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APOSTILA - LAZER E RECREAÇÃO PD

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Prévia do material em texto

Lazer e Recreação
Prof. Me. Bruna Solera
Prof. Me. Pollyana Mayara Nunhes
TOM ANDRADE - ASSESSORIA ACADÊMICA
PARA TRABALHOS RELACIONADOS A ESTA
DISCIPLINA OU QUALQUER OUTRA É SÓ CHAMAR
ZAP (84) 98893-0417
AUTORAS
Prof. Me. Bruna Solera
●	 Doutoranda	em	Educação	Física	pelo	Programa	de	Pós-Graduação	Associado	
em	Educação	Física	da	Universidade	Estadual	de	Maringá	e	da	Universidade	
Estadual	de	Londrina	(PEF-	UEM/UEL);
●	 Mestre	em	Educação	Física	(PEFE	-	UEM/UEL);
●	 Especialista	 em	 Educação	 Especial	 (Instituto	 Paranaense	 de	 Educação	 de	
Maringá-PR);
●	 Especialista	em	Psicomotricidade	no	Contexto	Escolar	(Instituto	Paranaense	de	
Educação,	Maringá-PR);
●	 Graduada	em	Educação	Física	Bacharelado	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
●	 Graduada	em	Educação	Física	Licenciatura	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
●	 Integrante	 do	 Grupo	 de	 Estudos	 e	 Pesquisas	 em	 Educação	 Física	 Escolar	
(GEEFE)	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
●	 Coordenadora	e	recreadora	da	empresa	de	recreação	 infantil	 “Recreação	Tia	
Pink	e	Cia”	de	Maringá-PR;	
●	 Coordenadora	 do	 curso	 de	 Educação	 Física	 Licenciatura	 e	 Bacharelado,	 na	
modalidade	a	distância,	no	Centro	Universitário	Cidade	Verde	(UniFCV).
Experiência	de	atuação	profissional	na	área	da	recreação,	em	específico,	recrea-
ção	em	hotéis,	parques	aquáticos	e	festas	infantis.	Estuda	a	recreação	e	sua	relação	com	
o	planejamento	e	ética	profissional,	Educação	Física	escolar	e	autonomia.
Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4778060448341914
http://lattes.cnpq.br/4778060448341914
Prof. Me. Pollyana Mayara Nunhes
●	 Doutoranda	em	Educação	Física	pelo	Programa	de	Pós-Graduação	Associado	
em	Educação	Física	da	Universidade	Estadual	de	Maringá	e	da	Universidade	
Estadual	de	Londrina	(PEF-	UEM/UEL);
●	 Mestre	em	Educação	Física	(PEFE	-	UEM/UEL);
●	 Graduada	em	Educação	Física	Bacharelado	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
●	 Graduanda	em	Educação	Física	Licenciatura	(Centro	Universitário	Ingá);	
●	 Integrante	do	Grupo	de	Estudos	e	Pesquisa	em	Exercício	e	Nutrição	na	saúde	
e	esporte	(GEPENSE)	(Universidade	Estadual	de	Maringá);
●	 Recreadora	da	empresa	de	 recreação	 infantil	 “Recreação	Tia	Pink	e	Cia”	de	
Maringá-PR;
Experiência	de	atuação	profissional	na	área	da	recreação,	em	específico,	recreação	
em	festas	infantis	e	eventos.	Estuda	a	prática	de	atividade	física	em	população	especial.		
Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/4275666861151475
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá	aluno(a),	seja	bem-vindo(a)	à	disciplina	de	“Lazer	e	Recreação”!
Nesta	apostila	você	 irá	estudar	o	 lazer	e	a	recreação	por	meio	de	diferentes	as-
pectos,	ou	seja,	percorreremos	o	processo	histórico	dos	jogos,	brinquedos,	brincadeiras	e	
conhecimentos	teóricos	e	práticos	para	atuação	profissional	dos	dias	de	hoje.	
Para	isso,	este	material	está	dividido	em	quatro	unidades,	sendo	a	primeira	delas	
intitulada	de	“Introdução	ao	Lazer	e	a	Recreação”,	por	meio	da	qual	você	será	capaz	de	
responder	às	perguntas:	o	que	é	 lazer?	O	que	é	 recreação?	Assim	como,	 irá	 conhecer	
jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	como	instrumentos	do	lazer	e	da	recreação	em	espaços	
formais	e	informais.
Na	Unidade	II,	“Recreação:	brincando	e	encantando	em	diferentes	espaços	e	com	
diversas	populações”,	você	conhecerá	a	recreação	a	partir	do	olhar	para	a	escola,	para	gru-
pos	de	três	anos	à	terceira	idade	e	em	espaços	não	formais,	como	recreação	em	hotelaria,	
festa	infantil,	ônibus,	clubes,	espaço	aquático,	hospitais	e	academias.
Na	Unidade	III,	“Recreador:	Quem	sou?	Como	atuar?”,	vamos	explorar	as	carac-
terísticas	e	 formação	do	 recreador,	assim	como	verificaremos	questões	 relacionadas	ao	
planejamento	da	recreação.
Por	fim,	na	Unidade	IV,	“Da	teoria	à	prática	em	recreação”,	você	estudará	a	orga-
nização	de	eventos	 recreativos	e	conhecerá	diversos	 jogos	e	brincadeiras	para	atuação	
profissional	na	área	da	recreação.
Caro(a)	aluno(a),	com	esta	disciplina	e	todo	o	conhecimento	contido	nela,	estamos	
dando	mais	um	passo	em	direção	à	 formação	profissional	em	Educação	Física.	Espero	
que,	ao	concluir	seus	estudos	você	seja	capaz	de	refletir	acerca	das	temáticas	abordadas	
e	atuar	autonomamente	em	espaços	formais	e	informais	com	a	recreação.
Desejamos a você ótimos estudos! 
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 6
Introdução ao Lazer e a Recreação
UNIDADE	II	................................................................................................... 26
Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com 
Diversas Populações
UNIDADE	III	.................................................................................................. 51
Recreador: Quem Sou? Como Atuar?
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 67
Da Teoria à Prática em Recreação
6
Plano de Estudo:
•	Definição	e	contextualização	histórica	do	lazer;
•	Definição	e	contextualização	histórica	da	recreação;
•	Descrição	dos	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	como	instrumentos	do	lazer	e	da	recrea-
ção	em	espaço	formais	e	informais.
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conceituar	o	lazer	e	a	recreação;
•	Conhecer	o	percurso	histórico	do	lazer	e	da	recreação;
•	Descrever	os	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	e	seu	papel	no	lazer	e	na	recreação	em	
espaços	formais	e	informais.
UNIDADE I
Introdução ao Lazer e a Recreação
Professora Mestre Bruna Solera
Professora Mestre Pollyana Mayara Nunhes
7UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
INTRODUÇÃO
Olá,	aluno(a),	 seja-vindo	à	primeira	unidade	da	nossa	apostila	de	 “Recreação	e	
Lazer”!
Você	já	ouviu	falar	de	lazer	e	recreação?	Talvez	sim,	talvez	não.	Mas	o	fato	é	que	
eles	estão	presentes	em	nosso	meio	desde	os	primórdios.	Imagine	os	homens	das	cavernas	
participando	de	jogos	e	brincadeiras,	construindo	brinquedos	de	rochas,	ou	aproveitando	
seu	tempo	livre	contemplando	a	natureza.
Veja	bem,	neste	período	inicial	não	havia	estudiosos	para	registrar	o	ocorrido	de	
forma	efetiva,	mas	sabemos	que	muitos	anos	se	passaram	e	o	lazer	e	a	recreação	perma-
neceram,	eles	estão	presentes	em	vários	espaços	da	sociedade	e	vem	conquistando,	a	
cada	dia,	mais	adeptos	e	pesquisadores	interessados	em	desbravar	esse	emaranhado	de	
possibilidades	e	conhecimentos.	
Mas,	afinal,	o	que	é	o	lazer	e	a	recreação?
Nesta	etapa	você	irá	conseguir	responder	tal	questionamento,	pois	iremos	estudar	
suas	definições,	assim	como	verificar	o	contexto	histórico	de	ambos.	Tais	conhecimentos	
são	imprescindíveis	para	sua	formação,	pois	eles	serão	a	base	conceitual	para	a	sua	atua-
ção	prática.
Além	disso,	 você	 terá	 contato	 com	a	descrição	dos	 jogos,	 brinquedos	e	 brinca-
deiras	e	seu	papel	no	lazer	e	na	recreação	em	espaços	formais	e	informais.	Tal	conteúdo	
possibilitará	entender	a	diferença	entre	jogo,	brinquedo	e	brincadeira	e	o	seu	uso	na	escola	
e	demais	ambientes	onde	o	recreador	poderá	atuar.
Se	prepare,	iremos	iniciar	nossa	caminhada	pelas	trilhas	da	diversão!
8UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
1 LAZER: O QUE É? PROCESSO HISTÓRICO DO LAZER E SUAS TEORIAS
Por	vezes,	o	termo	Lazer	nos	remete	a	divertimento,	descanso,	mas	o	seu	signifi-
cado	é	mais	complexo	e	amplo	do	que	imaginamos.	Mesmo	com	diversos	estudos	da	área,	
ainda	não	há	um	único	conceito	definido	de	lazer	que	seja	aceito	universalmente.
Apesar	disso,	apresentaremos	alguns	conceitos	–	por	vezes	distintos	–	que	são	
aceitos	por	diversos	estudiosos	(AWAD,	2012).	O	primeiro	deles,	é	de	autoria	do	sociólogo	
Joffre	Dumazedier	(1973,	p.	34),
O	lazer	é	um	conjunto	de	ocupações	à	quais	o	indivíduo	pode	entregar-se	de	
livre	vontade,	seja	para	repousar,	seja	divertir-se,	recrear-se	e	entreter-se	ou	
ainda,	 para	 desenvolver	 sua	 informação	 ou	 formação	 desinteressada,	 sua	
participação	social	voluntária	ou	sua	livre	capacidade	criadora	apóslivrar-se	
ou	desembaraçar-se	das	obrigações,	profissionais,	familiares	e	sociais.
O	autor	ainda	apresenta	três	funções	do	lazer,	são	elas,	“divertimento,	liberação	do	
tédio;	e	expressão	do	poder	criativo”	(MARINHO;	PIMENTEL,	2010,	p.	31).	Tais	informa-
ções	produzidas	por	Dumazedier	foram	utilizadas	como	referência	no	Brasil	por	anos,	no	
entanto	sofreram	críticas,	pois,	de	acordo	com	Marinho	e	Pimentel	(2010),	há	dois	motivos	
principais	para	isso:	1.	Situar	o	lazer	como	“conjunto	de	ocupações”,	o	que	limita	o	lazer	a	
prática	de	alguma	atividade,	excluindo	a	possibilidade	do	ócio,	do	sujeito	optar	por	fazer	
nada	em	seus	momentos	de	 lazer;	2.	Colocar	o	 lazer	como	oposto	das	necessidades	e	
obrigações	do	dia	a	dia,	como	exemplo,	o	trabalho,	negligenciando	a	inserção	de	ambos	–	
lazer	e	trabalho	–	na	sociedade	e	sua	dinâmica.
9UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
O	segundo	conceito	pertence	a	Nelson	Carvalho	Marcellino	(1987,	p.	31),	o	qual	
entende	o	lazer	como,
[...]	a	cultura	-	compreendida	no	seu	sentido	mais	amplo	-	vivenciada	(prati-
cada	ou	fruída)	no	“tempo	disponível”.	É	fundamental	como	traço	definidor,	o	
caráter	“desinteressado”	dessa	vivência.	Não	se	busca	pelo	menos	basica-
mente,	outra	recompensa	além	da	satisfação	provocada	pela	situação.
De	acordo	com	o	autor,	a	disponibilidade	de	tempo	está	associada	à	possibilidade	
de	opção	pela	atividade	prática	ou	contemplativa.	Além	disso,	é	possível	mencionar	Gomes	
(2004)	como	uma	estudiosa	que	traz	contribuições	importantes	para	a	área	do	lazer.	Para	
ela,	o	lazer	está	associado	a	uma	dimensão	cultural	que	se	constrói	socialmente	a	partir	do	
tempo,	espaço-lugar,	manifestações	culturais	e	ações.	O	lazer	não	é	algo	isolado.	
Para	ela,	o	lazer	possui	uma	dimensão	cultural	que	se	forma	a	partir	das	experiên-
cias	vivenciadas	de	forma	lúdica	em	um	espaço/tempo	adquirido	pelo	sujeito.	De	acordo	
com	Marinho	e	Pimentel	(2010),	Gomes	considera	o	lazer	como	cultura	vivenciada	no	tempo	
disponível.	Já	para	Awad	(2012,	p.	22)	lazer	é	aquele	que
[...]	deve	ocorrer	enquanto	fruto	de	uma	atitude	pessoal,	em	que	o	indivíduo	
deve	ter	o	livre-arbítrio	para	eleger	as	diferentes	atividades	de	forma	crítica	e	
criativa,	dentro	do	seu	“tempo	liberado”,	e	que	estas	não	estejam	determina-
das	por	obrigações	sociais,	econômicas,	políticas	e	ideológicas.
