou restrita á simples confecção
do mapa.
Somente em 1996 aparecem as preocupações com o usuário do mapa, a mensagem transmitida e a eficiência do
mapa como meio de comunicação. Tudo isso foi ampliado com o uso de computadores e o grande avanço
tecnológico em que a cartografia foi inserida, passando a preocupar-se com a visualização cartográfica.
Hoje a comunicação cartográfica é analisada basicamente pelo tripé- cartógrafo, mapa e usuário- daí a referência
a teoria geral da comunicação.
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A cartografia usa a (ciência geral de todas as linguagens) e por isso, os signos estão presentes nossemiótica 
mapas. Eles apresentam dois aspectos: o significante e o significado. O significante contitui-se no aspecto
concreto do signo- o que é expresso. Já o significado é o aspecto imaterial, conceitual do signo – o conteúdo.
Mapas
As escalas podem ser indicadas de duas maneiras, através de uma representação ou de umagráfica 
representação .numérica
Da escala gráfica é representada por um pequeno segmento de reta graduado, sobre o qual está estabelecida
diretamente a relação entre as distâncias no mapa, indicadas a cada trecho deste segmento, e a distância real de
um território. De acordo com este exemplo cada segmento de 1cm no mapa é equivalente a 3 km no terreno.
A escala numérica é estabelecida através de uma relação matemática, normalmente representada por uma razão,
por exemplo: 1: 300 000 (1 por 300 000). A primeira informação que ela fornece é a quantidade de vezes em que
o espaço representado foi reduzido. Neste exemplo, o mapa é 300 000 vezes menor que o tamanho real da
superfície que ele representa. A escala deve estar sempre nos mapas.
A projeção é definida como um tipo de traçado sistemático de linhas numa superfície plana, destinado à
representação de (latitude) e (longitude) da Terra ou de parte dela, sendo a base para aparalelos meridianos 
construção dos mapas. A representação da superfície terrestre em mapas, nunca será isenta de distorções. Pois o
que se faz nos mapas é passar um espaço esferóide para o plano. Nesse sentido, as projeções cartográficas são
desenvolvidas para minimizarem as imperfeições dos mapas e proporcionarem maior rigor científico à
cartografia. Mas, mesmo assim elas ainda existem: em muitos mapas na representação dos continentes a Europa
apresenta-se maior que a África ou mesmo o Brasil fica menor que a Groenlândia. Há diferentes tipos de
projeções da superfície terrestre: Mercator, Peters, Cilíndrica, etc. Identifique-as no seu Atlas.
A orientação de um mapa diz respeito à indicação da posição do espaço representado. Em geral, o leitor encontra
ao lado do mapa uma seta com um dos pontos cardeais e/ou colaterais destacados. Isso significa a relação entre
posição indicada e o recorte do espaço terrestre representado .
Para que o mapa seja simples de ler e facilmente compreensível, várias cores e símbolos são utilizados. Eles
compõem a legenda. Não é possível representar no mapa todas as características e objetos do terreno, senão
teria demasiados pormenores e tornar-se-ia difícil de ler. Os símbolos são os seus substitutos Existem mapas
desenhados para as mais variadas utilizações, desde atividades recreativas até aos mapas específicos para fins
militares, meteorológicos, geológicos ou levantamentos. Uma boa regra quando se observa um novo mapa, é
começar por estudar a legenda, que contém os símbolos utilizados e sua descrição. A simbologia existente na
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legenda dos mapas, permite que qualquer pessoa, independentemente do seu país de origem, possa lê-lo. Os
símbolos, cores, escalas, espessura das linhas, etc., respeitam uma norma mundial. Esta simbologia é
determinada pela (Internacional Orienteering Federation).Federação Internacional de Orientação
A cartografia temática - cartografia para o turismo
A cartografia temática desenvolveu-se a partir do florescimento e sistematização dos diferentes ramos de
estudos operados com a divisão do trabalho científico (Positivismo), no fim do século XVII e início do século XIX.
Marcou a passagem da representação das coisas apenas vistas, para a representação de certas propriedades dos
objetos geográficos. O mapa passou a ser a representação do raciocínio de seu autor diante da realidade esta
apreendida a partir de um determinado ponto de vista: a sua opção de entendimento do mundo.
Essa mudança deu-se primeiramente, quando o mapa deixou de apresentar somente um inventário e descrição
exaustiva de todos os objetos que podiam ser recenseados à superfície da Terra, para ressaltar um desses
elementos, com vistas à maior e compreensão e controle do espaço.
