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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Displasia do desenvolvimento do quadril Espectro de desordens no desenvolvimento do quadril inclui displasia do quadril, subluxação da cabeça do fêmur e luxação da cabeça femoral. EPIDEMIOLOGIA FATORES DE RISCO 1 a cada 100.000 Entre as doenças congênitas mais comuns; Meninas - o alto índice de estrógeno aumenta a probabilidade de ocorrência de deformidades no acetábulo; Branco; Primiparidade/ Mãe jovem; Histórico familiar; Oligohidrâmnio e bebês grandes para idade gestacional – força o feto a manter uma posição de hiperflexão dentro do útero, visto que eles são grandes demais para aquele espaço Apresentação pélvica – o fêmur do feto está em flexão e rotação externa e ao ser forçado para fora do acetábulo, predispõe a criança a nascer com o quadril instável, subluxado ou luxado. Parto pélvico; primeiro filho Histórico familiar; gemelar Caucasianos FISIOPATOLOGIA O acetábulo pode apresentar alterações anatômicas no nascimento que provocam desconexão da articulação do quadril (subluxação e luxação da cabeça do fêmur – condições em que a cabeça do fêmur não é capaz de se encaixar corretamente no acetábulo) Instabilidade do quadril ao nascer Frouxidão ligamentar Lado esquerdo mais acometido Deformação progressiva dos ossos do quadril, provocando defeitos no: 1. Fêmur proximal (anteversão exagerada), na cápsula articular (que se torna hipertrofiada e alongada) 2. Músculos iliopsosas e adutores (contratura) 3. Acetábulo, que se torna mal direcionado, e por vezes sugere um falso acetábulo que articula a cabeça femoral luxada APRESENTAÇÃO CLINICA USG: consegue avaliar até 6 meses, mas o USG é muito sensível, pode diagnosticar sem que a criança futuramente realmente tenha um problema RX: não tem efeito em crianças menores de 6M - Linha de perkis - Linha de hilgenreiner - Arco de shanton Exame físico: é o que vai diagnosticar até 6 meses Acima de 6 meses: RX, teste de hart, galeazzi ORTOLANI Ortopedista/Ped faz uma flexão seguida de adução Quadril luxado -> realiza-se a abdução do quadril pra retornar a normalidade, se tiver luxado irá gerar um estalido –> teste positivo; Com os dedos indicadores sobre o trocanter maior, vai ser realizada a flexão, abdução e pressão sobre o trocanter maior É positivo quando: ouve-se um “clunk” BARLOW Quadril luxável (quadril instável suficiente p/ luxar durante a movimentação da criança) -> adução do quadril + deslocamento posterior, quadril instável –> teste positivo; – 1ª etapa: criança em decúbito dorsal, examinador faz adução da coxa enquanto força-a para baixo. Se instabilidade, provocará luxação, sentida pela palpação do “clique” – 2ª etapa: para reduzir o quadril, faz o movimento oposto (manobra de Ortolani). USG: indicado p/ crianças menores de 3 meses – muita cartilagem no lugar de estrutura óssea, com isso não aparecerá na radiografia; Visualiza estruturas não vistas pelo RX por serem radiotransparentes (epífise cartilaginosa) Quantifica e qualifica o comprometimento Avalia o teto ósseo (α) e o teto cartilaginoso (β) ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 6-12M RX + EXAME CLINICO SINAL DE HART: mais sensível, mas muito sútil, precisa de atenção dobrada para avaliá-lo, pois consiste na diferença de abdução entre as duas pernas, havendo limitação na abdução do lado afetado gerada por encurtamento dos músculos adutores. SINAL DE GALEAZZI: está presente quando o quadril está em flexão e a altura dos dois joelhos não é a mesma (pode ser disfarçado se for uma displasia bilateral) DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: USADOS PARA AVALIAR O QUADRIL: ESTÁTICO DE GRAF: que analisa o fêmur proximal e o contorno da pelve – mede a displasia cartilagínea. DINÂMICO DE HARCKE: emprega a ultrassonografia em tempo real, isso permite o exame dinâmico, com o quadril em movimento, fundamentando-se na reprodução das manobras de Barlow e Ortolani – mede a estabilidade do quadril; 0-3 meses epífise femoral cartilaginosa -> radiotransparente >3 meses aparece pequeno núcleo de ossificação 1. LINHA DE HILGENREINER: reta horizontal traçada entre as cartilagens do acetábulo (trirradiadas) para comparar a altura das epífises femorais 2. LINHA DE PERKINS: reta traçada perpendicularmente à primeira, tangenciando o rebordo ósseo lateral do acetábulo. 3. QUADRANTES DE OMBRADANE: formado pelas linhas de Hilgenreiner e Perkins 4. ARCO DE SHENTON: arco formado pela pubis e colo femoral. Quando quadril esta luxado esta linha tá quebrada. 5. NORMAL: porção medial da metáfise (núcleo de ossificação epifisário) no quadrante inferior interno. 