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PROF.ª DRA. SANDRA LUZINETE FELIX DE FREITAS Curso de Graduação em Enfermagem/Inisa Enfermagem em Saúde da Mulher Que os alunos sejam capazes de: • Classificar os Distúrbios Hipertensivos na Gravidez (DHG), segundo a classificação da International Society for the Study in Hypertension and Pregnancy (ISSHP) de 2018; • Discorrer sobre a doença hipertensiva específica da gravidez (pré-eclâmpsia/PE); ⚬ Classificar a PE de acordo com A IG ⚬ Elencar fatores de risco para PE e principais teorias propostas como etiologia da PE ⚬ Listar os exames laboratoriais solicitados para diagnóstico/monitoramento da PE; ⚬ Discorrer sobre fisiopatologia da PE, síndrome HELLP e eclâmpsia; ⚬ Descrever a profilaxia e tratamento para PE, eclâmpsia e síndrome HELLP; ⚬ Desenvolver a assistência de enfermagem para a gestante com PE, eclâmpsia e síndrome HELLP. DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NA GRAVIDEZ SÍNDROMES HIPERTENSIVAS INTERCORRENTES NA GRAVIDEZ SÍNDROMES HIPERTENSIVAS ESPECÍFICAS DA GESTAÇÃO ou ou Principal causa de complicações na gravidez e mortalidade em países em desenvolvimento, inclusive no Brasil (KAHHALE; FRANCISCO; PERAÇOLI et al., 2019; Say, 2014; ZUGAIB, 2018) Em especial a PRÉ-ECLÂMPSIA Responsáveis por: • limitações definitivas na saúde materna • graves problemas decorrentes da prematuridade • mais de 60.000 mortes maternas em todo o mundo anualmente e • complicam 5% a 10% de todas as gestações (COELHO; SIQUEIRA, 2022, PERAÇOLI et al., 2019; RASANEN J, et al., 2015; KHEDAGI AM, et al., 2021). DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS NA GESTAÇÃO Segundo a Sociedade Internacional para o Estudo da Hipertensão em Gestantes - International Society for the Study in Hypertension and Pregnancy (ISSHP) de 2021 (MAGEE et al., 2021) • Hipertensão crônica (HAC) • Hipertensão do jaleco branco • Hipertensão mascarada antes de 20 semanas após 20 semanas • Hipertensão gestacional • Pré-eclâmpsia (PE) • PE sobreposta à HAC • Síndrome HELLP A pré-eclâmpsia é a hipertensão gestacional com ≥20 semanas de gestação, acompanhada por 1 ou + das seguintes condições: 1.Proteinúria 2.Disfunção de outros órgãos maternos 3.Disfunção uteroplacentária • pré-eclâmpsia é o mais perigoso dos DHG; • isolada ou superposta à HA crônica: piores resultados maternos e perinatais • Maiores índices de PE evoluindo para quadros graves e prevalência de morte materna, variando de 8,7% a 22% - regiões menos favorecidas do país; • Maior causa de mortalidade materna no Brasil; • a cada ano - a pré-eclâmpsia é responsável por mais de 500.000 mortes fetais e neonatais e mais de 70.000 mortes maternas no mundo (AGUEMI AK, 2021; CUNNINGHAM et al., 2016; DUARTE FILHO et al., 2021 MAGEE et al., 2021) Revisão sistemática demonstrou: • pré-eclâmpsia : variando de 1,2% a 4,2% • eclâmpsia: 0,1% a 2,7% • OMS: distúrbios hipertensivos afetam cerca de 8-10% das gestações no mundo (AGUEMI AK, 2021;DUARTE FILHO et al., 2021) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE PRÉ- ECLÂMPSIA CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE PRÉ- ECLÂMPSIA CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE PRÉ- ECLÂMPSIA diagnóstico de pré-eclâmpsia (isolada ou sobreposta à hipertensão crônica) e: • PAS≥160 mmHg e/ou PAD≥110 mmHg; • síndrome HELLP; • edema agudo de pulmão; • vasculopatia cardíaca e/ou pulmonar; • Insuficiência renal; • sinais de eclâmpsia iminente; • eclâmpsia PRÉ-ECLÂMPSIA COM CARACTERÍSTICAS GRAVES Todos os casos de PE com sinais de gravidade merecem internação hospitalar para acompanhamento e redução de danos. PROF.