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Dispneia de Origem Cardíaca


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Dispnéia de Origem Cardíaca 
Raquel Da Silva Rogaciano Ferreira Med – Unime – 2021.1 
A DISPNEIA DE ORIGEM CARDÍACA 
O centro respiratório fica no Bulbo raquidiano e na 
ponte esses locais tem interferência por 
quimiorreceptores periféricos e centras, além de 
mecanorreceptores que estão localizados nos pulmões. 
Esse centro funciona de forma involuntário, e ele 
interfere na sensação de dispneia. A bomba respiratória 
é composta pelo diafragma, músculos e alvéolos. A 
unidade alvéolo capilar é o local onde há troca dos 
gases, é importante na sensação de dispneia. 
No sistema circulatório a dispneia se relaciona a ICC, 
que está relacionado ao baixo debito cardíaco, assim 
como aumento da pressão de enchimento. Outra 
causa da dispneia se dá por descondicionamento 
físico. 
Sintomas gerais são: Baixo débito cardíaco, aumento 
de pressão de enchimento (congestão pulmonar e 
sistêmica), arritmias, desbalanço entre oferta e 
demanda de oxigênio (sintomas de isquemia) 
A dispneia é a incapacidade de respirar 
confortavelmente; 
Ela pode ser crônica se maior eu 4 semanas, pode 
ocorrer por motivo cardiovascular (IC e SCA) ou 
respiratória (DPOC TEP) e outra causas neurológicas. 
É uma queixa muito comum no ambulatória, são 15% 
das queixas na cardiologia e 60% nos pneumologistas. 
Nos serviços de resgates são comuns por: Insuficiência 
cardíaca, Pneumonia, DPOC, Asma, Síndrome 
coronariana aguda. 
Na sala de emergência são comuns por: DPOC, 
Insuficiência cardíaca, Pneumonia, Síndrome 
coronariana aguda, Fibrilação atrial ou Flutter atrial. 
Ambulatorialmente é comum por: IVAS, ASMA, DPOC, 
Insuficiência cardíaca, Hipertensão 
TERMOS ESPECÍFICOS: 
Ortopneia: dispneia minutos após se deitar. 
Dispneia paroxística noturna: dispneia após horas de se 
deitar → defeito no retorno venoso. 
Trepopneia: dispneia quando deita do lado acometido 
(câncer, tumor ) 
Bendopneia: dispneia ao agachar, relacionada com IC. 
AVALIAÇÃO 
A anamnese de dispneia deve focar em características 
(duração, desencadeantes, fatores de melhora), 
sintomas associados(dor torácica, sintomas 
constitucionais : febre, tosse), antecedentes 
(comorbidades, hábitos, vícios, exposição ambiental, 
uso de medicações). 
O exames físico pulmonar deve ser avaliado a 
expansibilidade, percussão auscultas (em todos os 
pontos) → avalia crepitações e sibilos. 
No cardiovascular faz inspeção, palpação e ausculta se 
há bulhas (B3?)ou sopros. 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
Oximetria de pulso → triagem 
Gasometria arterial→ indicada se houver hipoxemia 
Raio x de tórax 
ECG : alto valor preditivo negativo 
US pulmonar: Linhas A(horizontais) linhas B ( verticais → 
congestão) 
BNP e NT pro-BNP 
 
DOR TORÁCICA 
Características da dor( tipo, duração, fatores de piora e 
melhor), sintomas associados(dispneia, sudorese, 
náuseas), antecedentes (comorbidades, histórico 
familiar, uso de medicações e drogas) 
Exame físico (pulmonar→ avaliar expansibilidade, 
percussão, ausculta: crepitações e sibilos) 
Exame cardiovascular: inspeção (jugular) palpação, 
ausculta, PA e FC) 
Exame do tórax ( inspeção, palpação) 
DOR ANGINOSA 
Dor com característica de → dor em aperto, mal 
caracterizada, retroesternal ou precordial, (atenção ao 
sinal de Levine), irradiação (geralmente para 
cima)sudorese, palidez, diaforese, náusea. Fatores de 
melhora: repouso e nitratos; piora com estresse. Pode ser 
angina típica ou atípica. Exame físico geralmente é 
normal, mas pode aparecer sinais de insuficiência 
cardíaca. 