6. ÍNDICE ACETABULAR: ângulo agudo formado pela linha de Hilgenreiner e uma segunda linha traçada no teto acetabular. APÓS A MARCHA Criança anda com claudicação por conta da fraqueza do glúteo médio e do encurtamento aparente do membro afetado. Em ortostatismo, apresenta lordose lombar excessiva, rotação externa do membro inferior, trocânter maior proeminente e SINAL DE TRENDELENBURG positivo (em pé no membro inferior afetado o quadril cai para o lado oposto e o tronco desvia-se para o lado afetado). TRATAMENTO Objetivo de manter a cabeça do fêmur no acetábulo – manter o quadril na posição anatômica p/ gerar congruência articular ao longo do tempo RECÉM-NASCIDO: manter a cabeça centrada no acetábulo utilizando-se aparelhos fixos (Travesseiro de Frejka) ou dinâmicos – que mantêm membros inferiores da criança em flexão e ligeira abdução “posição humana” – (tirantes/suspensório de Pavlik). ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI 1-6M No neonato, alterações patológicas são reversíveis em 90% TIRANTE/SUSPENSÓRIO DE PAVLIK (6-8 semanas): a cabeça tem que ficar apontada para o acetábulo para estimular a curvatura descendente do teto acetabular. Criança usa 23h por dia, tira por 1h para tomar banho. As avaliações para acompanhamento são semanais ou quinzenais. Frejka: por um body bem maior do que a criança e, na parte que folga, por várias fraldas empilhadas com o objetivo de afastar as pernas da criança até o suspensório ficar pronto. Pavlik consegue melhor abdução e encaixe do quadril (da epífise em contato com o acetábulo), se comparado com Frejka. REDUÇÃO INCRUENTA: mantém a criança em tração abdutora por 1-3 semanas e tenotomia percutânea dos adutores, após o qual a criança será anestesiada no centro cirúrgico e uma redução fechada é realizada. APARELHO GESSADO flexão e ligeira abdução. 6M-18M Redução incruenta + GPP Se falhar: redução cruenta + GPP Redução incruenta Redução cruenta (cirurgia aberta) A criança é gessada em abdução por vários meses 18M-8A Redução cirúrgica com ou sem osteotomias REDUÇÃO CRUENTA + TENOTOMIA ADUTORA + OSTEOTOMIA CORRETIVA + APARELHO GESSADO 6-8 SEMANAS. (3-4 anos - osteotomia de Salter / 4-8 anos - osteotomia de Chari + ostectomia) Após os 8 anos, a correção da DDQ não tem mais benefício PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES Relacionadas ao tratamento: Doença de pavlik: necrose da cabeça do fêmur causada pela força excessiva do fêmur no acetábulo Lesão do nervo femoral: ocorre quando as tiras anteriores geram uma flexão excessiva Relacionadas a doença: Displasia acetabular irreversível Alterações de crescimento do fêmur proximal Alterações permanentes de postura ou marcha Legg-Calvé-Perthes CONCEITO: Necrose avascular idiopática de epífise femoral; Fragmentação das epífises. A principal a hipótese é a da teoria vascular 2-13 anos Causa desconhecida SUSPEITAS DACAUSA: Trombos venosos/ Aumento da pressão intraepifisária/ Prejuízo ao fluxo arterial na epífise; Principal teoria: pequenas veias de drenagem da cabeça femoral propiciada por trauma leve numa criança geneticamente suscetível Isquemia na epífise femoral (por múltiplos infartos). Drenagem venosa anormal na epífise femoral. Crescimento e desenvolvimento anormais (disfunção do hormônio do crescimento, atraso da idade óssea em relação à cronológica). Trauma. Hiperatividade da criança. Influência hereditária Fatores nutricionais. Anormalidade de coagulação envolvendo proteínas PATOLOGIA: Pode gerar deformidade completa da cabeça do fêmur, que acontece quando os vasos que suprem o osso subcondral e a cartilagem são bloqueados, tornando essas estruturas mais frágeis, e com isso a carga que essa articulação precisa suportar gera a deformação deterioração do osso. A deformidade na epífise femoral pode ocorrer de várias maneiras: ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Fechamento precoce da fise proximal do fêmur causando encurtamento do colo e sobre crescimento do grande trocanter. Diminuição da resistência mecânica do núcleo epifisário causada pelo processo de necrose e reparação óssea. O acetábulo exerce papel modelante sobre a epífise femoral no processo de formação do osso novo e, com a subluxação presente, a epífise deforma lateralmente, provocando bloqueio das rotações (quadril em dobradiça). FASES DE WALDENSTROM FASE PRECOCE – NECROSE ÓSSEA: Aproximadamente até 6 meses Fase assintomática durante o exame clínico – não possui o quadro especifico; Na radiografia é possível visualizar uma cabeça menor que a outra cabeça femoral; FASE DE FRAGMENTAÇÃO: 1 a 1,5 anos Quadro clínico mais específico – fase