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Ieza Martins IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 1 - CERVICALGIA Cervicalgia = síndrome dolorosa da região cervical (pescoço) A cervicalgia e a cervicobraquialgia são sintomas que traduzem, na maioria das vezes, um processo degenerativo ou um distúrbio funcional das estruturas ligamentares, musculares, discais e ósteo-cartilaginosas da região cervical. Várias condições traumáticas funcionais infecciosas, inflamatórias, tumorais, degenerativas e endocrinológicas podem acometer o sistema nervosos central, periférico, as estruturas viscerais (esôfago, tireóide, laringe, traqueia) ou o tecido conjuntivo e causar cervicalgia. A cervicalgia pode ser classificada em: Aguda: 1 mês e na maioria das vezes é autolimitada Subaguda: está entre aguda e crônica Crônica: mais de 3 meses -A cervicalgia é um problema relativamente comum na prática clínica. -Estima-se que sua prevalência na população varie entre 10 e 15%. -É uma condição mais frequente e aumenta com a idade em mulheres. Deformação cervical - a tensão cervical geralmente apresenta dor e / ou rigidez ao movimento do pescoço. Muitas vezes, há uma história de lesão antecedente dos músculos paraespinhais do colo do útero, embora possa resultar do estresse físico da vida cotidiana, incluindo má postura e hábitos de sono. O exame físico mostra sensibilidade à palpação dos músculos do pescoço e do trapézio. Manobras provocativas para radiculopatia cervical são negativas. Espondilose cervical* - "Espondilose" é um termo não específico usado para descrever efeitos geralmente atribuídos a alterações degenerativas da coluna vertebral, geralmente com produção de osteófitos. Dependendo de onde as alterações espondilóticas ocorrem, pode haver radiculopatia associada. Dor discogênica cervical - A dor discogênica cervical resulta da degeneração do disco. Geralmente se apresenta com dor e / ou rigidez no movimento do pescoço, que às vezes é associado a dor nas extremidades superiores. Os sintomas geralmente são exacerbados quando o pescoço é mantido em uma posição por períodos prolongados, como ocorre com dirigir, ler ou trabalhar em um computador. O exame físico mostra diminuição da amplitude de movimento associada à dor, e os sinais radiculares cervicais geralmente estão ausentes. Manobras provocativas para radiculopatia cervical são negativas. Lesão por chicote - A lesão por chicote é definida como lesão no pescoço resultante de um mecanismo de aceleração-desaceleração que causa extensão e flexão repentinas do pescoço. Lesões na articulação zigapofisária, comumente referida como articulação facetária, é provavelmente a causa mais comum de dores no pescoço e dores de cabeça relacionadas ao chicote no chicote. Osteoartrite de faceta cervical - A osteoartrite de faceta cervical geralmente apresenta dor e / ou rigidez no movimento do pescoço. A dor pode surgir espontaneamente ou ser provocada por uma lesão de flexão-extensão. Neste último cenário, há alguma sobreposição com lesão por chicote. Os sintomas podem ser somaticamente referidos aos ombros, região periescapular, occipital ou membro proximal. O exame físico mostra diminuição da amplitude de movimento associada ao espasmo do pescoço. Manobras provocativas para radiculopatia cervical são negativas Síndrome da dor miofascial* - A síndrome da dor miofascial (MPS) é um distúrbio regional da dor associado a pontos-gatilho, bandas tensas e sensibilidade à pressão. Hiperostose esquelética difusa - A hiperostose esquelética difusa (DISH) é uma síndrome de deposição óssea inadequada nas inserções dos ligamentos e tendões. Osteófitos grandes conectam corpos vertebrais adjacentes de maneira um tanto assimétrica. A rigidez matinal da coluna vertebral é comum. Radiculopatia/mielopatia: Radiculopatia cervical - Radiculopatia cervical refere-se à disfunção da raiz do nervo espinhal. causas menos comuns incluem herpes zoster, radiculopatia de Lyme e polirradiculopatia diabética. A radiculopatia cervical geralmente se apresenta com dor, anormalidades sensoriais e /ou fraqueza na extremidade superior. Mielopatia espondilótica cervical* - Mielopatia espondilótica cervical refere-se a lesão ou disfunção da medula espinhal causada por alterações degenerativas que estreitam o canal espinhal. Os pacientes podem apresentar fraqueza nos MMII, dificuldades na marcha ou coordenação e disfunção da bexiga ou intestino. ao exame físico, podem estar presentes sinais neurológicos focais em MMSS e/ou inferior; o diagnóstico deve ser confirmado com a ressonância magnética evidenciando estreitamento do canal medular cervical e anormalidade do sinal. Ossificação do ligamento longitudinal posterior - Ossificação do ligamento longitudinal posterior (OPLL) é uma condição de calcificação anormal do ligamento longitudinal posterior, geralmente na coluna cervical. Condições não espinhais - Muitas condições não espinhais podem apresentar uma constelação de sintomas que incluem dor no pescoço. No entanto, na maioria dessas condições, a dor no pescoço não é a característica mais proeminente e o diagnóstico geralmente é evidente em outras manifestações clínicas características. a simples compressão da raiz nervosa não é suficiente para causar dor. É preciso que, além da compressão, haja inflamação para o desenvolvimento de dor radicular. As cervicalgias estão com frequência associadas à sensibilidade focal e “pontos-gatilho” na musculatura do pescoço. Finalmente, as artérias vertebrais carregam consigo fibras simpáticas que podem estar envolvidas nas alterações simpático-reflexas da síndrome de Barré-Lieou. C4- dor na parte inferior do pescoço e trapézio com parestesia na parte inferior do pescoço e a parte superior da cintura escapular C5 - dor em