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Educação para Todos

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PITÁGORAS
ANDRÉA DOS SANTOS SANTANA ARAUJO
EDUCAÇÃO PARA TODOS: O PAPEL DA ESCOLA NO PROCESSO FORMATIVO
ABRIL – 2020 
PITÁGORAS
ANDRÉA DOS SANTOS SANTANA ARAUJO
EDUCAÇÃO PARA TODOS: O PAPEL DA ESCOLA NO PROCESSO FORMATIVO
Trabalho de Produção Textual a ser apresentado à Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção de média semestral de todas disciplinas do semestre 2020.1
Orientador: Tutor de Sala Tiago Nunes Borges.
FEIRA DE SANTANA
ABRIL – 2020 
1 Introdução
	Está escrito na Constituição Federal de 1988 que o direito à educação é um direito fundamental. Com as leis que regem a educação, buscou-se garantir com que a lei fosse executada. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo principal discorrer sobre a educação como direito assegurado nas políticas públicas onde a Constituição Federal garante à todos esse direito, a função social da escola em que é possível promover o desenvolvimento da capacidade cognitiva e afetiva do indivíduo, possibilitando que este torne-se um cidadão, autor de sua própria vida interagindo com a sociedade ao qual está inserido, os princípios do ensino ao qual o professor é visto como sujeito desta transformação do aluno, realizando atividades conforme as normas e diretrizes, as quais norteiam a sua condução em sala de aula, a diversidade do espaço escolar onde infere-se que a escola perde o caráter excludente e torna-se mais acessível para todos os alunos; enquanto a escola regular recebe alunos com as mais diversas deficiências dispondo de um ambiente receptivo e preparados para um atendimento especial para tais necessidades, e a ação docente na prática pedagógica, onde através da compreensão do professor quanto à sua importância como agente transformador para através das práticas pedagógicas adquiridas transformar os alunos no que diz respeito ao reconhecimento enquanto indivíduo na transformação da sociedade. Nesse sentido espera-se que todas ações sejam elas impostas pelas leis que regem nosso país, assim como as leis de diretrizes e bases da educação, e a proatividade do professor contribuam para que o conhecimento proposto em sala de aula chegue à todos alunos, inclusive aos que possuam algum tipo de deficiência, usando metodologias, adaptações que favoreçam esta aprendizagem. Com este trabalho, busca-se apresentar a importância deste tema ainda que tenha alguns pontos contraditórios tais como a expectativa e realidade vivida. Para a realização deste trabalho foi o utilizado o método de pesquisa bibliométrica.
2 Desenvolvimento
2.1 Educação como direito assegurado nas políticas públicas
	A educação faz parte dos direitos sociais, sendo parte de um conjunto desse direito que tem por modelo inspirar-se na igualdade das pessoas. A importância da educação para a sociedade como um todo é incontestável, pois é imprescindível para a capacitação do indivíduo no que diz respeito à sua formação como cidadão bem como para prepará-lo para o mercado de trabalho.
	A globalização é fruto da revolução tecnológica e o exercício da cidadania é garantida através da Constituição Federal, que tem como seu instrumento fundamental, a universalização da educação básica, que se espera que esta promova o bem estar social, com desenvolvimento social tanto para as crianças e adolescentes com o intuito de garantir a melhoria e vida dos cidadãos (ALVES, 2015).
	A educação em seu conceito tem por si só uma dimensão ampla e para alguns autores torna-se difícil de conceituá-la. O Ministro Celso de Melo defini a educação como (MELLO, 1986. p. 533):
 “É mais abrangente que o da mera instrução. A educação objetiva propiciar a formação necessária ao desenvolvimento das aptidões, das potencialidades e da personalidade do educando. O processo educacional tem por meta: (a) qualificar o educando para o trabalho; (b) prepará-lo para o exercício consciente da cidadania. O acesso à educação é uma das formas de realização concreta do ideal democrático”.
	Já a Constituição Federal estabelece em seu artigo 205, que a educação é o direito de todos e dever do estado e da família, ingressando no ordenamento jurídico pela norma de hierarquia superior, motivo pelo qual a sua aplicação encontra sujeita ao controle do direito (ALVES, 2015).