mais dolorosa no quadril ou joelho Visualização na radiografia de ossificação da cartilagem, alteração da estrutura do osso subcondral podendo ter achatamento da cabeça femoral, fragmentação da epífise aparecendo em pedaços. Reação vascular ao osso morto + ossificação da parte da cartilagem articular que havia crescido + deposição de mineral ósseo nas trabéculas mortas = hiperdensidade do osso morto. Provoca uma pequena fratura patológica no local de maior estresse de peso, o que gera dor e um pequeno derrame sinovial (sinovite) Sintomas: criança sente dor, claudicação e, se não for tratada, o peso do corpo sobre a cabeça femoral causará deformidade desta estrutura (achatamento) FASE DE REOSSIFICAÇÃO: 1 a 3 anos Durante de um período grande, onde ocorre uma substituição do osso; FASE DE REMODELAÇÃO: No fim da reossificação, a cabeça femoral adquire sua forma final que, sem tratamento, permanecerá deformada indefinidamente, provocando incongruência articular. Na vida adulta precoce isso pode levar a uma doença degenerativa da cartilagem articular (osteoartrose do quadril). SINAIS DE CABEÇA EM RISCO: CATTERALL. Subluxação lateral (o mais importante) – cabeça para fora da articulação Calcificação lateral da epífise. Horizontalização da placa fisária. Sinal de Gage (lise epífise-metafisária). Cistos metarisários – sinal radiográfico de desgaste articular CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-THOMPSON: Baseia-se na extensão da fratura subcondral (“sinal do crescente”): grupo A ocupa menos de 50% da superfície epifisária grupo B, mais de 50%. CLASSIFICAÇÃO DE HERING: Depende da reabsorção do pilar lateral epifisário: Grupo A (não acometido), com excelente prognóstico; Grupo B (acometido em menos de 50%), com prognóstico intermediário; Grupo C (acometido em mais de 50%), com prognóstico ruim QUADRO CLÍNICO/EPIDEMIOLOGIA: Meninos; 2-12 anos; Bilateral em 20% dos casos; Claudicação; Dor referida na coxa e no joelho; limitação para abdução e rotação interna DIAGNÓSTICO: EXAME CLÍNICO; RADIOGRAFIA: INCIDÊNCIA AP – dependendo da fase, há alterações diferentes no exame, como radioluscência aumentada no osso subcondral, opacidade aumentada da cabeça do fêmur afetado, a qual também pode já apresentar ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI deformações, que ficam mais aparentes nos estágios mais avançados da doença. POSIÇÃO FROG LEG – que é feito em perfil com a criança em posição de rã, evidência da mesma forma aumento da radioluscência no osso subcondral e aumento da opacidade em outras regiões da cabeça do fêmur. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – identificação de alterações mais precocemente; TRATAMENTO: FATOR PROGNÓSTICO: Depende de dois fatores principais: 1. Grau da deformidade 2. Potencial de remodelamento ósseo, o qual é diretamente relacionado com a idade. TRATAMENTO CONSERVADOR: Cabeça mantida/ centrada no acetábulo; Deve ser feito a descarga, utiliza-se o órtese de atlanta Deve ser feito com repouso no leito com tração cutânea para melhora da dor, diminuição da sinovite e ganho de abdução. Após melhora do quadro álgico e da abdução, inicia-se o período de imobilização com gesso inguinomaleolar bilateral com flexão do joelho a 15º imobilizado em dupla abdução de 30 a 45° e rotação interna de 10° (gesso de Petrie/Broomstick) sem carga por 45 dias. Após a retirada do gesso. Deve-se permanecer duas semanas sem carga e realizar nova radiografia. O mesmo procedimento deve ser seguido até a reossificação do segmento ântero-lateral da epífise. EVITAR DEFORMIDADE RESIDUAL (gera deformidade por anos) – Quanto mais nova, maior o potencial de remodelamento da criança. MENORES DE 6 ANOS: Retirada de carga, com muletas, andador ou cadeira de rodas, buscando diminuir a deformidade na região, associada à fisioterapia, com estímulo do arco movimento, movimentos de extensão e rotação do fêmur, com o intuito de remodelar a cabeça do fêmur, até a doença chegue aos seus estágios finais nos quais não há mais destruição óssea. Aplicação do gesso mais precoce possível; IMOBILIZAÇÃO ALTLANTA: forçamento do fêmur a ficar com a cabeça no acetábulo deixando em abdução e em rotação externa, pode ser utilizada em comprometimentos leves; Retirada do gesso: 45 dias, osso se reossifica em 6-8 semanas. MAIORES DE 6 ANOS: É cirúrgico usualmente: Tenotomias associadas a gesso (gesso de Petrie) – corte do tendão, osteotomias do quadril para corrigir deformidades já instaladas, ou artrodiastase do quadril (uso de fixador externo), que consiste no afastamento da cabeça do fêmur do acetábulo para uma posição mais anatômica para que ela remodele no formato correto. OSTEOTOMIAS: servem para reajustar o ângulo de inserção da cabeça do fêmur no acetábulo, a partir da retirada de uma parte do osso, para permitir o reposicionamento com alguma placa de aço e parafusos. Anormalidades nesse encaixe geram a chamada coxa vara ou valga, que é acompanhada de joelho valgo ou varo. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Epifisiólise/ epifisiolistese CONCEITO: Deslizamento da cabeça femoral em relação ao colo do fêmur Com a evolução da doença, ocorre alargamento e enfraquecimento da fise, e a lesão ocorre principalmente na camada hipertrófica da fise (placa epifisária). Fratura da fise, o colo e a cabeça se desviam devido a lesão. Enfraquecimento da placa epifisária. CAMADAS DA FISE: 1. Fise – placa de crescimento do osso. 2. Camada germinativa – as células estão relaxadas 3. Camada proliferativa – começam a se proliferar e organizar 4. Camada hipertrófica – ficam turgidas/inchadas e instáveis. É ONDE OCORRE A EPIFISIÓLISE. 5. Camada de ossificação endocondral – o condrocito morre e é substituído por osso. EPIDEMIOLOGIA/FATORES DE RISCO: Meninos; Negros; Incidência maiorno lado esquerdo; 11-15 anos, geralmente perto da adolescência; Paciente obeso e baixo, adiposogentinais/frolich, com características de atraso do desenvolvimento sexual secundário (baixo, gordo e do pinto pequeno). Paciente magro e alto com crescimento rápido em curto período de tempo (mikulicz). Paciente com histórico de doenças endócrinas. Paciente deve ser acompanhado durante 18 meses p/ prevenir o deslizamento contralateral. CLASSIFICAÇÃO GRAU O PRÉ- DESLIZAMENTO alargamento da placa epifisária, que sofre aumento de altura. Torna-se lisa, perdendo o aspecto "serrátil'" dos processos mamilares, típicos da cartilagem de crescimento normal GRAU I MÍNIMO OU LEVE a epífise desloca-se até um terço da largura da metáfise do colo femoral GRAU II MODERADO a epífise desloca-se até a metade da largura da metáfise do colo femoral GRAU III GRAVE a epífise desloca-se mais da metade da largura do colo femoral CLASSIFICAÇÃO DE FAHEY O’BRIEN AGUDO com início súbito dos sintomas, sendo feito o diagnóstico em tempo inferior a três semanas CRÔNICO início gradual dos sintomas e apresenta-se para o diagnóstico com mais de três semanas de duração CRÔNICO AGUDIZADO combinação dos dois tipos, ou seja, há história de dor e claudicação crônica e insidiosa, e subitamente existe intensificação abrupta dos sintomas, geralmente desencadeada por trauma leve CLASSIFICAÇÃO DE LODER: Estável: paciente consegue se deslocar sem ajuda da muleta. Instável: não consegue se deslocar sem ajuda de dor e muleta por conta da dor. QUADRO CLÍNICO: ASSINTOMATICO; AGUDO: 3-4 semanas Geralmente associado a trauma; Dor de forte intensidade; Dificuldade p/ deambular; CRÔNICO: +4 semanas Claudicação geralmente é o primeiro sintoma; Rotação externa p/ alivio da dor; Dor referida no quadril ou joelho; CRÔNICO AGODIZADO: Quadro crônico com quadro de dor; ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI CLASSIFICAÇÃO DE SOUTHWICK: Leve: <30º Moderada: 30 a 60º Grave: >60º DIAGNÓSTICO: EXAME CLÍNICO + EPIDEMIO. SINAL DE DREHMAN – como tem o escorregamento do fêmur, para fazer o movimento de flexão, é necessário rodar externamente o membro acometido. RADIOGRAFIA: AP/ Lowenstein (incidência em rã) – sinais de pré- deslizamento; LADO NÃO AFETADO: apresenta a linha de crescimento normal (tamanho, espessura, radioescura), posicionamento da cabeça do fêmur normal. LADO AFETADO: é observado o escorregamento da linha de crescimento e alargamento da fise, que aparece mais radiopaca – indicando sobreposição da cabeça do fêmur com essa região, dando a impressão de maior densidade mineral. Diagnóstico radiológico de epifisiólise proximal da cabeça femoral, uma área em forma de crescente e de densidade aumentada frequentemente pode ser identificada na porção proximal do colo femoral – SINAL DO CRESCENTE DE STEEL. SINAL DE TRETHOWAN - quando a linha de Klein não se cruza na parte lateral da epífise femoral superior no raio-X em AP. Desenha a linha de Klein, se essa linha não cortar a epífise tem o sinal de Trethowan. TRATAMENTO: TRATAMENTO CIRÚRGICO – fixação de parafuso; FIXAÇÃO PROFILÁTICA CONTRALATERAL – comumente a epifisiolistese provoca acometimento bilateral, então a intervenção é feita ambos os fêmures, mesmo que a queixa seja em apenas um lado é extremamente importante que os dois lados sejam devidamente examinados. – se não houver interferência hormonal não precisa (endrocrinopatias) CASOS MAIS GRAVES: é necessária a osteotomia do colo femoral e reposicionamento para evitar a