Nesse processo vários métodos cartográficos foram introduzidos, dentre eles o uso de cores diferenciadas para
indicar distintas rubricas e suas áreas de manifestações; do mesmo modo, passou-se a registrar no próprio mapa
, nos lugares de ocorrência as quantidadesreferentes à população, à economia, e à produção , extraídas das
estatísticas oficiais. As curvas de nível, com ampla difusão no início do século XX ajudaram na representação
mais concreta do relevo em pequenos espaços. Outro método foi o de figuras geométricas, geralmente em
círculos com áreas proporcionais aos valores absolutos que quantificam determinado aspecto, lançados nos
locais dos acontecimentos.
Em 1850 a cartografia temática contemplou como formas de representação tanto mapas como gráficos,
abarcando, além das representações estatísticas as demais formas gráficas, inclusive aquelas eminentemente
topográficas. Disso tudo resultou a ideia da força comunicativa dos mapas temáticos.
A produção cartográfica de mapas temáticos para o turismo precisa ser feita em condições especiais, pois requer
o uso de imagens, textos e marcas dos patrocínios que acompanham os mapas e guias. Ele deve servir para o
turista planejar e preparar as suas atividades nos lugares visitados, mas também ser esteticamente prazeroso de
ler.
O conteúdo dos mapas turísticos varia de informações gerais sobre os lugares, chegando aos dados específicos
como a malha rodoviária, o fluxo aéreo, a quantidade de restaurantes dos lugares etc. O uso dessas modalidades
vai depender da finalidade.
Caso seja para o turista, como dissemos no texto anterior terá que contar com uma comunicação cartográfica
muito eficiente para atender satisfatoriamente a todas as classes sociais de usuários.
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Nesse caso uma modalidade que muito se presta é o mapa pictórico. Esse mapa apresenta-se numa linguagem
simples, sendo capaz de atingir um grande público através de formas criativas que muitas vezes não obedecem a
escala e a proporcionalidade dos símbolos, mas que comunicam intensamente.
Ao contrário, os mapas feitos para os planejadores e gestores do turismo terão detalhes que muitas vezes
precisam recorrer à base topográfica. Através deles serão feitas correções e apresentadas soluções para os
problemas no desenvolvimento dessa atividade.
Concluindo, podemos constatar que a importância da cartografia para a atividade turística é muito grande. A
demanda hoje, é tão intensa que a produção de mapas dessa modalidade está acelerada. Já se faz necessária a
presença de turismólogos nas equipes de cartografia para que estes contribuam com as informações específicas.
As noções de geoprocessamento aplicadas ao turismo
A revolução tecnológica operada de forma mais incisiva na passagem do final do século XX para o início do
século XXI trouxe a facilidade do uso de satélites, fotos aéreas e radares sofisticando as informações e
permitindo o mapeamento mais preciso do planeta.
O avanço dessa tecnologia, principalmente depois da II Guerra Mundial, deveu-se especialmente às disputas que
marcaram a Guerra Fria. Com o final desse período, muitas técnicas e equipamentos, até então exclusivos do
setor militar, foram apropriados pela sociedade e pela economia Os instrumentos e técnicas utilizados pelas
potências durante a Guerra Fria servem agora para monitorar, informar e interligar os diversos pontos do
planeta, como ocorre com a internet.
Parte dessa sofisticada tecnologia convergiu também para a ciência cartográfica, criando novas possibilidades de
mapeamento dos territórios. Seus elementos deram a cartografia maior agilidade e barateamento na obtenção
de seus produtos. Somado a isso ocorreu um acréscimo qualitativo que permitiu interações com incontestável
incremento na compreensão de uma gama de assuntos.
O que vem na próxima aula
Título : A Geografia do turismo no Brasil
•Assunto1- O Espaço Geográfico brasileiro- dados gerais: localização, divisão administrativa, dimensões,
características físicas, sociais e econômicas.
•Assunto 2- O Brasil regional- potencialidades turísticas
•Assunto 3- Programa de Regionalização do turismo- Roteiros do Brasil
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Caracterizou a importância dos mapas para a localização e análise dos fenômenos.
• Identificou o processo histórico de construção da Ciência Cartográfica.
• Reconheceu a importância do conhecimento pelos usuários de mapas de elementos como a escala, o tipo 
de projeção, a orientação e a legenda.
• Relacionou as diferentes tipos de mapas como os diversos métodos aplicados na cartografia temática.
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