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METODOLOGIA E PRÁTICA DO
ENSINO DA LÍNGUA
PORTUGUESA NA
ALFABETIZAÇÃO
CAPÍTULO 2 - CONSTRUTIVISMO: UMA
TEORIA QUE (NÃO) DEU CERTO?
Dayana Junqueira Ayres
INICIAR
Introdução
Aos 6 anos de idade, as crianças chegam à escola para se alfabetizarem, e já são
capazes de falar a língua portuguesa, refletindo um processo de aprendizagem ao
qual tiveram acesso desde antes de completarem o seu primeiro ano de vida – salvo
os casos em que as dificuldades de aprendizagem ocorrem devido ao fato de a
criança apresentar algum problema biológico causado por patologias
neurofisiológicas.
A forma como cada criança aprende está diretamente ligada ao seu modo de ser e
estar no mundo, ou seja, está diretamente ligada às comunidades linguísticas nas
quais esteve inserida: há aquelas que cresceram rodeadas de livros, revistas,
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histórias, lápis e borrachas; mas há também aquelas que sequer viram um livro, e
muito menos presenciaram seus pais lendo ou folheando qualquer tipo de
materialidade linguística. A ação pedagógica da escola diante de realidades tão
distintas poderá impactar positiva ou negativamente o processo de alfabetização
dessas crianças.
Com o advento do Construtivismo, em 1980, o Brasil passou a vivenciar um
momento de crise nas práticas de alfabetização, causado por uma má
interpretação/apropriação da teoria proposta. Em razão disso, é preciso esclarecer
que o processo de alfabetização não ocorre por apenas um viés, uma faceta ou um
método. Por isso, antes de nos envolvermos no emaranhado de métodos e teorias
mais eficientes, espera-se que nós, alfabetizadores, nos ocupemos de conhecer os
nossos alunos e, a partir disso, apliquemos com método aquele(s) procedimento(s)
que julgarmos adequados a cada comunidade; tendo em vista que não existe um
método de alfabetização com caminhos predeterminados convencionalmente e
prontos para serem idealizados pelo professor na sua prática pedagógica, mas cabe
ao professor adequar os procedimentos ao seu público-alvo.
Logo, espera-se que o professor alfabetize seus alunos com método, isto é,
reconhecendo e guiando com autoconfiança o processo de alfabetização. Mas para
que isso ocorra, há alguns saberes que o professor precisa conhecer para aplicar
conscientemente a partir da realidade dos seus alunos.
Nesse sentido, reflita sobre as seguintes questões: quais as características da
alfabetização que devem ser pautadas na teoria construtivista? Quais são os saberes
e percepções da psicogênese da escrita que o alfabetizador precisa conhecer? Como
e o que fazer para ajudar as crianças do ciclo de alfabetização na aprendizagem
inicial da leitura e da escrita? Como guiar o trabalho didático alfabético-ortográfico?
São esses os assuntos que trataremos nesse capítulo.
Bom estudo!
2.1 Alfabetização e construtivismo
Quando falamos em alfabetização é importante se refletir a respeito dos elementos
teóricos que fundamentam as práticas pedagógicas dinâmicas e eficientes. As
reflexões suscitadas, nesse âmbito, pretendem formar professores que, além de
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bons métodos didáticos, tenham, sobretudo, bons fundamentos teóricos que
sustentem suas práticas.
Neste tópico abordaremos as características da alfabetização e analisaremos
particularidades dos processos de aprendizagem envolvidos na psicogênese da
escrita, pautada pela teoria construtivista, identificando as características e
hipóteses que as crianças elaboram no processo de aprendizagem da leitura e da
escrita, a fim de que esses saberes auxiliem no fazer pedagógico do professor.
2.1.1 Processos de aprendizagem
A educação é um fenômeno social que está intrinsecamente ligado ao contexto
político, econômico, científico e cultural.   Por isso, também, a educação não é
estática, isto é, não é a mesma em todos os tempos e lugares, e tem a ver com o
projeto de sociedade que se quer ver emergir por meio do processo de
aprendizagem instaurado.
Na modernidade diversas mudanças têm ocorrido no âmbito científico, tecnológico
e, também, pedagógico (VALLE, 2013). No campo da alfabetização, essas mudanças
foram marcadas pelo desenvolvimento do paradigma construtivista, que admite a
necessidade de que a aprendizagem prevaleça sobre o ensino, e não o contrário.
Por isso, é imprescindível, antes de tudo, compreender que o Construtivismo não é e
nem propõe um novo método; ele é uma fundamentação teórica do processo de
alfabetização que propõe uma prática pedagógica estimulante, com
acompanhamento e orientação de aprendizagem coerente e que respeite as
peculiaridades do processo cognitivo de cada criança (SOARES, 2018).
Dessa maneira, é papel do professor, diante dessas mudanças, repensar suas
concepções teóricas de modo a se tornar um alfabetizador que faça a diferença na
aprendizagem inicial da leitura e da escrita dos seus alunos, garantindo que a
alfabetização na perspectiva do letramento ocorra de modo progressivo e contínuo.
Visto que:
[...] a busca do “melhor método” para ensinar a ler é fundamentalmente equivocada,
na medida em que a abordagem mais efetiva a ser usada com qualquer criança
depende, de modo crucial, dos conhecimentos, habilidades e experiências que a
criança traz consigo para a tarefa de aprendizagem da leitura (TUNMER, 2013 p. 123).