Ademais,	para	o	autor,	o	 lazer	possui	 três	características,	 sendo	elas,	 liberdade	
para	escolha,	a	busca	por	um	estado	de	prazer	e	a	espontaneidade.	Na	mesma	lógica,	o	
autor	aponta	três	funções	do	lazer:	Psicológica	–	relacionada	ao	equilíbrio	mental	–;	Social	
–	elencando	a	integração	e	a	socialização	–	e	a	Terapêutica	–	associada	à	manutenção	do	
estado	de	saúde.		
Com	base	no	exposto,	de	fato	não	temos	um	conceito	firmemente	estabelecido	e	
usado	por	todos	os	estudiosos	de	forma	inquestionável,	o	lazer	é	um	fenômeno	complexo	
e	dinâmico.	Tal	movimento	pode	ser	observado	ao	longo	de	sua	história.	
O	surgimento	do	lazer,	assim	como	sua	definição,	ainda	gera	dúvidas	e	polêmicas.	
De	acordo	com	Marinho	e	Pimentel	(2010,	p.	26),	temos	duas	formas	para	pensar	a	história	
do	lazer,	sendo	elas:	a)	“origem	do	lazer	nas	fases	antigas	da	história	humana”;	b)	origem	
do	lazer	atrelado	à	modernidade	como	referência.
Neste	sentido,	em	relação	à	opção	“a”,	o	lazer	não	poderia	estar	relacionado	com	
nenhuma	ocupação,	sendo	ele	entendido	como	um	estado	em	que	a	atividade	possui	um	
fim	em	si	mesma.	Há	a	utilização	da	palavra	contemplação	como	exemplo	para	a	se	direcio-
nar	ao	lazer,	pois	a	pessoa	que	contempla	está	livre	(MARINHO;	PIMENTEL,	2010).	Para	
10UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
Aristóteles,	quando	se	usufrui	mal	do	tempo,	esse	tempo	não	pode	ser	caracterizado	como	
lazer.
O	 lazer	entendido	como	diferente,	descolado	do	 trabalho	como	mencionado,	vai	
desaparecendo	ao	longo	da	história,	pois	se	tem	a	industrialização	e	avanços	da	tecnologia.	
Hoje,	para	Marinho	e	Pimentel	(2010),	o	lazer	é	medido,	com	frequência,	pelo	número	de	
horas	da	jornada	de	trabalho,	o	que	se	pode	chamar	de	tempo	livre	do	trabalho.	Pode-se	
dizer,	então,	que,	no	momento	livre	de	obrigações,	o	sujeito	deve	ter	a	liberdade	de	realizar	
o	que	quiser,	sendo	seu	objetivo	o	alcance	de	satisfação	pessoal,	algo	não	associado	a	
atividades	cotidianas,	como	prática	de	lazer.
Os	 estudos	 acerca	 da	 temática,	 de	 forma	 sistemática	 tiveram	 início	 apenas	 em	
1900,	na	Europa	e	nos	EUA.	Em	1950,	o	lazer	era	entendido	como	“fenômeno	decorrente	
das	conquistas	 trabalhistas,	materializado	na	 forma	de	 limitação	da	 jornada	de	 trabalho,	
das	férias	e	dos	fins	de	semana	remunerados”	(MARINHO;	PIMENTEL,	2010,	p.	30).	No	
Brasil,	esse	 início	se	deu	em	1970,	ano	no	qual	a	 temática	do	 lazer	 teve	maior	atenção	
dos	estudiosos.	Em	1980,	quando	o	Dumazedier	defende	que	o	lazer	nem	sempre	existiu,	
associando-o	 às	 características	 específicas	 da	Revolução	 Industrial,	 trazendo,	 assim,	 a	
definição	que	mencionamos	no	início	deste	tópico.
Ademais,	se	encontram	estudos	e	contribuições	relacionadas	ao	lazer	partindo	de	
diferentes	maneiras,	como	teorias	do	lazer	e	o	positivismo,	a	fenomenologia	e	o	marxismo.	
Para	conhecimentos	sobre	isso,	o	livro	Teorias do Lazer,	do	professor	Giuliano	Gomes	de	
Assis	Pimentel,	é	uma	excelente	opção.
REFLITA
“A	frase	contemporânea	‘tempo	de	lazer’	é	uma	contradição,	pois	o	lazer	não	tem	rela-
ção	de	adjetivo	com	o	tempo;	é	um	estado	de	isenção	de	obrigações.	A	expressão	lazer	
tem	se	convertido	na	expressão	tempo	livre,	e	estas,	são,	no	mundo	atual,	praticamente,	
intercambiáveis”.
Fonte: Marinho	e	Pimentel	(2010,	p.	27).
11UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
2 RECREAÇÃO: O QUE É? PROCESSO HISTÓRICO DA RECREAÇÃO: DÁ ORIGEM À 
CONTEMPORANEIDADE
Recreação,	do	latim	recreare, significa,	de	acordo	com	Awad	(2012,	p.	26),	“recrear,	
reproduzir,	 renovar,	 fazer	 novamente”.	 Para	 Gouvêa	 (1967),	 “Recreação	 é	 tudo	 quanto	
diverte	e	entretém	o	ser	humano	e	envolve	ativa	participação.	Emprego	de	energia	que	
emana	de	impulso	interno,	mas	também	condicionada	a	estímulo	externo”.
A	 recreação	 pode	 acontecer	 de	 forma	 individual	 ou	 em	 grupo,	 e	 se	materializa	
quando	há	prazer,	espontaneidade,	liberdade	e	fim	para	o	próprio	sujeito	(fim	intrínseco).	
Sendo	assim,	atividades	que	tenham	tais	características	podem	ser	recreativas.	De	acordo	
com	Bueno	(2018),	a	recreação	tem	como	objetivos	contribuir	com	a	integração	do	sujeito	
no	meio	social,	com	a	participação	em	grupo,	com	a	ocupação	do	tempo	ocioso	e	a	com	a	
descoberta	de	habilidades	lúdicas.
Você	 deve	 estar	 se	 perguntando	 onde	 entra	 o	 lazer	 em	 tudo	 isso.	A	 recreação	
não	é	um	componente	do	 lazer	(MARINHO;	PIMENTEL,	2010),	pois	ela	pode	acontecer	
em	diferentes	tempos	e	lugares	–	como	no	trabalho,	na	igreja	–,	e	também	pode	ocorrer	
durante	o	lazer	–	mas	isso	não	é	regra.	Assim	como	afirma	Awad	(2012,	p.	26),	“a	recreação	
surge	como	uma	atividade	de	lazer	propiciando	formas	de	experiências	lúdicas,	na	qual	o	
indivíduo	ou	grupo	participa	[...]	durante	seu	tempo	livre,	por	“livre”	escolha,	pelo	prazer	e	
satisfação”.
12UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
De	acordo	 com	Gouvêa	 (1967),	 a	 recreação	ocorreu	 em	 todos	os	 tempos,	 pois	
desde	as	mais	remotas	eras,	o	homem	já	se	dedicava	a	passatempos,	dança	e	jogos.	Na	
era	primitiva,	o	homem,	ao	 lutar	por	sua	vida,	se	 recreava	a	partir	de	sua	satisfação	de	
expansão	da	sua	capacidade	de	ação.	Encontram-se,	ainda,	dança	e	jogos	em	cerimônias	
guerreiras	e	 religiosas.	No	entanto,	 é	 difícil	 a	 separação	de	manifestações	de	alegria	 e	
prazer	da	recreação	propriamente	dita,	neste	momento	de	início	da	humanidade.
Na	idade	média,	Awad	e	Pimentel	(2015)	afirmam	que	a	recreação	estaria	presente	
na	 sociedade	 pelas	 atividades	 da	 nobreza	 e	 organizadas	 pela	 figura	 do	 bobo	 da	 corte.	
Essa	prática	não	se	restringia	aos	nobres,	os	plebeus	também	participavamde	diversões	
dirigidas,	por	exemplo,	pela	igreja,	em	eventos	chamados	de	quermesses.
A	partir	do	século	XVII,	os	jogos	passaram	a	ser	vistos	como	um	meio	prazeroso	de	
se	moralizar	as	crianças	pobres,	elas	eram	deixadas	em	depósitos	infantis.	Neste	ambiente	
havia	rigidez	do	tutor,	o	que	tornava	o	processo	educativo	não	efetivo.	Apesar	disso,	com	o	
objetivo	de	manter	a	atenção	dos	menores	nas	lições	básicas,	foram	elaboradas	músicas	e	
jogos	pedagógicos,	a	união	de	tais	técnicas	foi	chamada	de	recreação	(MARINHO;	PIMEN-
TEL,	2010).		Neste	momento,	as	crianças,	então,	poderiam	aprender	brincando.
Segundo	Marinho	e	Pimentel	(2010),	os	estados	nacionais	se	preocupavam	com	
o	progresso	das	cidades,	sendo	assim,	posteriormente,	surgiu	a	Educação	Física	como	
forma	de	manter	sob	controle	a	formação	moral	e	a	saúde	das	crianças.	A	partir	de	então,	a	
recreação	foi	se	direcionando	a	um	passatempo	dirigido,	em	especial	as	crianças.
Mas	 foi	 no	 final	 do	 século	 XIX,	 que	 a	 recreação,	 como	 é	 chamada,	 surgiu	 nos	
Estados	Unidos.	No	princípio,	ela	foi	originada	devido	a	necessidade	de	se	englobar,	em	
apenas	um	termo,	diversas	atividades	da	cultura	popular	que	os	departamentos	municipais	
eram	encarregados	de	organizar,	supervisionar	e	difundir	(GOMES,	2008).	Assim,	tal	nome	
era	direcionado	a	um	“conjunto	de	novas	atividades	lúdicas	que	são	dirigidas	no	sentido	de	
preencher	o	tempo	livre”	(MARINHO;	PIMENTEL,	2010,	p.	24).
No	Brasil,	a	recreação	chegou	por	meio	da	educação	salesiana,	que,	por	sua	vez,	
consideravam	a	recreação	como	instrumento	para	a	educação	(AWAD;	PIMENTEL,	2015).	
Em	1920,	momento	da	Escola	Nova,	a	educação	brasileira	conta	com	o	lúdico	na	educação,	
e,	assim,	se	tem	a	inserção	da	recreação	como	disciplina	na	formação	do	curso	normal,	
como	dito	por	Awad	e	Pimentel	(2015).	A	partir	de	então	inicia-se	a	publicação	de	obras	
acerca	da	temática.	É	importante	ressaltar	que,	nesse	momento,	a	recreação	era	baseada	
em	músicas	e	jogos	com	objetivos	educativos;	apesar	de	não	estar	restrita	à	escola,	ela	
possuía	relação	de	proximidade	com	esse	espaço.
13UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
Com	isso,	é	possível	notar	que	a	recreação	teve	sua	origem	atrelada	ao	aspecto	
educacional,	assim	como	passou	por	mudanças	ao	longo	da	história.	Como	afirmado	por	
Awad	e	Pimentel	(2015,	p.	16),	“a	recreação	possui	uma	tradição	que	é	a	orientação	de	
atividades	lúdicas,	as	mais	diversas,	que	sofrem	ajustes	didáticos	e	motivacionais	conforme	
espaço	e	a	especificidade	do	grupo	atendido”.
14UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
3 CONHECENDO OS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS COMO INSTRUMEN-
TOS DO LAZER E DA RECREAÇÃO EM ESPAÇO FORMAIS E INFORMAIS
Você	 já	deve	 ter	ouvido	 falar	em	 jogos,	brinquedos	e	brincadeiras!	Mas	o	que	é	
comumente	esquecido	ou	deixado	de	lado	é	a	diferença	entre	eles.	Vejamos	a	seguir	as	
definições	desses	termos.
O	 jogo,	de	acordo	com	Awad	 (2012,	p.	19),	é	uma	atividade	natural	do	homem,	
indispensável	para	o	desenvolvimento	infantil.	Este	é	caracterizado	pela	“[...]	presença	de	
regras	acolhidas	pelo	grupo,	buscando	no	desenrolar	da	atividade	um	vencedor”.	É	por	meio	
do	jogo	que	a	criança	terá	a	possibilidade	de	se	relacionar	com	o	mundo,	pois	ela	viven-
ciará	diferentes	situações,	o	que,	consequentemente,	influenciará	no	desenvolvimento	dos	
aspectos	físicos,	cognitivos	e	afetivos.	Ademais,	o	jogo	pode	contribuir	com	a	criatividade,	
imaginação,	expressividade,	cooperação,	socialização	e	outros,	que	são	importantes	para	
o	desenvolvimento	do	sujeito.
