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Prévia do material em texto

Gestão de Crédito
Mercado de Crédito
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Iraci de Oliveira Motta Rapp
Prof. José Felipe Ferreira de Souza
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lidia de Sá Cicaroni 
5
• Mercado de Crédito no Brasil
Esta unidade tem como foco principal o estudo do “Mercado de Crédito” no âmbito do cenário 
nacional e mundial e também aborda as agências de classificação de risco. 
No conteúdo teórico, inicialmente, você estudará o mercado de crédito brasileiro e a influência, na 
economia, dos altos índices de inflação que inibiram o desenvolvimento econômico brasileiro. Você deve 
atentar para o fato de que, após a implantação do Plano Real, em 1994, o país obteve forte expansão do 
mercado de crédito e de capitais. Um dos segmentos que mais cresceu foi o de cartão de crédito.
No cenário de crédito mundial, a crise no mercado imobiliário que ocorreu nos EUA em virtude da 
forte expansão do crédito hipotecário, sem observância das boas práticas de concessão de crédito, 
acarretou uma crise financeira mundial em 2008. A referida crise foi chamada de subprime, pois 
eram créditos de baixa qualidade que representavam alto risco. 
Com relação às agências de classificação de risco, durante o estudo desta unidade, você conhecerá 
as principais empresas do setor, bem como as escalas de rating utilizadas para classificar os emissores 
de títulos no mercado. 
Esses assuntos são importantes para a sua formação, visto que notícias sobre crise no mercado 
financeiro, endividamento dos países e agências de ratings estão frequentemente na mídia. 
O conteúdo teórico da Unidade II teve como base o livro Mercado Financeiro, de Alexandre Assaf 
Neto, e o livro Gestão e Análise de Risco de Crédito, de José Pereira da Silva. Serviram também 
de base para o conteúdo teórico o Relatório de Economia Bancária e Crédito, de 2010, do Banco 
Central do Brasil, e o artigo “Analisando a Crise do Subprime”, publicado na revista do BNDES, de 
autoria de Gilberto Rodrigues Borça Júnior e Ernani Teixeira Torres Filho. 
Na Unidade II – Mercado de Crédito – iremos estudar o cenário 
brasileiro e mundial do mercado de crédito; também iremos 
abordar a crise financeira mundial de 2008 e seu reflexo na 
gestão de crédito. 
Mercado de Crédito
6
Unidade: Mercado de Crédito
Contextualização
Ao estudarmos o mercado de crédito, percebemos que nele há o envolvimento de duas 
partes, uma credora e outra devedora. A relação entre ambas, geralmente, estabelece-se por 
uma relação contratual, que pode ser uma relação formal ou informal.
No Brasil, durante longo período de tempo, houve altas taxas de inflação que impediram 
o crescimento econômico brasileiro, consequentemente, também inibiram o crescimento do 
mercado de crédito. Para conter a inflação, foram implantados diversos planos econômicos que 
não tiveram êxito, até que o Plano Real entrou em vigor em 1994; desde então o Brasil tem 
vivido tempos de maior estabilidade econômica.
Ao estabelecer uma operação de crédito, a parte credora concede uma liquidez (crédito) 
mediante uma promessa de pagamento da parte devedora. Durante a operação de crédito 
existe também o risco de crédito.
Os principais agentes de concessão de crédito são as instituições financeiras, que possuem 
elevado grau de especialização no processo de empréstimo. Ressalta-se que existem diversos 
outros agentes que realizam a concessão de crédito ou captação de recursos.
O mercado de crédito é bastante importante para alavancar o desenvolvimento econômico 
de qualquer nação. No Brasil, houve forte expansão do crédito nos últimos anos, e o mercado 
de cartão de credito foi um dos produtos que mais cresceram.
7
2 Mercado de Crédito no Brasil
2.1. Cenário histórico
Por longo período, o Brasil sofreu com altas taxas 
de inflação, que inibiram o crescimento econômico 
e, por sua vez, o mercado de crédito no Brasil e o 
mercado de capitais. O governo brasileiro implantou 
diversos planos econômicos, visando combater essas 
taxas de inflação, tais como: Plano Cruzado (1986), 
Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989), Plano 
Collor (1990) e Plano Collor II (1991). 
Todos esses planos não lograram êxito no controle 
da inflação. No início de 1990, a taxa de inflação era da 
ordem de 56% e alcançou 84% no mês de março daquele 
ano, caracterizando um ambiente de hiperinflação.