pescoço, ombro e escápula → reflexo bicipital e braquiorradial C6 - dor pescoço, ombro, escápula, braço lateral antebraço lateral e mão lateral → reflexo bicipital e braquiorradial C7 - dor pescoço, ombro, dedo médio e mão → reflexo tríceps C8 - pescoço, ombro, antebraço medial, quarto e quinto dedos, mão medial → nenhum reflexo T1 - pescoço, braço medial e antebraço → nenhum relexo -Identificar o segmento (cervical, torácico, lombar) teoricamente o exame inicial pode ser o RX mas na prática usa pouco -RM: exame ideal em suspeita alta de radiculopatia, estuda melhor as raízes e a medula -TC: alternativa à RM ou trauma, muito boa para ver estruturas ósseas -Contraste: infecção, neoplasia Angioressonância: suspeita de dissecção carotídea ou aórtica -Eletroneuromiografia: pode ajudar no diagnóstico de radiculopatias -Líquor é pouco utilizado, mais restrito a quadros infecciosos ou carcinomatose meníngea -Exames laboratoriais para suspeita de infecções sistêmicas —--- IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA TESTES ESPECIAIS MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 2- LOMBALGIA Sinal de Lasègue Com o paciente em decúbito dorsal, eleva-se o membro, mantendo o joelhoestendido. É geralmente considerada positiva quando a dor se irradia, ou se exacerba, no trajeto do dermátomo de L4-L5, ou L5-S1, quando a elevação do membro inferior faz um ângulo de 35° a 70° com o plano horizontal. Sua positividade a 60° comprova compressão radicular Teste do estiramento femoral Com o paciente em decúbito ventral e o joelho fletido, a coxa é elevada acima da cama. A presença de dor na região anterior da coxa sugere compressão radicular L2 ou L3 e a dor na face medial da perna sugere envolvimento da raiz L4. Teste de Babinski É essencial ainda a diferenciação de compressão radicular, que ocorre principalmente nas hérnias discais, e quadros de neuropatia periférica ou de compressões tronculares. O examinador deve também ficar atento à presença dos sinais da síndrome da cauda equina com Lasègue bilateral, hipoestesia em sela e hipotonia de esfíncteres. Flexão e extensão da coluna lombar O aumento da pressão intradiscal durante a flexão da coluna lombar impele o disco para trás, no sentido anteroposterior, piorando a dor na hérnia de disco. Há melhora ao se deitar, posição em que a pressão intradiscal vai quase a zero. No estreitamento artrósico do canal raquidiano a dor piora com a extensão Manobra de Valsalva Na compressão radicular a manobra provoca exacerbação da dor ou irradiação dela até o pé, que não acontecia antes. Manobra de Romberg É considerada anormal, se o movimento compensatório do corpo for necessário para manter os pés fixos no mesmo lugar. Este sinal costuma ser positivo na estenose do canal. Sinal das pontas Não se consegue andar com um dos calcanhares: compressão da raiz L5. Não se consegue andar com uma das pontas dos pés: compressão da raiz S1 Sinal do arco de corda Levanta-se a perna do paciente, como na manobra de Lasègue, até que a dor apareça; nesse momento, faz-se uma flexão do joelho. Havendo redução e/ou desaparecimento da dor, o sinal é considerado positivo para o diagnóstico de hérnia de disco Sinais não orgânicos de lombalgias psicossomáticas Há simulação de dor lombar ao se fazer compressão axial no topo do crânio ou fazendo rotação da pelve e dos ombros, evitando movimentar a coluna, e discrepâncias no sinal de Lasègue, quando pesquisado sentado ou deitado Sinais de alerta que norteiam a perspicácia para detecção de morbidades clínicas Uma ampla revisão sistemática mostrou que a presença de sinais de bandeira vermelha, como fratura, metástases e infecção, aumentou a probabilidade de identificar uma patologia grave na coluna. Outros estudos apontam inconsistências na acurácia desses fatores. No entanto, eles são tradicionais elementos norteadores do raciocínio prognóstico das lombalgias IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 3 - OSTEOMIELITE Osteomielite hematogênica: infecções do sistema musculoesquelético que acomete osso e medula óssea em crianças, principalmente ossos em crescimento; O diagnóstico diferencial deve incluir abscessos, dermatites, celulites, trauma, tumor do tipo Ewing e leucemia -cerca de 85% dos casos em idades inferiores a 17 anos -acometimento é 4x maior no sexo masculino principal ag etiológico em → Staphylococcus aureus; em neonatos → estreptococos do grupo B e Gram-negativos como E.coli; em lactentes → estreptococos do grupo A e os hemófilos; portadores de anemia falciforme → salmonella -é porta de entrada de germes através de ferimentos e abrasões cutâneas, piodermites, amigdalites e otites. -a metáfise dos ossos longos da criança → rica trama de capilar sinusoidais calibrosos, lentificação e estase do fluxo de sangue facilita a obstrução por êmbolo séptico -nessa região tem baixa atividade fagocitária devido a baixa pressão de O2 e propicia instalação de ag, infecciosos -inicialmente processo supurativo com leucócitos e obstrução dos capilares gerando aumento de pressão intra-óssea → área de isquemia e necrose óssea -a supuração destrói e rompe a cortical → abscesso subperiosteal que pode atravessar o tecido formando uma fístula -cartilagem epifisária e cápsula articular formam uma barreira natural à disseminação do pus quando está extra-articular, pois intra-articular pode progredir para artrite séptica -criança febril, anoréxica, próstata, queixando-se de dor incapacitante na extremidade de um osso -se MMII acometido → postura de proteção do membro junto ao corpo, recusando utilizá-lo e MMII → não consegue andar -no local da dor → edema, rubor, calor e dor intensa à palpação e mobilização articular -hemograma -PCR → pode ser usado para controle de cura -VHS → tbm pode ser usado para controle