O paciente pode se apresentar sem dor (geralmente 
são idosos, mulheres, diabéticos → se apresentam com 
náuseas, mal estar, sudorese...Equivalente esquêmico) 
Etiologias da dor anginosa: 
Aterosclerose: fatores de risco (HAS E DM), esforço físico. 
Dispnéia de Origem Cardíaca 
Raquel Da Silva Rogaciano Ferreira Med – Unime – 2021.1 
Vasoespasmo : geralmente pacientes mais jovens, com 
dor ao repouso, geralmente pela manha, há alteração 
de ST transitória. → exclusão 
Estenose aórtica: ocorre hipertrofia do ventrículo e átrio 
esquerdo, gerando aumento da demanda cardíaca de 
oxigênio, gerando o sopro sistólico ejetivo. Pode 
apresentar a tríade anginosa: angina, sincope e 
insuficiência cardíaca 
Cardiomiopatia hipertrófica: sopro ejetivo (aumento 
com manobra de valsalva→ por causa do aumento da 
pressão em tórax, diminuindo o retorno venoso, 
aumentando a obstrução e o sopro), esse paciente 
pode ter caso de morte súbita na família. 
Pericardite aguda: dor em pontada, retroesternal e 
precordial, durando dias, pode irradiar para dorso e 
trapézio escapular, há melhora quando o paciente se 
inclina para frente e pi ora quando o paciente deita. O 
atrito pericárdio também pode ocorrer; 
Dissecção aguda de aorta: é raro, porém fatal. dor 
muito forte, súbita e intensa. Pode ser torácica ou em 
dorso, ou abdome, dor em facada ou rasgando. O 
exame físico com assimetria de pulso e PA, déficit 
neurológico e sopro diastólico aórtico. Geralmente 
ocorre em pacientes com doenças do conectivo, 
doença de aorta ou v. aórtica, cirurgia cardíaca prévia. 
Pneumotórax: pode ser espontâneo ou iatrogênica. A 
dor é pleurítica, súbita, geralmente associada com 
dispneia . Ao exame físico há redução da 
expansibilidade e hipertimpanismo no local. 
Gastrointestinais → refluxos, 
Musculoesqueléticas → dor somática, com piora a 
palpação. 
Psiquiátricas → relacionado a angústia ou ansiedade. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
ECG: feito e interpretado em até 10 min. Deve ser 
avaliado se há alterações isquêmicas (segmento ST e 
onda T), há 2 padrões: 
• Subendocárdico: relacionado com obstrução 
parcial do vaso e geralmente ocasiona Infra de 
ST. 
• Transmural: relacionado a obstrução total, é 
mais grave, apresenta supra de ST. 
O ECG também pode auxiliar na pericardite com: 
• Supra em V2, V3, aVF, D2 e D3, 
Raio X: pode auxiliar em dissecção de aorta, com 
aumento do mediastino. 
Troponina: enzima cardíaca, liberada quando há dano 
no miocárdio, te inicio em 3 horas, pico em até 24h e 
duração de até 10 dias. Lembrar que há diversos 
motivos para elevação da troponina. 
TRATAMENTO 
1° passo: avaliar causas graves, fazer ECG e avaliar em 
até 10 min. 
2° passo: tratamento especifico. 
SÍNCOPE 
Sincope → perda súbita e transitória da consciência e 
do tônus postural. Há recuperação rápida e 
espontânea, está relacionado a hipoperfusão cerebral 
transitória. A anamnese e difícil porque o paciente não 
lembra o que ocorreu. A hipoperfusão cerebral 
transitória ocorre por : Pressão da perfusão cerebral = 
Pressão arterial média – Pressão intracraniana cerebral 
A pressão arterial depende do débito cardíaco x a 
resistência vascular periférica . (PA=DCxRVP) 
O débito cardíaco é determinado pela força de 
contração e a frequência com a qual o volume é 
ejetado. 
CLASSIFICAÇÃO 
Síncope reflexa(neuromediada); 
Hipotensão postural ou ortostática; 
Síncope cardíaca (cardiovascular) → risco de morte 
súbita. 