necrose e o impacto fêmuro-acetabular. EPIFISIODESE: com intuito de travar a fise, só libera andar depois de umas 3 semanas. Fixa a cabeça do fêmur na posição que deveria ser, com um parafuso. Como é uma doença de origem endócrina, tem 50% de acometer o outro lado depois, porém pode ou não fixar o lado que não está acometido no momento da cirurgia do lado acometido, fica a critério do ortopedista e da família. Se não fixar o lado contralateral, deixa a orientação para voltar em caso de dor e mesmos sintomas que teve do outro lado. Artrite séptica CONCEITO: É a infecção de uma articulação sinovial causada por bactéria piogênica, também denominada “pioartrite”. A mortalidade é menor do que 1%, mas a sequela é grave, por levar à destruição articular, dor crônica e limitação funcional. PATOLOGIA: Desenvolve-se quando há bactérias no espaço articular, o que gera inflamação sinovial e consequente derrame purulento. PRINCIPAIS VIAS: HEMATOGÊNICA - comum nos membros inferiores, principalmente na articulação do joelho e coxofemoral. POR CONTIGUIDADE do foco infeccioso adjacente - é incomum nos pacientes pediátricos. INOCULAÇÃO DIRETA, por meio de punção. A complicação é grave e pode levar à destruição articular rapidamente e gerar deformidades permanentes. Em crianças pequenas, até os 2 anos, alguns ramos das artérias metafisárias atravessam a placa de crescimento, possibilitando a invasão da epífise e, consequentemente, da articulação pela infecção. Além disso, em determinadas localizações, como o fêmur proximal, a inserção da cápsula articular ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI ocorre distal à placa de crescimento, e o periósteo no interior da articulação é mais fino. A presença de bactérias na articulação provoca resposta inflamatória acentuada, levando à destruição da cartilagem articular a partir de 3 horas após o início da infecção, por meio de enzimas e toxinas liberadas pelas bactérias. A ausência de membrana basal facilita a entrada da bactéria na sinóvia durante o processo de bacteremia, gerada num quadro de infecção respiratória, especialmente nos pacientes pediátricos. Isso pode ter como consequência a degradação da cartilagem e tecido ósseo, a partir da liberação de enzimas proteolíticas, migração de leucócitos e derrame sinovial, ou seja, um processo inflamatório intenso que gera morte do tecido. A infecção dentro da articulação destrói essa estrutura por um processo de condrólise (destruição da cartilagem, tecido ósseo) química, na qual as enzimas bacterianas e seus produtos de degradação são condrolíticas. Inicialmente, ocorre a perda da matriz cartilaginosa, seguida de perda de colágeno cartilaginoso. As enzimas bacterianas geram erosões na superfície articular, que se soltam para dentro da articulação como grumos ou fragmentos livres. O aumento do volume de líquido dentro da articulação gera grande pressão intra-articular e distensão da cápsula articular, o que leva à isquemia da membrana sinovial e consequente diminuição da irrigação sanguínea. Esse aumento pressórico também pode causar isquemia da epífise óssea e necrose. EPIDEMIOLOGIA/ FATORES DE RISCO: Cateterismo umbilical, cateter central, osteomielite, cirurgias; Recém nascidos e lactentes jovens, devido à fragilidade de seu sistema imune e formação incompleta da epífise óssea. Crianças com menos de 2 ou 3 anos, e 28%, em neonatos. Sexo masculino. Agente infeccioso mais frequente da artrite infecciosa também é o S. aureus; Seguido dos estreptococos do grupo A e pneumococo e Salmonella nos pacientes com anemia falciforme, semelhante à etiologia da osteomielite. Pacientes neonatais, de 6 a 36 meses de idade, as principais bactérias causadoras de artrite séptica são o S. aureus e o H. influenzae. N. gonorrhoeae em adolescentes com vida sexual ativa. Pioartrite predomina em 1 única articulação em 90% dos casos, sendo o joelho o local mais comum, seguido de quadril, tornozelo, cotovelo, punho e ombro. QUADRO CLÍNICO: Dor e edema na articulação afetada, associados à febre e astenia. paciente apresenta posiçãoantálgica, claudicação ou pseudoparalisia. A posição mais confortável para o quadril é em flexão, abdução e rotação externa, posição de maior relaxamento da cápsula articular, que permite acomodar volume máximo. No joelho e no cotovelo, é em flexão, e no tornozelo, em equino. Geralmente é monoarticular, sendo raros os casos com duas articulações afetadas ao mesmo tempo. Aumento do volume articular é um sinal constante e normalmente pode ser observado com facilidade, visto que a maioria das articulações são superficiais. SINAL DO BLOQUEIO ARTICULAR: Qualquer tentativa