de cura -hemocultura -leucograma → em geral mostra desvio a esquerda Rx → inicialmente apresenta sinais inespecíficos em partes moles ⭐não esperar rx para tratar, alterações no rx só aparecem 2 semanas depois⭐ -Cintilografia óssea → pode mostrar alterações bem antes do Rx (pode ser detectada com 24-48h de evolução); tem sensibilidade e especificidade de 90% em caso de infecção óssea -RNM → é eficiente para diagnóstico de osteomielite e sua indicação deve ser considerada apenas nos casos em que o diagnóstico não pode ser feito pelos métodos usuais Aspiração→ detecta agente causador em 70% dos casos -Punção óssea → pode confirmar diagnóstico, possibilita isolamento do agente e determina se há ou não a necessidade de drenagem cirúrgica; introduzir agulha de calibre grosso na região mais dolorosa e aspirar a parte subperiosteal se não sair secreção introduz agulha no osso ⭐punção com pus → proceder drenagem cirúrgica imediata⭐ -antibioticoterapia → de forma empírica, após resultado da cultura trocar → tratamento deve durar de 4 a 6 semanas no mínimo → verificar depois o PCR para ver se melhorou -drenagem cirúrgica → indicada quando os sintomas não regridem após 48h da início da antibioticoterapia Osteomielite por contiguidade: bactéria pode ser introduzida diretamente no osso por ferimento penetrante, fratura exposta ou cirurgia –penetração direta ou extensão de bactérias provenientes de uma fonte externa (exógena) atualmente é a causa mais comum de osteomielite -estafilococos e estreptococos ainda são comumente implicados, mas 25% das infecções pós operatórias são gram negativos -fratura exposta -cirurgia -desbridamento de ferida inadequado -material estranho em ferida -a lesão pode desvitalizar o osso e tecido circundante, fornecendo uma matriz inerte na qual crescem microorganismos introduzidos durante o trauma -febre persistente ou recorrente, aumento da dor no local da cirurgia, que muitas vezes é acompanhada por drenagem contínua da ferida e separação de suas bordas avaliação radiográfica deve proceder qlq tratamento cirúrgico -Rx → detecta presença de sequestros, invólucro e lacuna óssea, além de presença de fístula, a injeção de radiopacosdetermina local da infecção -TC → mostr extensão da infecção, ajuda na aspiração e biópsia, podem ser visto achados como: destruição da cortical óssea; neoformação óssea e aumento de partes moles ⭐detecção de gás no interior do canal medular a TC representa sinal diagnóstico confiável de osteomielite e pode ser despercebido no Rx -RNM →na osteomielite subaguda e crônica detecta erosões intracorticais e avalia a verdadeira extensão de um abscesso de Brodie -antibioticoterapia Osteomielite com insuficiência vascular: pode se desenvolver a partir de uma lesão cutânea, associada a úlceras crônicas ou isquêmicas nos pés em pessoas com diabetes de longa data. A neuropatia provoca a perda de reflexos protetores, e a circulação arterial prejudicada Traumas repetitivos são os principais fatores que contribuem para a fissura da pele e a formação da úlcera e posterior osteomielite . As pessoas com osteomielite com insuficiência vascular frequentemente apresentam problemas aparentemente não relacionados, como unhas encravadas, celulite ou uma úlcera perfurante no pé, dificultando o diagnóstico. Além disso, a dor muitas vezes é silenciada pela neuropatia periférica. A osteomielite é confirmada quando o osso é exposto no leito da úlcera ou após o desbridamento. A evidência radiológica é um sinal tardio. O tratamento depende da tensão de oxigênio dos tecidos envolvidos. O desbridamento e a antibioticoterapia podem beneficiar as pessoas que têm boa tensão de oxigênio no local infectado. O tratamento com oxigênio hiperbárico pode ser usado como terapia adjuvante. Aguda: menos de 2 semanas que pode ocorrer de forma hematogênica → via sangue;, contígua→invasão de bactéria ou inoculação direta→pós fratura exposta / subaguda: duas semanas a 3 meses → bactéria de baixa virulência ou reação imunológica / crônica: mais que 3 meses → manutenção da infecção Formação do biofilme As bactérias formadoras de biofilme existem em duas formas: planctônica e fixa. Na forma planctônica (livre), as bactérias encontram-se livres fora da matriz extracelular, e estão isoladas e vulneráveis aos mecanismos de defesa do hospedeiro. Quando há um volume elevado de bactérias planctônicas, é possível ocorrer a migração para a corrente sanguínea, o que resulta em septicemia. A bactéria planctônica pode se aderir a uma superfície como tecido necrosado ou corpo estranho (implante cirúrgico), e torna-se fixa. Já na forma fixa (séssil), as bactérias sésseis tendem a formar um biofilme de polissacarídeo sobre a superfície tecidual ou o implante. Após a colonização e a formação do biofilme, as bactérias podem permanecer inertes ou se manifestar por meio de infecção. A infecção instaurada na presença de biofilme é mais resistente aos antibióticos. Isso ocorre pelo fato de o antibiótico presente não ultrapassar o glicocálix (camada mais externa) do biofilme de forma efetiva. No centro das colônias, as bactérias se encontram em estado de baixo metabolismo, e dificultam a ação de determinados antibióticos o que explica a maior resistência aos antibióticos nas infecções crônicas do que nas infecções agudas A interação da colônia com o tecido hospedeiro e a ação imunológica podem levar à formação de osso necrosado encapsulado, que pode também ser colonizado, e dá origem ao sequestro ósseo.7 Essa coleção pode se estender para fora, com a formação de um trajeto sinusal até a pele, e dá origem a fístulas. IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 4 - MANGUITO ROTADOR SMR → síndrome dolorosa do ombro, micro traumática e degenerativa com ou sem perda de força, caracterizada pela