Prévia do material em texto
FATORES DE RISCO PARA EVENTOS CARDIOVASCULARES Principais fatores de risco: · Doença coronariana: dislipidemia · DAOP: tabagismo e DM · AVC: hipertensão arterial Quase mil mortes por dia, no Brasil, por doenças do aparelho circulatório/cardiovascular 27% do total de mortes brasileiras 1a causa de morte: doença isquêmicas cardíacas (IAM - infarto) 2a causa: doença cerebrovascular (AVCi) PREVENÇÃO PRIMORDIAL: · Âmbito de toda população · Cuidados com alimentação saudável, peso, exercícios físicos, não fumar · Mesmo não tendo, atualmente, os fatores de risco PREVENÇÃO PRIMÁRIA: · Pessoa possui fator de risco, precisa tratá-lo · Evita que tenha a doença · Já tem predisposição PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: · Já tem doença cardiovascular preestabelecida · Para não ter um novo evento cardiovascular · Muito alto risco cardiovascular · Mais caro PREVENÇÃO TERCIÁRIA: · Prevenção das complicações das doenças cardiovasculares em pacientes que já tiveram quadros cardiovasculares · Não é apenas prevenir os quadros PRINCIPAIS FATORES DE RISCO Obs: principalmente para doenças coronarianas 90% dos casos de IAM tem, pelo menos, 1 fator de risco modificável: · Dislipidemia · Tabagismo: aumenta a chance em quase 3x · Obesidade abdominal: aumenta em 60% → quantidade de gordura dentro da cavidade abdominal; medir entre o bordo da crista ilíaca e a última costela · HAS: aumento de 91% a chance de infartar; possui alta prevalência no mundo, podendo não saber que possuem HAS ou, mesmo sabendo, não controlam · DM: aumenta a prevalência com a idade. Geralmente, pessoa de 50 anos diabética, sem antecedentes de doença cardiovascular, morre 6 anos mais cedo que não diabéticos → pelo menos, é de risco intermediário · Psicossociais: quase 3x mais chances → estresse crônico. O agudo pode ser gatilho, mas precisa já ter um histórico · Ausência de 3 fatores protetores: dieta, exercícios físicos e ausência de álcool O principal fator de risco: dislipidemia Evitaria quase 50% dos casos de infarto Síndrome metabólica: · CA: H > 90 cm e M > 80 cm · Glicemia em jejum > ou = 100 mg/dL · TG sérico > ou = 150 mg/dL · HDL: H < 40 e M < 50 · PA > ou = 130/85 Colesterol: · Maior fator de risco para infarto e não há platô, quanto maior o valor do colesterol, maior o risco · Molécula essencial em todos os animais para estrutura da membrana celular, precursor de vitamina D e síntese de hormônios (cortisol, estrogênio, progesterona) · Produzido em todas as células (endógeno), sendo 70% do colesterol · 30% de exógeno · Lipoproteína que fazem o transporte do colesterol e TAG, elas que possuem características diferentes Classificação das lipoproteínas (baseado na densidade): Quilomícrons, VLDL, IDL, LDL, HDL Metabolismo do colesterol: · Dieta: fonte exógena, absorvido a partir do intestino: captado pelos QM → vai para a circulação → distribui para os tecidos → QM remanescente é degradado no fígado, mas sobra colesterol (potencial aterogênico) · Biliar: excretado, fonte endógena - reabsorvido no íleo · No fígado: HDL é coletado pelo fígado e incorporado no VLDL (sob ação das lipases) → IDL → LDL-colesterol. Obs: nesse processo, há redução de tamanho e conteúdo · LDL pode formar placa aterosclerótica (deposição na parede arterial) ou entra na conversão de LDL para HDL pela enzima CETP · Receptores de LDL no fígado, removem o LDL da circulação, degradar a molécula e jogar no intestino → portadores de hipercolesterolemia familiar têm problema nessa via PERFIL LIPÍDICO: · Colesterol total (CT) · Triglicérides (TG) · HDL-c (colesterol contido nas HDL) · LDL-c Cálculo pela fórmula de Friedewald: LDL-c = CT - (HDL-c + TG/5) Obs: quanto maior TG, menor é a acurácia da fórmula. Não usar quando TG > 400 Categorias de risco: Muito alto risco cardiovascular: doenças aterosclerótica significativa, com ou sem eventos clínicos ou obstrução > ou = 50% · Meta < 50 · Essencial que o LDL reduza, pelo menos, 50% · Atorvastatina 40-80, rosuvastatina 20-40, sinvastatina 40 / ezetimiba 10 Alto risco cardiovascular: · Portadores de aterosclerose na forma subclínica documentada por: US de carótidas com presença de placa, ITB < 0,9, escore de cálcio arterial coronariano (CAC) > 100 ou presença de placa pela angioTC · Aneurisma de aorta abdominal. DRC com TFG < 60. LDL > 190. DM I ou II e LDL 70-189 · Estatinas potentes de alta intensidade e dose Obs: o tratamento de muito alto risco e alto risco são os mesmo, mudando apenas a meta ESCORE DE RISCO GLOBAL · Se não se enquadrar no alto ou altíssimo risco · Calcula o risco absoluto de DAC, AVC, DAOP ou IC nos próximos 10 anos · Variáveis: idade, PAS , CT, HDL, tabagismo, DM TRATAMENTOS: · Todos: mudança do estilo de vida · Base do tratamento: estatinas · Melhor evidência de redução do risco CV · Inibe síntese de colesterol · Potências das estatinas (da menos para a mais): fluvastatina, pravastatina, sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina, pitavastatina · Se não responder a estatinas, associar ezetimiba (impede absorção do colesterol no intestino → bloqueia NPC1L1 · Se não funcionar ou for um paciente muito alto risco que não entra na meta, usa-se iPCSK9 · PCSK9 regula a reciclagem de LDL, degradando seu receptor. Anticorpo impede essa degradação · Preço, 1 injeção a cada 15 dias, sem efeito colateral FISIOPATOLOGIA DA ATEROSCLEROSE: · Doença inflamatória da parede arterial · Não é uma doença degenerativa · Inflamação é a resposta a todos os fatores de risco, os quais fazem agressão a camada endotelial. Independente do fator causal, o processo inflamatório é o mesmo · A função das células endoteliais é garantir a homeostase dos vasos · Substância mais importante do endotélio é o NO · Ao sofrer lesão, o endotélio perde suas funções e, se essa disfunção for mantida, forma a placa Pontos críticos: · Perde impermeabilidade pelo LDL colesterol · Ocorre oxidação do LDL no subendotelial, que passa a ser reconhecido como patógeno · Começa a expressão moléculas de adesão leucocitária, fazendo os monócitos migrarem e se transformarem em macrófagos · Macrófagos captam LDL oxidado e forma a célula espumosa (1a manifestação) · Ao mesmo tempo, há migração de células musculares lisas · Há a formação da placa aterosclerótica Componentes da placa: · Núcleo lipídico e capa fibrosa: cél musculares lisas + matriz extracelular + cél inflamatórias · Degradação da capa fibrosa → rotura da placa Remodelamento vascular: Positivo: cresce para fora da luz do vaso. Em teste de esforço fica normal, mas pode ter infarto, já que essa placa por ficar instável e gerar um trombo Negativo: para dentro da luz, já gerando uma obstrução. Mecanismo de remodelamento já não compensa mais IAM: · Degradação da placa fibrosa pelas células inflamatórias → rotura da placa → coágulo de sangue (trombo) → obstrui o vaso · Por isso, tratamento é com uso de trombolítico image1.png