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impresso_LLESPDidaticaI_2019 1-58

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A Educação, independentemente da forma e do conteúdo, tem consequências para todos os que 
estão nela envolvidos, uma vez que habilidades diversas são socializadas, seja numa perspectiva de 
alienação/negação do sujeito ou numa perspectiva que possibilite a constituição como indivíduo (ou, 
ainda, em ambas!), motivo pelo qual ela jamais é neutra, mas tem sempre uma conotação política, num 
sentido mais amplo. 
Assim, é necessário se alargar a compreensão dos laços entre escola e sociedade, pois esses são por 
demais estreitos, havendo entre elas intenso e rico vínculo de influências e contribuições de toda ordem. A 
escola, portanto, não está a salvo das pressões e demandas sociais, de nada valendo, nesse sentido, os 
seus muros. Da mesma forma, não é ela uma vítima indefesa, que nada pode fazer diante dos 
acontecimentos, embora seu poder de transformação não seja tão grande quanto muitas vezes alguns 
enunciam ... Ela deve descobrir o poder que tem no complexo jogo social e aproveitá-lo ao máximo. 
Diante dessa falta de sentido, que atinge tanto o corpo discente quanto o docente, o desafio atual é 
vislumbrar (e propor) opções propiciadoras de um diálogo entre as diferentes manifestações culturais, 
principalmente as dos alunos, que costumam ser ignoradas pela escola. Para tanto, é necessário que o 
Homem investigue a sua relação com a natureza, a qual é mais do que o seu lar; é o seu útero. Quanto 
mais o Homem se separa dela, mais ele pode se tornar consciente de si, sabendo-se um ser histórico, 
temporal (FONTANELLA, 1995, p. 15). 
Porém, ele precisa voltar, ininterruptamente, seu olhar para sua criadora, sob pena de desperdiçar a 
chance de aprofundar a sua capacidade de compreensão, pois somente quando ele se percebe separado 
da natureza, ele pode buscar a ligação, a relação, a integração com ela, a qual acontece, coetaneamente, 
em dois níveis: dentro e fora de si.
Descrição da Imagem:
Até quando o Homem continuará a francionar a sua 
existência em categorias estanques?
Urge, pois, a busca de novos fundamentos propiciadores de uma educação que valorize o aluno, os 
seus conhecimentos, a sua história, os seus sonhos, a sua avaliação sobre o seu desempenho no 
cotidiano, não mais como realidades desunidas e quase sem relação, mas como elementos de um todo. 
Para tanto, é indispensável considerar que a questão curricular, porquanto o cotidiano escolar (onde o 
prédio é um aspecto material da maior importância) é consideravelmente influenciado por ela.
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