Para	Huizinga	(2007,	p.	10),	o	jogo	“é	uma	atividade	voluntária.	Sujeito	a	ordens,	
deixa	 de	 ser	 jogo,	 podendo	 no	máximo	 ser	 uma	 imitação	 forçada”.	Na	medida	 em	que	
ele	proporciona	prazer,	se	torna	uma	necessidade	para	o	sujeito.	Ademais,	para	o	autor,	
o	 jogo	possui	 algumas	 características,	 sendo	elas:	 o	 fato	 de	 ser	 livre,	 o	 “faz	de	 conta”,	
ser	desinteressado	–	se	situa	como	atividade	temporária	com	finalidade	autônoma,	que	é	
realizada	com	objetivo	de	satisfação	da	própria	realização	–,	o	isolamento,	a	limitação	–	o	
jogo	é	 jogado	até	que	se	chegue	ao	fim	dentro	de	 limites	de	tempo	e	espaço	–,	fixação	
15UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
como	fenômeno	cultural,	o	jogo	cria	ordem	e	é	ordem	-	introdução	na	imperfeição	da	vida,	
a	perfeição	temporária	e	limitada,	pois	quando	se	quebra	uma	regra	se	encerra	o	jogo.	
Para	Oliveira	et al.	(2018),	o	jogo	é	marcado	pelo	prazer	e	pela	imprevisibilidade,	
pois	não	se	sabe	quem	será	o	vencedor	quando	se	inicia	tal	prática.	Tal	característica	o	
torna	divertido.	É	importante	destacar	que	nem	sempre	o	jogo	será	espontâneo,	mas	em	
todos	haverá	o	propósito	já	mencionado,	de	chegar	ao	vencedor	ou	ao	empate.	
Há	uma	infinidade	de	jogos,	Caillois	(1990)	propõe	uma	forma	para	classificá-los,	
são	eles,	Agon, Alea, Mimicry e Ilinx. 
●	 Agon (competição):	são	aqueles	jogos	que	aparecem	como	competição,	é	como	
se	fosse	um	combate,	no	qual	são	criadas	condições	iguais	para	competir,	seria	
uma	rivalidade	concentrada	em	uma	qualidade,	como	rapidez,	resistência,	for-
ça,	memória…	São	exemplos:	polo,	tênis,	futebol.		Além	disso,	essa	categoria	
ainda	engloba	jogos	nos	quais	os	adversários	iniciam	a	partida	com	as	mesmas	
condições,	como,	xadrez	e	dama.
●	 Alea (acaso):	são	aqueles	que,	ao	contrário	do	Agon,	uma	decisão	não	depende	
do	jogador,	são	exemplos,	jogos	de	dados,	roleta,	cara	ou	coroa.	Nesse	tipo	de	
jogo,	o	jogador	não	desenvolve	suas	habilidades,	ele	apenas	aguarda	a	sorte	e	
arrisca	apostas.
●	 Mimicry (imitação	ou	disfarce):	tais	jogos	pressupõem	uma	aceitação	temporá-
ria.	O	jogador	torna-se	um	personagem	ilusório.	Mímica	e	disfarce	caracterizam	
esse	tipo	de	jogo.	Há	apenas	uma	regra,	o	ator	deve	fascinar	o	espectador.
●	 Ilinx	(vertigem):	nessa	classe	estão	os	jogos	que	causam	vertigem,	como	exem-
plo	podemos	citar	o	rodopio.
Existe,	portanto,	uma	diferença	entre	jogo	e	brincadeira.	Você	já	imagina	qual	é?	
Vamos	 lá!	 Basicamente	 é	 a	 existência	 de	 um	 vencedor.	 Na	 brincadeira	 não	 é	 possível	
encontrarmos	 um	 vencedor,	 pois	 ela	 acontece	 de	maneira	 espontânea	 e	 acontece	 por	
tempo	indeterminado,	até	que	se	tenha	motivação	suficiente	para	a	prática	(CAVALLARI;	
ZACHARIAS,	2005).
A	brincadeira,	então,	pode	ser	compreendida	como:
Ação	 lúdica	espontânea	e	desprovida	de	 regras	preestabelecidas	que	per-
mita	que	a	criança	se	expresse	naturalmente	por	meio	da	sua	imaginação,	
fantasia	e	uma	mistura	do	faz	de	conta	com	a	realidade	que	a	cerca	em	busca	
de	momentos	de	diversão	que	a	levem	ao	estado	de	prazer,	alegria	e	encan-
tamento,	tornando-se	essencial	para	o	seu	desenvolvimento	e	construção	de	
sua	identidade	social	(AWAD,	2012,	p.	15).
16UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
A	 brincadeira	 pode	 acontecer	 de	 forma	 individual	 ou	 em	 grupo,	 com	 materiais	
ou	não.	De	acordo	com	Awad	(2012),	ela	é	marcada	principalmente	pela	capacidade	da	
criança	de	atribuir	novos	sentidos	aos	objetivos	a	sua	volta,	como	exemplo:	uma	espiga	de	
milho	pode	se	transformar	em	uma	boneca;	um	lençol,	em	uma	cabana,	uma	lata,	em	um	
telefone.	Nesse	sentido,	é	nas	brincadeiras	que	as	crianças	aprendem	a	compartilhar	ideias	
e	objetivos,	além	de	aprender	a	superar	os	conflitos	e	desafios,	solucionar	os	problemas	
que	surgem,	desenvolvendo	formas	de	aprender	as	normas	da	sociedade	(PERANZONI;	
ZANETTI;	NEUBAUER,	2013).
Assim	como	o	jogo,	existem	diferentes	categorias	de	brincadeiras,	de	acordo	com	
Kishimoto	(2009).	São	elas:
●	 Brincadeiras	tradicionais	 infantis:	estão	 ligadas	ao	folclore,	à	mentalidade	po-
pular.	Essa	modalidade	de	brincadeira	 guarda	 características	de	um	período	
histórico.	Por	ser	de	gênero	folclórico,	possui	características	de	ser	anônimas,	
tradicionais	 no	 cotidiano	 das	 pessoas	 e	 universal,	 por	 exemplo,	 não	 há	 o	
conhecimento	da	origem	da	amarelinha,	das	parlendas,	sabe-se	somente	queé	passado	por	gerações	de	maneira	empírica	e	que	fica,	portanto,	na	memória	
das	pessoas.	Nessa	modalidade,	as	brincadeiras	podem	permanecer	com	sua	
estrutura	ou	podem	ser	alteradas	 recebendo	novas	características.	Por	estar	
classificada	como	experiências	que	são	repassadas,	essas	brincadeiras	conse-
guem	garantir	o	lúdico	e	a	espontaneidade.	
●	 Brincadeira	de	faz	de	conta:	é	também	conhecida	como	simbólica,	é	a	moda-
lidade	 de	 brincadeira	 que	 deixa	 em	maior	 evidência	 situações	 do	 imaginário	
de	quem	brinca.	Dá	 início	quando	a	criança	consegue	se	expressar	e	usar	a	
linguagem,	expressando	significados,	sentimentos	da	vida	social	que	vêm	de	
experiência	 já	adquiridas	ao	 longo	dos	anos,	 no	ambiente	 familiar,	 escolar	 e	
outros	círculos	de	relacionamentos.	Dessa	forma,	essa	modalidade	tem	grande	
importância	quando	pensamos	principalmente	no	desenvolvimento	simbólico	da	
criança,	 que	garante	o	pensar	 racional	 do	 ser	 humano.	Brincando	de	 faz	de	
conta,	a	criança	pode,	portanto,	aprender	a	criar	formas	de	se	expressar.	
●	 Brincadeira	de	construção:	essa	modalidade	é	a	responsável	por	fornecer	es-
tímulos	relacionados	à	criatividade	e	habilidade	da	criança.	As	brincadeiras	de	
construção	permitem	que	a	criança	construa,	transforme	e	destrua,	estimula	a	
imaginação	e	o	desenvolvimento	da	criança.
17UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
Os	 jogos	 e	 as	 brincadeiras,	 apesar	 de	 distintos,	 apresentam	 características	 em	
comum.	Como	mencionado	por	Oliveira et al. (2018),	ambos	 influenciam	no	desenvolvi-
mento	das	linguagens,	tanto	corporais	quanto	verbais,	assim	como	na	forma	de	utilizar	um	
objetivo,	tendo	estimado	valor	para	a	formação	da	criança.	
Como	jogos	e	brincadeiras	estão	interligados,	Leão	Júnior	(2013),	elenca	possibili-
dades	de	organizar	os	jogos	e	as	brincadeiras,	são	elas:
●	 Jogos	e	brincadeiras	de	integração:	são	atividades	que	têm	objetivo	de	integrar	
pessoas,	para	que	o	grupo	conheça	as	características	de	todos	de	uma	forma	
geral.
●	 Jogos	e	brincadeiras	interdisciplinares:	são	atividades	que	proporciona	apren-
dizagem	interdisciplinar	que	podem	ser	contemplados	dentro	da	escola	ou	em	
diferentes	áreas	de	atuação.	
●	 Jogos	e	brincadeiras	adaptadas:	objetivam	a	inclusão	de	todos	os	participantes,	
seja	com	necessidades	especiais	e/ou	deficiências	que	podem	vivenciar	dentro	
de	suas	potencialidades	e	particularidades.
●	 Jogos	e	brincadeiras	cooperativas:	jogos	que	usam	a	coletividade	para	resolver	
problemas,	privilegiando	a	diversão	como	um	todo.
●	 Jogos	e	brincadeiras	competitivas:	partem	do	princípio	de	haver	um	grupo	ven-
cedor	nas	inúmeras	formas	de	participar.
●	 Jogos	e	brincadeiras	de	aventura:	vivências	que	proporcionam	adrenalina,	em	
meio	terrestre,	marítimo	ou	aéreo.
●	 Jogos	e	brincadeiras	aquáticas:	são	jogos	e	brincadeiras	adaptados	para	o	meio	
aquáticos	ou	pensadas	para	ser	realizadas	exclusivamente	nesse	meio.
●	 Jogos	e	brincadeiras	 com	músicas:	 são	brincadeiras	 cantadas	e	 cantigas	de	
rodas,	que	combinam	movimentos	corporais	e	músicas.
●	 Jogos	e	brincadeiras	 tradicionais:	são	 realizadas	a	partir	da	 relação	entre	os	
mais	velhos	e	os	mais	novos,	usando	da	cultura	popular	de	grupos	sociais.
●	 Jogos	e	brincadeiras	contemporâneas:	são	ligados	à	tecnologia	que	se	transfor-
ma	e	avança	no	ritmo	das	mudanças	tecnológicas.	
●	 Jogos	e	brincadeiras	de	improviso:	ligados	na	ação	do	corpo	ao	brincar,	a	partir	
do	improviso.
18UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
Na	 organização	 mencionada	 podemos	 verificar	 que	 tanto	 os	 jogos	 quanto	 as	
brincadeiras	podem	acontecer	com	ou	sem	materiais,	dentre	eles,	o	brinquedo	pode	ser	
utilizado	como	uma	possibilidade	lúdica.	
Há	relatos	que	o	brinquedo	já	está	presente	na	vida	do	ser	humano	por	muitos	anos,	
que	é,	na	verdade,	até	impossível	de	apontar	uma	origem	exata.	Os	povos	mais	antigos,	já	
usavam	brinquedos,	como	o	pião	e	a	bola,	que	eram	de	fácil	confecção	(VON,	2001).
Mas,	afinal,	o	que	é	o	brinquedo?	Brinquedo,	é	o	“Objeto	ou	instrumento	utilizado	
para	o	ato	de	brincar	ou	 jogar,	 tornando-se	parceiro	da	criança	em	suas	brincadeiras	e	
jogos,	 levando	à	ação,	à	 imagina	e	à	criação”	 (AWAD,	2012,	p.	16).	Por	exemplo,	uma	
boneca,	que	é	o	brinquedo,	permite	que	a	criança,	realize	inúmeras	formas	de	brincadeira,	
como	 brincar	 de	 casinha,	 de	mamãe	 e	 filhinha,	 de	 professor	 e	 aluna	 na	 escolinha.	 De	
acordo	com	Kishimoto	(1997),	o	brinquedo	é	como	um	passaporte	para	o	reino	mágico	de	
brincadeiras.	O	brinquedo	é	fundamental,	pois	é	por	meio	dele	que	a	criança	se	comunica	
com	o	mundo,	e	pelo	brincar	consegue	expor	seus	sentimentos	e	pensamentos.
Dessa	forma,	o	brinquedo	pode	ser	dividido	em	três	grupos	(BÖHM,	2015):
●	 Brinquedos	artesanais:	são	feitos	à	mão,	por	exemplo,	o	bilboquê,	arco	(bam-
bolê),	pipa,	entre	outros.	São	de	matéria-prima	encontradas	dentro	da	própria	
casa	da	criança,	que	são	capazes	de	estimulá-las	em	sua	criatividade,	como,	
por	exemplo,	uma	simples	caixa	de	leite	que	pode	virar	um	carrinho	de	corrida.	
Figura 1 - Exemplo	de	brinquedo	artesanal,	bambolê
●	 Brinquedos	industrializados:	são	encontrados	em	lojas	próprias	de	brinquedos,	
que,	em	geral	são	fabricados	de	plástico	ou	metal	e	que	chamam	a	atenção	da	
criança.
19UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
Figura 2 - Exemplo	de	brinquedo	industrializado
●	 Brinquedos	 pedagógicos:	 são	 feitos	 de	madeira,	 plástico	 ou	 tecido,	 e	 contri-
buem	para	o	desenvolvimento	da	criança	como	um	todo	de	maneira	 lúdica	e	
recreativa.
Figura 3 - Exemplo	de	brinquedo	pedagógico
Após	conhecermos	os	jogos,	brincadeiras	e	brinquedos,	vamos	compreender	como	
cada	um	está	presente	e	exerce	influência	nos	espaços	formais	e	informais	de	atuação	do	
profissional	em	Educação	Física.
Desde	muito	cedo,	as	crianças	são	apresentadas	a	jogos,	brinquedos	e	brincadei-
ras	no	ambiente	educacional,	sendo	de	suma	importância,	pois	possibilita	o	processo	de	
20UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
aprendizagem	de	diversas	habilidades	e	 também	o	desenvolvimento	 intelectual	e	motor	
(BÖHM,	2015).	
No	espaço	educacional,	o	jogo	é	considerado	por	diversos	estudiosos	–	Huizinga,	
Kishimoto,	Piaget	e	Vigotsky	–,	como	uma	estratégia	importante	para	a	prática	pedagógica	
de	 todos	 componentes	 curriculares	 presentes	 na	 escola.	A	 partir	 dessa	 visão	 ampla,	 o	
jogo	 pode	 ser	 uma	alternativa	 importante	 para	 solucionar	 problemas	 pedagógicos,	 que,	
por	vezes,	são	deixados	de	lado	pelos	professores,	que	usam	apenas	em	momentos	de	
recreação.	 Dentro	 do	 processo	 de	 ensino,	 o	 jogo	 pode	 fortalecer	 estratégias,	 para	 que	
a	 criança	 consiga	 entender	melhor	 o	mundo	 que	 a	 cerca,	 por	meio	 da	 experimentação	
(VELOSO,	2009),	além	de	servir	como	material	didático	de	apoio	para	fixação	de	conteúdos	
(DIAS;	VASCONCELLOS;	BARRETO,	2017).		
Em	específico,	na	Educação	Física	escolar,	o	jogo	se	constitui	como	instrumento	
indispensável	para	o	ensino	 (KISHIMOTO,	2017),	assim	como	 faz	parte	do	próprio	con-
teúdo	da	disciplina	no	processo	de	ensino-aprendizagem.	 Isso	se	aplica	às	brincadeiras	
(SANTOS,	2008)	e	brinquedos.	Todos	eles	fazem	parte	da	prática	pedagógica	da	Educação	
Física	e	possuem	valor	educativo,	possibilitando	às	crianças,	como	mencionado	por	Awad	
e	Pimentel	(2015,	p.	120),	“descobrir	os	seus	valores	pessoais	e	sociais,	desenvolvendo	a	
sua	autonomia,	desvendando	as	suas	verdades,	expondo	os	seus	temores	e	dificuldades,	
suas	alegrias,	seus	gostos	e	vontades	e	possa	se	reconhecer	como	sujeito	histórico	social”.
Diante	disso,	podemos	perceber	que,	na	verdade,	os	jogos,	brinquedos	e	brincadei-
ras	são	como	um	convite	para	interação	e	ensino-aprendizagem	das	crianças,	pois,	como	
dito,	beneficia	tal	processo.	Cabe,	portanto,	aos	professores	de	Educação	Física,	planejar	
a	utilização	desses	conteúdos,	que	não	são	poucos,	como	vimos	anteriormente.		
Aluno(a),	vimos,	então,a	relevância	dos	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	no	espa-
ço	formal.	Mas	como	isso	se	aplica	no	espaço	informal?
O	que	basicamente	se	altera,	é	o	espaço	onde	aplicamos	 tais	conteúdos	(como	
exemplo	clubes,	academias,	resorts),	assim	como	o	foco	da	intervenção,	que	fora	da	escola,	
pensando	na	recreação,	estará	relacionado	ao	prazer,	espontaneidade,	diversão,	liberdade	
e	não	obrigatoriamente	a	um	objetivo	educacional.	Apesar	disso,	os	pontos	positivos	elen-
cados	acerca	dos	 jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	se	 farão	presentes	 independente	do	
espaço,	pois	há	características	específicas	destes,	que	estarão	imbricados	em	sua	prática.
Quando	nos	referimos	ao	lazer,	os	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	podem	fazer	
parte	 desse	momento,	 buscando	 a	 satisfação	 pessoal	 dentro	 do	 seu	 tempo	 disponível.	
Ressaltamos,	que,	assim	como	nos	espaços	formais,	tais	conteúdos	também	influenciam	
21UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
o	desenvolvimento	da	criança,	mesmo	que	esse	não	seja	o	objetivo	do	momento,	que,	de	
fato,	não	é	quando	nos	referimos	ao	lazer	como	prática	livre	e	desinteressada.
Agora,	aluno(a),	como	aplicar	todo	esse	conhecimento	em	sua	atuação	profissio-
nal?	Vamos	descobrir	no	decorrer	da	nossa	apostila.
SAIBA MAIS
Você	sabia	que	o	 lazer	é	um	direito	social	previsto	na	Constituição	da	República	Fe-
derativa	do	Brasil	de	1988?		O	lazer	é	discutido	em	4	artigos	da	Constituição	(6º,	7º,	
217º,	227º),	sendo	considerado	um	direito	básico	dos	trabalhadores,	assim	como	saúde,	
educação,	alimentação,	moradia,	segurança,	entre	outros,	sendo,	portanto,	responsa-
bilidade	do	poder	público	assegurar	o	acesso	ao	lazer.	Além	disso,	o	lazer	é	visto	como	
prioridade	na	formação	de	crianças,	jovens	e	adolescentes,	sendo	de	dever	da	família	
e	da	sociedade.
Fonte:	BRASIL	(1988).
22UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos	ao	fim	da	Unidade	I	de	nossa	apostila	de	Lazer	e	Recreação	e,	durante	
nossa	caminhada,	conceituamos	o	lazer	e	a	recreação,	conhecemos	seus	percursos	his-
tóricos	e,	por	fim,	falamos	de	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras	e	seu	papel	no	lazer	e	na	
recreação	em	espaços	formais	e	informais.
Acerca	do	lazer,	foi	possível	verificar	que	sua	origem	pode	estar	atrelada	tanto	a	
fases	antigas	da	história	humana	quanto	à	modernidade.	Ademais,	identificamos	que	não	
há	um	consenso	para	sua	definição,	por	isso,	no	estudo	do	primeiro	tópico	foram	trazidos	
diferentes	conceitos	para	que	você	compreenda	a	dinâmica	e	complexidade	dos	estudos	
do	lazer,	podendo,	a	partir	disso,	atuar	e	transpor	tais	conhecimentos		de	forma	autônoma	
e	crítica	em	sua	prática	profissional.	
Diferente	do	lazer,	a	recreação,	possui	sua	origem	desde	o	início	dos	tempos,	na	
era	primitiva,	na	qual	o	homem	já	se	recreava,	assim	como	possui	um	conceito	estabeleci-
do,	ou	seja,	é	a	atividade	que	proporciona	diversão	e	entretenimento	ao	sujeito	com	ativo	
envolvimento.	Tal	prática	pode	ser	motivada	por	estímulos	internos,	por	exemplo,	“eu	quero	
participar	da	recreação,	porque	me	traz	prazer”	e	estímulos	externos,	“eu	quero	participar	
da	recreação,	porque	meu	amigo	estará	lá”.
Ao	chegarmos	no	último	tópico	desta	unidade,	podemos	verificar	que	jogos,	brin-
quedos	e	brincadeiras	possuem	diferenças	entre	suas	definições.	Apesar	disso,	se	asse-
melham	e,	por	vezes,	estão	atrelados	na	prática,	da	mesma	forma	que	contribuem	com	o	
desenvolvimento	da	criança	que	brinca,	seja	no	espaço	formal	ou	informal.
Então,	aluno(a),	concluímos	a	primeira	fase	de	nossa	empreitada	acadêmica,	em	
direção	à	formação	em	Educação	Física,	com	foco	no	Lazer	e	Recreação.	Apesar	de	seu	
caráter	de	diversão,	espontaneidade	e	liberdade,	tais	conteúdos	são	indispensáveis	para	
construir	uma	sólida	bagagem	de	conhecimentos	da	área.	
E	agora?	Qual	será	o	próximo	passo?	Vamos	descobrir	na	Unidade	II.
23UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
LEITURA COMPLEMENTAR 
Brinquedos alternativos (sucatas) e a criança
Os	 brinquedos	 são	 utilizados	 para	 a	 ação	 do	 brincar,	 tornando-se	 parceiros	 da	
criança	no	processo	de	imaginação	e	criação.	Muitos	dos	brinquedos	que	temos	na	atuali-
dade,	foram	construídos	há	milhares	de	anos,	que	serviam	como	instrumentos	de	guerra.	
Entretanto,	nos	dias	atuais,	encontramos	inúmeras	variedades	de	brincadeiras	de	diferentes	
formas	e	funções	que	estimulam	o	lúdico	e	o	pedagógico.	
Os	brinquedos	são	encontrados	sob	algumas	classificações,	como	industrializados,	
que	 são	 comprados	em	 lojas	 especializadas	e	 artesanais	 que	podem	ser	 criados	pelas	
próprias	crianças	acompanhadas	dos	 responsáveis.	Nesse	sentido,	uma	vassoura	pode	
simbolicamente	 representar	 um	 cavalo	 que	 pode	 ser	 usado	 em	 diferentes	 contextos,	 a	
partir	da	imaginação	da	criança.	
Todo	material	alternativo	(sucata)	pode	ser	transformado	em	brinquedos	desde	que	
haja	criatividade,	imaginação	e	segurança,	por	isso,	o	acompanhamento	de	um	adulto	ou	
responsável	durante	a	construção	do	brinquedo	é	importante.	Na	intenção	estimular	pais	e	
responsáveis,	educadores	e	profissionais	da	área	do	lazer,	recreação	e	lúdico,	será	exposto	
a	seguir	alguns	cuidados	básicos	ao	selecionar	e	limpar	os	materiais	que	serão	utilizados:
●	 Limpar	e	esterilizar	os	materiais	da	sucata	para	evitar	contato	com	ferrugens	e	
bactérias;
●	 Evitar	selecionar	materiais	cortantes,	como,	por	exemplo,	latinha	de	refrigerante	
aberta,	para	que	não	ofereça	perigo	a	integridade	da	criança;
●	 Não	oferecer	material	muito	pequeno	para	crianças	com	idade	de	zero	a	4	anos,	
pois	eles	podem	levar	à	boca.
Por	fim,	tomando	esses	cuidados	essenciais,	ofereça	para	a	criança	a	oportunidade	
e	contato	com	a	experiência	de	confeccionar	esses	brinquedos	alternativos,	que	são	de	
baixo	custo	e	podem	proporcionar	muita	diversão	e	aprendizados.	
A	seguir,	será	abordado	um	exemplo	de	brinquedo	alternativo	que	é	muito	conheci-
do	pela	sociedade:	Pé	de	lata,	recomendado	para	crianças	a	partir	de	quatro	anos	de	idade	
e	busca	desenvolver	equilíbrio,	coordenação	motora	e	noções	de	alternância.
Para	confeccionar	este	brinquedo	será	necessário,	duas	latas	vazias	de	leite	em	pó	
ou	de	achocolatado,	três	metros	de	corda,	prego,	martelo	e	materiais	para	decoração	con-
24UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
forme	preferência	do	indivíduo.	Para	confeccionar,	realize	dois	furos	no	fundo	das	latas	e	
passe	a	corda	por	dentro	deles	e	amarre,	em	seguida	faça	a	decoração.	Nessa	brincadeira,	
a	criança	deverá	segurar	as	duas	pontas	da	corda	e	equilibrar	os	pés,	um	sobre	cada	lata.	
Para	se	locomover,	deve-se	elevar	um	cordão	de	cada	vez	para	manter	o	contato	do	pé	
com	a	lata.	Pode	ser	colocar	para	estimular	e	aumentar	o	grau	de	complexidade,	obstáculos	
durante	o	percurso.	
Fonte:	AWAD	(2012).
25UNIDADE I Introdução ao Lazer e a Recreação
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
•	Título:	Lazer,	Recreação	e	Educação	Física
•	Autores:	Christianne	 Lucce	Gomes	Werneck	 e	Helder	 Ferreira	
Isayama
•	Editora:	Autêntica
•	Sinopse:	O	livro	aborda	as	diferenças	entre	os	termos	recreação	
e	lazer,	e	como	eles	estão	inseridos	dentro	da	área	da	Educação	
Física.	A	ideia	é	também	contribuir	com	o	processo	de	formação	do	
profissional,	 pensando	em	propostas	de	 intervenção	qualificada,	
auxiliando	no	trabalho	didático	de	alunos	e	professores.
