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SÍNCOPE Definição: perda transitória da consciência de curta duração (< 5 minutos), de forma espontânea e com rápida recuperação Epidemiologia: · 3% dos atendimentos na emergência · Incidência em todas as faixas etárias · Aumento da incidência após os 70 anos Fisiopatologia: PPC = PAM - PIC PAM = [2xPAD + PAS]/3 PA = DC X RVS DC = VS x FC · Se tiver uma alteração rápida da PIC, pode ter uma alteração da perfusão cerebral → está distante do valor que gera uma HIC · Há variação muito grande da PAM, com risco de hipofluxo cerebral · O que pode interferir no DC: variação do VS (taquicardia e bradiarritmia), estenose aórtica, cavidade ventricular pequena, cardiopatia hipertrófica. Na RVS: queda brusca da PA, resulta em queda da PPC Tipos de síncope: reflexa, cardíaca e ortostática REFLEXA ou NEUROMEDIADA · Síncope vasovagal: variação do volume sistólico ou por emocional · Situacional: durante a micção, GI, pós exercícios · Síndrome do seio carotídeo · Pode ser por posição ortostática, com diminuição da pré-carga e DC, diminuindo também a PA. Há uma redução do VS e gera uma ativação de barorreceptores, com aumento de catecolaminas, para aumentar o inotropismo do VE. Aumento da força do batimento de um coração “vazio”. Diminuição do tônus simpático · Ou seja, há uma tentativa de compensação, mas o ventrículo bate “seco”, estímulo de mecanorreceptores que fazem reflexo que aumentam a aderência vagal e diminuem o tônus simpático · Levantar a perna é para aumentar o volume no VD HIPOTENSÃO POSTURAL · Não é comum em pacientes < 40 anos · Hipotensão exacerbada pela mudança de posicionamento · Cuidar das pessoas que fazer uso de medicações que fazem vasodilatação · Pode ser por redução do VS, como desidratação, doenças GI (vômitos, diarreia), hemorragias que não precisa ser aguda (pode ser diverticulite, nas fezes, hemorróidas, etc, principalmente por doenças crônicas) · Identificação: aferir PA em decúbito e, após 3 minutos, em ortostatismo → redução de 20 mmHg na sístole e 10 mmHg na diástole; se não aumentar FC em 10% também (cuidado com pacientes betabloqueadores) CARDÍACA · Podem estar relacionadas com arritmias (taqui e bradi) · Estruturais: EA, embolia pulmonar, isquemia cardíaca, cardiomiopatia hipertrófica, massas cardíacas, dissecção de aorta e hipertensão pulmonar ABORDAGEM NA EMERGÊNCIA: · Obrigatório: anamnese + exame físico + ECG Anamnese: · Detalhes do evento, posição, atividades, predisponentes · Início do evento: sintomas e palpitações · Durante o evento: maneira de cair no chão, cor da pele, abalos musculares e seus detalhes · Após o evento: duração, confusão pós-evento, sintomas, dor torácica Exame físico: · Ausculta cardíaca: arritmias e sopro · Aferição da pressão deitado e supino · Se certeza que é vasovagal: pode liberar · Se dúvida ou risco: avaliar risco Baixo risco: · Associada à pródromos · Depois de longos períodos em pé ou em locais quentes · Durante a refeição ou pós-prandial · Desencadeadora por tosse, espirro, defecação e micção · Devido a rotação da cabeça (compressão do seio carotídeo) · Mudança da posição deitada para ortostase Alto risco: · Síncope durante exercício físico · Em posição não ortostática · Palpitações no momento da síncope · Hx familiar de morte súbita · Hx de doença coronariana · Presença de IC · Doença cardíaca estrutural conhecida ECG: · Anormal indica alto risco e alterações importantes para desfecho negativo · Anormal: qualquer ritmo que não sinusal, bloqueios de ramos/BAV 2° grau Mobitz II/BAVT e presença de onda Q, alteração de segmento ST e aumento do intervalo QT Quando internar: alto risco, EGGSY > 2 e/ou doença cardíaca conhecida Exames complementares · Depende do que tem de etiologia · Eletrocardiograma para TODOS · Ecocardiograma transtorácico na suspeita de doença cardíaca · Hemograma na suspeita de hemorragia · GAAR na suspeita de hipóxia · Troponina suspeita de isquemia coronariana · D-dímero/angio TC de tórax suspeita de TEP Exames cardiovasculares · Geralmente especialistas TILT-TEST: 1. Dx incerto e suspeita de síncope vasovagal 2. Hipotensão ortostática retardada/progressiva 3. Síncope convulsiva x epilepsia 4. Pseudosíncope ECOCARDIO: na suspeita de doença cardíaca estrutural → obstrução da VSVE TESTE ERGOMÉTRICO: síncope durante exercício físico RNM CARDÍACA: suspeita de doença estrutural, infiltrativa ou congênita ou até fibrose HOLTER: eventos frequentes LOOP RECORDER: eventos mais raros ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO: BRE, identifica substrato anatômico e pode definir prognóstico. É invasivo, como uma das últimas opções Outros exames: · Doppler de carótidas: não recomendado · TC de crânio: TCE no episódio, suspeita de Doença Cérebro Vascular · Eletroencefalograma: na suspeita de epilepsia Tratamento: Baixo risco: · Síncope vasovagal: orientação · Síncope situacional: orientação · Hipersensibilidade do seio carotídeo: orientação Alto risco: depende da causa e precisa de avaliação do especialista CONCLUSÃO: · É uma queixa frequente em pronto atendimento · Diferenciar as causas de síncope + estratificar risco: hx + exame físico + ECG. Considerar internamento · Direcionar exames de acordo com suspeita image1.png