 O último plano econômico lançado pelo governo brasileiro para combate à hiperinflação foi em 
1994 - o Plano Real. Desde então, o país tem vivenciado um período de estabilidade econômica. 
Divulgação BC
Assim, dentro de um cenário econômico mais estável, o Brasil tem experimentado um dos 
mais prolongados ciclos de expansão do crédito, e as instituições financeiras passaram a priorizar 
o crescimento das suas carteiras de crédito para pessoas físicas e jurídicas.
O mercado de crédito e o de capitais desenvolvidos são instrumentos para promover o 
desenvolvimento econômico. O acesso ao crédito pelas famílias aumenta o consumo; assim 
também a obtenção de capital pelas empresas permite o aumento da produção.
2.2. Crescimento do mercado de crédito no Brasil
Até 1994, praticamente poucas pessoas tinham acesso a cartão de crédito ou a financiamento 
de carro, por exemplo. O crédito para financiamento de imóveis também era escasso. Os 
empréstimos para capital de giro das empresas tinham curtíssimo prazo, como, por exemplo, 
cerca de 30 dias, e os financiamentos para investimento eram quase inexistentes.
O que é?
Inflação é o aumento 
generalizado nos preços dos bens 
e serviços, provocando perda do 
poder aquisitivo da moeda.
Hiperinflação é uma inflação 
fora de controle, ocorrendo 
encarecimento rápido dos 
produtos, recessão e desvalorização 
acentuada da moeda. Conforme 
economistas, pode-se considerar 
hiperinflação quando o índice fica 
acima de 50% ao mês.
8
Unidade: Mercado de Crédito
Conforme dados do Banco Central do Brasil, constantes 
no Relatório de Economia Bancária e Crédito de 2010, o 
volume de crédito concedido pelas instituições financeiras 
alcançou o montante de R$ 1.706 bilhões em dezembro de 
2010, com crescimento de 20,6% no ano, e representava 
46,4% do PIB (Produto Interno Bruto) . Em 2009, o 
montante de crédito concedido representava cerca de 45% 
do PIB contra 42% em 2008. 
Com base em dados disponíveis no sítio economiabr.
com.br, elaboramos a seguinte tabela com o valor do PIB 
brasileiro nominal, ou seja, valores em Reais, bem como em 
dólares norte-americanos no período de 2000 a 2010.
PIB Brasileiro Nominal - R$ Trilhões E US$ Trilhões - 2000 a 2010
ANO R$ TRI US$ TRI
2000 1,179.482 -
2001 1,302.136 -
2002 1,477.822 -
2003 1,699.648 0,493
2004 1,941.498 0,665 
2005 2,147.943 0,884
2006 2,322.818 1,067
2007 2,562.300 1,314
2008 2,889.719 1,573
2009 3,140.000 1,570
2010 3,675.000 2,090
Fonte: PIB com base em dados disponíveis em: www.economiabr.com.br/Ind/Ind_gerais
http://www.economiabr.com.br/Ind/Ind_gerais.htm#PIB-NOMINAL
 Elaboramos também uma tabela com o montante de crédito concedido pelo Sistema 
Financeiro Nacional (SFN), em Reais, no período de 2000 a 2010, e com os valores do PIB 
nomimal, apurando-se os respectivos percentuais do volume de crédito em relação ao PIB.
O que é?
PIB - Produto Interno 
Bruto é a soma de todos 
os bens e serviços finais 
produzidos em uma 
determinada região, que pode 
ser país, estado ou cidade, 
de um determinado período 
(mês, trimestre, ano, etc). PIB 
é índice utilizado para medir 
o crescimento econômico de 
uma região/país.
9
Volume de Crédito em Relação ao PIB
R$ milhões %
Ano PIB CRÉDITO CRÉDITO/
PIB
2000 1.179.482 326.826 27,71%
2001 1.302.136 336.376 25,83%
2002 1.477.822 384.396 26,01%
2003 1.699.648 418.258 24,61%
2004 1.941.498 498.722 25,69%
2005 2.147.943 607.023 28,26%
2006 2.322.818 732.590 31,54%
2007 2.562.300 935.973 36,53%
2008 2.889.719 1.227.294 42,47%
2009 3.140.000 1.414.304 45,04%
2010 3.675.000 1.705.890 46,42%
Fonte: Crédito no SFN com base emdados disponíveis no site do Banco Central e PIB com base em dados 
disponíveis em: www.economiabr.com.br/Ind/Ind_gerais
Em seguida apresentamos o gráfico representando os percentuais do montante de crédito 
em relação ao PIB, no qual se observa a evolução de 24%, em 2003, para 46% em 2010. 