LIVRO
•	Título:	Lazer:	Formação	e	Atuação	Profissional
•	Autor:	Nelson	Carvalho	Marcellino	
•	Editora:	Papirus
•	Sinopse:	O	livro	aborda	quatro	eixos	temáticos:	a	universidade	e	
a	formação	profissional,	as	diferenças	entre	os	setores	público	e	
privado,	a	multiplicidade	de	profissionais	e	de	funções,	e	a	empre-
sa	e	o	lazer.
FILME/VÍDEO
•	Documentário:	Ócio,	Lazer	e	Tempo	Livre
•	Ano:	2018
•	Sinopse:	O	documentário	em	questão,	foi	produzido	pelo	SescTv	
durante	a	15ª	edição	do	Congresso	Mundial	de	Lazer	e	 traz	em	
50	minutos,	ideias	e	reflexões	sobre	temas	acerca	do	ócio,	lazer	
e	 tempo	 livre,	a	partir	de	concepções	de	grandes	estudiosos	domundo,	que	se	dedicam	a	estudar	o	tema.	
•	 link:	 https://sesctv.org.br/programas-e-series/documentarios/?-
mediaId=1dd88d71d70d907794b6d7e45cdae2b1
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Christianne+Lucce+Gomes+Werneck&text=Christianne+Lucce+Gomes+Werneck&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Helder+Ferreira+Isayama&text=Helder+Ferreira+Isayama&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_2?ie=UTF8&field-author=Helder+Ferreira+Isayama&text=Helder+Ferreira+Isayama&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks
https://sesctv.org.br/programas-e-series/documentarios/?mediaId=1dd88d71d70d907794b6d7e45cdae2b1
https://sesctv.org.br/programas-e-series/documentarios/?mediaId=1dd88d71d70d907794b6d7e45cdae2b1
26
Plano de Estudo:
•	A	recreação	em	ambiente	formal	com	foco	na	escola	e	interdisciplinaridade;
•	Recreação	com	grupos	específicos:	de	três	anos	a	terceira	idade;
•	Recreação	em	espaços	não	formais:	hotelaria,	festa	infantil,	ônibus,	clubes,	espaço	aquá-
tico,	hospitais	e	academias.
Objetivos de Aprendizagem:
•	Estudar	a	recreação	em	ambiente	formal	com	foco	na	escola	e	interdisciplinaridade;
•	Conhecer	a	recreação	para	grupos	específicos:	de	3	anos	a	terceira	idade;
•	Explorar	a	recreação	em	espaços	não	formais:	hotelaria,	festa	infantil,	ônibus,	clubes,	
espaço	aquático,	hospitais	e	academias.
UNIDADE II
Recreação: Brincando e Encantando 
em Diferentes Espaços e com Diversas 
Populações
Professora Mestre Bruna Solera
Professora Mestre Pollyana Mayara Nunhes
27UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
INTRODUÇÃO
Olá,	aluno(a),	seja	bem-vindo(a)	à	segunda	unidade	da	nossa	apostila	de	Lazer	e	
Recreação,	“Recreação:	Brincando	e	Encantando	em	Diferentes	Espaços	e	com	Diversas	
Populações”.
Ao	 ler	o	 título	da	nossa	unidade,	o	que	você	 imagina	que	aprenderá	neste	mo-
mento?	Vamos	lá!	Na	etapa	anterior	conhecemos	o	lazer,	a	recreação,	jogos,	brinquedos	
e	brincadeiras,	nesta	unidade	iremos	dar	prosseguimento	ao	conteúdo,	de	forma	que	você	
consiga	verificar	as	características	dos	sujeitos	com	os	quais	 trabalhará	e	dos	possíveis	
espaços	de	atuação	para	o	profissional	de	Educação	Física	na	área	da	recreação.
Sendo	 assim,	 nosso	 conteúdo	 está	 dividido	 em	 três	momentos.	 Iniciaremos	 es-
tudando	a	recreação	em	ambiente	formal,	com	foco	na	escola	e	na	interdisciplinaridade,	
em	seguida,	conheceremos	a	recreação	para	grupos	de	3	anos	a	terceira	idade	e,	por	fim,	
exploraremos	a	recreação	em	diferentes	espaços,	como	na	hotelaria,	festa	infantil,	ônibus,	
clubes,	espaços	aquáticos,	hospitais	e	academias.
Vamos	juntos	desvendar	tais	possibilidades!
Ótimo	estudo!
28UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
1 RECREAÇÃO EM AMBIENTE FORMAL: FOCO NA ESCOLA E INTERDISCIPLINARI-
DADE
Caro(a)	aluno(a),	você	já	deve	ter	notado	que	estamos	utilizando	o	termo	ambiente	
formal.	Pois	é,	ao	mencioná-lo	estamos	nos	referindo	à	escola.	Sendo	assim,	neste	tópico	
estudaremos	 a	 recreação	 como	 possibilidade	 para	 a	 Educação	 Física	 na	 escola	 e	 sua	
relação	com	a	interdisciplinaridade.
Para	adentrarmos	em	nossa	temática	específica,	questiono	a	você:	o	que	é	a	esco-
la?	Aliás,	pense	em	uma	pergunta	ainda	mais	ampla:	o	que	é	a	Educação?
De	acordo	com	o	Grupo	de	Trabalho	Pedagógico	(1991,	p.	33),	
Educação	é	uma	parte	da	socialização	geral,	isto	é,	aquele	setor	de	intera-
ção	conscientes	e	socialmente	regulamentadas,	nas	quais	o	jovem,	no	seu	
processo	de	desenvolvimento,	é	qualificado	a	aprender	maneiras	culturais	de	
uma	sociedade	e	prosseguir	no	seu	desenvolvimento,	e	neste	processo	de	
qualificação	torna-se	uma	pessoa	independente	e	responsável.
Frente	 a	 essa	 definição	 podemos	 compreender	 que	 a	 educação	 representa	 um	
campo	 organizado,	 planejado,	 sistematizado	 e	 com	 uma	 intenção,	 um	 propósito,	 assim	
como	ela	visa	sempre	o	aluno.	O	aluno	é	o	centro	do	processo	de	ensino-aprendizagem.	
Sendo	assim,	ele	não	deve	ser	encarado	apenas	como	receptor	de	conhecimentos,	mas	
possibilitar	ao	educando	a	compreensão	de	mundo	e	da	realidade	social.	Uma	das	formas	
de	se	fazer	isso,	é	por	meio	da	experiência.
29UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
A	 experiência	 é	 uma	 ação	 pedagógica	 que	 possibilita	 amplos	 conhecimentos,	
transmissões	de	valores	(GRUPO	DE	TRABALHO	PEDAGÓGICO,	1991),	desenvolvendo	a	
capacidade	dos	alunos	de	atuar	de	forma	autônoma.	Tal	experiência	é	efetivada	na	escola.	
A	escola	é	um	espaço	onde	o	aluno	terá	acesso	aos	conhecimentos	culturais	e	científicos	
historicamente	produzidos,	não	se	limitando	à	mera	reprodução	destes.
Neste	cenário,	a	Educação	Física	possui	objetivo	educacional,	distanciando-se	da	
prática	pela	prática,	do	famoso	“rola	bola”,	aproximando-se	da	formação	de	indivíduos	críti-
cos	que	possam	agir	autonomamente	para	além	dos	muros	da	escola.	Ou	seja,	a	Educação	
Física	na	escola	 tem	o	papel	de	possibilitar	ao	aluno	conhecer,	experimentar,	 vivenciar,	
aprender	 diferentes	 práticas	 corporais,	 de	 forma	 que	 quando	 este	 sujeito	 encerre	 seus	
estudos	na	Educação	Básica,	ele	consiga	tomar	suas	próprias	decisões	fora	da	escola.
Observe	que	a	Educação	Física	escolar	possui	objetivos	de	formação	humana	e	
não	se	resume	à	prática	sem	intencionalidade,	apenas	pelo	prazer	e	com	fim	em	si	mesma.	
Devido	a	isso,	a	recreação	sofre	por	ser	considerada	por	alguns	como	meio	de	fragmen-
tação	 ou	 desvalorização	 da	 disciplina	 na	 escola,	 isso	 se	 dá,	 principalmente,	 no	 Ensino	
Infantil,	em	que	ela	é	vista	com	“fim	em	si	mesma	e	sem	a	participação	articulada	e	efetiva	
do	professor”	(GOMES-DA-SILVA,	2010,	p.	25).	
De	fato,	aluno(a),	uma	aula	apenas	de	caráter	recreativo	–	sem	intencionalidade	e	
sem	objetivo	educativo,	formativo	–	pode	não	contemplar	os	fins	da	educação	e	Educação	
Física.	É	preciso	transcender	a	prática	apenas	pela	diversão	no	contexto	escolar.	
Apesar	disso,	ao	utilizarmos	a	recreação	da	forma	correta,	podemos	levá-la	para	
nossas	aulas	(não	como	prática	recorrente,	ou	seja,	em	todas	as	nossas	aulas),	pois	de	
acordo	com	Awad	e	Pimentel	(2015,	p.	121),	
As	práticas	de	recreação	espontânea	e	criativa	na	escola	podem	conduzir	as	
crianças	para	o	aprendizado	e	reflexão	quando	se	considera	a	tríplice	relação:	
homem	-	pessoa	em	seu	contexto	social,	cultural	e	afetivo;	tempo	-	período	
histórico	social	em	que	o	indivíduo	está	inserido	e	a	sua	disponibilidade	para	
a	vivência	lúdica,	e	o	espaço	-	ambiente	cultural	onde	ocorrem	as	manifesta-
ções,	sejam	estas	em	escolas	públicas	ou	colégios	particulares	localizados	
em	bairros	periféricos	ou	centrais.	
Veja,	aluno(a),	que	há	uma	intencionalidade	na	utilização	da	recreação,	viabilizan-
do-a,	diferente	de	quando	apenas	a	utilizamos	como	forma	de	divertir	as	crianças.	Para	
Awad	e	Pimentel	(2015,	p.	121),	
[...]	a	intencionalidade	da	utilização	da	recreação	é	fazer	com	que	o	próprio	
aluno	deseje	vivenciar	práticas	e	manifestações	lúdicas,	porém	possa	pau-
latinamente	questioná-la	criticamente,	procurando	superar	a	função	abstrata	
que	a	recreação	acaba	por	diversas	vezes	assumindo,	para	que	experimente	
lucidamente	sensações	de	realização,	satisfação	e	prazer.
30UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Além	disso,	no	espaço	 formal,	podemos	e	devemos	nos	utilizar	de	 instrumentos	
também	usados	na	recreação,	como	forma	de	orientar	o	processo	de	ensino-aprendizagem,	
ou	seja,	os	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras,	com	o	fim	de	cumprir	os	objetivos	estabeleci-
dos	para	determinada	etapa	de	ensino,	no	caso	referido,	Ensino	Infantil.	
Há	outras	opções	para	se	utilizar	a	recreação	além	das	aulas	de	Educação	Física.	
Podemos	utilizá-la	também	em	aulas	específicasde	recreação,	como	atividade	extracurri-
cular	e	como	meio	de	trabalho	da	interdisciplinaridade.
As	aulas	específicas	extracurriculares	podem	ter	diferentes	objetivos	por	meio	da	
recreação,	como:	desenvolver	o	aspecto	motor,	social,	cognitivo,	criatividade,	cooperação,	
entre	 outros	 que	 serão	 contemplados	 de	 acordo	 as	 atividades	 desenvolvidas.	Aspectos	
estes	que	contribuem	com	o	processo	de	ensino-aprendizagem	durante	o	horário	regular	
de	aulas,	assim	como	o	desenvolvimento	do	próprio	aluno.
Acerca	da	interdisciplinaridade,	precisamos,	antes	tudo,	defini-la.	Você	sabe	o	que	
significa	esse	termo?	Podemos	dizer	“que	estabelece	relações	entre	duas	ou	mais	discipli-
nas	ou	ramos	de	conhecimento”	ou	“que	é	comum	a	duas	ou	mais	disciplinas”	(HOUAISS,	
2013).
O	conceito,	chegou	ao	Brasil	por	volta	dos	anos	de	1960	e	se	intensificou	a	par-
tir	da	promulgação	da	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	(Lei	n.	9394),	de	
1996	e	com	a	publicação	dos	Parâmetros	Curriculares	Nacionais	 (PCN),	em	1998.	 Isso	
influenciou	 o	 trabalho	 da	 escola	 e	 professores	 nos	 diversos	 níveis	 de	 ensino,	 de	modo	
a	 fazê-los	compreender	o	processo	de	ensino-aprendizagem	de	uma	maneira	sistêmica	
(LIMA;	AZEVEDO,	2014).
O	uso	da	recreação	por	meio	dos	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras,	em	caráter	in-
terdisciplinar,	surge	como	uma	forma	de	socialização	dos	alunos,	de	estímulo	à	cooperação	
e	participação	deles.	Para	isso,	o	professor	deve	planejar	de	modo	que	aguce	o	interesse	
do	aluno,	e	que	tais	conteúdos	sejam	significativos	a	ele,	com	objetivo,	e	que	este	objetivo	
esteja	claro,	para	não	cairmos	na	prática	pela	prática.