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De acordo com Soares (2003) e Morais (2015), a partir de 1980 com a teoria do
Construtivismo, o Brasil passou a vivenciar um momento de crise nas práticas de
alfabetização. 
VOCÊ SABIA?
Na internet circulam trabalhos que apontam mitos sobre o papel do professor na teoria
Construtivista, tais como: “No construtivismo o professor não intervém e o erro do aluno não é
corrigido” e “No construtivismo o conteúdo não é importante”. Acesse o link:
<https://blogvilaaprendiz.com.br/2015/08/31/mitos-e-verdades-no-construtivismo
(https://blogvilaaprendiz.com.br/2015/08/31/mitos-e-verdades-no-construtivismo)> e descubra as
verdades que estão por detrás dessa teoria (ESCOLA VILA APRENDIZ, 2015).
Morais (2015) justifica que essa crise aconteceu porque os professores se ocuparam
apenas com os estudos do modo como os sujeitos aprendem o sistema escrito;
deixaram de lado os métodos de alfabetização, parando de intervir na aprendizado
das crianças na crença de que elas avançariam autonomamente na apreensão do
sistema escrito alfabético. Além disso, também descuidaram de considerar as
relações entre som e grafia em sala de aula, por compreenderem que, com o
advento do Construtivismo, essas práticas estariam ultrapassadas.
Outros professores pautaram suas práticas na perspectiva do letramento,
desconsiderando questões alfabético-ortográficas, isto é, as relações
convencionalmente instituídas entre grafema-fonema, ou seja, divisão em
segmentos de palavras para que as crianças desenvolvessem a leitura e escrita
autônoma.
Ainda de acordo com Morais (2015), diante do exposto, o Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) salienta que a proposta do Ministério da
Educação é que, nos três anos do Ciclo de Alfabetização, haja uma metodologia para
o ensino sistemático da escrita (alfabetização) e também a para a leitura e produção
de textos orais e escrito (letramento).
Soares (2003) também lembra que o processo de alfabetização não ocorre por
apenas um viés, uma faceta ou um método, mas pela junção de vários métodos: as
facetas linguísticas, interacionais e socioculturais.05/05/2024, 10:59 Metodologia e Prática do Ensino da Língua Portuguesa na Alfabetização
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https://blogvilaaprendiz.com.br/2015/08/31/mitos-e-verdades-no-construtivismo
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Na obra “Construtivismo: apontando falsas verdades”, a autora Annamaria Píffero Rangel (2002) aborda
os pontos da teoria de Piaget que foram malcompreendidos e que geraram falsas verdades e inúmeras
críticas sobre práticas pedagógicas supostamente embasadas nessa teoria. Neste livro, Rangel instiga o
leitor a questionar suas próprias verdades sobre a teoria construtivista. Trata-se de uma leitura
fundamental para professores alfabetizadores ou de áreas afins.
Assim, numa visão construtivista, o ensino do sistema escrito alfabético deve
compreender as propriedades desse sistema, de modo que o aluno automatize as
relações grafema-fonema. Nessa perspectiva, os alunos são submetidos a treinos de
memorização de letras-sons com relação às famílias silábicas ou fonêmicas;
compreende-se que o processo de alfabetização não ocorre da noite para o dia, mas
sim, como um processo evolutivo; e, por último, controlam-se as letras, sílabas ou
fonemas que as crianças aprenderão (MORAIS, 2015).
Os estudos de Piaget questionavam como se passa de um estado de menor a um
estado de maior conhecimento; e chegou-se à conclusão de que é necessário
compreender os processos de evolução de um modo de organização conceitual a
outro, explicando a construção do conhecimento (FERREIRO, 2001). Essa concepção
admite que os profissionais de educação, antes de trabalharem o conhecimento,
precisam conhecer como ocorre o processo de aprendizagem no ser humano, a fim
de que seu fazer pedagógico não seja reduzido a uma atividade mecânica e
meramente fundamentada no senso comum.
VOCÊ QUER LER?
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Por uma questão de compromisso profissional e social, o professor deve conhecer a
essência das teorias do processo de construção do conhecimento, para que ocorram
reflexões a respeito da escrita de seus alunos e que as intervenções sejam realizadas
a partir da realidade de cada aluno.
De acordo com Soares (2018) o processo de ensino aprendizagem no âmbito escolar
deve ser construído a partir do nível de desenvolvimento de cada criança, pois
conforme propôs a teoria Construtivista, o processo de aprendizagem deve girar em
torno do aluno e não do conteúdo ou do professor. Daí que começam a surgir
discussões a respeito do nível de desenvolvimento intelectual da criança e de como
esse conhecimento é adquirido no campo da psicogênese.
Diante do exposto, você já ouviu falar em psicogênese da leitura e escrita? Sabe a
importância desse conhecimento para a prática do alfabetizador? As respostas você
encontrará a seguir.
2.1.2 Psicogênese da leitura e da escrita
Em 1984, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky se ocuparam de investigar a forma como
as crianças, com idades entre 4 e 6 anos, alcançavam a escrita. Na obra “Psicogênese
da língua escrita”, elas constataram que as crianças distinguiam a escrita do
Figura 1 - O professor deve realizar acompanhamento individual às crianças em processo de aprendizagem
inicial de leitura e escrita. Fonte: Iakov Filimonov, Shutterstock, 2018.
