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A Educação, independentemente da forma e do conteúdo, tem consequências para todos os que estão nela envolvidos, uma vez que habilidades diversas são socializadas, seja numa perspectiva de alienação/negação do sujeito ou numa perspectiva que possibilite a constituição como indivíduo (ou, ainda, em ambas!), motivo pelo qual ela jamais é neutra, mas tem sempre uma conotação política, num sentido mais amplo. Assim, é necessário se alargar a compreensão dos laços entre escola e sociedade, pois esses são por demais estreitos, havendo entre elas intenso e rico vínculo de influências e contribuições de toda ordem. A escola, portanto, não está a salvo das pressões e demandas sociais, de nada valendo, nesse sentido, os seus muros. Da mesma forma, não é ela uma vítima indefesa, que nada pode fazer diante dos acontecimentos, embora seu poder de transformação não seja tão grande quanto muitas vezes alguns enunciam ... Ela deve descobrir o poder que tem no complexo jogo social e aproveitá-lo ao máximo. Diante dessa falta de sentido, que atinge tanto o corpo discente quanto o docente, o desafio atual é vislumbrar (e propor) opções propiciadoras de um diálogo entre as diferentes manifestações culturais, principalmente as dos alunos, que costumam ser ignoradas pela escola. Para tanto, é necessário que o Homem investigue a sua relação com a natureza, a qual é mais do que o seu lar; é o seu útero. Quanto mais o Homem se separa dela, mais ele pode se tornar consciente de si, sabendo-se um ser histórico, temporal (FONTANELLA, 1995, p. 15). Porém, ele precisa voltar, ininterruptamente, seu olhar para sua criadora, sob pena de desperdiçar a chance de aprofundar a sua capacidade de compreensão, pois somente quando ele se percebe separado da natureza, ele pode buscar a ligação, a relação, a integração com ela, a qual acontece, coetaneamente, em dois níveis: dentro e fora de si. Descrição da Imagem: Até quando o Homem continuará a francionar a sua existência em categorias estanques? Urge, pois, a busca de novos fundamentos propiciadores de uma educação que valorize o aluno, os seus conhecimentos, a sua história, os seus sonhos, a sua avaliação sobre o seu desempenho no cotidiano, não mais como realidades desunidas e quase sem relação, mas como elementos de um todo. Para tanto, é indispensável considerar que a questão curricular, porquanto o cotidiano escolar (onde o prédio é um aspecto material da maior importância) é consideravelmente influenciado por ela. 54