Pensando	no	ensino	da	matemática,	no	modelo	 tradicional	 teríamos	o	professor	
passando	os	exercícios,	explicando	no	quadro	e	os	alunos	copiando	e	respondendo.	Nesse	
sentido,	para	unir	essa	aula	com	a	Educação	Física,	pode-se	pensar	em	usar	o	boliche	
adaptado,	em	que	os	alunos	precisam	arremessar	a	bola,	acertando	no	pino	que	contém	
a	 resposta	correta.	É	uma	atividade	de	caráter	 interdisciplinar,	pois	envolve	Matemática	
e	Educação	Física	e	cognitivo	(necessita	realizar	o	cálculo	mental).	Dessa	forma,	o	ensi-
31UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
no-aprendizagem	da	matemática,	que	é	tão	complexo,	pode	tornar-se	prazeroso	e	eficaz	
(WIERTEL,	2016).
O	mesmo	pode	acontecer	 com	as	aulas	de	Educação	Física.	O	professor	pode	
associar	conteúdos,	por	exemplo,	da	 física	nas	aulas	de	Educação	Física,	 relacionando	
centro	de	gravidade	com	a	postura	em	determinados	esportes.	Assim	como,	em	específico	
com	a	recreação,	pode-se	trazer	para	a	prática	brincadeiras,	como	jogo	da	memória	com	
peças	relacionadas	aos	conceitos	de	biologia.	
Enfim,	há	uma	infinidade	de	possibilidades	oferecidas	para	o	trabalho	interdiscipli-
nar	com	a	recreação	por	meio	dos	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras.	E	tais	possibilidades	
podem	ser	 utilizadas	 tanto	 pela	Educação	Física	 quanto	 pelas	 demais	 disciplinas.	Para	
efetivar	tal	ação,	seja	por	meio	da	recreação	ou	não,	é	necessário	o	envolvimento	de	todos	
os	professores	dos	componentes	curriculares	existentes	na	escola,	na	construção	do	pla-
nejamento.
32UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
2 RECREAÇÃO COM GRUPOS ESPECÍFICOS: DE TRÊS ANOS A TERCEIRA IDADE
Aluno(a),	 neste	 tópico	 você	 irá	 conhecer	 as	 características	 dos	 grupos	 de	 três	
anos	a	 terceira	 idade	para	prática	da	 recreação.	Durante	a	 recreação,	o	que	utilizamos	
para	contemplar	as	características	desta	são	jogos,	brinquedos	e	brincadeiras.	Temos	uma	
infinidade	de	possibilidades	que	vão	variar	de	acordo	com	a	faixa	etária	que	atuaremos.
Optamos	 por	 dividir	 a	 temática	 por	 grupos	 específicos	 de	 acordo	 com	 a	 idade,	
sendo	eles:	crianças	de	3	a	4	anos;	5	a	6	anos;	7	a	8	anos;	9	a	10	anos;	11	a	12	anos;	
adolescentes;	adultos;	idosos	e	pessoas	com	deficiência.
●	 Crianças de 3 a 4 anos:	nesta	idade	as	crianças	estão	em	processo	de	desco-
berta,	é	uma	fase	que	Awad	(2012)	considera	ser	a	de	autoconhecimento.	Além	
disso,	3	a	4	anos	é	uma	faixa	etária	que	está	intimamente	ligada	a	atividades	
que	envolvem	a	imaginação.	Brincadeiras	como	caça	ao	tesouro,	em	que	se	tem	
como	personagem	um	pirata	bonzinho	e	uma	princesa	a	ser	resgata,	envolvem	
as	crianças	do	começo	ao	fim.	Ademais,	as	pistas	do	caça	devem	ser	simples,	
de	forma	que	a	criança	consiga	desvendá-las,	ou	pode-se	substituí-las:	pode	
usar	pegadas,	glitter	que	mostrem	o	caminho	até	o	tesouro.	Outra	opção	é	uma	
bruxinha	que	 faz	uma	poção	mágica	de	 ingredientes	malucos	e	ao	final	 tudo	
isso	se	transforma	em	brigadeiro.
Fonte:	as	autoras.
33UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 1 - Brincadeira	poção	mágica
Fonte:	as	autoras.
Além	disso,	nesta	idade,	o	recreador	precisa	de	muita	energia,	pois	as	crianças	po-
dem	se	distrair	facilmente,	assim	como	uma	brincadeira	programada	para	durar	30	minutos	
pode	ser	finalizada	em	10	minutos.	Agilidade,	animação	e	criatividade	são	essenciais	para	
lidar	com	as	crianças	de	3	a	4	anos.
●	 Crianças de 5 a 6 anos: fase	na	qual	a	criança	vai	desenvolvendo	grandes	
movimentos,	como	andar,	correr,	trepar	e	saltar,	e	são	como	necessidade	para	
essas	 idades.	De	acordo	com	Gouvêa	 (1967),	 neste	momento	a	 imaginação	
ainda	 é	 viva,	 podendo	 a	 criança	 confundir	muitas	 vezes	 o	 imaginário	 com	o	
real.	Elas	gostam	de	ouvir	histórias,	se	identificam	com	os	personagens	e	vivem	
intensamente	cenas.	Não	se	deve	valorizar	a	competição,	deve-se	estimular	a	
cooperação	(GOUVÊA,	1967),	brincadeiras	cantadas	são	uma	ótima	opção.	
Nesta	fase	podemos	trabalhar	com	brincadeiras	mais	elaboradas	quando	compa-
rada	a	idade	anterior	mencionada,	agora,	o	caça	ao	tesouro	pode	ter	um	vilão	e	para	achar	
o	tesouro,	pistas	do	tipo	charadas	(simples)	podem	ser	utilizadas.	Nesta	idade,	o	recreador,	
mesmo	que	sem	fantasia	completa,	consegue	prender	a	atenção	das	crianças.
34UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 2 - Caça	ao	tesouro
Fonte:	as	autoras.
O	 recreador	que	atua	com	crianças	de	5	a	6	anos	deve	ser	dinâmico	e	sempre	
demonstrar	empolgação	com	as	atividades.	Brincar	com	as	crianças	faz	toda	a	diferença	
(claro,	com	responsabilidade	e	mantendo	a	atenção	em	todas	as	crianças).
●	 Crianças de 7 a 8 anos:	essa	idade,	é	aquela	que	podemos	chamar	de	“radical”,	
pois	são	crianças	que	já	apresentam	pouco	medo	de	personagens,	a	imagina-
ção	já	não	é	sua	principal	característica.	Elas	possuem	maior	condicionamento	
físico	(AWAD,	2012),	gostam	de	brincadeiras	e	jogos	que	tenham	uma	pitada	
de	competição.	Mas	cuidado!	Essa	competição	deve	ser	suave,	de	forma	que	
ambas	as	equipes	 tenham	possibilidade	de	vencer.	Nessa	 idade	as	crianças	
adoram	brincadeiras	em	equipe	com	bola,	desafios	e	grandes	jogos	(veremos	
exemplos	de	jogos	e	brincadeiras	na	Unidade	IV).
35UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 3 - Recreador	e	sua	equipe	criando	a	estratégia	para	a	brincadeira
Fonte:	as	autoras.
●	 Crianças de 9 a 10 anos: fase	marcada	pela	competição	entre	meninos	e	meni-
nas	(AWAD,	2012).	Aqui	os	jogos	e	brincadeiras	ficam	mais	acirrados,	podendo	
introduzir	até	mesmo	brincadeiras	com	terror	e	disputas	entre	equipes.	Pode-
mos	criar	várias	regras	e	detalhes	para	o	jogo	que	as	crianças	serão	capazes	
de	entender	e	jogar	com	efetividade.
Figura 4 - Explicação	do	jogo	com	a	separação	das	equipes
	
Fonte:	as	autoras.
Nesta	idade	a	participação	ativa	do	recreador	durante	toda	a	recreação	é	indispen-
sável.	Você	deve	ser	o	parceiro	de	equipe	que	ajuda	a	pensar	nas	estratégias	para	os	jogos.
36UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
●	 Crianças de 11 a 12 anos: grupode	crianças	desta	idade	já	não	se	conside-
ram	mais	crianças,	não	se	atraem	por	brincadeiras	simples	ou	por	imaginação.	
Gostam	 de	 ação,	 jogos	 com	 competição,	 desafiadores	 e	 diferentes.	Adoram	
videogames,	então	uma	ideia	que	atrai	essa	idade	são	brincadeiras	criadas	a	
partir	de	jogos	do	videogame,	assim	como	atividades	como	escorrega	sabão	e	
jogos	de	cartas.
Figura 5 - Recreador	e	sua	equipe	criando	a	estratégia	para	a	brincadeira
Fonte:	as	autoras.
Para	as	crianças	de	9	e	10	anos,	o	recreador	deve	participar	e	motivar	as	crianças	
no	envolvimento	das	atividades.	O	recreador	passivo	dificilmente	terá	sucesso.
●	 Adolescentes: essa	etapa	é	considerada,	por	Awad	(2012),	como	fase	de	transi-
ção	entre	a	infância	e	a	juventude.	Os	adolescentes	sentem	vergonha	e	rebeldia	
devido	às	mudanças	físicas.	Recreação	para	adolescentes	foca	em	atividades	
de	aventura,	como sandboard	(Figura	5),	vertigem	e	competição.	O	recreador	
que	atua	com	adolescentes	precisa	procurar	estratégias	para	envolvê-los,	assim	
como	criar	um	vínculo	com	eles	e	participar	ativamente	das	atividades.
37UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 6 - Sandboard	em	dunas
Fonte:	as	autoras.
●	 Adultos: é	 uma	 fase	 mais	 ativa.	 Apresentam	 dificuldade	 de	 organização	
em	 grupos,	 então,	 antes	 de	 iniciar	 tais	 atividades,	 é	 importante	 verificar	 as	
potencialidades	desses	sujeitos.	Há	aproximação	com	atividades	esportivas	e	
físicas,	 jogos	 de	 sorte	 e	 azar,	 festas,	 gincanas,	 passeios	 e	 viagens	 (AWAD,	
2012).	
Figura 7 - Adultos	em	jogos	de	sorte	e	azar
Observe,	 aluno(a),	 que	 a	 recreação	 para	 adultos	 é	 diferente	 das	 demais	 faixas	
etárias.	Assim,	o	recreador	também	deve	assumir	outra	postura.
38UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
●	 Idosos: para	Awad	(2012),	essa	fase	é	aquela	em	que	há	o	regresso	à	Infância,	
há	necessidade	de	contar	tudo	que	fizeram,	valorizam	mais	a	participação	do	
que	o	resultado.	Veja,	aluno(a),	atividades	competitivas	não	são	a	melhor	opção	
nessa	 idade.	De	acordo	com	Awad	e	Pimentel	 (2015),	a	 recreação	atua	com	
os	 idosos	como	forma	de	adaptação	às	mudanças	e	às	perdas	sociais.	Evite	
atividades	que	os	mantenha	em	pé	por	muito	tempo,	que	envolva	velocidade	
ou	criem	desequilíbrio.	Idosos	valorizam	atividades	em	grupo,	e	precisam	delas,	
são	exemplos:	canto,	dança,	 jogos	de	baralho,	 jogos	de	 tabuleiros,	cinema	e	
passeios.
Figura 8 - Atividade	dança	com	idosos
O	recreador	que	atua	com	idosos	deve	dar	a	eles	a	atenção	necessária,	tomar	os	
devidos	cuidados	e	atender	às	suas	necessidades.
●	 Pessoas	 com	deficiência:	as	 pessoas	 com	deficiência,	 independentemente	
de	qual	seja,	assim	como	a	idade	–	crianças,	adolescentes,	adultos	–	não	são	
diferentes	dos	demais	grupos,	desejando	por	meio	da	recreação	o	prazer	e	a	
diversão.	No	entanto,	é	preciso	observar	que	o	planejamento	do	recreador	deve	
estar	estruturado	para	atender	tais	sujeitos,	assim	como	os	demais.	
Pense,	 caro(a)	 aluno(a),	 quais	 adaptações	 você	 deverá	 utilizar	 para	 incluir,	 por	
exemplo,	crianças	com	deficiência	física?
39UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 9 - Criança	usuária	de	cadeira	de	rodas	sendo	auxiliada	na	brincadeira
Vamos	lá!	Ao	planejar	a	sua	recreação	pense	no	espaço	físico	que	será	utilizado	
para	a	recreação,	nos	materiais	e	possibilidades	de	participação	dessa	criança	de	forma	
ativa	 junto	 aos	 demais.	 Veja	 que	 na	Figura	 9	 um	amigo	 está	 auxiliando	 a	 criança	 com	
deficiência,	esta	pode	ser	uma	estratégia	utilizada,	assim	como	o	próprio	recreador	pode	
contribuir	com	isso,	caso	necessário.
Aluno(a),	podemos	verificar	que	cada	um	dos	grupos	possui	características	especí-
ficas	e	algumas	em	comum,	assim,	de	acordo	com	o	grupo	que	o	recreador	escolher	atuar	
exigirá	um	tipo	de	perfil.	