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desenho, desenvolviam hipóteses sobre o que estava escrito e, por fim, realizavam
escritas inventadas.
Essas pesquisadoras se valeram de procedimentos baseados em métodos clínicos –
interação entre as crianças (sujeito epistêmico) e o objeto de conhecimento (língua
escrita) – em uma situação de resolução de problemas e diálogo entre elas e as
crianças, a fim de evidenciaremos mecanismos da construção de pensamento
construído por esses infantes.
As autoras utilizaram como estímulos cartões com desenhos ou letras, textos de
diferentes complexidades (palavras e sentenças) e suas respectivas imagens, além
de textos lidos previamente e, com isso, observaram não apenas as respostas das
crianças nessas tarefas, mas também o modo como elas escreviam seus próprios
nomes e outras palavras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1984).
O colunista Rodrigo Ratier (2017) escreveu o artigo “É lindo ver uma criança errar” para mostrar que, por
trás dos equívocos presentes na fala das crianças, há um cérebro que trabalha para entender o
funcionamento da língua. O autor chama atenção para o fato de que a evolução psicogenética não cessa
até o final da vida, mas que quando as pessoas se tornam adulta, param de achar graça nos equívocos e
passam a agir com preconceito. O texto na íntegra está disponível em:
<https://novaescola.org.br/conteudo/5012/e-lindo-ver-uma-crianca-errar
(https://novaescola.org.br/conteudo/5012/e-lindo-ver-uma-crianca-errar)>.
A pesquisa realizada por Ferreiro e Teberosky (1984) constatou que as crianças, a
partir dos 4 anos de idade, constroem hipóteses sobre o sistema alfabético escrito.
No teste realizado com cartões que tinham de uma a nove letras formando sílabas,
apenas nove das 63 crianças envolvidas disseram que todos os cartões eram fáceis
de ler – desconsiderando a complexidade do tamanho das palavras – e construíram
a hipótese de que as letras não podem se repetir, e que deve haver um número
mínimo de letras para considerar que, conforme os cartões mostravam, se tratavam
de palavras ou textos escritos (FERREIRO; TEBEROSKY, 1984).
VOCÊ QUER LER?
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De acordo com Soares (2018), embora Ferreiro e Teberosky tenham considerado em
seus estudos tanto o desenvolvimento da leitura quanto a evolução da escrita,
foram os estudos da evolução que se difundiram amplamente, não apenas no Brasil,
mas também em outros países.
A partir dessas pesquisas, as autoras desenvolveram cinco níveis de
desenvolvimento da escrita.  Na sequência, abordaremos os aspectos desses níveis. 
 Figura 2 - Os estudos sobre métodos de alfabetização consideram o desenvolvimento da leitura e a
evolução da escrita. Fonte: Supawadee56, Shutterstock, 2018.
2.2 Psicogênese
Como já vimos, por uma questão de compromisso profissional e social, o professor
deve conhecer a essência das teorias do processo de construção do conhecimento
para que tenha melhores condições técnicas de refletir a respeito da escrita de seus
alunos e intervir a partir das particularidades de cada estudante. Dessa maneira,
quais são os níveis e as características de cada nível da evolução da escrita?
Neste tópico conceituaremos os níveis psicogenéticos, caracterizando cada fase, e
estabeleceremos relações entre a escrita infantil e a escrita convencional. É muito
importante, que nós, estudantes de Pedagogia e áreas afins, saibamos como ocorre
a evolução da escrita das crianças para que, a partir da sondagem, possamos guiar o
nosso fazer pedagógico e atuemos com método na aprendizagem inicial de leitura e
escrita. 
2.2.1 Escrita infantil e escrita convencional
Escrita convencional é aquela em que a criança já escreve um texto com a mesma
competência de um adulto alfabetizado quanto ao tema, ao gênero, à coesão e à
coerência em relação às convenções da normaculta. Nesse sentido, conforme
Zapelini (2014) as produções escritas das crianças são modos de evolução rumo à
 Figura 3 - É no processo de aprendizagem inicial de leitura e escrita que a criança aprende a escrever seu
próprio nome. Fonte: Witolda, Shutterstock, 2018.
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escrita convencional.
Sobre essa evolução, Silva (2016, p. 4) salienta que, de acordo com os princípios
psicogenéticos da língua escrita,
[...] a aprendizagem se processa mediante a interação do aprendiz com a escrita
mediada pela ação (mental) com a escrita – experimentações de escrever e ler. Através
dessas interações e experimentações o aprendiz constrói ideias/hipóteses sobre a
escrita e sua natureza e funcionamento – mesmo que diferentes do convencional
(socialmente válido).
Os conhecimentos das crianças não são organizados como o conhecimento
convencional dos adultos. “As crianças aprendem sobre letras, sons, palavras,
produção/compreensão de textos, ao mesmo tempo, e em várias ordens, como
também desenvolvem estratégias de monitoramento e de autocorreção” (GOULART,
2000, p. 159).  Esse posicionamento contrasta com o pensamento de que a
linguagem escrita se constrói como uma sequência universalmente organizada em
estágios; o que não é verdade, pois as crianças aprendem aleatoriamente cada dado
que lhe é imposto nas mais diversas situações sociais de leitura e escrita.
