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TUMORES GINECOLÓGICOS Epidemiologia · Ca de colo de útero está dentro dos 10 cânceres mais comuns no Brasil (diminui o IDH) · Ca de colo de útero é mais prevalentes em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento · Taxa de vacinação ainda é baixa · Mais comum: câncer de colo de útero > câncer de ovário > câncer de endométrio (BR) · O câncer de endométrio está mais relacionado à síndrome metabólica e à população idosa, o que faz ele ser mais comum nos EUA CÂNCER DE COLO DE ÚTERO Epidemiologia: · 3° mais frequente na população feminina brasileira, atrás do Ca de mama e do colorretal · 4° causa de morte de mulheres no BR · 3° câncer ginecológico mais comum e causa de morte entre tumores ginecológicos malignos nos EUA Fatores de risco: · Papilomavírus humano (HPV) é o agente central no desenvolvimento da neoplasia cervical · Detectado em aproximadamente em 99% dos cânceres do colo de uterino (outros é de células claras ou não relacionados ao HPV) · Os subtipos HPV 16 e 18 são encontrados em cerca de 70% dos cânceres cervicais Obs: não são 100% das mulheres que têm infecção pelo vírus HPV que vão desenvolver o câncer → só quando HPV tem a capacidade de se infiltrar no DNA e fazer uma infecção persistente Fases da doença: · Neoplasias intracervical → não invade estruturas (não é maligno/câncer), sem fazer modificações estruturais e não podem fazer metástases · Existem 3 momentos que pode haver a cura, antes de chegar a um câncer (NIC 1,2 e 3) · Depois dessas fases, começa a fazer invasões e se concretiza como câncer Dos fatores: · Início precoce da atividade sexual; múltiplos parceiros · Parceiro sexual de alto risco, hx de DST · Imunossupressão (por exemplo: infecção pelo HIV) · Hx de neoplasia intraepitelial escamosa ou câncer de vulvar ou vaginal · Tabagismo · Uso de anticoncepcional oral, pois muda o pH vaginal Patologia: · Hx mais comum: · Carcinoma escamocelular (= 70%) · Adenocarcinoma/adenoescamoso (= 25%) · Outras histologias (=5%): linfomas, neuroendócrinos, sarcomas, melanoma · Infecções por HPV estão relacionadas às histologias mais comuns Prova: grande parte dos Ca vão ser escamocelular, mas pode ser adenocarcinoma, que também pode estar relacionado com o HPV → saber através da imunohistoquímica (SÍTIO DE DOENÇA (DE ONDE VEIO O CA), etc), marcados p16 (se tiver, é relacionado ao HPV e é de Ca de colo de útero, que é diferente de corpo de útero) Estadiamento: · Pode ter invasão de estruturas próximas que têm íntimo contato, como bexiga e reto · Exames: · Exame pélvico · Raio-X de tórax · TC ou RNM de abdome e pelve a partir do estádio IB · Considerar PET-TC em estágios a partir de IB3 · Cistoscopia e/ou retossigmoidoscopia se suspeita de invasão de reto ou de bexiga Obs: não é necessário todos os exames se a RNM for muito bem feita PROVA: 1: inicial, 2/3: meio do caminho; 4: metástase Rastreamento e prevenção: · Recomendação no Brasil: mulheres com vida sexual ativa entre 25 e 64 anos de idade, uma vez por ano e, após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos → na prática, todo ano mesmo Obs: existe um autoteste, que que a própria mulher coleta sua secreção vaginal · MS implementou no calendário vacinal · Em 2017, ampliou para meninas e meninos…. · Esse ano, foi aprovada no Brasil a nonavalente Apresentação clínica: · Na fase inicial, frequentemente assintomática · Sangramento vaginal anormal ou pós-coito · Dor pélvica · Hematúria ou incontinência vesical · Corrimento vaginal · Tríade de extensão para parede pélvica: dor ciática, edema em MMII e hidronefrose · Constipação intestinal: compressão extrínseca ou invasão do reto Obs: não é de alta mortalidade, mas alta morbidade → sintomas locais impactam na qualidade de vida Manejo: · Muito inicial: cirurgia → com preservação de fertilidade se for muito precocemente · Fase mais desenvolvida: cirurgia seguida de QT ou QT e radioterapia definitiva (essa segunda, pois o benefício é semelhante, mas a qualidade de vida é melhor) · Se for estácio clínico 4 (metástase): QT a base de cisplatina e com introdução da imunoterapia Estádio IA1: · Conização ou histerectomia extrafascial a depender do desejo reprodutivo da paciente · Sem invasão linfovascular, realizar pesquisa de linfonodo sentinela (LNS)/linfadenectomía pélvica · Em pacientes com múltiplas comorbidades, a RT isolada (braquiterapia) pode ser uma opção Estádio IA2, IB1 e IB2: · Histerectomia radical com LNS/linfadenectomia pélvica · Colonização IA2 ou traquelectomia associada a LNS/linfadenectomia pélvica em pacientes com tumores até 2 cm, sem invasão linfovascular e que desejam preservar a fertilidade · To definitivo pode ser com RT externa seguida de braquiterapia (com ou se QT) CÂNCER DE ENDOMÉTRIO Epidemiologia: · Não está dentro dos mais comuns na população brasileira, mas os números estão