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significado. O desejo do acesso imediato ao significado faz com que se construa uma metafísica acerca do privilégio da presença sobre a ausência. Para Derrida, o signo não é presença, o objeto não está no signo, é apenas um rastro, para além do qual não existe origem possível. 12. Centração e dispersão já estão comentados em vários outros itens desta tabela. 13. Gênero/fronteira x texto/intertexto. No primeiro caso, o estabelecimento de limites convencionais para as noções de gêneros literários; no segundo, a sugestão de um diálogo infinito e desierarquizado entre os textos. 14. A semântica conduz à noção de significação, à hermenêutica dos sentidos. Quanto à retórica, não se pode pensar numa retórica clássica, mas, como sugere Hassan, numa "rhetoric of irony, rupture, silence" (p. 269), isto é, uma retórica do significante, da indeterminação dos sentidos. Para Paul de Man, retórica e literatura se identificam na pós- modernidade, como uma força que "radically suspends logic and opens up vertiginous possibilities of referential aberration" (p. 270) (Trad.: "radicalmente suspende a lógica e abre vertiginosas possibilidades de aberração referencial"). 15. Consideramos problemática essa oposição. Se as relações sintagmáticas dependem de uma sequencialidade, de uma estrutura linear, essa condição parece diferir das considerações sobre a dispersão pós-moderna. Por outro lado, as relações paradigmáticas baseiam-se na similaridade de sentido, na associação entre o termo presente na frase e a simbologia que ele desperta em nossa mente, como no caso da metáfora. Nesse caso, tanto a associação pode estar relacionada a uma presença a priori quanto ao rastro preconizado por Derrida. 16. Hipotaxe e parataxe são termos ligados à linguística, e referem-se à coesão entre os termos da frase. Na estrutura hipotática, os núcleos significativos são ligados por articuladores lógicos que propiciam coerência e centramento ao discurso; na paratática, a ausência desses articuladores torna o sistema instável, indeterminado, descentrado. 17. A linguística saussuriana estabelece uma relação entre a metáfora e as relações paradigmáticas, de um lado, e a metonímia e as relações sintagmáticas, de outro. A metáfora pressupõe um associação por similaridade de sentido, enquanto a metonímia atua no eixo sintagmático, baseando- se numa relação de contiguidade de sentido. Considerando as múltiplas possibilidades que o conceito de metáfora adquiriu 64