Observe um exemplo no caso descrito a seguir.
CASO
Aos 9 anos de idade, Maria chegou a uma escola sem saber ler nem escrever convencionalmente,
apesar de ela já ter passado por duas escolas do Ensino Fundamental. A mãe da criança explicou que
era “analfabeta”, isto é, não sabia ler nem escrever. Por isso, fez questão de matricular sua filha na
escola desde muito cedo. Disse também que Maria estudou por quatro anos na Educação Infantil, e
mostrou as atividades anteriores realizadas pela menina.
A professora, ao observar o material exposto, constatou que as práticas pedagógicas da primeira
escola, realizavam muitas atividades de prontidão e, além disso, segundo relato da mãe, essas
atividades eram diferentes das feitas pelos demais colegas da turma, o que desestimulou a garota e
fez com que a mãe, chateada, a matriculasse em uma segunda escola. O caderno da última escola
era cheio de cópias extensas de textos escritos com letra de forma. Enquanto a mãe conversava com
a professora, a criança interrompeu para dizer que, se alguém ditasse as letras do alfabeto, ela
poderia escrever. Neste caso é possível inferir que a criança demonstrou conhecer o nome (ou o valor
sonoro convencional) das letras, mas não o sistema de escrita. Os prejuízos gerados na
aprendizagem inicial de leitura e escrita dessa criança foram ocasionados por conta das práticas
pedagógicas utilizadas pelas professoras ao longo do processo.
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De acordo com Goulart (2000), a respeito da escrita infantil, constatou-se que as
crianças não possuem apenas um entendimento do sistema alfabético escrito, mas
diferentes percepções ao mesmo tempo, pois elas constroem, durante a aquisição
desse sistema, um conjunto de conhecimentos sobre a língua escrita e os
selecionam para cumprir diferentes atividades. 
Estudos fundamentados no que se tem chamado escrita espontânea, vêm
evidenciando que as crianças realizam segmentações na escrita que não
necessariamente se iniciam na sílaba ou no fonema e fazem julgamentos de acordo
com princípios bem diferentes daqueles que orientam a escrita (GOULART, 2000, p. 60).
Conforme Goulart (2000), com esses estudos confirmou-se a hipótese de que o
percurso da aquisição do sistema alfabético escrito é próprio de cada criança. Logo,
alfabetizar não é impor modelos, mas permitir que os sujeitos desenvolvam suas
formas de captar o simbólico social nos textos a partir de sua subjetividade, das
escritas espontâneas e criativas.
Ao se deparar com a escrita criativa das crianças, o professor fará a sondagem do
nível psicogenético em que elas se encontram e promoverá as intervenções
pedagógicas necessárias. Na sequência, abordaremos os níveis da escrita e as
características de cada um deles.
2.2.2 Níveis psicogenéticos
É importante que o professor, ao se deparar com a escrita criativa das crianças,
realize sondagens a fim de perceber em qual nível psicogenético elas se encontram.
Assim, poderá promover as intervenções pedagógicas necessárias. Na sequência,
você conhecerá os níveis da escrita e as características de cada um deles.
Do ponto de vista dos aspectos evolutivos da escrita, Ferreiro e Teberosky
estabeleceram cinco níveis: escrita indiferenciada, diferenciação da escrita, hipótese
silábica (relação entre letras e sons), hipótese silábico-alfabética e hipótese
alfabética (AZENHA, 2006).  Trataremos de apresentar as características de cada
nível.
 Figura 4 - Linha do tempo evolutiva dos níveis da escrita. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
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O nível pré-silábico subdivide-se em dois níveis: o primeiro nível é aquele que a
criança realiza diferenciações entre as modalidades de escrita e o desenho; ela se
vale de grafismos que imitam as formas básicas de escrita. Neste nível não há
compreensão de que a escrita registra a pauta sonora; a criança pode desenhar um
objeto ou pessoa cujo nome pretendia escrever. 
VOCÊ SABIA?
A forma como o bebê vivencia o período de 0 a 3 anos de idade influenciará toda a vida escolar. Uma
criança estimulada desde os primeiros dias de vida, que vive em um ambiente afetivo e favorável ao
desenvolvimento físico e mental, crescerá com maiores chances de sucesso na aprendizagem do
sistema escrito alfabético. Para que isso se materialize, é necessária uma atuação dos profissionais
da Educação Infantil e das famílias, a fim de propiciar o desenvolvimento de capacidades de ordem
física, afetiva, cognitiva, ética, estética, de relação interpessoal e social da criança (MANSANI, 2016a).
O segundo nível é aquele em que a criança usa letras, também sem correspondência
com os valores sonoros, porém respeitando as hipóteses das quantidades mínimas;
isto é, ela compreende que toda palavra tem pelo menos três letras, coisas
diferentes são escritas com letras diferentes, e coisas grandes são escritas com
muitas letras – e vice-versa. Nesse nível de escrita apenas a criança sabe o que quis
escrever (SOARES, 2018; THADEI, 2013).
Observe os níveis 1 e 2, respectivamente, nas figuras a seguir.
O nível 3, denominado silábico, ocorre quando a criança percebe que a escrita
representa a pauta sonora, os sons da fala. Por pensar que cada letra registra uma
sílaba pronunciada, é desse modo que ela escreve as palavras. O nível silábico pode
 Figura 5 - Nível 1: exemplo de escrita indiferenciada produzida por criança com 4 anos de idade. Fonte:
AZENHA, 2006, p. 73.