ª DRA. SANDRA LUZINETE FELIX DE FREITAS Apesar de ainda existirem muitas perguntas por responder, é geralmente aceito que O FETO e a PLACENTA têm um papel central na pré-eclâmpsia, evidenciado pelo rápido desaparecimento dos sintomas da doença após o parto (SAITO et al., 2007) PLACENTA - papel predominante no desenvolvimento da PE, sendo a dequitação o único tratamento efetivo na sua cura (CHAIWORAPONGSA et al., 2014; PHIPPS et al., 2016; SAITO et al., 2007 apud SERENO, 2019) teoria da placentação defeituosa TEORIA VASCULAR Artérias espiraladas – que fornecem o suprimento final de sangue à placenta - são as artérias do endométrio e do terço superficial do miométrio Ondas de invasão trofoblástica normal 1ª onda de migração trofoblástica: remodelação extensa das artérias espiraladas dentro da decídua basal; • Inicia-se com 6 semanas e se completa por volta de 10 semanas da gravidez • o trofoblasto faz a destruição da musculatura vascular e da membrana elástica do vaso aumentando seu diâmetro (vasos complacentes) ⚬ os trofoblastos endovasculares substituem os revestimentos muscular e endotelial vasculares para aumentar o diâmetro vascular (e diminuir a resistência) ⚬ aumenta o fluxo sanguíneo em 10 vezes PROF.ª DRA. SANDRA LUZINETE FELIX DE FREITAS PROF.ª DRA. SANDRA LUZINETE FELIX DE FREITAS Acredita-se que a placentação defeituosa possa provocar: • desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, • parto prematuro, • restrição de crescimento fetal • descolamento da placenta em mulheres grávidas suscetíveis A magnitude da invasão trofoblástica defeituosa correlaciona-se à gravidade do distúrbio hipertensivo em grávidas suscetíveis Manifestações clínicas • HA - elevação da PA para números acima dos valores considerados normais; ⚬ presença de PAS ≥ 140mmHg e/ou PAD ≥ 90mmHg, considerando o 5º ruído de Korotkoff (desaparecimento da bulha); • proteinúria - 300mg (3g) ou mais de proteínas na urina de 24 horas OU com pelo menos 1+ em fita reagente; • edema, quando existente, pode ser localizado ou generalizado • edema oculto que é evidenciado pelo excessivo ganho ponderal (FEBRASGO, 2017) OBS.: edema clínico /rápido aumento de peso - suspeita de pré-eclâmpsia, mas não é critério diagnóstico. • oligúria: diurese inferior a 400 ml por dia, • cefaléia, • dor epigástrica, • cianose ou edema pulmonar confirmado, • dor no hipocôndrio direito (rotura da cápsula de Glinson), • trombocitopenia grave (plaquetas abaixo de 100.000/mm3), • anemia hemolítica microangiopática: (hemólise, icterícia e/ou elevação das enzimas hepáticas), e • crescimento intra-uterino retardado (CIUR ou RCIU). Além dessas manifestações clínicas, também pode ocorrer: • Hemoconcentração - hematócrito, por isso, é habitualmente elevado pela hemoconcentração • Trombocitopenia - sugestivo de síndrome HELLP Síndrome HELLP: • há ativação intravascular das plaquetas e lesão endotelial, com ativação de TxA2 • A hemólise microangiopática, marca registrada da síndrome, revela-se no esfregaço do sangue periférico ZUGAIB, 2020 Alterações sanguíneas (REZENDE FILHO; BURLÁ, 2017; ZUGAIB, 2019). Alterações vasculares Alterações renais • endoteliose capilar glomerular - lesão mais característica das distúrbios hipertensivos da gravidez - patogênese da proteinúria • elevação do ácido úrico • insuficiência renal do tipo necrose tubular aguda ZUGAIB, 2020 Na pré-eclâmpsia, a resposta se dá: Na gravidez fisiológica RESUMINDO: FISIOPATOLOGIA DA PRÉ-ECLÂMPSIA/ECLÂMPSIA Fatores de risco para predizer a ocorrência da doença seleção de subgrupos maior risco Encaminhamento para centros especializados PREDIÇÃO E PROFILAXIA DA PE • rastreamento combinado de 1° trim: ⚬ antecedentes maternos, ⚬ PAM (entre 11 e 14 semanas) ⚬ índice de pulsatilidade de artérias uterinas proteína plasmática A associada à gravidez (PAPP-A) ou fator de crescimento placentário (PlGF) FIGO e Fetal Medicine Foundation – recomendação: PAM = PAS + (2*PAD) 3 niveis diminuídos - associados à PE • Nuliparidade • Idade materna avançada • História familiar de PE (irmã com PE - risco de 14% • PE em gestação pregressa: ⚬ PE na 1ª gestação – risco de 20% ⚬ PE grave em gestação anterior – risco de 30% • Quando o agravamento ocorre no 2º trim – risco de 65% • HAC prévia à gestação • DM prévio à gestação Fatores de risco• colagenoses • DTG • Doença renal • Obesidade • Gestação múltipla • Trombofilias (SAF) Quanto às condições socioeconômicas Não há evidências que comprovem sua influência sobre a prevalência da pré-eclâmpsia, mas eclâmpsia e síndrome HELLP - mais frequentes na população com nível socioeconômico desfavorável (falta de acesso ao pré-natal ou assistência precária, sem reconhecimento de fatores de risco, possibilitando a evolução para formas mais graves (DUARTE FILHO et al., 2021) Pacientes com alto risco para PE, entre 11-14 semanas, devem iniciar o uso de AAS em dose ≥ 100 mg, (ideal 150 mg) - iniciado antes de 16 sem, até 36 sem. intensidade suficiente para FC (que permita falar, mas não cantar), realizados por pelo menos 140 min/sem, podem reduzir o risco de PEExercício físico PREVENÇÃO PRIMÁRIA DA PE Suplementação de cálcio evidencias conflitantes. Em metanálise de 2014, suplementação diária de cálcio ≥ 1 g na 2ª metade da gravidez mostrou redução significativa de 55% para PE, principalmente nas gestantes com baixa ingestão (FEBRASGO, 2023) Deve ser restrita a mulheres com outras comorbidades que necessitem de anticoagulação na gravidez (Ex.: SAF) Heparina de baixo peso molecular (HBPM) entre 39 e 39 sem e 4 d de IG em nulíparas de baixo risco reduziu os riscos de hipertensão gestacional e PE Indução do parto • grupo de alto risco, dose ideal é ≥ 100 mg/dia, iniciar antes de 16 sem, até 36 sem • parece seguro tanto para a mãe quanto para o feto • há falta de dados sobre possíveis efeitos colaterais e resultados a longo prazo quando prescrito em larga escala para pacientes de baixo risco Quando usar o AAS Profilaxia com AAS PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DA PE Objetivo: detectar a doença precocemente enquanto ela é assintomática e quando o tratamento precoce é capaz de impedir sua progressão (ZUGAIB, 2020). PREVENÇÃO TERCIÁRIA DA PE Refere-se aos cuidados clínicos que previnem a deterioração adicional ou reduzem as complicações depois que a doença já é sintomática (ZUGAIB, 2020). ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL A frequência do acompanhamento depende da evolução e gravidade de cada caso, recomendando-se sua execução de maneira geral, uma vez por semana. com exames laboratoriais para identificar comprometimento de órgãos-alvo e diagnóstico da síndrome HELLP ainda em estágio inicial (apenas alterações laboratoriais, sem sinais e sintomas clínicos). (PERAÇOLI et al., 2019; ZUBAIB, 2020) • Hto, Hb e contagem de plaquetas • desidrogenase láctica • bilirrubinas totais ou haptoglobina - padrão-ouro de anemia microangiopática • creatinina • AST (transaminase oxalacética ou TGO) • proteinúria - dosagens repetidas são desnecessárias • ureia - se houver comprometimento renal • ácido úrico Exames a serem solicitados ácido úrico - correlação com desfechos adversos, mas não constitui marcador único para decisões clínicas para avaliar comprometimento hepático, dosagem de AST é suficiente; • Receber informação e ter condições de compreender a importância de serviço de referência se sintomas/sinais de agravamento da doença • Residir próximo a um hospital • Ter alguém em casa ou em local próximo o tempo todo para dar suporte em caso de um evento adverso inesperado • Estar atenta aos movimentos fetais – na percepção de redução, procurar hospital • Ter condições de aferir a pressão arterial diariamente (no domicílio ou na Unidade Básica de Saúde) CONTROLE AMBULATORIAL IMPLICA QUE A GESTANTE PRECISA: • Manter os valores da pressão arterial entre 110 a 140 x 85 mmHg • Reduzir a atividade física ou estressante, uma vez que a pressão arterial se mantém mais baixa quando em repouso. • Manter consulta semanal para monitoramento das condições do feto e realizar exames laboratoriais necessários. • Ser internada, caso seja identificado qualquer sinal/sintoma