tendinite do manguito. Pode haver ruptura parcial/total de um ou mais tendões → o tendão do músculo, supra-espinal é o local de maior incidência de início da doença Músculos do manguito rotador: -supraespinal -infraespinal -redondo menor -subescapular -A maioria das rupturas do manguito é assintomática -A popularização dos esportes que utilizam o membro superior no movimento de arremesso tem aumentado a incidência das lesões. obs: (Esses esportes expõem os tendões do manguito rotador, principalmente o supra-espinhal, ao microtrauma de repetição que, em indivíduos com mais de 40 anos de idade, se soma ao fenômeno da degeneração tecidual) -Dor no ombro varia de 16 a 34 % na população em geral. A lesão do manguito rotador (LMR) é responsável por cerca de 70% dos quadros de dor no ombro. -A ruptura completa está relacionada a indivíduos jovens devido a situações traumáticas. -O conceito atual é que, apesar da etiopatogenia ser multifatorial, o principal responsável pelas roturas do MR é a degeneração tendínea (por envelhecimento biológico ou microtraumas de repetição) -A etiologia exclusivamente traumática é muito menos frequente do que a forma mista, na qual existem fatores degenerativos, associados a microtraumas por esportes e atividades da vida diária. -Nos pacientes idosos tem como etiologia a fragilidade tendinosa. Fatores de risco variáveis: -idade; trauma; hipovascularização na inserção do músculo supraespinhoso Fatores quanto ao aspecto de trabalho: - Biomecânico s → flexão ou abdução do ombro por tempo prolongado; vibrações; postura estática ou com carga -Psicossociais → estresse, longas jornadas de trabalho e período de descanso insatisfatório Fatores Intrínsecos -Envelhecimento biológico O envelhecimento dos tendões é outro aspecto importante quando se estudam as roturas do MR. O envelhecimento provoca alterações morfológicas e bioquímicas nos tendões caracterizadas pela diminuição dos tenoblastos, adelgaçamento dos tenócitos e diminuição das organelas citoplasmáticas, além de alteração da matriz colágena, diminuição dos mucopolissacarídeos e do teor aquoso - Vascularização do MR Essa área, centrada no SE e junto ao tubérculo maior – área crítica – mede cerca de 1 cm de largura e é justamente o local vulnerável onde acontece a degeneração tendínea, enquanto a área hipovascular do tendão da CLB abrange o seu segmento que cursa sobre a cabeça do úmero -Fatores extrínsecos: Os acromialis, que é a ausência de fusão entre os núcleos de ossificação do acrômio, também pode ser causa do impacto subacromial. O os acromiale que provoca essa condição é o metacrômio, que tem a linha de não fusão dos núcleos de crescimento junto à articulação acromioclavicular → pode se tornar hipermóvel pela tração do músculo deltóide numa determinada fase da vida do paciente, levando ao impacto no tendão SE -dor limitação funcional → dificuldade de elevar a mão acima do ombro (ex: colocar roupa no varal) -fatores que afetam o quadro clínico: idade, prática de esportes, tamanho de lesão, nº de tendões envolvidos -dor insidiosa, piora com atividade físico, dor noturna, limitação de amplitude de movimento ativa Exames -Radiografia: tendinite calcária (calcificação do tendão) calcificação doligamento coracoumeral ascensão da cabeça do úmero em direção ao acrômio tipo de acrômio -Ultrassom avaliação dinâmica baixo custo, boa disponibilidade ajuda a fazer infiltração guiada -Ressonância magnética Tratamento: Conservador: AINE, infiltração, fisioterapia motora Cirurgia IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 4 - SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO STC → complexo de sintomas e sinais causados pela compressão do nervo mediano à medida que passa pelo túnel do carpo -A incidência anual estimada de STC por 1000 pessoas / ano varia de 2,2 a 5,4 para mulheres e de 1,1 a 3 para homens. -Entre as crianças, a STC é rara, embora sua incidência seja desconhecida -Ela é mais comum no sexo feminino com uma proporção de mulheres para homens na prevalência de aproximadamente 3:1 Uma provável explicação possível para a predominância feminina é a questão anatômica. A área transversal do túnel do carpo costuma ser menor em mulheres do que em homens. -A STC tem acometimento da mão dominante em 51%, bilateral em 34% e na mão não dominante em 15%. Apresenta maior incidência entre 40-60 anos. Traumática -As causas traumáticas incluem fraturas e luxações que podem levar a formação de hematomas, deformidade angular, imobilizações inadequadas e consolidação viciosa. Condições relacionada ao trabalho: posturais, esforços repetitivos Condições preexistentes: obesidade, diabetes, AR, hipotireoidismo, osteoartrite de mão, acromegalia. -infecciosa -idiopática -sexo feminino → área tranvesa do túnel do carpo costuma ser menor em mulheres -idade → maior incidência de 40-60 anos -predisposição genética -obesidade -gravidez → devido alterações hormonais -doenças associadas → hipotireoidismos, artrite reumatóide e doenças renais aumentam o risco -atividade profissionais*→ movimentos repetitivos, inadequados, vibração A fisiopatologia da STC é multifatorial. O aumento da pressão no canal do carpo desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da STC clínica Os distúrbios na microcirculação causam um aumento na permeabilidade dos vasos epineurais e endoneurais, levando a edema, com aumento da pressão intrafascicular. Além disso, com pressões de 30 mmHg já passa a ocorrer desmielinização, decorrente de necrose e apoptose das células de Schwann. O aumento da pressão no túnel do carpo pode ferir o nervo diretamente, prejudicar o transporte axonal ou comprimir os vasos no perineuro e causar isquemia do nervo mediano. No túnel do carpo passam nove tendões flexores, qualquer um dos quais pode