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TRATAMENTO DO DM TIPO 1 · Deficiência completa ou praticamente completa de insulina → tratamento se baseia em oferecer insulina em doses fisiológicas completas · Doença autoimune poligênica, decorrente de destruição das células beta-pancreáticas Objetivos da insulinoterapia: · Oferecer insulina suficiente para as 24h para cobrir os requerimentos basais · Administrar bolus de insulina maiores com o intuito de atingir ou cobrir o efeito glicêmico das refeições · Manter a glicemia basal e prandial dentro dos objetivos glicêmicos, com o mínimo de hipoglicemias, principalmente as noturnas e graves Método basal-bolus: necessário realizar automonitorização e contagem de carboidratos . A administração de insulina para o tratamento do diabetes tem a função de controlar a quantidade de açúcar no sangue. Esse controle é necessário 24h Requerimentos de insulina - dose total diária (DTD): · Nossa insulinemia basal não é uma linha reta · Manhã: fenômeno do alvorecer, pelo aumento na secreção de hormônios contrarreguladores, portanto, aumento na secreção de insulina para compensar · Tarde: níveis de insulina aumentam um pouco · Madrugada: níveis de insulina abaixam muito Início → lua de mel (logo após o dx, tendo ainda uma continuidade de 20% de células beta que ainda produzem insulina, existindo uma possibilidade de usar apenas a basal, mas é uma doença autoimune), pode durar até 1 ano, mas varia de acordo com cada paciente Ou seja, no momento do dx, é possível usar apenas a insulina basal (1 a 3x/dia) e, a partir do 2° ano, precisa associar a insulina bolus/prandial, pois as células beta-pancreáticas vão sendo destruídas pelo sistema imunológico → tratamento basal + bolus → tratamento intensivo/intensificado → monitorização contínua dos níveis glicêmicos do paciente · A dose necessária de insulina vai depender de diversos fatores, principalmente da fase da doença e da idade do paciente DTD: · Fase de remissão parcial (lua de mel): 0,2 - 0,5 UI/kg/dia · Lactantes: 0,3-0,5 UI/kg/dia · Crianças pré púberes e adultos: 0,7-1 UI/kg/dia · Adolescentes/púberes: 1-2 UI/kg/dia → por conta dos hormônios (GH) que aumentam a necessidade de insulina · Gestação e obesidade: 1-2 UI/kg/dia Regular: faz um pico menor, demorando mais para começar a agir do que as outras NPH e detemir: pico de ação importante na metade da sua ação, precisando ser usadas mais de 1x ao dia TIPOS DE INSULINA: · Insulinas humanas: NPH e regular NPH: insulina de ação intermediária, de cerca de 10-18hrs → usada como insulina basal. Demora de 2 a 4h para iniciar sua ação REGULAR: insulina de ação rápida, de cerca de 5-8h, usada como insulina prandial → demora de 30-60 min para agir (não pode ser usada imediatamente antes das refeições, pois tem um tempo latente para o início da ação · Análogos de insulina: RÁPIDAS: asparte, lispro e glulisina → ação em 5-15min e o tempo total de ação de 3-5h ULTRA RÁPIDAS: fiasp e afrezza · Análogos de insulina basais sem pico de ação e de ação longa e ultralonga: AÇÃO LONGA: glargina e detemir → pode ser necessário 2 doses/dia para as 24h AÇÃO ULTRALONGA: glargina U 300 e degludeca → 1x/dia já é o suficiente · Para mimetizar uma secreção prandial precisamos de uma insulina rápida ou ultrarrápida (absorção rápida de carboidratos) · Insulina prandial (em bolus): ação rápida ou ultrarrápida precisa ser aplicada em horário adequado · Análogas de ação rápida precisam ser aplicadas 10-15 min antes da refeição · Ação ultrarrápida 5 min antes das refeições · Regular 30 min antes das refeições · Em crianças, pode-se administrar imediatamente após as refeições (eventual) · Objetivo: incremento máximo de 40-60 mg/dL 2h após a refeição · Insulina basal é aquela que cobre a ação basal do fígado, sendo divida em 3 grupos: INTERMEDIÁRIAS (NPH): início de ação em 2-4h, pico em 4-10h, duração do efeito 10-18h → por isso, na DM1 é usada pelo menos 2-3x/dia LENTAS/LONGAS: Glargina U100 e detemir → não possuem pico ULTRA LENTAS/ULTRA LONGAS: Glargina U300 e degludeca *Podem ser misturadas: NPH com regular e NPH com as ultra rápidas *Disponíveis no SUS: NPH (basal) e regular (prandial) ESCOLHA DE ACORDO COM CADA CRITÉRIO: **Degludeca também pode ser usada na gestação **Glargina e degludeca podem ser usadas 1x/dia Insulina basal: · NPH: 2-3x/dia · Detemir 2x/dia · Glargina 100 e 300 e degludeca: 1x/dia Proporção das doses de insulina basal e prandial: · 30-50% de basal · 50-70% bolus prandial · NPH se feito 2x/dia (50% da DTD): uma dose no café da manhã e uma antes de deitar - divida em doses por conta do pico de ação, evitando episódios de hipoglicemia · A dose é ajustada baseada na glicemia de jejum (dose antes de deitar) e do final da tarde (dose da manhã) · A divisão então fica em 50% da DTD de insulina basal e os outros 50% de insulina prandial, sendo dividida entre as refeições do dia, podendo ser por doses fixas ou contagem de carboidratos, ou ainda pela questão dos algoritmos de correção da hiperglicemia **No meio da noite há menos necessidade de insulina, enquanto ao amanhecer precisar de mais insulina, por isso não usa a NPH junto com a regular. Deixar a NPH para antes de deitar Esquema basal-bolus com análogos de insulina de ação longa ou ultra longa (insulinas glargina 100-300, degludeca ou detemir) + análogos de ação rápida (asparte, lispro e glulisina) → dieta pode ser mais flexível, uma vez que a dose de insulina é de acordo com a quantidade de carboidratos ingerida e de acordo com os valores de glicemia capilar antes da refeições Vantagens: · Melhor controle glicêmico · Menos hipoglicemias · Maior flexibilidade na alimentação e atividade física · Menor ganho ponderal (especialmente com detemir) Desvantagens: · Maior número de picadas · Maior dificuldade no cálculos de dose em bolus · Não pode misturar a basal e prandial na mesma seringa INSULINA PRANDIAL (BOLUS): Dose fixa: 50% da dose total diária dividida nas refeições ou 10% a 20% da DTD em cada refeição OU Contagem de carboidratos + correção da hiperglicemia Momento da aplicação: · Ação rápida: 15 a 20 min antes da refeição · Ação ultra-rápida: 0-5 min antes da refeição · Regular: 30 min antes da refeição Obs: exceção para crianças eventualmente Objetivo: incremento máximo de 40-60 mg/dL 2 horas após a refeição Contagem de carboidratos: Cálculo empírico: Relação insulina / carboidratos: 1U para cada 10-20 g de carboidratos · Criança: 1 U : 20 g · Adultos: 1U : 15 g · Adolescentes e obeses: 1U : 10 g Cálculo por fórmula → 400/dose total de insulina Ex.: 400/20 unidades = 20g → 1 unidade é necessária para compensar 20g de carboidratos Insulina prandial: correção da hiperglicemia Fator de sensibilidade: Cálculo do fator de sensibilidade (FS): · Quando a insulina faz de efeito no corpo de cada pessoa · Para insulina análoga de ação rápida e ultra-rápida FS = 2.100 (bebês); 2000 (crianças); 1800 (adultos) / dose total diária de insulina · O resultado expressa a redução da glicemia esperada com a administração de 1U de insulina para aquele indivíduo SISTEMA DE INFUSÃO CONTÍNUA DE INSULINA (SIC): bomba de insulina · Possui um reservatório de insulina ultrarrápida (prandial) e é a infusão contínua que mantém a insulinemia basal · Na hora da refeição, informa-se a dose de insulina que quer que seja aplicada pré-prandial METAS E MONITORIZAÇÃO: DECORAR!! Obs: 70% do tempo tem que ficar entre 70 a 180 mg/dL como meta AUTO MONITORIZAÇÃO: · Diário de glicemias → importante para identificar possíveis momentos de hipo ou hiperglicemia · Registro dos resultados · Automonitorização: 3 a 7x/dia · Realizada antes de cada refeições (para correção) e antes de deitar (para prevenção de hipoglicemia na madrugada) Hiperglicemia nas primeiras horas da manhã: Correção: FENÔMENO DO ALVORECER: · Mudar a insulina de ação intermediária para antes de deitar · Aumento da dose da insulina basal · Tratamento com bomba de insulina EFEITO SOMOGY: · Reduzir a dose de insulina basal noturna/rápida do jantar · Mudar a insulina de ação intermediáriapara antes de deitar · Usar insulinas basais sem pico de noite · Tratamento com bomba de insulina Obs: hiperglicemia jejum → pouca insulina basal ou fenômeno Somogy (pelos hormônios do estresse, secundário a uma hipoglicemia) → para descobrir o motivo, precisa verificar na madrugada. Outra causa é o fenômeno do alvorecer image5.png image6.png image4.png image1.png image3.png image2.png