de agravamento da doença para melhor avaliação e conduta. • manter o controle da PA, • atentar aos sinais/sintomas de iminência de eclâmpsia e às alterações laboratoriais que indiquem síndrome HELLP. Gestante bem controlada parto com 37 semanas (podendo indução) No pós-parto imediato TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Dieta • Normal - sem restrição de sal (não há evidências que apoiem a restrição de sal para controlar a PA ou prevenir resultados adversos • A restrição de sódio pode, no entanto, diminuir o volume intravascular. Repouso hospitalar ou domiciliar • Não há evidências de que melhore significativamente os principais desfechos maternos e perinatais das pacientes com pré-eclâmpsia (PERAÇOLI et al., 2019; ZUBAIB, 2020) EBSERH, 2022 Tratamento farmacológico PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE • Internação para estabilização do quadro clínico, • controle rígido da PA (PAS ≥ 160 mmHg e/ou PAD ≥ 110 mmHg persistindo ≥ 15 minutos) e dos sintomas. • Instituir tratamentos pertinentes a cada caso Objetivos • diminuir PA em 15% a 25% (PAS entre 140 e 150mmHg e PAD entre 90 e 100 mmHg) • evitar quedas bruscas da PA - riscos maternos (AVC, infarto) e redução da perfusão uteroplacentária comprometendo ainda mais o feto EBSERH, 2022 reavaliar a paciente clínica e laboratorialmente antes de proceder à indicação do parto. Nesse contexto, situações de deterioração clínica que indicam a resolução da gestação incluem: Antecipação do parto • síndrome HELLP, eclâmpsia; DPP, EAP/comprometimento cardíaco; • insuficiência renal • hipertensão refratária ao tratamento com três fármacos anti-hipertensivos; • alterações na vitalidade fetal; • alterações laboratoriais progressivas (trombocitopenia, elevação de enzimas hepáticas); • Idade gestacional ≥ 24 semanas e < 34 semanas SINAIS DE AGRAVAMENTO DO QUADRO: O sangramento se estende à cápsula de Glisson -> hematoma subcapsular (pode evoluir com ruptura e hemorragia intraperitoneal, geralmente fatal) (ZUGAIB, 2020). Lesões hepáticas, secundárias ao vasoespasmo - hemorrágicas que evoluem para necrose hemorrágica periportal ROTURA DA CÁPSULA DE GLISSON COMPLICAÇÕES ALTERAÇÕES UTEROPLACENTÁRIAS ALTERAÇÕES DE COAGULAÇÃO ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES ALTERAÇÕES PULMONARES ALTERAÇÕES RENAIS ALTERAÇÕES HEPÁTICAS ALTERAÇÕES PULMONARES período pós-parto continua extremamente crítico. piora mais acentuada se parto cesárea nas primeiras 24 horas de puerpério - piora transitória do quadro clínico (consumo de plaquetas/fatores de coagulação) Conduta na pré-eclâmpsia com sinais de gravidade concentrado de plaquetas • Muitas das mortes maternas ocorrem no pós-parto devido às complicações hemorrágicas e cuidados inadequados nesse período • Recomenda-se internação em UTI Se sangramento anormal e síndrome HELLP, ou se trombocitopenia grave (<20.000 plaquetas) mesmo sem sangramento Sinais de iminência de eclâmpsia • Cefaleia persistente e hiperreflexia, • distúrbios visuais: fotofobia, fosfenas e escotomas e amaurose, • náuseas, vômitos e dor no andar superior do abdome • EAP Eclâmpsia: • convulsões tonicoclônicas generalizadas e/ou coma - gravidez (50%), parto (20%) ou puerpério (11-44%), em gestantes com PE, • uma das manifestações clínicas mais graves do espectro da PE, • causa frequente de morbimortalidade materna no Brasil. • 2% a 3% de pacientes com PE grave quando não se administra sulfato de magnésio como uma profilaxia (ZUGAIB, 2020). Profilaxia da Convulsão EBSERH, 2022 alterações nesses parâmetros • redução ou parada da infusão EV ou não realização da IM • avaliação dos níveis de MgSO4 e da função renal • se dentro dos limites de normalidade, nto Após a 1ª dose, para manter dose EV ou a dose IM - monitorar: • reflexo patelar presente, • FR ≥ 16 irpm • diurese ≥ 25 mL/h dose inicial, adequadamente administrada – sem riscos de intoxicação (4g/20 mL) ANTÍDOTO GLUCONATO DE