Mas	como	escolher	esse	grupo	para	sua	atuação?	
Acreditamos,	com	base	em	nossa	prática,	que	você	deve	se	identificar	com	o	grupo	
e	suas	características	para	selecioná-lo.	Por	exemplo,	eu,	Prof.	Bruna,	sempre	atuei	com	
crianças	de	4	a	11	anos,	pois	me	identifico	com	as	características	desses	grupos	–	imagi-
nação,	grandes	jogos,	o	brincar	junto	com	as	crianças.	Enquanto	eu,	Prof.	Pollyana,	gosto	
mais	de	atuar	com	crianças	de	11	a	12	anos	e	adolescente,	que,	como	vimos	anteriormente,	
são	faixas	etárias	que	compreendem	as	atividades	de	maneira	rápida	e	gostam	muito	de	
competição.
O	prazer	do	recreador	em	atuar	deve	ser	considerado	para	 tal	escolha,	pois	um	
recreador	 desmotivado	 não	 conseguirá	motivar	 o	 seu	 grupo	 para	 a	 prática	 dos	 jogos	 e	
brincadeiras	propostos.
40UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
3 RECREAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS: HOTELARIA, FESTA INFANTIL, ÔNI-
BUS, CLUBES, ESPAÇO AQUÁTICO, HOSPITAIS E ACADEMIAS
Neste	tópico	iremos	explorar	a	recreação	a	partir	dos	diferentes	espaços	nos	quais	
ela	pode	acontecer,	e	é	neles	que	você,	como	recreador(a),	poderá	atuar.	Selecionamos	os	
espaços	não	formais	que	seguem:	hotelaria,	festa	infantil,	ônibus,	clubes,	espaço	aquático,	
hospitais	e	academias.		
3.1 Hoteleira
A	recreação	em	espaços	de	hotelaria,	nada	mais	é	do	que	a	recreação	que	acon-
tece	em	hotéis,	sendo	eles	pequenos	ou	grandes,	localizados	no	litoral	ou	não.	Além	disso,	
pode	ser	um	hotel	fazenda,	um	hotel	com	parque	aquático	ou	um	resort.
Nestes	espaços,	o	 recreador	pode	ser	 contratado	como	 freelancer	por	empresa	
terceirizada,	pelo	próprio	local	(MIAN,	2015b)	ou	até	mesmo	com	registro	em	carteira	de	
trabalho.	A	contratação	pode	ser	para	todo	o	ano	ou	sem	fim	definido,	e	para	altas	tempo-
radas,	por	exemplo:	em	hotéis	litorais,	a	alta	temporada	seria	no	verão.	
A	atuação	do	recreador	nesses	espaços	é,	em	sua	maioria,	efetivada	por	meio	do	
trabalho	em	grupo	com	outros	recreadores,	ou	seja,	há	uma	equipe	de	recreação.	A	rotina	
varia	entre	os	hotéis,	mas	em	sua	maioria	ocupam	todo	o	dia	(8h	às	23h)	ou	metade	do	
período	 (9h	às	17,	14h	às	22h)	quando	há	 troca	da	equipe	de	 recreadores.	Essa	 rotina	
Fonte:	as	autoras.
41UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
funciona	da	mesma	forma	para	finais	de	semana,	então,	o	recreador	em	hotéis	trabalha	de	
segunda	a	segunda,	em	alguns	locais	ele	possui	uma	folga	por	semana	e	um	domingo	por	
mês.
Sendo	assim,	a	programação	para	a	recreação	deve	ser	feita	para	todo	o	dia,	uti-
lizando	os	espaços	do	hotel,	passeios,	jogos	e	brincadeiras	que	vão	variar	de	acordo	com	
o	grupo	que	se	está	atuando.	Ademais,	ressaltamos	que	durante	o	horário	de	trabalho,	os	
recreadores	usam	uniforme	próprio	para	recreação,	mas	para	algumas	atividades	podem	
utilizar	fantasias	ou	outros	trajes	permitidos	pelo	espaço.
Figura 10 - Uniforme	resort
Fonte:	as	autoras.
Aluno(a),	parece	ser	uma	rotina	puxada,	certo?	Mas	o	resultado	do	envolvimento	
com	os	sujeitos	é	satisfatório.
3.2 Festa Infantil
A	recreação	em	festa	infantil	pode	acontecer	em	diversos	espaços,	como	buffets,	
chácaras,	clubes,	espaços	públicos	e	na	própria	casa	do	aniversariante.	 	Em	específico,	
nos	buffets	a	atuação	do	recreador	se	torna,	por	vezes,	mais	limitada	aos	brinquedos	do	
espaço,	atuando,	assim,	como	monitor	(aquele	responsável	por	monitorar	as	crianças).
Já	nos	demais	locais	mencionados,	a	recreação	possui	outra	característica,	o	re-
creador	tem	o	papel	de	brincar	com	as	crianças	por	meio	de	jogos	e	brincadeiras	planejadas	
com	antecedência.	Nesse	contexto,	a	contratação	geralmente	é	feita	por	horas	de	trabalho.	
Você	pode	ser	autônomo,	trabalhar	para	alguma	empresa	ou	ter	seu	próprio	negócio.	
42UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Na	festa,	o	recreador	pode	trabalhar	de	forma	individual,	em	duplas	ou	na	quantida-de	que	achar	necessário.	Mas,	quanto	mais	crianças,	mais	recreadores.	Indicamos	para	o	
trabalho	individual	uma	festa	que	tenha	no	máximo	10	crianças.	Acima	disso,	o	ideal	seriam	
dois	recreadores,	acima	de	35	crianças	três	recreadores,	e	assim	por	diante.
A	programação	deve	ser	elaborada	de	acordo	com	as	horas	de	trabalho,	por	exem-
plo,	na	cidade	de	Maringá-PR,	a	maioria	das	festas	que	a	empresa	Tia	Pink	e	Cia.	se	envol-
ve,	tem	duração	de	3	horas.	Sendo	assim,	nossa	organização	tem	brincadeiras	e	jogos	que	
supram	todo	esse	tempo.	Além	disso,	o	recreador	em	festa	infantil	pode	atuar	de	uniforme	
(Figura	11)	ou	caracterizado.	Há	profissionais	que	preferem	trabalhar	fantasiados	de	acordo	
com	o	tema	da	festa,	outros	de	palhaços,	ou	seja,	são	inúmeras	as	possibilidades.
Figura 11 - Uniforme	recreação	Tia	Pink	e	Cia
Fonte:	as	autoras.
Aluno(a),	em	festas	infantis	a	recreação	é	mais	dinâmica	do	que	em	hotéis,	pois	
são	poucas	horas	 que	o	 profissional	 tem	para	 conquistar	 as	 crianças	 e	 envolvê-las	 em	
todas	as	atividades.
3.3. Ônibus
Ao	 nos	 referirmos	 à	 recreação	 no	 espaço	 do	 ônibus,	 estamos	 especificamente	
referindo-se	aos	passeios	de	turismo	e	viagens	turísticas.	Para	que	a	recreação	ocorra	com	
sucesso	é	preciso	saber	antecipadamente	as	características	das	pessoas	que	estarão	no	
espaço	e	todo	o	cronograma	do	passeio.
	De	acordo	com	Mian	(2015a),	as	atividades	propostas	pelo	recreador	devem	atingir	
a	participação	de	todos	os	sujeitos,	estando	eles,	principalmente,	sentados	(por	motivos	de	
43UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
segurança),	sejam	eles,	crianças,	adultos	ou	idosos.	Apesar	disso,	o	recreador	ficará	em	
pé,	 ele	 pode	usar	 uniforme	da	empresa	que	 contratou,	 assim	 como	microfone	e	 outros	
materiais	que	ache	necessário	para	suas	atividades.
Figura 12 - Recreação	no	ônibus
Fonte:	WordPress	(2010).	
Para	o	autor,	o	maior	desafio	deste	tipo	de	recreação	é	fazer	com	que	o	recreador	
seja	 uma	 figura	 interessante,	 assim	 como	 seu	 trabalho	 apareça	 como	 uma	 alternativa	
atraente	para	o	entretenimento	a	bordo	(MIAN,	2015a).	Para	isso,	há	várias	possibilidades	
de	 jogos	e	brincadeiras,	como:	bingo,	sorteios,	charadas,	piadas,	brincadeiras	cantadas.	
Quem	nunca	cantou	em	um	ônibus	a	música	do	“Quem	roubou	pão	na	casa	do	João”?	Caso	
você	nunca	tenha	tido	contato	com	ela,	segue	o	link	para	acesso:	https://www.youtube.com/
watch?v=2CyUYlg7Cr8.
3.4 Clubes
A	recreação	em	clubes	é	direcionada	a	uma	parcela	restrita	da	sociedade,	ou	seja,	
aqueles	que	são	sócios	do	espaço	poderão	se	envolver	com	as	atividades	(SILVA,	2015).	
Entre	os	participantes	temos	crianças,	adolescentes,	adultos	e	idosos.
Os	clubes	podem	manter	o	recreador	como	contrato	do	espaço	para	atuar	todos	
os	dias	da	semana	ou	pode	firmar	um	contrato	para	datas	e	eventos	específicos,	como	
no	caso	de	colônias	de	férias.	A	atuação	se	dá	com	o	uniforme	fornecido	pelo	clube,	pela	
empresa	para	qual	o	profissional	presta	serviço	ou	como	for	instruído.	É	importante	seguir	
as	normas	do	local.
https://www.youtube.com/watch?v=2CyUYlg7Cr8
https://www.youtube.com/watch?v=2CyUYlg7Cr8
44UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 13 - Recreação	em	clube	com	crianças	
Sobre	a	programação,	ela	irá	depender	da	demanda	do	contrato,	pode	durar	horas,	
o	dia	todo	ou	uma	semana.		
3.5 Espaço Aquático
A	 recreação,	 independente	 do	 espaço,	 é	 uma	 prática	 que	 envolve	 a	motivação	
dos	sujeitos.	Quando	se	trata	de	espaço	aquático,	a	motivação	é	ainda	maior	(VERDIANI,	
2015).	Apesar	disso,	esse	espaço	é	um	grande	desafio,	pois	envolve	cuidados	redobrados,	
limita	algumas	atividades,	isso	devido	à	profundidade	da	água	e	a	habilidade	de	natação	
das	crianças	ou	deslocamento	no	meio	aquático.
Ademais,	de	acordo	com	Verdiani	(2015),	o	recreador	deve	estar	atento	à	tempe-
ratura	da	água,	no	caso	de	piscinas	a	temperatura	deve	estar	entre	28º	e	30º	graus,	para	
ser	agradável	aos	envolvidos.	Além	disso,	o	recreador	deve	estar	atento	aos	materiais	que	
serão	utilizados,	selecionando	aqueles	disponíveis	no	local	(hotel,	clube,	casa)	ou	que	seja	
de	posse	do	recreador,	e	que	não	ofereçam	riscos.
45UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 14 - Escorregador	inflável	e	o	recreador	fazendo	a	segurança	da	criança
Fonte:	as	autoras.
Por	fim,	considerar	o	horário	para	a	recreação	é	essencial,	por	exemplo,	para	crian-
ças	o	horário	do	meio	para	o	final	da	tarde	é	adequado,	assim	como	final	da	manhã.	Mas,	
aluno(a),	tenha	cuidado,	horários	em	que	sol	está	mais	forte	devem	ser	evitados.	Ademais,	
sempre	lembre	aos	sujeitos	o	uso	do	protetor	solar.
4.6 Hospitais
O	hospital	é	um	espaço	de	cura	ou	minimização	de	sintomas.	Quando	falamos	de	
crianças,	o	espaço	pode	até	parecer	sombrio	e	ter	efeitos	negativos	para	os	pequeninos,	
influenciando	em	seus	aspectos	emocionais	e	psicomotores.	Nesse	sentido,	a	recreação	
vem	para	positivar	aspectos	essenciais	por	meio	do	brincar	e	do	brinquedo	(WITTIZORE-
CKI;	DAMICO;	SCHAFF,	2012).	
De	acordo	com	Awad	(2012,	p.	237),	a	recreação	irá	“fornecer	ao	paciente	a	reto-
mada	da	alegria,	a	elevação	da	autoestima,	superar	traumas	e	aflições	pessoais”,	o	que	
torna	o	hospital	um	espaço	mais	humanizado.
Neste	espaço,	geralmente	o	recreador	atua	como	Clown	(Figura	15),	e,	na	maioria	
das	vezes,	pode	ser	um	trabalho	voluntário.	Pode-se	utilizar	de	diferentes	jogos	e	brinca-
deiras,	assim	como,	música	violão	e	mágicas.
46UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
Figura 15 - Clowns	no	hospital
Fonte:	Cenat	cursos	(2018).	
4.7 Academias
A	recreação	em	academias	parte	da	ideia	de	“com	ideias	simples,	com	objetivos	
bem	definidos	 diretamente	 relacionados	 com	o	 fato	 saúde,	 poderemos	 conseguir	 resul-
tados	de	 forma	prazerosa,	 tentando	apagar	 a	 imagem	de	exercício	 feito	 por	 obrigação”	
(OLIVEIRA,	2015,	p.	247).