10
Unidade: Mercado de Crédito
Nota-se que, no Brasil, houve um forte crescimento do volume do crédito em relação ao PIB 
nacional, porém esse aumento mostra-se baixo quando comparado com países desenvolvidos 
ou mesmo com países em desenvolvimento.
Segundo Sant’anna (2009), em estudo publicado em Revista do BNDES, Mercado de Crédito 
no Brasil, esse percentual pode atingir mais de 200% nos Estados Unidos. O referido estudo 
destaca que, no período de 2004 a 2008, na oferta de crédito pelos bancos, predominaram 
operações para as famílias, possibilitando o acesso a bens duráveis e imóveis. 
Em 2008, houve redução na oferta de crédito tanto no mercado brasileiro como no mundial, 
em função de crise financeira internacional que se iniciou nos Estados Unidos em 2007, assunto 
que estudaremos mais adiante.
Como veremos a seguir, outro mercado que ainda deverá crescer muito no Brasil é o de 
cartões de crédito. 
2.2.1 Mercado de cartões de crédito
O cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década 
de 20. Ele chegou ao Brasil na década de 50, porém, até os 
anos 90, sua utilização era incipiente. Todavia um dos mercados 
financeiros que mais cresceram após 1994, com a estabilização 
econômica, foi o mercado de cartão de crédito.
Segundo estudo de Zouain (2007), a quantidade de cartões de crédito ativos cresceu 88% 
entre 2000 e 2004, no entanto esse mercado ainda não está consolidado e deve crescer no 
segmento de baixa renda e de pequenos e micro negócios. 
Você já deve ter observado como é intensa a oferta de cartões às pessoas em geral pelas 
administradoras de cartões de crédito. Mas como funciona o cartão de crédito? De quem é 
o risco de crédito?
O cartão de crédito é um meio de pagamento eletrônico que permite ao portador efetuar 
compras de produtos e serviços em estabelecimentos comerciais credenciados. Toda conta de 
cartão de crédito possui um limite de compras definido pela administradora emissora do cartão. 
O portador recebe mensalmente a fatura para pagamento e pode escolher pagar o total cobrado 
ou somente o mínimo, postergando o pagamento do restante para o mês seguinte mediante 
cobrança de juros.
Em outras palavras, podemos dizer que o cartão de crédito é uma forma de empréstimo 
aos consumidores, permitindo, inclusive, pagamentos parcelados de produtos e serviços. Se o 
portador deixar de efetuar o pagamento, a perda (ou prejuízo) é do emissor do cartão. Dessa 
forma, as vendas efetuadas através do cartão de crédito não apresentam risco de crédito para o 
vendedor e sim para a administradora do cartão. 
Todavia, o estabelecimento credenciado paga taxa de administração para a administradora, 
que pode variar entre 3% a 8% sobre o valor de cada venda efetuada através do cartão de 
crédito, percentual elevado quando comparado às taxas cobradas em países desenvolvidos. 
sxu.hu
11
A análise para concessão de crédito mediante cartão é feita de forma simples, rápida e se 
aplica a grande número de possíveis interessados, isto é, é uma metodologia massificada. O 
limite máximo disponibilizado para gasto com o cartão de crédito é determinado pelo emissor 
de acordo com a renda, poder aquisitivo do cliente e seu histórico de adimplência, etc. 
Destaca-se que a inadimplência do cartão de crédito não é baixa. Então, por que a 
oferta de cartões de crédito é tão acirrada? Porque, quando o cliente atrasa o pagamento 
da fatura, a taxa de juros é uma das mais elevadas do mercado (pode atingir cerca de 15% 
ao mês - taxa de novembro de 2011).
 
2.3 Mercado de crédito mundial
2.3.1 Crise financeira de 2007/2008 - Crise do subprime
A expansão do crédito, como já foi dito anteriormente, é um instrumento para o 
desenvolvimento econômico de um país, no entanto a falta de critério para a concessão de 
crédito não só pode desencadear um problema financeiro para o emprestador como pode afetar 
a economia como um todo.