de manipulação da articulação acometida pela artrite séptica provoca dor intensa e contração muscular. Paciente precoce dor no quadril, leucocitose baixa, pcr não muito elevado, s/ febre importante, prescreve antibiótico empírico espera 48h espera resolução, se não resolveu entra p/ cirurgia. Bloqueio articular, febre importante, pcr alto – cirurgia direto. DIAGNÓSTICO: Alguns critérios, quando presentes, são favoráveis ao diagnóstico de artrite séptica: FEBRE, VHS, PCR + especifico, LEUCOCITOSE E INCAPACIDADE DE APOIO DO MEMBRO. EXAMES DE ROTINA: hemograma apresenta leucocitose com desvio à esquerda e VHS + sensível, menos especifica, mas se elevada maior chance de ser pioartrite (> 60 mm/h); HEMOCULTURA é positiva em 40% dos casos. PUNÇÃO ARTICULAR: há exsudato (pus), que permite identificar pelo aspecto macro que há infecção, e nessa punção cerca de 80% de polimorfonucleares e ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI a cultura é positiva em 80% dos casos sem antibioticoterapia iniciada. RADIOGRAFIAS SIMPLES: São espessamento de cápsula sinovial, infiltração e edema de partes moles e da região periarticular e, principalmente, um aumento do espaço articular, presença de osteomielite na metáfise proximal e, no caso do quadril, subluxação e necrose da cabeça, que ocorrem devido à pressão intra-articular aumentada, além de ajudarem a descartar outras condições. Sinais radiográficos junto ao aumento do espaço articular é o afastamento lateral da epífise e uma linha de Shenton “quebrada”. US: identificada pelo líquido articular que é evidenciado mesmo em quantidades pequenas na fase inicial da infecção e deve haver comparação com a articulação contralateral. RESSONÂNCIA é o melhor exame para diagnóstico precoce, pois detalha o envolvimento ósseo e das partes moles, além do edema e aumento do líquido sinovial. CINTILOGRAFIA: é específica, pois concentra o radioisótopo em bactérias, polimorfonucleares (PMN) e proteínas inflamatórias, mas não é feita de rotina pelo alto custo. Evidencia maior captação de forma bastante precoce, destacando áreas “quentes”, que significam regiões com reação inflamatória, hiperemias e reação infecciosa. TRATAMENTO CUIDADOS GERAIS: com analgesia para controle da dor, repouso da articulação acometida e antibioticoterapia, que deve ser guiada por cultura, mas que deve ser iniciada mesmo antes do resultado. DRENAGEM CIRÚRGICA com anestesia geral e em condições de assepsia, realizando uma artrotomia que permite lavar o espaço articular e aliviar a pressão em todos os casos. IMOBILIZAR A ARTICULAÇÃO AFETADA COM TALA GESSADA; ANTIBIOTICOTERAPIA oxacilina– 28 dias deve ser iniciada logo após a punção articular com comprovação de infecção articular, seguindo os mesmos critérios da osteomielite hematogênica. CONDUTA: Punção do material no centro cirúrgico, manda pra cultura, lava a região com soro fisiológico, AB empírica por 48h oxacilina e vê se tem resultado, com resultado da cultura 28 dias tomando AB de acordo com a bactéria. COMPLICAÇÃO OSTEOMIELITE/ SEPTICEMIA Sinovite transitória CONCEITO Inflamação articular, que normalmente cura-se sozinha, sem necessidade de tratamento específico. Essa inflamação dentro da articulação normalmente surge após um quadro viral de gripe, resfriado, sinusite ou infecção no ouvido. Doença autolimitada, transitória; ETIOLOGIA Comum em crianças que começaram a andar e tiveram infecção respiratória; Causa mais comum de dor no quadril na infância. A principal causa da sinovite transitória é migração de vírus ou bactérias, através da circulação sanguínea para a articulação. QUADRO CLÍNICO: Geralmente 15 dias de duração; É caracterizada por dor, claudicação e limitação da amplitude do movimento, porém de curso mais suave. O pico está entre 3 e 6 anos. Geralmente, é unilateral e pode ter febre baixa associada. Tem início após quadro infeccioso (70% ocorrem após infecção das vias aéreas ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI superiores), trauma ou quadro alérgico e melhora com repouso. EXAMES LABORATORIAIS: São normais ou pouco alterados, com aumento discreto da VHS e da PCR. DIAGNÓSTICO: de exclusão e tem resolução espontânea, com duração média de 10 dias até 8 semanas. TRATAMENTO: consiste em alívio de carga e analgesia. Osteomielite CONCEITO: Processo infeccioso do tecido ósseo causado por bactérias; Raramente é causada por fungos, com exceção em indivíduos imunossuprimidos. Área radiotransparente circundada com osso normal. ETIOLOGIA: Crianças menores que 13 anos, apresentam um episódio de osteomielite na vida; Sexo masculino + ativos Distribuição bimodal: menores de 2 anos