 Figura 6 - Nível 2: exemplo de escrita diferenciada produzida por criança com 5 anos de idade. Fonte:
AZENHA, 2006, p. 76.
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ocorrer de dois modos distintos: um sem, e outro com valor sonoro.No primeiro
caso, a criança usa uma letra para cada sílaba; no segundo, a criança preocupa-se
em registrar as letras que correspondem aos sons orais de cada sílaba daquela
palavra (SOARES, 2018; THADEI, 2013).
No nível 4, designado silábico-alfabético, a criança evolui partindo da hipótese
silábica para a alfabética, isto é, passa a analisar as sílabas em suas unidades
menores (fonemas) e combiná-las na escrita das palavras. Nesse nível a criança
passa a perceber que utiliza menos letras do que o necessário no ato da escrita das
palavras, e que é preciso observar os sons para escrever as sílabas com duas ou mais
letras (SOARES, 2018; THADEI, 2013).
No nível 5, alfabético, ocorre o final do processo de compreensão do sistema da
escrita. Nesse nível a criança percebe que para escrever corretamente é necessário
registrar todos os sons presentes da palavra (SOARES, 2018; THADEI, 2013). “A partir
desse momento [...] a criança pode enfrentar dificuldades em relação à ortografia,
não ao sistema de escrita.” (SOARES, 2018, p. 66).
Azenha (2006, p. 94) ratifica essa informação:
O que a criança terá alcançado aqui não significa a superação de todos os problemas.
Há o alcance da legibilidade da escrita produzida, pois esta poderá ser mais facilmente
compreendida pelos alunos. No entanto, um amplo conteúdo ainda está por ser
dominado: as regras normativas da ortografia.
Segundo Soares (2018), assim como outros estudiosos – tais como Glenda Bissex,
Charles Read, Richard Gentry, Uta Frith etc. –, Linnea Ehri também se ocupou de
estudos sobre as fases do desenvolvimento da leitura e da escrita. Neste caso,
chamam atenção as diferenças que a teoria de Ehri tem em relação aos estudos de
Ferreiro e Teberosky. 
 Figura 7 - Nível 3: modelo de escrita da hipótese silábica realizada por criança com 6 anos de idade. Fonte:
AZENHA, 2006, p. 85.
VOCÊ O CONHECE?
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Linnea Ehri é PhD em psicologia educacional na Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA). Foi professora
na Universidade da Califórnia, em Davis, e atualmente leciona no Centro de Pós-graduação da
Universidade da Cidade de Nova York. Já publicou mais de 140 artigos acadêmicos sobre linguagem e
alfabetização, e realiza pesquisas com interesse particular em como as crianças aprendem a ler e soletrar.
Para saber mais sobre Linnea Ehri, acesse o endereço:
<http://bdainternationalconference.org/professor-linnea-ehri
(http://bdainternationalconference.org/professor-linnea-ehri)>.
De acordo com Soares (2018), enquanto os estudos de Ferreiro e Teberosky
fundamentam-se no paradigma construtivista, descrevendo as hipóteses que a
criança constrói sobre a escrita, Ehri baseia-se no paradigma fonológico, estuda a
relação entre as correspondências letra-som, na consciência fonológica e, também,
na escrita.
Embora haja confronto entre as duas teorias, ambas nos levam a compreender o
desenvolvimento e a aprendizagem da escrita nas produções feitas por crianças,
sendo que tanto uma quanto a outra são fundamentais para o entendimento desse
processo (SOARES, 2018).
Por isso, no próximo tópico, veremos a que se deve o trabalho com consciência
fonológica em sala de aula. 
2.3 Consciência fonológica
O trabalho com a consciência fonológica tem sido discutido desde a década de 1970,
mas foi recentemente que essas questões ganharam mais força nas discussões
brasileiras. Consciência fonológica é a habilidade de perceber a estrutura sonora das
palavras. Neste tópico apresentaremos atividades e jogos que têm como função
aprimorar o desenvolvimento da consciência fonológica nas crianças, trabalhando
rimas, sílabas e aliterações. 
2.3.1 Rimas, sílabas e aliterações
A consciência fonológica envolve a capacidade metalinguística da criança em
identificar e manipular os sons que constituem a língua.
De acordo com Thadei (2013) à consciência fonológica estão relacionadas a rima, a
aliteração, a consciência sintática, a consciência silábica e a consciência
fonêmica.
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Nesse sentido, rima é a percepção da correspondência entre as silabas tônicas de
duas ou mais palavras no seu som final, mesmo que suas escritas sejam diferentes,
como em colosso e pescoço, por exemplo; aliteração é a percepção da
correspondência de sons iniciais ou intermediários entre duas ou mais palavras, a
exemplo de “O rato roeu a roupa do rei de Roma”; consciência sintática, a
capacidade de organizar e segmentar e frase em ordem lógica; consciência silábica é
a capacidade de separar a palavras em sílabas; e consciência fonêmica, a
capacidade de relacionar as letras aos fonemas correspondentes.