crescentes · = 70% dos casos → países com IDH alto · Idade mediana ao dx: 62 anos (55-64 anos) · 75% acontece na pós menopausa · 85% > 50 anos e 5% < 40 anos · Dificilmente ocorre em mulheres mais jovens e, quando acontece, é de pior prognóstico Fatores de risco: · Mais em obesa, com síndrome metabólica (fenotípicas) → mais conversão periférica de androgênio · Hx familiar importante (genotípicas) · Mais comum em alterações fenotípicas do que genotípicas · HAS e DM · Nuliparidade · Ovário policístico · Uso de tamoxifeno · Hiperplasia atípica complexa · Síndrome de Lynch II Quadro clínico: · Sangramento vaginal na pós-menopausa (o principal dx é, na verdade, relacionado à disfunção hormonal, mas TEM que afastar Ca) · Sangramento anormal na pré-menopausa · Papanicolau anormal, com células atípicas · Outros sintomas para doença metastática Obs: não têm rastreamento → não precisa pedir US vaginal de rastreamento. Sangramento é um sintomas que já ajuda a identificar na fase inicial Adenocarcinoma: é de colo ou do endométrio? Cada imunohistoquímica Rastreamento: · Não há programas de rastreamento para Ca de endométrio na população geral · Não indicado USTV e biópsia endometrial de rotina para usuárias de tamoxifeno → apenas se apresentam os sangramentos · Sd de Lynch: USTV e amostragem endometrial anual, iniciando aos 30-35 anos (caso a parte) Estadiamento: · Dx: biópsia ou curetagem endometrial · Estadiamento: · É cirúrgico conforme FIGO · RNM ou TC abdome/pelve · CA-125: predizer metástases extrauterinas Tratamento: · A base é cirurgia · Histerectomia total · Salpingo-ooforectomia bilateral · Avaliação linfonodal e extrauterina · Omentectomia → seroso-papilífero/células claras/ carcinossarcomas · Lavado peritoneal (não altera estadiamento) · Via cirúrgica: laparotomia, vaginal e minimamente invasiva Doença localizada: · I de risco baixo → apenas cirurgia · I de risco intermediário ou intermediário-alto: braquiterapia · I de alto risco ou II: radioterapia · III ou IV A: QT carboplatina e paclitaxel (x6) Doença avançada: · QT baseada em carboplatina e paclitaxel · Avaliar receptores hormonais e HER-2 · Imunoterapia e terapia alvo em segunda linha CÂNCER DE OVÁRIO Epidemiologia: · Dificuldade, pois não tem um rastreamento consolidado e é geralmente identificado em estádios avançados · Sobrevida em 5 anos de 46,5% Fatores de risco: Aumentam o risco: · Idade mais velha · Nuliparidade · Menarca precoce · Menopausa tardia · Obesidade · Hx familiar positiva: parente de 1° grau com Ca ovário (2x mais) · Mutação BRCA-1 → 15-45% risco Ca ovário · Mutação BRCA-1 → 10-20% risco Ca ovário Diminuem o risco: · Múltiplas gestações · Amamentação · Contraceptivos orais · Laqueadura tubária Patologia: · 80-90% dos tumores epiteliais: carcinoma seroso de alto grau (70-80%), carcinoma endometrióide (10%), carcinoma de células claras (10%), carcinoma mucinoso (3%, baixa sensibilidade à QT), carcinoma seroso de baixo grau (< 5%, baixa sensibilidade à QT) · Outros tumores: 10% germinativos/estromais e 5-10% de peritônio/borderline Estadiamento: · TC ou Rx de tórax · RNM ou TC abdome total · Dosagem sérica de CA-125 (não é dx, é bom para prognóstico e acompanhamento)Obs: as metástase (do epiteliais) geralmente são para o peritônio → importante avaliar peritônio → melhor exame é a laparoscopia, mas não é o mais indicado, pois é feito a cada 3 meses, sendo usada a RNM Rastreamento e prevenção: · Seguimento com CA-125 e USTV não se mostram efetivos · Sem indicação de realização de exames de rastreamento · Mulheres com risco alto: referenciar para aconselhamento genético · Risco de Ca de ovário ao longo da vida: população 1,4% e Sd Lynch 10-12% · Cirurgia redutora de risco: · SOB entre 35 e 40 anos e após prole constituída · Mutação BRCA-2: avaliação de SOB entre 40-45 anos · Salpingectomia não é padrão · Rastreamento com imagem e CA-125 não é efetivo Apresentação clínica: · Quadro indolente · Dor abdominal · Perda ponderal · Aumento do volume abdominal · Massa pélvica ao exame físico Incidência de Ca de ovário em mulheres com massa pélvica em idosa é alta: 5-18% em pré-menopausa 30-60% em pós-menopausa Estadiamento cirúrgico/tratamento: · Cirurgia: preferencialmente por cirurgião especializado em cirurgia oncoginecologia · Avaliação do status da mutação do BRCA o mais precoce possível · Princípio da citorredução ótima · Histologia mucinosa: avaliar apendicectomia, investigação TGI · Não biopsia, pois pode disseminar para a cavidade, precisando ser necessário retirar o órgão · Tratamento é baseado em decisão multidisciplinar · Histerectomia · SOB (exceto se quer preservar fertilidade) · Comum fazer o tto sanduíche: QT, depois cirurgia e depois QT PRINCÍPIOS DO TTO: Obs: em algum momento, vai ser preciso tirar o ovário image8.png image3.png image9.png image1.png image7.png image4.png image5.png image2.png image6.png