Em 2007 iniciou-se, nos Estados Unidos da América, uma crise no mercado imobiliário 
daquele país, que acabou refletindo no mundo todo. 
Conforme artigo “Analisando a Crise do Subprime”, publicado na Revista do BNDES (2008), 
entre 1997 e 2006 os preços dos imóveis elevaram-se de forma contínua, chegando a triplicar 
de valor, impulsionado, principalmente, pela grande disponibilidade de crédito imobiliário.
A grande expansão do volume de operações para aquisição de imóveis garantidas por 
hipoteca e denominadas, por isso, de crédito hipotecário realizou-se sem observar critérios 
técnicos de concessão, ou seja, as pessoas físicas tinham acesso aos financiamentos, mesmo 
que não tivessem renda ou patrimônio compatíveis para arcarem com as prestações. 
Esses financiamentos, então, foram chamados de subprimes, o que significa dizer que eram 
créditos de baixa qualidade, que, por sua vez, representavam alto risco. 
Outro aspecto importante dessa crise, que começou no mercado americano e contaminou 
o mercado financeiro mundial, foi a forma de captação de recursos por aqueles agentes 
financiadores. 
Para bancar a ampliação da oferta do crédito hipotecário foi desenvolvida uma engenharia 
que consistia em criar empresas de investimentos estruturados que desenvolviam produtos 
financeiros para captar recursos. 
Essas empresas de investimentos estruturados emitiam títulos lastreados no crédito hipotecário, 
que eram repassados para os investidores institucionais, como: fundos de investimentos, fundos 
de pensão, seguradoras e bancos de investimentos, em diversos países. 
Dessa forma, no mundo globalizado, uma carteira de créditos hipotecários concedidos 
nos Estados Unidos podia ser convertida em ativos financeiros que pagavam juros para os 
investidores em outras partes do mundo, inclusive Europa.
12
Unidade: Mercado de Crédito
Cabe ressaltar que, como os financiamentos do segmento subprime eram de alto risco, os juros 
cobrados também eram elevados. Por outro lado, os ativos financeiros estruturados, emitidos 
para captar recursos e lastreados nos créditos hipotecários, também pagavam rendimentos altos, 
o que os tornava atraentes para os gestores de investimentos que buscavam maximizar o lucro 
das suas carteiras. Todavia, quando o tomador do financiamento imobiliário não consegue 
pagar a sua dívida acarreta problema de caixa, ou seja, de liquidez em toda a cadeia, que se 
inicia na instituição que financiou e tem continuidade nas que emitiram os papéis e finalmente 
nos investidores que adquiriram esses ativos financeiros estruturados. 
2.3.2 Queda dos preços dos imóveis nos Estados Unidos – 
desencadeamento da crise financeira
Até 2006, houve forte elevação dos preços dos imóveis nos Estados Unidos. A partir de 2007, 
percebeu-se um aumento de inadimplência no mercado de crédito hipotecário. Em 2008, os 
níveis de inadimplência continuaram crescendo e, concomitantemente, observou-se contínua 
redução dos preços dos imóveis. 
Cabe ressaltar que a garantia desse crédito é a 
hipoteca do imóvel, cujo valor deve ser maior que o 
valor do financiamento. Por exemplo: se uma pessoa quer 
adquirir um imóvel no valor de $100.000,00, ela pode 
obter financiamento, no máximo, de $ 70.000,00 ou $ 
80.000,00, dependendo dos critérios do financiador. 
Assim, o não pagamento das prestações aumenta o saldo 
da dívida e, num contexto de queda dos preços dos imóveis, 
o valor do financiamento pode tornar-se maior que o valor 
da garantia, motivando, ainda mais, a inadimplência e até 
a devolução do imóvel para quitar a dívida. 
Repercussão da crise – quebra de grandes bancos
Em meados de 2007, o mercado financeiro mundial começou 
a se preocupar com o que acontecia nos Estados Unidos, em 
virtude de notícias sobre a alta da inadimplência nas operações 
de créditodo setor imobiliário, bem como sobre a dimensão dos 
prejuízos que ameaçavam a saúde financeira de grandes bancos 
e fundos de investimentos. As cinco instituições financeiras 
norte-americanas afetadas foram Wachovia, Citigroup, Merril 
Lynch, Washington Mutual e UBS. 