	O direito à educação permite o acesso à escola e a sua permanência, garantindo o nível de qualidade para a todos. Dessa forma a educação propicia ao individuo um papel transformador onde busca-se dirimir as desigualdades. Na verdade, a educação é papel do Estado, tanto para a formulação de políticas públicas, inclusive impor à sociedade a obrigatoriedade de oferecer ensino de qualidade, e com equidade para todos (ARAUJO, 2011).
2.2 Função Social da escola
	A escola sofreu inúmeras transformações ao longo da história, e esta o mundo elegeu como a via de socialização através do saber sistematizado. É o lugar onde o conhecimento é difundido por diversas gerações e até hoje não se encontrou outra forma de substituí-la (PENIN, 2001).
	O conhecimento passado pela escola é feito de forma sistematizada, onde é construído através das relações sociais, por outro lado é reconhecido como formal e essencial que visa o desenvolvimento do ser humano, para que este possa desenvolver funções sociais (COELHO, 2011).
	A função social da escola permite o desenvolvimento da capacidade cognitiva e afetiva do indivíduo, permitindo que este torne-se um cidadão autor de sua própria vida interagindo com a sociedade ao qual está inserido. A escola permite adquirir conhecimento e desenvolver habilidades e valores para que este individuo seja capaz de possuir conhecimento sobre cultura, leitura, ciências, artes e letras garantindo assim a sua cidadania. Logo a função social da escola em termos de sua definição mostra-se bastante complexa visto que, existem diversas formas de pensar a função da escola como fator de construção do saber no aluno (BUENO, 2001).
	O ato de educar é caracterizado como um ato social que depende da opção do indivíduo a se dispor a participar deste processo, mas o que se ensina nas escolas são definidos por politicas e normas formais (COELHO, 2011).
	Logo o processo de socialização do indivíduo na escola está não só atrelado à disposição dele, mas a habilidade do docente em ter sensibilidade diante das dificuldades encontradas e com isso criar um ambiente propício para que ocorra a troca de experiencias de forma a desenvolver o lado cognitivo do discente. 
2.3 Princípios do ensino	
	O professor como sujeito desta transformação do aluno, ao realizar suas atividades, as vincula com as normas e diretrizes as quais norteiam a sua condução em sala de aula. A Constituição, regulamentam os princípios tendo em seu artigo 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
	A constituição apresenta como princípios: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas.
VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
Já a Lei de Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 apresenta em seu artigo 3º os seguintes princípios:
Art. 3º . O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I- igualdade de condições para o acessoe permanência na escola; II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
	Todos esses princípios apresentados têm por objetivo em comum garantir que a educação seja ofertada e garantida conforme fora acordada na lei. Ainda que alguns pontos sejam adaptados para que a escola possa trabalhar com seus alunos conforme ao meio que ele está inserido.
2.4 A diversidade no espaço escolar
	Antigamente, as políticas públicas brasileiras em meados de 1950 tinham caráter excludentes como explicita nesse texto:
Para uma população escolar de 7 a 11 anos de idade, num total de 7.595.000 [...] a escola primária acolhe 4.921.986, ou seja, cerca de 70%. Destes, porém, encontram-se, no 1º ano, 2.664.121, quando ali só se deviam encontrar 1.600.000 (grupo de idade de 7 anos); no 2º ano 1.075.792, quando aí se deviam achar 1.500.000; no 3º, 735.116, onde deviam estar outros 1.500.000; no 4º e 5º anos, 466.957, quando aí deviam estar 1.480.000. (TEIXEIRA, 1983, p. 388-9)
	Entretanto é possível perceber que muitos avanços podem ser identificados ao longo dos últimos anos como o aumento do número de matriculas nos mais diversos níveis de escolaridade em virtude da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 1996) que obriga a iniciação da criança para ser escolarizada aos 4 anos de idade, além disso o aumento expressivo na formação superior dos professores (KASSAR, 2016).