Neste	 espaço,	 a	 recreação	 ocorre	 em	maior	 evidência	 em	 eventos,	 como	 festa	
junina,	 dia	 das	 bruxas,	 dia	 do	 amigo,	 noite	 do	 pijama	 com	 crianças	 (OLIVEIRA,	 2015).	
Além	disso,	a	recreação	pode	ser	utilizada	nas	aulas	com	as	crianças,	em	alguns	lugares	
conhecidas	como	“personal kids”	ou	“turmas	de	kids”,	com	elas	as	brincadeiras	teriam	como	
objetivo	a	prática	do	exercício	físico	de	maneira	lúdica	e	prazerosa.
Figura 16 - Turma	de	kids	na	academia
Fonte:	Sportsjob	(2018).	
47UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
O	recreador	poderá	usar	o	uniforme	da	empresa	ou	o	que	for	direcionado	a	ele,	
podendo	trabalhar	por	horas/aula	ou	contrato	mensal.	O	trabalho	tem	duração	inferior	às	
demais,	como	exemplo,	as	aulas	de	“personal	kids”,	que	tem	duração	máxima	de	1h.
Aluno(a),	neste	tópico,	então,	vimos	quantas	possibilidades	de	espaços	para	atua-
ção	 com	 a	 recreação	 nós	 temos.	 E,	 isso	 não	 se	 esgota	 por	 aqui,	 podemos	 citar	 ainda	
recreação	em	condomínios,	em	treinamento	empresarial,	na	natureza	e	em	acampamentos.	
SAIBA MAIS
Você	sabia	que	a	recreação	pode	ser	considerada	um	campo	de	atuação	multiprofissio-
nal?	Ou	seja,	pessoas	com	diferentes	formações	podem	atuar	na	área,	como:	profissio-
nais	da	Educação	Física,	Pedagogia,	Turismo,	Hotelaria,	Teatro,	Dança,	entre	outras.
Fonte:	as	autoras.
REFLITA 
Será	que	a	recreação	não	seria	uma	nova	perspectiva	de	campo	de	atuação	para	você?	
Essa	é	uma	área	que	sempre	está	em	busca	de	novos	profissionais!	Por	isso,	pense	um	
pouco	fora	da	caixinha	e	vá	explorar	essa	oportunidade.	
Fonte:	as	autoras.
48UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido(a)	aluno(a),	chegamos	ao	fim	de	mais	uma	unidade	da	nossa	apostila	de	
Lazer	e	Recreação.	No	primeiro	tópico	abordadopudemos	compreender	como	a	recreação	
acontece	no	ambiente	formal,	com	foco	na	escola,	em	que	a	recreação	durante	a	aula	de	
Educação	Física,	é	praticada	de	maneira	intencional,	pode	proporcionar	aprendizagem	e	
reflexão	aos	alunos.	A	recreação	pode	ser	utilizada	também	em	contexto	extracurricular	e	
de	caráter	interdisciplinar,	em	que	ambos	buscam	a	efetivação	do	ensino-aprendizagem.
Após	compreender	os	aspectos	voltados	à	 recreação	no	ambiente	 formal,	você,	
aluno(a),	 teve	 a	 possibilidade	 de	 conhecer	 características	 de	 grupos	 específicos	 para	
atuação	com	a	recreação.	Destacamos	que	é	necessário	estar	atento(a)	às	particularidades	
das	 faixas	etárias,	para	pensarmos	o	que	pode	ser	aplicado	na	hora	de	organizarmos	o	
planejamento	da	recreação	e	atingirmos,	com	êxito,	o	nosso	objetivo.	Além	disso,	é	neces-
sário,	aluno(a),	refletir	a	partir	das	variadas	características	apresentadas,	com	qual	grupo	
você	teria	mais	afinidade	para	atuar.	Lembrando	que	não	é	um	trabalho	fácil,	porém	muito	
prazeroso!
Por	fim,	o	tópico	3	da	unidade	abordou	em	quais	espaços	não	formais	podemos	
atuar	e	colocar	em	prática	os	conhecimentos	adquiridos	até	aqui.	Os	recreadores	que	atuam	
nesse	campo	podem	ser	contratados	como	freelancer	ou	registrados,	por	diversos	períodos	
de	tempo.	Também	observamos	que,	embora	sejam	muitos	lugares	e	muitas	possibilidades,	
cada	um	possui	características	próprias	em	que	o	recreador	deve	se	identificar	e	gostar	de	
trabalhar.	Caso	contrário,	o	trabalho	se	tornará	um	fardo.
Concluímos	mais	uma	etapa	em	busca	de	novos	conhecimentos	acerca	da	Recrea-
ção	e	Lazer.	Vamos	com	ânimo	para	próxima	unidade,	pois	nela	você	poderá	se	identificar	
como	futuro	recreador.	
Até	mais!
49UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
LEITURA COMPLEMENTAR
Gestão	das	colônias	de	férias
As	colônias	de	férias	surgem	como	uma	forma	de	romper	a	tensão	vivida	no	coti-
diano	escolar,	acontecendo,	portanto,	em	período	de	férias	escolares.	Para	que	a	colônia	
aconteça	é	necessário	um	planejamento.	Dessa	forma,	todos	os	eventos	realizados	devem	
ser	voltados	a	atrair	toda	a	atenção	do	cliente.	
Antes	 de	mais	 nada,	 devemos	 primeiro	 compreender	 o	 que	 é	 um	 evento,	 que,	
segundo	 Simões	 (1995),	 é	 “um	 acontecimento	 criado	 para	 alterar	 a	 história	 da	 relação	
organização-público,	de	acordo	com	as	necessidades	observadas”	e	que,	de	acordo	com	
Watt	(2004),	um	bom	evento	depende	de	um	bom	gerenciamento.	
Um	bom	projeto	de	colônia	de	férias	pode	ser	oferecido	por	inúmeras	empresas,	
desde	 que	 essa	 ofereça	 espaços	 adequados	 para	 o	 desenvolvimento	 das	 atividades	
propostas,	ou	seja,	devem	oferecer	espaços	com	possibilidade	para	o	ato	de	brincar.	A	
estruturação	do	projeto	deve	detalhar	tudo	o	que	se	pretende	fazer,	incluindo	estratégias,	
cronogramas,	recursos,	custos	etc.
Dessa	forma,	para	que	o	resultado	do	evento	seja	positivo	e	aconteça	com	êxito,	é	
necessário	pensar	na	prática	e	elaboração	do	projeto.	Outro	fator	determinante	é	pensar	na	
programação	das	atividades	que	serão	oferecidas.	Em	específico	para	a	colônia	de	férias,	
podemos	utilizar	atividades	de	caráter	esportivo	e	jogos	de	salão,	devendo	ser	priorizadas	
atividades	como	jogos	em	equipe,	pois	promovem	socialização	e	integração.
	Nesse	sentido,	a	colônia	de	 férias	compreende	vivência	 lúdico-recreativas,	com	
características	multidisciplinares	na	elaboração	das	atividades	propostas	durante	a	progra-
mação	e	que	é	uma	ótima	opção	voltada	ao	público	de	diversas	faixas	etárias.
Por	fim,	possuir	conhecimento	de	um	projeto	de	colônia	de	férias	pode	ser	um	fator	
extremamente	importante	que	determinará	o	sucesso	ou	fracasso	do	seu	evento,	pois	sem	
pensar	detalhadamente	em	oportunidades,	riscos,	ameaças,	recursos	humanos	capacita-
dos	e	 treinados,	 tempo	e	espaço	disponível,	pode	ser	 inviável	 implementar	esse	 tipo	de	
evento.	Assim,	o	profissional	 responsável,	 deve	estar	atento	a	 todos	os	detalhes	antes,	
durante	e	após	a	colônia	de	férias.
Fonte:	Holdefer;	Gonçalves	(2020).
50UNIDADE II Recreação: Brincando e Encantando em Diferentes Espaços e com Diversas Populações
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
•	Título:	Lazer	e	Recreação:	repertório	de	atividades	por	fases	da	
vida
•	Autor:	Nelson	Carvalho	Marcellino
•	Editora:	Papirus
•	Sinopse:	O	livro	tem	como	objetivo	principal	trazer	um	repertório	
de	atividades	pensadas	e	organizadas	de	acordo	com	as	 faixas	
etárias,	 que	 serão	 úteis	 para	 os	 profissionais	 da	 área,	 fazendo	
passagens	pela	infância,	juventude,	idade	adulta	e	a	terceira	idade.	
Essa	organização	leva	em	consideração	a	especificidade	de	cada	
público,	pensando	nas	relações	e	interesses	de	cada	um.	O	livro	
é	organizado	em	módulos,	e	que	cada	um	é	destinado	a	uma	fase	
da	vida,	contendo	 introdução	e	aspectos	a	serem	considerados,	
além	de	fichas	com	sugestões	de	atividades,	porém,	essas	ativi-
dades	não	são	unicamente	restritas	à	determinada	faixa	etária,	ou	
seja,	podem	ser	utilizadas	por	outros	grupos	desde	que	passe	por	
adaptações.	
LIVRO 
•	Título:	Jogos,	recreação	e	lazer	
•	Autores:	Elisandro	Schultz	Wittizorecki,	Ismael	Antônio	Bacellar	
Schaff,	José	Geraldo	Soares	Damico.
•	Editora:	Intersaberes
•	Sinopse:	O	livro	aborda	a	importância	de	contemplar	o	jogo	na	
agenda	do	projeto-político-pedagógico	da	sua	instituição,	em	que	
o	jogo	não	é	visto	apenas	como	ferramenta,	mas	também	como	um	
aspecto	que	contribui	para	o	desenvolvimento	da	criança,	já	que	o	
jogar	é	uma	das	manifestações	mais	antigas	da	humanidade.
FILME/VÍDEO
•	Título:	3	dicas	para	trabalhar	com	recreação
•	Ano:	2019
•	Sinopse:	Nesse	vídeo	o	professor	Me.	Cleber	Mena	Leão	Junior,	
aborda	algumas	dicas	destinadas	ao	profissional	que	está	inician-
do	a	atuação	na	área	de	recreação.
•	https://www.youtube.com/watch?v=nTRXoNKsNiM
WEB
•	O	site	do	professor	Me.	Cleber	Junior,	traz	inúmeras	conteúdos	
sobre	recreação.
https://www.cleberjunior.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=nTRXoNKsNiM
https://www.cleberjunior.com.br/
51
Plano de Estudo:
•	Profissional	da	recreação:	características	e	formação;
•	Planejamento	e	a	recreação:	espontaneidade	e	comprometimento.
Objetivos de Aprendizagem:
•	Identificar	as	características	e	discutir	a	formação	do	profissional	da	recreação;
•	Conceituar	o	planejamento	relacionando-o	com	a	recreação,	associando	à	
espontaneidade	e	ao	comprometimento.
UNIDADE III
Recreador: Quem Sou? Como Atuar?
Professora Mestre Bruna Solera
Professora Mestre Pollyana Mayara Nunhes
52UNIDADE III Recreador: Quem Sou? Como Atuar
INTRODUÇÃO
Olá,	aluno(a),	bem-vindo(a)	à	Unidade	III	da	nossa	apostila	de	Lazer	e	Recreação!
Após	estudarmos	definições,	 contextos	 históricos	 do	 lazer	 e	 da	 recreação,	 falar	
sobre	a	recreação	na	escola,	para	grupos	específicos	e	em	diferentes	espaços	não	formais,	
chegamos	ao	momento	de	adentrarmos	aos	conhecimentos	acerca	das	características	do	
profissional	que	atua	com	a	recreação	e	discutir	a	formação	desse	sujeito.	
Após	 isso	 iremos	estabelecer	 relações	acerca	da	presença	do	planejamento	na	
recreação.	Você	pode	estar	se	perguntando,	mas	a	recreação	não	é	tudo	aquilo	que	diverte,	
envolvendo	os	sujeitos	de	 forma	ativa,	a	qual	se	manifesta	de	 forma	espontânea	e	com	
liberdade?
Sim,	caro	aluno(a)	é	isso	mesmo!	Mas	para	que	seu	evento	tenha	sucesso	a	or-
ganização	prévia	das	ações	é	algo	indispensável.	Além	disso,	traremos	relações	entre	a	
espontaneidade	e	o	comprometimento	do	profissional	com	a	sua	área	de	atuação.
Vamos	em	frente?
Ótimo	estudo!
53UNIDADE III Recreador: Quem Sou? Como Atuar
1 PROFISSIONAL DA RECREAÇÃO: CARACTERÍSTICAS E FORMAÇÃO
Aluno(a),	vimos	na	unidade	anterior	que,	além	dos	profissionais	da	Educação	Físi-
ca,	formados	em	outras	áreas	também	podem	atuar	com	a	recreação.	Mas	você	acha	que	
qualquer	pessoa	está	apta	a	isso?	
Certamente	não!	De	acordo	com	Awad	(2012),	para	se	ter	êxito	nessa	área,	é	pre-
ciso	que	o	recreador