Síncope reflexa: reflexo cardiovascular inapropriado . A 
FC cai mais do que deveria ou a resistência vascular 
periférica cai mais do que deveria. O gatilho mais 
comum é o vasovagal (susto, muito calor, nervoso), 
situacionais (evacuação, micção), Síndrome do seio 
carotídeo (em homens idosos). 
Hipotensão postural ou ortostática: queda da PA após 3 
min em pé, definida por queda sistólica acima de 
20mmHg ou diástolica acima de 10 mmHG. É uma falha 
no sistema nervoso autonômico (distúrbio degenerativo, 
hipovolemia (em pacientes com diarreia, vômitos, 
medicações), Parkinson, DM, uremia, amiloidose) 
Síncope cardíaca → rico de morte súbita. Mecanismo: 
• Arritmias → mais comunsas bradiarritmias (BAVs 
avançados= BAV 2° grau Mobtiz II e o BAVT, 
medicações= amiodarona betabloqueadores) 
Taquiarritmias (menos comuns) 
• Doença cardíaca estrutural→ 
(miocardiopatias, estenose aórtica) 
Dispnéia de Origem Cardíaca 
Raquel Da Silva Rogaciano Ferreira Med – Unime – 2021.1 
As sincopes tem dois grandes picos: mulheres jovens, por 
causas reflexas, vasovagais. Já os Idosos homens 
maiores do que 65 anos, apresentam hipotensão 
postural, causas cardíacas e polifarmácia. 
Na anamnese é importante avaliar os riscos do 
paciente, é de baixo risco o paciente que possui 
pródromos (tontura, náusea, escurecimento visual) 
Geralmente o paciente está em pé, apresenta situação 
recorrente. Já o paciente de alto risco não apresenta 
pródromos, ocorre de forma súbita e está relacionado a 
trauma grave, o paciente pode estar deitado, sentado 
ou ao realizar esforço, ode apresentar dor torácica ou 
palpitações. 
È importante questionar o uso de diuréticos. 
Ao exame físico cardíaco é imprtante realizar de forma 
minuciosa observar sopro ou bulhas, pulsos periféricos e 
PA deitado e em pé. 
Ao exame neurológico é importante para diagnostico 
diferencial, avalio déficits focais e nível de consciência. 
Os diagnósticos diferenciais são convulsão (importante 
perguntar se houve movimentos tônico clônicos, 
liberação esfincteriana ), Intoxicaçao exógenas 
(perguntar se fez uso de opioides, bezodiazepínicos), 
Alterações metabólicas (com hipoglicemia e 
hiperventilação), AVC (geralmente com déficit focal 
mais evidente). 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
ECG: fundamental para avaliar arritmias ou alterações 
estruturais 
Glicemia Capilar 
Tilt Test: teste de inclinação → paciente colocado em 
uma mesa à 70° e sua PA e FC é avaliada de tempos 
em tempos. Com isso é avaliado se há causa 
neuromediada ou vasovagal. 
Eocardiograma 
ESTRATIFICAÇAO DE RISCO 
Anamnese + exame físico + ECG = alto ou baixo risco 
Escores de risco (Regras de São Francisco; OESIL; EGSYS) 
TRATAMENTO 
Baixo risco: orientações para evitar gatilhos, rever 
medicações (diminuir diuréticos) manobras contra a 
pressão. Pode ser usado a Fludrocortisona. 
Alto risco: Internação, busca da causa e tratamento 
especifico. 
PALPITAÇÕES 
Incomodo com batimento cardíaco 
2° queixa mais comum no ambulatório de cardiologia 
Podem ser paroxísticas ou persistentes e frequentes ou 
esporádicas. Podem ser extrassistólicas, taquicárdicas 
ou por ansiedade. 
As etiologias podem ser por: Arritmias (Bradi ou Taqui 
(FA) ou extrassístoles), Doenças estruturais. Doenças 
sistêmicas ou por drogas, Causas psiquiátricas. 
Exames complementares: 
ECG 
Holter 24 horas (para tentar identificar ) 
Looper recorder (implantado e dura semanas) 
Ecocardiograma 
Função tireoidiana.