	Esta autora ainda aborda em seu artigo o aumento de matrículas de alunos com diferentes necessidades especiais em escolas públicas regulares e ressalta o alcance do ensino fundamental quase que em sua totalidade no que diz respeito a seus alunos matriculados (KASSAR, 2016). O que é relatado por alguns autores é que esta inclusão causa desconforto aos demais alunos e alguns professores, pois é um desafio a inclusão destes em meio “ao grupo de pessoas normais” e a dificuldade deste grupo em ver o grupo como uma parcela da sociedade que vê o mundo de uma maneira diferente.
	A constituição defende essa inclusão dos alunos em escolar regulares, porém que seja feita em escolas de fato preparadas para receber estes alunos satisfazendo as suas necessidades didático-pedagógicas, pois o direito à educação é um direito social de todos com o único intuito de resgatar os indivíduos do anonimato e serem protagonistas de suas próprias vidas (RODRIGUES, 2015).
	Alguns autores também relatam a importância do respeito em relações aos outros tipos de deficiências e abordam que o tema é complexo e, portanto, merece um engajamento por parte dos professores para evitar a discriminação nas relações aluno-aluno e professor-aluno.
2.5 Ação docente na prática pedagógica
	O professor em pleno desenvolvimento de suas atividades tem o papel de direcionar o aluno em sala de aula, instigando-o na busca pelo conhecimento através de reflexões de suas práticas pedagógicas. Este profissional utiliza a pratica educativa onde é oriunda do conhecimento prático vindo das atividades vivenciadas por ele em sala de aula. Para que o professor tenha êxito em suas atividades faz-se necessário entender o quão importante compreender a prática docente e o seu trabalho e provocar transformações conscientizando o aluno em buscar esta transformação (MARTINS, 2014).
	As práticas pedagógicas devem ser organizadas de forma proposital com o intuito de reconhecer os valores e construir práticas que possam dimensionar os pactos sociais onde o indivíduo possa escolher qual o melhor caminho a seguir diante dos dilemas enfrentados (FRANCO, 2016).
	As aulas promovidas pelos professores devem tornar a aula como um lugar de construção do saber, provocando no aluno a construção do saber através de práticas pedagógicas que permitam atingir objetivos propostos pela proposta pedagógica (FRANCO, 2016).
3 Considerações Finais
	O presente trabalho nos mostra que não falta apoio legal para que ocorram ações que viabilizem a educação inclusiva. Ratifica que para ter êxito na adaptação dos alunos com deficiências sejam elas físicas ou motoras, se faz necessário que os profissionais sejam adequadamente habilitados e especializados. Dessa forma, munidos de materiais pedagógicos e didáticos possam adequar às necessidades de cada aluno nas instituições as quais estarão matriculados.
Referencias
ALVES, V. J. de S. O direito à educação e suas perspectivas de efetividade. 2015. Disponível em:
<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-direito-a-educacao-e-suas-perspectivas-de-efetividade/> acesso em 15 de abril de 2020.
ARAUJO, G. C. Estado, política educacional e direito à educação no Brasil. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 39, p. 279-292, jan./abr. 2011. Editora UFPR.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. Disponível em https://is.gd/yiT4Tv acesso em 15 abr. 2020.
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COELHO, N; ORZECHOWSKI, S. T. A função social da escola pública e suas interfaces. X congresso Nacional de educação – EDUCERE. I seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação – SIRSSE. 2011.
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KASSAR, M. C. M. Escola como espaço para a diversidade e o desenvolvimento humano. Educ. Soc., Campinas, v. 37, nº. 137, p.1223-1240, out.-dez., 2016
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PENIN, S. T. de S. Pro-gestão: como articular a função social da escola com as especificidades e as demandas da comunidade? Brasília: CONSED, 2001.
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SOARES, C. H. R; BAPTISTA, C. Alunos com Surdez no Brasil: Espaços de Escolarização e Produção Acadêmica em Três Diferentes Contextos Regionais1. Rev. bras. educ. espec., Bauru, v. 24, n. spe, p. 85-100, 2018. Disponível em<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382018000500085&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 abr. 2020.
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