Vale ressaltar que consciência fonológica, assim como o Construtivismo, não se trata
de um método de alfabetização, mas de uma orientação para o trabalho inicial com
a aprendizagem de leitura e escrita, que deve ser realizado simultaneamente às
hipóteses sobre a escrita e as práticas sociais de leitura e escrita (SOARES, 2018;
THADEI, 2013).
Dessa maneira, apreendemos que o trabalho com os gêneros textuais, no âmbito
escolar no ciclo de alfabetização, é bastante favorável ao processo inicial de
alfabetização e consciência fonológica; além disso, insere as crianças em práticas
sociais com textos de circulação social, tais como: haicais, poemas, cantigas de roda,
parlendas, trava-línguas, quadrinhas etc.
O DVD Palavra Cantada – 10 anos (2004), da dupla Sandra Peres e Paulo Tatit, gravado ao vivo, comemora o
aniversário do selo Palavra Cantada. Disponível também em CD, traz uma seleção de 14 clássicos
colecionados durante esta primeira década da dupla: Rato, Sopa, Pomar, Pindorama, Ciranda e Ora Bolas
são algumas das canções, executadas por um quinteto de cordas. Para enriquecer seu trabalho com rimas
em sala de aula, acesse o endereço: <http://palavracantada.com.br/dvd/palavra-cantada-10-anos/
(http://palavracantada.com.br/dvd/palavra-cantada-10-anos/)>.
Almeida e Duarte (2003) sugerem que sejam realizadas atividades de rima, nas quais
as crianças as identifiquem em textos poéticos; atividades de consciência de
palavras, que levem as crianças a reconhecerem que as frases apresentam diferentes
quantidades de palavras; e atividades de síntese sílaba, em que as crianças retirem
ou coloquem sílabas em palavras para formar palavras novas.
VOCÊ QUER VER?
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Outras atividades que favorecem o trabalho com a consciência fonológica são
sugeridas por Leal e Morais (2010, p. 131):
1.       Atividades que buscam familiarização com as letras;
2.       Atividades que objetivam a construção de palavras estáveis;
3.       Atividades de reflexão fonológica;
4.       Atividades de composição e decomposição de palavras escritas;
5.       Atividades de comparação entre palavras escritas;
6.       Atividades de escrita de palavras através do preenchimento de lacunas;
7.       Atividades de permuta, inserção ou retirada de letras e sílabas para formação de
palavras novas;
8.       Atividades de ordenação de letras e sílabas;
9.       Atividades de leitura de palavras;
10.    Atividadesde escrita de palavras.
“Uma ‘sequência didática’ é um conjunto de atividades escolares organizadas, de
maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (DOLZ;
NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004, p. 82).
A proposta de atividade que será desenvolvida nesta seção tomará por base uma
sequência didática numa estrutura guiada pelos estudos sugeridos por Dolz,
Noverraz e Schneuwly (2004) para o planejamento do ensino de um gênero textual:
primeiro, apresentação da situação; segundo, a produção inicial a partir do primeiro
contato com o gênero, depois,  a intervenção dos problemas que apareceram na
primeira produção; e, por fim, a produção final. É o momento de desenvolvermos,
juntos, a nossa criatividade.
Chico dos Bonecos, como é popularmente conhecido, é poeta, contista, professor de arte e trabalha há
mais de 20 anos com a cultura popular. É graduado em Letras pela UFMG e viaja pelo Brasil contando
histórias, lendas, brincadeiras e fábulas enraizadas na tradição brasileira. Seus livros encantam leitores de
VOCÊ O CONHECE?
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todas as idades com as brincadeiras criadas por meio da agilidade com as palavras. Para saber mais sobre
Chico dos Bonecos, acesse o endereço: <http://www.editorasaraiva.com.br/autor/chico-dos-bonecos/
(http://www.editorasaraiva.com.br/autor/chico-dos-bonecos/)>. 
A proposta de atividade a seguir mobiliza o gênero textual trava-línguas e
desenvolve a consciência fonológica e, num primeiro momento, a relação grafema e
fonema das letras L e as sílabas “Lu” e “Li”. Acompanhe:
1º passo: Pergunte aos alunos se eles sabem o que é um trava-língua, e leia alguns
para as crianças, solicitando que  os alunos tentem repeti-los rapidamente.
2º passo:  Prolongue a apresentação desse gênero por vários dias sempre que for
iniciar as aulas, com a leitura do livro “ABC do Trava-língua”, da escritora/ilustradora
Rosinha (2012).
3º passo:  Depois de apresentar o texto aos alunos, realize questionamentos tais
como: “Você conhece outro trava-língua? Se sim, fale em voz alta e desafie seus
colegas a repeti-lo.” Converse com seus alunos sobre a origem dos trava-línguas,
diga que são produções de origem popular que são encontrados em várias culturas e
passados de geração em geração. Aproveite as oportunidades e   explore a
capacidade de observação que as crianças têm.
4º passo: Reproduza trava-línguas no quadro ou em cartazes, e solicite que alguma
criança faça a leitura voluntariamente. Sugestão: “Luísa lustrava o lustre listrado,
enquanto alguém trazia três pratos de trigo para três tigres tristes.” (ROSINHA, 2012).