ficar inflamado ou espessado e acabar comprimindo o nervo mediano. Outras causas possíveis de compressão incluem espaço anatômico congenitamente pequeno, lesões em massa, como cisto, neoplasia ou artéria mediana persistente, e edema ou condições inflamatórias resultantes de doenças sistêmicas, como a artrite reumatoide. -dor ou parestesia no território do nervo mediano (envolve os 3 primeiros quirodáctilos e da metade radial do quarto quirodáctilo), sendo o dedo médio geralmente o primeiro a ser envolvido -são tipicamente piores à noite e muitas vezes despertam os pacientes do sono -alguns pacientes ficam agitados ou torcendo as mãos, ou colocando-as em água corrente quente -dor e a parestesia podem estar no pulso ou mão toda e pode irradiar para antebraço -casos mais graves de envolvimento motor levar a fraqueza ou falta de jeito ao usar as mãos, como dificuldade de segurar objetos, girar chave -atrofia tenar é um achado tardio Teste de sensibilidade e motricidade Déficits sensoriais e motores podem estar presentes nas regiões da mão inervadas pelo nervo mediano, mas sua ausência não exclui o diagnóstico de STC. A sensação deve ser testada em todas as regiões da mão, antebraço e parte superior do braço. Os déficits sensoriais geralmente ocorrem tardiamente no curso da STC, e envolvem os dedos medianos inervados, mas poupam a eminência tenar A fraqueza muscular pode ocorrer na STC avançada e é limitada aos músculos da eminência tenar. Isso se manifesta principalmente como fraqueza na abdução e na oposição do polegar Inspeção hipotrofia ou atrofia da eminência tenar que aparece em casos mais avançados. Os pacientes podem chegar relatando que perderam a “gordurinha” da mão. É importante informar aos pacientes que essa atrofia já estabelecida se mantém mesmo que haja melhora da síndrome compressiva com o tratamento Eletroneuromiografia (ENMG): útil para avaliar a gravidade da compressão nervosa e auxiliar nas decisões relacionadas à intervenção cirúrgica. Radiografia na incidência tunnel view: tem diagnóstico limitado na STC. e existe uma incidência do túnel do carpo, chamada de tunnel view, que facilita a visualização dessa estrutura. Nesses casos, a mão do paciente fica na posição mostrada na figura 14, e o raio entra de forma perpendicular a 15 graus. Outros exames de imagem Ultrassonografia: em pacientes com STC mostra uma área transversal significativamente aumentada do nervo mediano. Ressonância magnética (RM): pode detectar anormalidades do nervo mediano, tendões flexores, estruturas vasculares e ligamento transverso do carpo. No entanto, a utilidade diagnóstica da ressonância magnética para STC permanece incerta. Exames laboratoriais podem ser solicitados quando a suspeita estiver atrelada a alterações metabólicas e/ ou hormonais. Então, por exemplo, se houver suspeita de tireoidopatias podem ser solicitados TSH e T4 livre. Outros exames que podem ser solicitados são: VHS (que pode estar aumentado em pacientes com artrite reumatoide), glicemia (para avaliar se o paciente é diabético), ácido úrico e outros, conforme a suspeita do caso Tratamento conservador Algumas opções para esses pacientes são uso de órteses, injeção de glicocorticóides, uso de corticoide oral e técnicas de fisioterapia -A injeção de glicocorticóides na região do canal do carpo destina-se a reduzir a inflamação do tecido. -Os glicocorticóides orais parecem ser eficazes para a melhora a curto prazo dos sintomas da STC. -Fisioterapia: Algumas técnicas podem ser usadas para alívio dos sintomas. A mobilização óssea do carpo é uma técnica que envolve o movimento dos ossos e articulações do punho. IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 5 - SÍNDROMES CONGÊNITAS (DDQ; Legg Calvé Perthes; Torcicolo congênito e osteogênese imperfecta) Displasia do desenvolvimento do quadril: articulação instável por causa da displasia acetabular e de uma frouxidão da cápsula e isso contribui para que a cabeça do fêmur fique desencaixada do acetábulo no nascimento e geralmente está associada a outras deformidades congênitas como torcicolo congênito ou pé torto SUBLUXAÇÃO→ contato parcial entre a cabeça do fêmur e o acetábulo LUXAÇÃO DO QUADRIL→ ausência de contato entre assuperfícies articulares do quadril -mais frequente no sexo feminino -mais frequente em parto pélvico -20% tem relação com torcicolo congênito -quadril esquerdo mais afetado -pode ser por uma displasia acetabular/frouxidão cápsulo ligamentar -características hereditárias → posicionamento no útero ou esforço mecânico na hora do parto -geralmente as crianças com essa patologia são portadoras de frouxidão ligamentar por origem hormonal -forma de vestir a criança ou enrolar na mantar podem causar DDQ -História familiar -Apresentação pélvica -Torcicolo congênito Pé torto -calcaneovalgo e pé metatarso OBS: quando esses fatores estiverem presentes, o bebê deve ser examinado vários vezes e submetido à ultrassonografia de quadril Pode ser devida a uma displasia acetabular e/ou frouxidão cápsulo ligamentar: Na displasia o acetábulo é raso e não contém adequadamente a cabeça do fêmur. Na frouxidão a cabeça escapa porque a cápsula é muito frouxa e não a segura dentro do acetábulo -assintomáticas em recém-nascidos -tem que investigar através de manobras específicas -bebês de 2-3 meses ortolani e barlow não são confiáveis -pode apresentar: encurtamento das pernas; assimetria de prega da coxa Manobra de Ortolani: É um teste de redução do quadril. A manobra consiste em colocar a criança em decúbito dorsal, segurando-se os membros inferiores pelos joelhos, com os quadris flexionados em 90º e mantidos em adução e com rotação medial leves A partir desta posição faz-se a abdução com leve rotação lateral das coxas. Esta manobra faz com que a cabeça do fêmur