Em 2008, a crise financeira agravou-se fortemente com a insolvência do respeitável banco 
americano Lehman Brothers, de 158 anos, gerando pânico nos mercados globais. 
Num cenário de desconfiança sobre a saúde financeira de bancos e empresas, houve forte 
retração do crédito, mesmo para as pessoas físicas e jurídicas com boa situação financeira. 
<http://lh3.ggpht.com/_YzrjIPBNi7U/TbNbgoflXkI/
AAAAAAAAAgM/iLlCjSmJblU/3377945.jpg>
http://artobserved.com/artimages/2010/09/
Lehman-Brothers-Christies-Sale1.jpg
13
 
< http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u623945.shtml>
Assim, a retração no crédito, que podemos denominar de falta de liquidez nos mercados, 
reflete-se na economia dos países, provocando recessão no mundo todo, desemprego, queda 
nas bolsas etc.
Concluindo: até 2007, havia excesso de oferta de crédito, todavia, em 2008, em função da 
crise financeira mundial, houve, em todo o mundo, forte retração na oferta de crédito.
Assim, a internacionalização do sistema financeiro, que permite fluxo de capitais entre os 
países, passou a influenciar a economia mundial.
Conclusão sobre a crise do subprime
A ocorrência dessa crise está relacionada a dois aspectos: um deles é a importância de boas 
práticas de concessão de crédito, assim como a regulamentação governamental do sistema 
financeiro para propiciar ambiente confiável ao mercado. Nas próximas unidades, estudaremos 
as metodologias de análise de crédito, bem como as normas e regulamentação do Banco Central 
do Brasil sobre gestão de risco em instituições financeiras. 
14
Unidade: Mercado de Crédito
Dessa forma, cresceu a importância da gestão de crédito e de risco bem como o mercado 
de trabalho em finanças para funções como analista de crédito, analista de risco e gestores de 
crédito e risco, tanto em empresas, instituições financeiras e órgãos reguladores governamentais.
2.4 Agências de classificação de risco (rating)
O termo rating é uma palavra estrangeira que, em português, significa avaliação ou nota. 
Em finanças, rating é uma avaliação de risco que expressa opinião sobre a capacidade de um 
país, empresa ou instituições financeiras de pagar seus compromissos financeiros. 
Em outras palavras, o rating é uma avaliação de risco que informa a qualidade do crédito de 
um título. Essa avaliação é apresentada na forma de uma escala, portanto, o rating consiste em 
uma classificação de risco.
Como vimos, na unidade anterior, quando empresas, instituições financeiras e países precisam 
captar recursos no mercado, eles emitem títulos que rendem juros. Essas obrigações podem ser 
debêntures, títulos públicos e outros. 
As decisões dos compradores dessas obrigações são tomadas com base na expectativa de 
rentabilidade bem como na avaliação de risco dos papéis. 
O investidor é o fornecedor dos fundos (recursos), portanto credor. O rating fornece aos 
investidores o risco apurado para um título emitido por um tomador de recursos, cuja avaliação 
é feita por uma empresa independente, denominada de agência de rating. 
As agências que prestam serviços de classificação de risco têm a finalidade de propiciar 
aos emissores, investidores e outros participantes do mercado o conhecimento do grau de 
risco dos papéis.
As três principais agências de rating que fazem classificação de risco de empresas, instituições 
financeiras e países de todo o mundo são:
• Moody’s Investors Service, empresa norte-americana com mais de cem anos de 
experiência. Conforme dados da empresa, possui análise de risco de mais de 110 países, 
de 12.000 emissões de corporações e de 25.000 emissões públicas. A Moody’s está no 
Brasil desde 1997;
• Standard & Poor’s (S&P) também é uma empresa norte-americana que atua há 150 
anos com ratings de crédito. Segundo a agência, em 2010, emitiu mais de 162.418 novos 
ratings e revisou 556.872 e já avaliou mais de US$ 32 trilhões de dólares em títulos de 
dívida no mercado;
• Fitch é resultado da fusão, em abril de 2000, entre a Fitch IBCA (oriunda da fusão em 
dezembro de 1997 entre a Fitch Investor Services de Nova York e a IBCA Limited de 
Londres) com a Duff & Phelps Credit Rating Co., de Chicago. A agência atribui ratings a 
instituições financeiras, sendo 3.231 bancos, 105 países e cerca de 1.700 empresas.