CÁLCIO 10% 10 mL (1g) por via EV, lentamente Sistematização da assistência de enfermagem às gestantes com síndromes hipertensivasVERIFICANDO A PRESSÃO ARTERIAL DA GESTANTE 1. Explicar o procedimento à gestante; 2. Atentar para: ▪ bexiga cheia; ▪ Prática de exercícios físicos; ▪ Ingestão de bebidas alcoólicas, café, alimentos, ▪ fumo até 30 minutos antes; 3. gestante deve permanecer sentada, em repouso por 5-10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável; 4. Palpar artéria braquial; 5. Colocar o manguito, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial; 6. braço na altura do coração, palma da mão para cima; 7. olhos do examinador no mesmo nível da coluna de mercúrio ou manômetro aneróide; 8. Estimar nível da pressão sistólica - palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento 9. desinflar rapidamente e aguardar de 15-30 segundos antes de inflar novamente; 10. estetoscópio nos ouvidos, curvatura para a frente; 11. campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial, na fossa antecubital; 12. gestante - não falar durante o procedimento de medição; 13. Inflar rapidamente, de 10 mmHg em 10 mmHg, até o nível estimado da PAS; 14. deflação, com velocidade constante inicial de 2 mmHg a 4 mmHg por segundo, evitando congestão venosa e desconforto para a gestante; 15. PAS no momento do aparecimento do 1º som (fase I de Korotkoff); 15. PAD no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais: • Auscultar cerca de 20 mmHg a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa; • Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff); 17. Registrar os valores das PAS e PAD (evitando-se arredondamentos), posição e braço da gestante; 18. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas; 19. Informar gestante sobre os valores da PA e possível necessidade de acompanhamento. dar preferência aos aparelhos de coluna de mercúrio ou aneroides calibrados Se houver diferença nos valores entre os braços, considerar o braço com os maiores valores em todas as medidas. gestantes obesas, circunferência do braço superior a 30 cm, sem manguito adequado usar tabela de correção (BRASIL, 2023). Correção da PA segundo a circunferência do braço da paciente Ruídos de Korotkoff Fase Qualidade Descrição Insuflação correta do manguito Ausência de som Fase I Batimento suave PRESSÃO SISTÓLICA Batimento suave e claro, aumentando de intensidade Lacuna auscultatória Ausência de som Silêncio durante 30 a 40 mmHg Fase II Sussurro Sopro mais suave após o batimento inicial Fase III Batida Sons agudos e nítidos Fase IV Abafamento brusco O som torna-se grave e abafado Fase V Silêncio PRESSÃO DIASTÓLICA: corresponde ao último som audível antes do silêncio. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] Brasilíia: Ministério da Saúde, 2022. CUNNINGHAM, F. G. et al. Hipertensão na gravidez. In.:_____ Obstetrícia de Willians. 24. ed. Porto Alegre: AMGH, p.706- 56, 2016. DUARTE FILHO, Luís Carlos Corrêa et al. Doença Hipertensiva Específica da Gestação: evolução científica na relação da pré-eclâmpsia com a morbimortalidade materna. Braz. J. of Health Review, v. 4, n. 5, p. 19318–19327, 2021. EBSERH. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. MANEJO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc- uftm/documentos/protocolos-assistenciais/28PRT.DMED.022ManejodasSndromesHipertensivasnaGestao.pdf. Acesso em 25 fev 2024 FEBRASGO. Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. São Paulo: Federação Brasileira das Associações e Ginecologia e Obstetrícia, 2017 FEBRASGO. Febrasgo Position Statement: Predição e prevenção da pré-eclâmpsia. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, n.1, jan 2023 MAGEE, Laura A. et al. The 2021 International Society for the Study of Hypertension in Pregnancy classification, diagnosis & management recommendations for international practice. 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