e dos 5 aos 12 anos. Associada ao trauma; Geralmente, é uma lesão única (monostótica) que acomete os membros inferiores em 90% dos casos; Acomete preferencialmente ossos longos, com predomínio nos membros inferiores; Os locais mais comuns, em ordem de frequência, são QUADRIL, JOELHO, TORNOZELO, UMERO. Em prematuros, é comum osteomielite multifocal, devido à imaturidade do sistema imunológico e à necessidade frequente de cateteres intravenosos. Diagnostico precoce é essencial: evitar cronificação e sequelas + frequente: S. aureus Estreptococo do grupo A; Anemia falciforme: salmonela; Imunodeprimidos, grandes queimadas e trauma de calcâneo: pseudômonas; FISIOPATOGENIA: PODE ATINGIR O OSSO POR TRÊS VIAS: INOCULAÇÃO DIRETA: traumas – ferimento penetrante ou fratura exposta, cirurgias. FOCO CONTÍGUO: celulite – lesão de pele; Infecção por proximidade de foco infeccioso adjacente INVASÃO HEMATOGENICA: comum em crianças, por meio da circulação sanguínea por bacteriemia, infecção e após semanas apresenta o quadro de osteomielite - infecções como impetigo, otite média, faringite ou pneumonia. Principal localização: metáfise; Crianças de 1 ano: ainda não tem a proteção da placa epifisária, fazendo a separação da região diafisaria da região epifisária; A vascularização da epífise não separa essas duas estruturas, nessa faixa de idade pode ter um avanço da osteomielite p/ intra-articular de maneira mais acentuada, devido essa ausência de separação da vascularização nas crianças. O fluxo sanguíneo, ao atingir os ramos terminais das artérias metafisárias, sofre redução da velocidade e turbilhonamento, que propicia condição favorável para a bactéria alojar-se nessa região. A epífise geralmente é poupada, pois a placa de crescimento constitui uma barreira mecânica e circulatória natural. Na metáfase possui uma região de vascularização muito grande, nessa região tem uma mudança no fluxo sanguíneo, o sangue chegando no osso de maneira muito rápida e quando chega na metáfase do osso tem uma diminuição desse fluxo, causando a proliferação das bactérias. A formação do abscesso na região metafisária vai se devolve progressivamente e em casos mais graves chega ate uma fistula chegando na pele. A proliferação bacteriana – organismo realiza o combate contra essa bactéria com isso há um acumulo de exsudatos e produtos bacterianos formandoabscesso dentro do osso – nesse primeiro momento não há nenhuma alteração na radiografia - manifestação radiológica só é visível de 10 a 14 dias após o início da doença, com áreas de radiotransparência e reação periosteal. Progressão da osteomielite: Necrose óssea maciça sem reabsorção nas primeiras 48h depois do processo infeccioso; ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI Esse processo infeccioso vai se acumulando/ intensificando, formando exsudato sob pressão, camadas dos ossos começam a ser transportas progredindo de camada a camada, medula ou p/ dentro do córtex ósseo atingindo periósteo (rompe osso/tecido mole) e fistulizando ate a pele. Se a metáfise é intra-articular, existe possibilidade dessa osteomielite se transformar em uma artrite séptica. No fêmur proximal, úmero, quadril existe a comunicação da caps Osteomielite hematogenica aguda CONCEITO: É diagnosticada até 2 semanas do início dos sintomas; agente causador da osteomielite hematogênica aguda mais comum em todas as faixas etárias é o Staphylococcus aureus; QUADRO CLÍNICO: Varia de acordo com a localização, mas geralmente estão presentes febre alta, astenia e dor localizada, sinais flogísticos na perna inteira. O surgimento de edema depende da proximidade do osso com a pele. Em localizações mais próximas das articulações, pode ocorrer limitação da amplitude de movimento, porém não tão restrita quanto se fosse uma artrite séptica. A criança manca, evitando usar o membro afetado. Ênfase deve ser dada ao quadro clínico frusto em recém-nascidos e lactentes, com manifestações clínicas tênues ou mesmo inexistentes. DIAGNÓSTICO: HISTÓRIA CLINICA, EXAME FÍSICO, EXAMES LABORATORIAIS E IMAGENS RADIOGRÁFICAS. Dor, sem trauma, sem relação com movimento ou esforço e aumento de volume do segmento afetado. Queda do estado geral, febre, inapetência e irritabilidade também caracterizam o quadro. EXAMES DE ROTINA SÃO: hemograma, velocidade de hemossedimentação (VHS), Proteína C Reativa (PCR) e hemocultura. Pode haver leucocitose ou leucopenia, aumento da VHS e da PCR. A hemocultura é positiva somente em 50% dos casos, mas associada à punção aspirativa do osso ou abscesso, ajuda a identificar o agente em 70% dos casos. EXAMES RADIOGRÁFICOS: podem ser normais na fase inicial ou