5º passo: No exemplo: “LUÍSA LUSTRAVA O LUSTRE LISTRADO, ENQUANTO ALGUÉM
TRAZIA TRÊS PRATOS DE TRIGO PARA TRÊS TIGRES TRISTES” explore palavras do
texto convidando as crianças a apontarem as aliterações, como as sílabas “LU” e
“LUS”; questione as crianças sobre as palavras que iniciam com o mesmo som e
peça que as grifem no texto; identifique novas palavras que tenham o mesmo som
das que foram grifadas; converse sobre o nome próprio que aparece no texto;
identifique quais letras e sílabas as crianças aprenderam com esta atividade;
apresente palavras em que a letra “L” assume o som de “U”, em final de palavras,
como por exemplo em “aLtura”, “civiL”, “soLteiro" e “taLco".
6º passo: Após conhecer e explorar esses diversos trava-línguas, peça que os alunos
escrevam seus próprios trava-línguas, seguindo os modelos que eles conheceram.
Deixe livre o uso das rimas e a quantidade de sílabas sonoras.
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7º passo:  Auxilie e oriente cada aluno, questionando suas escolhas, pedindo que
leiam o que escreveram, ajudando a turma na procura de palavras que rimem para a
composição final. Por fim, solicite que copiem os trava-línguas em folhas de sulfite e
que ilustrem seus textos, para expô-los em painel.
8º passo:  Apresente os textos para a própria sala e lance um livro da turma com
todos os trava-línguas, que pode ser apresentado na reunião de pais.
A execução dessa atividade promove a apropriação da consciência fonológica e da
ortografia da língua portuguesa, como por exemplo, quando se propõe a
apresentação de palavras em que a letra “L” assume o som de “U”, em final de
palavras.
No tópico a seguir, veremos por que a escola deve promover um ensino sistemático
de reflexão sobre a escrita correta das palavras.
2.4 Ortografia
Os conhecimentos sobre fonologia e fonética andam demãos dadas com a
ortografia. Isso quer dizer que o conhecimento fonológico é fundamental na
apreensão do funcionamento do sistema escrito da língua. Os domínios das formas
escritas não são adquiridos de uma hora para outra; eles ocorrem pela prática da
língua a partir de uma infinidade de leituras e escritas. No entanto, há estruturas
básicas que devem ser assentados desde as primeiras séries iniciais.
Nesse sentido, qual a importância de desenvolver trabalhos fono-ortográficos no
período de alfabetização? O que é ortografia e por que devemos escrever
corretamente? Como as crianças aprendem a norma ortográfica e quais princípios
devem guiar o trabalho didático com ortografia? Estas são as questões com as quais
nos ocuparemos na sequência.
2.4.1 Conceitos e princípios
Um dos maiores desafios do professor alfabetizador é desenvolver a construção do
conhecimento alfabético ortográfico. Esse processo de aprendizagem deve
proporcionar à criança a aprendizagem da leitura e da escrita fluente de sua língua,
conhecendo as suas regularidades e irregularidades.
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Nas palavras de Morais (2009) ortografia é um recurso capaz de cristalizar na escrita
os diferentes modos de falar da sociedade; escrevendo de forma unificada essas
variedades linguísticas que se apresentam nas falas. Tem muito a ver com
convenções definidas socialmente e por isso mesmo não podem ser aprendidas
sozinhas pelas crianças, mas mediadas pelos seus professores. As crianças ao
aprenderem o sistema escrito alfabético, ainda não apreenderam normas
ortográficas.  
Sabemos que no sistema alfabético de nossa língua há muitos casos em que um
mesmo som pode ser grafado por mais de uma letra (por exemplo, “seguro”, “cigarro”,
“auxílio”) ou em que uma mesma letra se presta para grafar mais de um som (por
exemplo, “gato” e “gelo”). Nesses casos, nos quais em princípio haveria mais de uma
grafia “candidata” ao uso, é a norma ortográfica que define qual letra (ou dígrafo) vai
ser a correta. Em muitos casos há regras, princípios orientadores que nos permitem
prever, com segurança, a grafia correta. Em outros casos, é preciso memorizar. Ao
ensinar ortografia, o professor precisa então levar em contas as peculiaridades de
cada dificuldade ortográfica (MORAIS, 2009, p. 29).
A faceta ortográfica deve, portanto, ser incorporada às demais facetas do processo
de alfabetização ao longo do processo, de modo que as correções não freiem as
produções espontâneas das crianças. É possível adotar uma teoria construtivista e,
ao mesmo tempo, ensinar ortografia. Nesse processo, espera que o professor
desenvolva na criança a curiosidade em apropriar-se de características sobre a
língua escrita: a ortografia tratada como objeto de reflexão, e não como meio de
punição (MORAIS, 2009).
VOCÊ SABIA?
Atividades com poemas de modo geral são ótimas paraa aprendizagem da leitura e escrita? A
linguagem poética faz parte do universo infantil, expande o repertório das crianças, faz com que elas
expressem emoções e sentimentos, favorece a reflexão sobre escrita e oralidade e ainda possibilita a
escrita criativa no tocante à escolha das palavras e na forma gráfica da apresentação do texto
(MANSANI, 2016b).
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Os princípios que regem o ensino ortográfico, segundo Morais (2009), são: a
convivência das crianças com modelos e materiais impressos nos quais apareça a
norma ortográfica; serem inseridas em situações de ensino aprendizagem que levem
à explicitação dos conhecimentos infantis sobre a ortografia a fim de que alcancem
as expectativas ao longo do processo escolar.