15
As agências de classificação de risco emitem notas expressas na forma de letras e números 
(AAA/Aaa, Aa1, Baa3 etc) que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um 
default, isto é, de suspensão de pagamentos. No mercado financeiro, o termo default significa o 
não pagamento, ou seja, o não cumprimento de uma obrigação. 
Vamos, então, conhecer as escalas de classificação utilizadas pelas três principais agências de 
rating, que se inicia com o menor risco de crédito e segue em direção ao maior:
 
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/01/fitch-rebaixa-nota-de-seis-paises-europeus-incluindo-espanha-e-italia.html.
 
A escala de classificação possui duas grandes divisões:
• Grau de investimento: são as emissões de baixo risco e alta qualidade de crédito;
• Grau especulativo: são as de alto risco e baixa qualidade. Os investidores que aplicam 
neste segmento exigem rentabilidade mais alta para compensar os riscos. 
16
Unidade: Mercado de Crédito
Para apurar nota de risco de crédito, as agências de classificação avaliam a situação 
financeira de um país, de uma empresa ou de uma instituição financeira com base nas 
suas informações econômicas e financeiras. As técnicas incluem análise de demonstrações 
contábeis, fluxos de caixa e projeções, bem como análise do ambiente externo e pontos 
fracos e fortes do emissor de títulos, etc.
Os emitentes de papéis para captar recursos no mercado, normalmente, pagam para terem 
suas dívidas classificadas em termos de risco de crédito, pois isso facilita a colocação dos títulos 
junto aos investidores. Também os investidores, para terem acesso à classificação, pagam às 
agências prestadoras de serviços de rating.
Cabe ressaltar que muitos investidores institucionais, que são aqueles formados por instituições 
financeiras, fundos de pensão , seguradoras etc., adotam políticas de aquisição somente de 
ativos financeiros com risco de crédito classificado como grau de investimento. 
Em Síntese
Nesta unidade, conhecemos não só como tem se comportado o mercado de crédito brasileiro e 
mundial como também o desencadeamento de uma crise financeira mundial e a sua relação com a 
concessão de crédito. 
17
Material Complementar
O estudante de Gestão Financeira precisa estar atualizado com o que acontece na economia 
nacional e internacional. Sendo assim, vamos dar algumas sugestões de sítios que você pode 
consultar, a fim de se atualizar diariamente:
Banco Central do Brasil (BACEN) - http://www.bcb.gov.br/ 
O Banco Central é a autoridade monetária principal do Brasil. O sítio do Banco 
Central traz informações como: Metas para Inflação, Economia, Câmbio e 
Capitais Internacionais etc..
Revista Exame: http://exame.abril.com.br
O sítio da Revista Exame traz notícias on-line sobre economia, negócios, 
mercado financeiro, carreira, informações em geral etc. 
Além de consultas aos sítios apresentados acima, sugerimos também a seguinte leitura:
 Artigo sobre a crise do subprime: 
BORÇA Júnior, Gilberto Rodrigues; TORRES Filho, Ernani Teixeira. “Analisando 
a Crise do Subprime”. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 15, n. 30, p. 129-
159, dez. 2008. Disponível em:
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/
Arquivos/conhecimento/revista/rev3005.pdf.
18
Unidade: Mercado de Crédito
Referências
ASSAF Neto, Alexandre. Mercado financeiro. 8ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SANTOS, José Odálio dos. Análise de Crédito: empresase pessoas físicas. 2ª Ed. São 
Paulo: Atlas, 2006.
SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.
WEB
BRASIL. Banco Central do Brasil. Relatório de Economia Bancária e Crédito, 2010. 
Disponível na internet. http://www.bcb.gov.br/Pec/Depep/Spread/REBC2010.pdf. Acesso em 
16.11.2011.
BRASIL. Banco Central do Brasil – Museu de Valores do Banco Central. Disponível na 
internet. http://www.bcb.gov.br/?HISTCARTAO. Acesso em 26.11.2011.
BRASIL. Banco Central do Brasil – Museu de Valores do Banco Central. Disponível na 
internet. http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cartao.gif - Acesso em 26.11.2011.
Hiperinflação. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperinfla%C3%A7%C3%A3o
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser e NAKANO, Yoshiaki. “Hiperinflação e a estabilização no Brasil: o 
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Unidade: Mercado de Crédito
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