se encaixe melhor no acetábulo o que se sente na mão, também chamado sinal do ressalto (Ortolani positivo) Manobra de Barlow: determina o potencial para a luxação do quadril. A coxa do paciente é mantida em ângulo reto, com o tronco em uma posição de adução; a força será exercida pelo joelho da criança em direção vertical ao quadril, em um esforço para deslocar a cabeça femoral do interior do acetábulo. O examinador procura um sinal de “pistonagem” no quadril em exame, que pode ou não ser acompanhado por “ressalto” Se o quadril é reduzido pela manobra de Ortolani, a cabeça femoral fica perfeitamente alojada na cavidade acetabular; entretanto, com a flexão do quadril e levando-se a coxa para a posição de adução, a cabeça femoral luxa, podendo ser deslocada posteriormente em relação ao acetábulo, caracterizando, então, o quadril instável USG → Pela ultrassonografia é possível avaliar o grau de displasia. Este exame está indicado enquanto não houver ossificação da cabeça do fêmur. Depois disto, basta uma radiografia para fazer o diagnóstico. suspensório de Pavlik IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 5 - SÍNDROMES CONGÊNITAS (DDQ; Legg Calvé Perthes; Torcicolo congênito e osteogênese imperfecta) Legg-Calvé-Perthes (DCLP): É caracterizada por necrose avascular do centro de ossificação da cabeça do fêmur, que acaba por se resolver e daí resultam graus variados de deformidade e de restrição dos movimentos da articulação -afeta primariamente crianças do sexo masculino -é bilateral em cerca de 20% dos casos -mais frequente entre 2 e 12 anos de idade com pico aos 6 anos de idade -ocorrência tardia é possível, sendo então chamada de necrose avascular do adolescente -A maturação do esqueleto é ligeiramente retardada, o diâmetro do crânio em geral é maior, a altura do paciente é menor, e alguns pacientes apresentam nitidamente a existência de um traumatismo regional em discussão -Comprometimento extenso da epífise femoral proximal. -Crianças acima de 6 anos de idade. -Fechamento precoce da placa de crescimento epifisária -Estágio muito avançado da moléstia. Osteoporose metafisária. No início do processo, por razões desconhecidas ocorrem episódios de isquemia na cabeça do fêmur que levam à necrose óssea. Esta fase dura de 12 a 18 meses. Depois, espontaneamente, há revascularização do núcleo de ossificação e o osso necrótico é reabsorvido e substituído por osso neoformado. Esta é a evolução natural da doença que, portanto, apresenta as fases de: sinovite, necrose, revascularização e remodelação. O processo todo pode durar de três a quatro anos e não há tratamento medicamentoso que modifique esta evolução natural. O grande problema é que, nas fases de necrose e revascularização, o osso fica menos resistente e a cabeça do fêmur começa a achatar-se em decorrência da ação do peso e de outras alterações mecânicas e biológicas. Assim, quando o núcleo é refeito pela nova ossificação, ele será reconstruído segundo um molde defeituoso, resultando uma cabeça femoral deformada que leva à incongruência articular que, por sua vez, causará artrose na idade adulta -Sinovite que, geralmente, perdura por mais tempo. -claudicação que melhora ou desaparece temporariamente com repouso relativo e piora com a atividade física. -Dor não necessariamente ocorre, mas, quando está presente, não é de grande intensidade e é referida na virilha, face interna da coxa ou face interna do joelho -No início os sintomas mais frequentes são dor e rigidez, ou limitação de movimentos do quadril comprometido em todas as direções, principalmente a abdução e rotação interna, com um ou outro episódio de claudicação e mesmo no início pode apresentar hipotrofia discreta do membro Geralmente de início insidiosos e o quadro clínico piora com os esforços A dor é localizada na região inguinal, com irradiação para a face anteromedial da coxa, com piora progressiva -podem apresentar episódios de sinovite tóxica do quadril, constituindo a “síndrome do quadril irritável” movimentação anormal no quadril atingido e hipotrofia muscular da coxa correspondente ao lado da patologia Pode-se encontrar espasmo muscular -A comprovação diagnóstica da doença de Legg-Perthes é feita com uma radiografia de quadril em incidência AP e em "posição de rã". -Cintilografia → A grande vantagem da utilização da cintilografia óssea para o diagnóstico da DLCP é a positividade deste exame nas fases precoces da moléstia, antes que as alterações radiográficas possam ser evidenciadas -Ressonância magnética → A ressonância magnética destaca-se como um recente avanço no diagnóstico por imagem da DLCP, além de atualmente ser um método importante para o diagnóstico de inúmeras causas de dor no quadril das crianças. As imagens em “T1” são as mais importantes para a colheita de informações nos pacientes com doenças ortopédicas -Artrografia do quadril → A artrografia do quadril não tem valor para o diagnóstico da DLCP, mas sim para fornecer informações para determinar a forma da cabeça femoral e do acetábulo e, assim, auxiliar nas decisões a respeito do tratamento. Uma vantagem da artrografia é permitir determinar a deformidade progressiva da cabeça femoral. A desvantagem éque se trata de um exame do tipo invasivo Varia conforme o caso, pode ser por pura observação ou até cirurgia -Ele objetiva manter a esfericidade da cabeça femoral, protegendo-a mecanicamente. Isto é conseguido quando se encaixa o mais possivelmente a cabeça dentro do acetábulo. Desta forma, promove-se redistribuição de forças e o quadril fica protegido. Para se obter isto se coloca o fêmur em abdução e rotação interna. Esta posição pode ser mantida por meio de osteotomia intertrocantérica varizante ou osteotomia do ilíaco. O prognóstico depende muito do tratamento precoce. Os