mostrar edema nas partes moles. As alterações tornam-se evidentes entre 10 e 14 dias, com elevação do periósteo (periostite, triangulo de codiman – pus sendo empurrado) e das áreas radiotransparentes com esclerose (aumento da densidade do osso) ao redor, devido à formação óssea reativa na metáfise. RNM é o exame de imagem mais sensível. Após os exames de imagem, procede-se à punção aspirativa da área afetada, e o material é encaminhado para análise (cultura e anatomopatológico). Se o aspecto do material for purulento, estará indicado o procedimento de limpeza cirúrgica. DIAGNÓSTICO DIFERE NCIAL: deve ser feito com artrite séptica, celulite, infarto ósseo, fratura e neoplasia. Entre os tumores, chama-se a atenção para o tumor de Ewing, devido a faixa etária de prevalência (entre 5 e 15 anos), possibilidade de manifestações sistêmicas, como febre e leucocitose, e aspectos radiográficos, que contemplam uma lesão de aspecto lítico, de limites pouco precisos, presença de reação periosteal “em casca de cebola” e comprometimento de partes moles adjacentes. TRATAMENTO: Antibioticoterapia empírica; A drenagem cirúrgica deverá ser indicada se os sintomas não regredirem nas primeiras 48 horas da antibioticoterapia ou em caso de abscesso verificado em exames complementares. antibiótico venoso deve ser mantido por 6 semanas após limpeza cirúrgica, ou até os exames laboratoriais normalizarem, mantendo o de via oral na alta hospitalar; ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES: são fratura patológica, colonização a distância ou artrite séptica concomitante. Como sequela, pode ocorrer lesão da placa fisária por proximidade com o processo infeccioso, levando à interrupção do crescimento e consequente deformidade angular. Pode ocorrer também cronificação (osteomielite crônica). Osteomielite hematogenica subaguda Diagnóstico é retardado ou o tratamento da osteomielite aguda é inadequado, um germe de baixa agressividade e a imunocompetência do hospedeiro podem determinar uma infecção subaguda, Definida quando o diagnóstico é feito entre 2 e 4 semanas do início dos sintomas, compondo um quadro mais indolente e arrastado, sem uma clínica exuberante. diagnóstico pode ser tardio e difícil, já que o quadro clínico não é típico e os exames laboratoriais são inespecíficos. As crianças são tipicamente mais velhas, e ambos os sexos são igualmente afetados. A febre é baixa ou ausente, o leucograma geralmente é normal e a VHS pode estar elevada ou normal. A cultura é positiva em apenas 30% dos casos. TRATAMENTO: É feito por meio de drenagem cirúrgica, com coleta de culturas, e antibioticoterapia inicial empírica para S. aureus até o resultado das culturas. A imagem radiográfica radioluscente mais clássica é de lesão “lítica” bem delimitada na região metafisária e diafisária de ossos longos, conhecida como abscesso de Brodie, porém o diagnóstico diferencial também deve ser feito com diversos tipos de tumores ósseos. CLASSIFICAÇÃO DE ROBERTS é muito útil na diferenciação de cada tipo de apresentação óssea da lesão. Osteomielite hematogênica crônica Acima de 4 semanas. Apresenta sintomas por semanas a meses e está associada à antibioticoterapia por tempo insuficiente (menos do que 3 semanas). Estão presentes SEQUESTROS ÓSSEOS pedaço de osso solto e faz um ciclo inflamatório e pode formar uma fistula (tecido ósseo desvitalizado, sinal radiográfico radiolucente) devido ao prejuízo vascular do osso infectado. Pode ocorrer comunicação do segmento ósseo com o meio externo (fistulização). A fístula não só drena o pus, mas também pode ser porta de entrada para infecção secundária. TRATAMENTO: Punção do material no centro cirúrgico, manda pra cultura, lava a região com soro fisiológico, AB empírica por 48h oxacilina e vê se tem resultado, com resultado da cultura 28 dias tomando AB de acordo com a bactéria. Requer desbridamento agressivo de todo o osso necrótico e do tecido com vascularização deficiente, bem como antibioticoterapia guiada por culturas. Devido à extensão do comprometimento ósseo e de partes moles, procedimentos reconstrutivos podem ser necessários. É essencial que sejam feitos cultura e antibiograma do osso infectado, pois a secreção purulenta que drena pela fístula pode estar contaminada com os germes da pele. Antibiótico intravenoso é mantido por 6 a 12 semanas e deve incluir cobertura para Gram negativos e S. aureus resistente à meticilina, se o paciente for diabético ou vítima de ferida aberta, até que haja o resultado da cultura. ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA – ESTEFFANE SEITZ TXVI
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