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6 1.2. A Sociedade Pitagórica 1.2 A Sociedade Pitagórica A Escola ou Sociedade Pitagórica tinha uma dualidade: por um lado, dedicava- se a questões espirituais, os pitagóricos acreditavam na imortalidade da alma e na reencarnação e tinham a auto-reflexão como um dever consciente e imprescindível na espiritualização da vida. Por outro lado, como parte dessa espiritualização, incluía estudos de Matemática, Astronomia e Música, o que lhe imprimiu um caráter também científico, no sentido moderno da palavra. Figura 1.2: Escola de Pitágoras Esta escola foi fundada por Pitágoras em Crotona, no sul da Itália, e teve nu- merosos adeptos, que se denominavam matemáticos (mathematikoi), viviam nesta sociedade de forma permanente, não tinha posses pessoais e eram vegetarianos. Este grupo seleto chegou a congregar até 300 seguidores que ouviam os ensina- mentos diretamente de Pitágoras e deveriam seguir regras estritas de conduta, suas máximas podem ser resumidas como: 1. Que, em seu nível mais profundo, a realidade é de natureza matemática. 2. Que a filosofia pode ser utilizada para a purificação espiritual. 3. Que a alma pode elevar-se para unir-se com o divino. 4. Que certos símbolos são de natureza mística 5. Que todos os membros da sociedade devem manter absoluta lealdade e sigilo. 7 1.2. A Sociedade Pitagórica Na Sociedade de Pitágoras era admitida a presença de mulheres, fato incomum naquela época entre a maioria dos povos e em qualquer espécie de escola. Também haviam membros que não pertenciam ao núcleo do grupo, chamados acusmáticos (akousmatikoi), viviam em suas próprias casas, podiam ter posses pessoais e não lhes eram imposto o vegetarianismo, participavam como ouvintes apenas durante o dia. Segundo Krische [9], as mulheres pertenciam a este grupo, no entanto, muitas pitagóricas foram reconhecidas posteriormente como filósofas e matemáticas. No que diz respeito às práticas e à estrutura interna da Escola Pitagórica, apenas algumas características podem ser consideradas confiáveis, como a prática do ascetismo, prática da abstenção de prazeres e até do conforto material, ado- tada com o fim de alcançar a perfeição moral e espiritual, e da metempsicose, transmigração da alma de um corpo para outro. Todos os relatos sugerem que seus membros praticavam sigilo absoluto e vida comunitária, de uma maneira muito rigorosa, e que uma de suas máximas era que: “Nem tudo deve ser divulgado a todos”. Os membros dessa irmandade de- viam estar conscientes dos princípios exigidos pela escola, dentre estes estavam o do sigilo (tudo o que era ali descoberto ficava entre seus membros) e o da auto- ria das descobertas (tudo o que era produzido intelectualmente por seus membros ficava dentro da escola e levava o nome do seu mestre e fundador). Assim, as con- tribuições dos pitagóricos e sua influência para o desenvolvimento da Matemática e Astronomia, entre outras ciências naturais foram todos creditados a Pitágoras. O Pentagrama, ou pentágono estrelado, veja figura 1.3, era o símbolo da Escola Pitagórica, representando o sigilo e o companheirismo que pregavam. Este pen- tágono também simbolizava a união, o casamento. Para os pitagóricos o número 2 (primeiro número par) era feminino e o número o 3 (primeiro número ímpar) masculino e o número 5 era a união dos dois. Também consideravam o número 1, o gerador. Figura 1.3: Pentagrama ou Pentágono Estrelado A Escola Pitagórica introduziu o costume de se demonstrar certas descobertas.