melhores resultados são quando a cabeça ainda está esférica. IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 5 - SÍNDROMES CONGÊNITAS (DDQ; Legg Calvé Perthes; Torcicolo congênito e osteogênese imperfecta) Osteogênese imperfeita: Osteogênese imperfeita é um distúrbio do tecido conjuntivo causado por defeitos bioquímicos nos genes de colágeno tipo I (A1 e A2), colágeno esse que é a principal proteína encontrada no osso, na dentina, na esclerótica e nos ligamentos. Assim, esses tecidos são primariamente afetados nos pacientes com OI. O defeito no colágeno induz à má mineralização do tecido ósseo, levando à fragilidade óssea que resulta em fraturas. -No tipo I, a incidência é de um caso para 30 mil nascidos -No tipo II, um caso para 60 mil nascidos -Não- se sabe a incidência exata dos tipos III e IV -Trata-se de uma doença genética heterogênea, tendo tipos com herança dominante e outros com herança genética recessiva -causada por distúrbio do tecido conjuntivo por defeitos bioquímicos nos genes do colágeno tipo I (COL1A1 e COL1A2) Os fatores de risco são genéticos. Os pais que já possuem um filho com a patologia devem realizar avaliação com geneticistas, para avaliar a possibilidade de recorrência em nova gestação A osteogênese imperfeita (OI), a doença hereditária mais comum do tecido conjuntivo, é um distúrbio fenotipicamente diverso causado por deficiências na síntese de colágeno tipo I. A OI afeta principalmente os ossos e outros tecidos ricos em colágeno tipo I (articulações, olhos, orelhas, pele e dentes). Geralmente resulta de mutações autossômicas dominantes nos genes que codificam as cadeias α1 e α2 do colágeno tipo I. Esses defeitos causam erro no dobramento dos polipeptídeos de colágeno mutados, interferindo assim na conformação adequada de cadeias de colágeno do tipo selvagem (uma perda de função negativa dominante). A maioria da OI (cerca de 85-90% dos casos) está associada a variantes patogênicas hereditárias autossômicas dominantes nos genes do colágeno tipo I (COL1A1 e COL1A2).Os demais casos são causados por variantes patogênicas em genes não colágenos, que codificam proteínas envolvidas na biossíntese do colágeno, ou fatores de transcrição e moléculas sinalizadoras relacionadas à diferenciação e mineralização das células ósseas, e estão associadas a uma herança autossômica recessiva (mais comumente), dominante ou herança ligada ao X -Escleróticas azuladas → devido a sua fina transparência e consequente visibilidade do plexo vascular da coróide subjacente. -Pele fina e macia Músculos enfraquecidos -Hérnias -Dentinogênese imperfeita -Fragilidade óssea em graus variados com fraturas -Deformidades dos ossos longos e da coluna vertebral Clínico (apresentação das manifestações clínicas ) + exames De acordo com as diretrizes de melhores práticas para diagnóstico laboratorial de OI, o sequenciamento Sanger de genes (Também chamado de método didesoxi ou método de terminação de cadeia) relevantes é o padrão-ouro.Dado o grande número de genes suspeitos ligados à OI e sua heterogeneidade fenotípica, o sequenciamento Sanger de vários genes pode aumentar a sensibilidade do diagnóstico molecular da doença ⇒ Nesse procedimento, uma molécula de DNA cuja sequência deve ser determinada e? convertida em fitas simples que são utilizadas como molde para sintetizar uma série de fitas complementares Exames de imagem Exames laboratoriais → níveis séricos de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina; esta última poderá estar elevada em algumas situações clínicas na OI. -Não existe um tratamento específico para a OI -É preciso encaminhar para tratamentos de reabilitação e psicossociais -orientação aos pais e familiares IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 5 - SÍNDROMES CONGÊNITAS (DDQ; Legg Calvé Perthes; Torcicolo congênito e osteogênese imperfecta) Torcicolo muscular congênito O torcicolo muscular congênito é a causa mais comum de deformidade cervical na criança até o 2o mês de vida. Está relacionado à fibrose de uma parte ou de todo o músculo esternocleidomastóideo. Há associação com outras doenças do sistema musculoesquelético, como a displasia do desenvolvimento do quadril, metatarso aduto e pé torto congênito Apesar de ser uma doença de evolução benigna, na maior parte dos casos, doentes que não apresentam resolução do problema até o final do 1° ano de vida podem desenvolver uma deformidade progressiva da coluna e do crânio, se não tratados de forma adequada. A incidência varia entre 0,017% e 1,9% Principal causa de deformidade cervical no recém-nascido Mais comum no lado direito e com predomínio discreto no sexo masculino Ocorre com maior frequência em recém-nascido de primíparas e com antecedente de apresentação pélvica, trabalho de parto difícil e oligoidrâmnio (é o volume de líquido amniótico abaixo do esperado para a idade gestacional) —---------------- posição do bebê dentro do útero; hereditariedade; interrupção do fluxo sanguíneo para o músculo do pescoço; resultado de lesão decorrente do parto ou a união de dois ou mais fatores A etiopatogenia do torcicolo muscular congênito ainda é desconhecida. Acredita-se que seja resultado de uma resposta cicatricial do músculo esternocleidomastóideo secundária a um mau posicionamento intrauterino ou traumatismos de parto A associação do torcicolo muscular congênito à displasia do desenvolvimento do quadril sugere que a redução do espaço intrauterino possa ser um dos fatores relacionados ao desenvolvimento da doença Há descrição do torcicolo congênito em famílias (predisposição genética) -deformidade é aparente já ao nascimento Alguns recém-nascidos podem apresentar uma deformidade discreta que passa despercebida no pós-parto, -A movimentação passiva da cabeça e da região cervical apresenta