O professor alfabetizador precisa estar atualizado quanto às regularidades e
irregularidades da língua a fim de que possa realizar intervenções no tocante à
escrita alfabético-ortográfica das crianças. São sobre essas questões que trataremos
a seguir. 
2.4.2 Intervenções
A pergunta-chave deste subtópico é: como ajudar as crianças a se conscientizarem
das propriedades regulares e irregulares da norma ortográfica? Quando o professor
se apropria das regularidades da língua ele é capaz de passar para os alunos esse
conhecimento com técnica e segurança. Não se trata de instigá-los a memorizarem,
mas a compreenderem as normas ortográficas que regem a escrita ao longo do
processo das escritas espontâneas.
Com relação, às irregularidades, essas dificuldades acompanham a todos, ao longo
da vida, independente do nível de letramento (MORAIS, 2009).
Alfaletrar é um projeto concebido pela professora Magda Soares que, em 2006, promoveu ações para
alfabetização em todas as escolas da rede municipal de Lagoa Santa (MG). A série de 19 vídeos, da qual faz
parte Alfaletrar Ciclo Básico 1.º e 2.º anos: alguns procedimentos didáticos, foi produzida a fim de mostrar a
base teórica e as práticas do projeto para apoio ao trabalho dos professores alfabetizadores que desejam
realizar ações dessa natureza, adaptando às suas especificidades. Para assistir, acesse o endereço:
<https://www.youtube.com/watch?v=1KBDN04m-K8 (https://www.youtube.com/watch?v=1KBDN04m-
K8)>.
A primeira consideração a ser destacada é que a intervenção realizada pelo
professor não deve propor atividades que tenham como foco apenas verificar os
erros e acertos dos alunos, e muito menos realizar atividades como ditados, cópias e
exercícios de recitação de regras. Pelo contrário, deve promover atividades que os
VOCÊ QUER VER?
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https://www.youtube.com/watch?v=1KBDN04m-K8
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ajudem a refletir sobre a escrita. O erro não deve ser tratado pelo professor como
fracasso ou falta de atenção, pois a aquisição do conhecimento ortográfico não
ocorre de modo mecanicista (MORAIS, 2009).
Em resumo, as situações de encaminhamento do ensino-aprendizagem da faceta
ortográfica admitem alguns princípios, conforme Morais (2009), que são: levar os
alunos a refletirem, constantemente, sobre a ortografia; não controlar a escrita
espontânea deles; não fazer da nomenclatura gramatical um requisito para a
aprendizagem das regras (contextuais e morfológico-gramaticais); promover sempre
a discussão coletiva dos conhecimentos que as crianças expressam; fazer o registro
escrito das descobertas das crianças; desenvolver atividades coletivamente, e, por
fim, levar em conta a heterogeneidade de rendimento dos alunos.
Esperamos que ao final dessa leitura, você esteja hábil a transmitir aos seus alunos o
sistemático ensino ortográfico, a fim de formá-los enquanto leitores e escritores de
textos reais. Sucesso!
Síntese
Concluímos este estudo, no qual aprofundamos o conhecimento sobre a questão da
teoria construtivista e esclarecemos que não existe um método pronto e eficaz, mas
que o professor, esse sim, deve estar imbuído de conhecimentos técnicos e
metodológicos que lhe permitam atuar com segurança na aprendizagem inicial de
leitura e escrita. Assim, apresentamos os níveis da escrita propostos pelos estudos
da psicogenética, aprimorando os saberes sobre a consciência fonológica e,
também, sobre a ortografia. Esses estudos são imprescindíveis ao profissional
docente, pois o auxiliarão nas práticas pedagógicas para o ensino inicial de leitura e
escrita.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
identificar características da alfabetização pautada pela teoria
construtivista;
analisar os processos de aprendizagem envolvidos na psicogênese da
escrita;
reconhecer características das hipóteses que as crianças elaboram no
processo de aprendizagem da leitura e da escrita;
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conceituar os níveis psicogenéticos, identificando características de cada
fase;
estabelecer relações entre a escrita infantil e a escrita convencional;
conhecer atividades e jogos para aprimorar o desenvolvimento da
consciência fonológica nas crianças;
entender a importância de se trabalhar a consciência fonológica e a
apropriação progressiva da ortografia da língua portuguesa;
perceber a influência das características da ortografia sobre o processo de
sua aprendizagem;
compreender o conceito de ortografia, reconhecendo a importância de
saber escrever ortograficamente;
entender por que a escola deve promover um ensino sistemático de
reflexão sobre a escrita correta das palavras;
examinar a norma ortográfica, identificando situações nas quais a escrita
das palavras pode ser compreendida ou deve ser memorizada;
compreender as formas pelas quais as crianças aprendem a norma
ortográfica;
conhecer os princípios que guiam o trabalho didático com a ortografia.
Bibliografia
ALFALETRAR – Ciclo Básico 1.º e 2.º anos: alguns procedimentos didáticos. Projeto:
Magda Soares. Produção: Atta Mídia e Educação; Fundação Lemann. Brasil, 2016,
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https://www.youtube.com/watch?v=1KBDN04m-K8
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https://novaescola.org.br/conteudo/469/que-tal-inovar-a-proposta-e-ler-e-escrever-com-haicais-os-poemas-de-origem-japonesa
escrever-com-haicais-os-poemas-de-origem-japonesa
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