restrição. -crianças com menos de 2 meses de vida, pode-se palpar uma tumoração indolor no esternocleidomastóideo Apesar do envolvimento difuso e completo do músculo ser possível, na maior parte dos casos há uma massa localizada na inserção distal do esternocleidomastóideo na sua porção clavicular, esternal ou em ambas. -Se houver a presença de torcicolo com deformidade rígidae sem contração do esternocleidomastóideo, deve-se procurar por anormalidades estruturais da coluna cervical, principalmente as que envolvem a articulação C1-C2 -Nos casos em que a tumoração não regride e a contratura não melhora até o 1o ano de vida, o encurtamento do músculo pode ser permanente e pode produzir alterações progressivas, como o desenvolvimento assimétrico da coluna e do crânio, que resultam na hemi-hipoplasia facial -O achatamento da face no lado da deformidade geralmente pode ser visto já ao final do 1o ano de vida. -Se não tratada nos anos de crescimento, a deformidade progride com o desnivelamento dos olhos e das orelhas e provoca uma deformidade estética significativa Diagnóstico clínico -exame neurológico deve ser feito como rotina em todos os casos para afastar outras doenças -Exame físico cuidadoso do quadril, por conta da associação do torcicolo congênito com a DDQ Na maior parte das vezes, a deformidade é aparente já ao nascimento. -Alguns recém-nascidos podem apresentar uma deformidade discreta que passa despercebida no pós-parto, mas o diagnóstico é feito na maioria dos casos até o 2º mês de vida. Exames de imagem: importante para diagnóstico diferencial Tomografia: Nos casos em que há dúvida quanto à deformidade vertebral ou quando não for possível obter radiografias adequadas, uma tomografia computadorizada pode ser útil para o esclarecimento do diagnóstico. Ultrassonografia: É o método de imagem mais sensível e disponível para o diagnóstico. Permite identificar a lesão cicatricial do torcicolo congênito e também pode ser utilizada no diagnóstico diferencial de outras doenças cervicais OBS: Após a confirmação da presença do torcicolo muscular congênito, outros exames de imagem não são necessários para o acompanhamento da doença. Tratamento não cirúrgico: fisioterapia Tratamento cirúrgico: O objetivo do tratamento cirúrgico é obter a liberação do músculo esternocleidomastóideo de forma a permitir o posicionamento adequado da região cervical e da cabeça reservado para os casos em que a deformidade persiste depois de 1 ano de idade Deve-se programar a cirurgia entre o 1o e o 4o ano de vida. IEZA - NP 1 DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FR FISIOPATOLOGIA MC DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APG 6 - OSTEOPOROSE Doença sistêmica caracterizada por redução da massa óssea, deterioração da microarquitetura e piora do osso com aumento da porosidade → osso menos denso e mais frágil → diminui o n° e espessura das trabéculas → aumento do espaço intertrabecular → risco de fraturas. -61% das fraturas osteoporóticas ocorrem em mulheres -1 em cada 4 mulheres e 1 em cada 8 homens terão osteoporose e fraturas decorrentes dessa fragilidade óssea -considerada problema de saúde pública -multifatorial - pode ser primária como a pós menopausa pela deficiência estrogênica ou senil devido ao envelhecimento do esqueleto e a deficiencia e Cálcio - pode ser secundária , portanto ocorre em decorrência de uma doença base como hipotireoidismos, DM, ingestão de corticosteróides, menopausa cirúrgica ou tumor de medula óssea Genéticos e biológicos: -hist. familiar -raça branca -escoliose -osteogênese imperfeita -menopausa precoce Comportamentais e ambientais: -alcoolismo -tabagismo -sedentarismo -má nutrição -baixa ingestão de cálcio -amenorreia induzida por excesso de exercícios -dieta com alta ingestão de fibras; fosfatos e proteínas Mecanismo de absorção: -ocorre pela ação de enzimas proteolíticas e Ácidos Absorção óssea: -O PTH estimula a atividade dos osteoclastos de forma indireta, já que essas células não possuem receptores de PTH -O PTH se liga a receptores nos osteoblastos adjacentes, que estimulam a síntese de RANKL, também chamados de ligante de osteoprotegerina (OPGL) -O RANKL se liga a seus receptores RANK nas células pré-osteoclastos, fazendo com que eles se diferenciem em osteoclastos multinucleados maduros -Os osteoclastos maduros, por sua vez, emitem projeções em direção ao osso, formando uma borda pregueada em contato com o osso -As projeções secretam 2 tipos de substâncias: →Enzimas proteolíticas, liberadas de lisossomos dos osteoclastos -> dissolvem a matriz orgânica do osso →Ácidos, dentre eles o ácido cítrico e o lático, que são liberados das mitocôndrias e vesículas secretoras -> promovem a dissolução dos sais ósseos -doença insidiosa que evolui por anos -assintomática -manifestação ocorre em decorrência de uma fratura (fratura de corpo vertebral → dor dorsolombar) -queixa do paciente geralmente será redução de sua altura e presença de cifose Exame físico: procurar presença de gibosidade, cifose Laboratório: TSH e PTH Avaliar níveis séricos de cálcio, fosfatase alcalina e vit D Imagem: Rx → integridade do esqueleto Tc → pouco usada, mas pode ajudar Biópsia óssea → Só em casos muito especiais Densitometria óssea → padrão-ouro 0-1 normal / -1-2,5 osteopenia / abaixo de -2,5 osteoporose -MEV -Vit D -Medicamentos para reduzir perda óssea (analgésicos simples, AINES, antidepressivos tricíclicos, inibidor de recaptação de serotonina e anticonvulsivantes) -opioides fortes - Bifosfonatos primeira linha (alendronato, risedronato e ácido zoledrônico) -reposição hormonal -SERMS (raloxifeno e calcitonina) -Denosumab (anticorpo monoclonal contra o ativador do receptor de RANKL) -agentes anabólicos (teriparatida e romosozumab) -Ranelato de estrôncio