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DIÁLISE: Indicações de diálise: · Acidose metabólica que não responde ao tratamento · Hipervolemia refratária ao tratamento · Calemia · Desnutrição energético/protéica que não responde ao tratamento Obs: não corrige e não altera função endócrina e nem síndrome urêmica Diálise = difusão, transferência de soluto de maior concentração para de menor concentração Hemodiálise: · É a terapia substitutiva mais realizada no mundo por questões financeiras · Mortalidade é igual · Quem escolhe a modalidade é a família e paciente · Feita idealmente por fístula AV (acesso vascular com alta fluxo sanguíneo → 2-3 mil mL/min), se romper fístula = morte. A fístula leva 40 dias no mínimo para começar a poder usar · Usa-se cateter de “urgência” até a fístula ficar pronta → pode ser tunelizado (diminui risco de infecção) ou direto pela pele · Local de punção do cateter é pela jugular D (preferencial, pois entra direto no AD), se não der, é pela E (femoral → subclávia) · Preferir acessos venosos pelo dorso da mão do que na fossa cubital (ao longo da vida) → isso melhora a resposta e o acesso da fístula à diálise, se um dia precisar · Necessita de altas doses de heparina para pacientes que fazem diálise, portanto ficam com alto risco de sangramento · É boa para eliminar molécula pequena, mas ruim para molécula maior ou ligada à proteína (não dialisável) · Para paciente com DM: não usar insulina imediatamente antes da diálise, pois insulina é uma molécula grande e glicose é pequena, fazendo hipoglicemia · Feito 3x/semana, 4h por sessão · Contraindicação: doença coronariana grave (alta chance de IAM, pois exige demais do coração) ou quando não tem acesso vascular (não consegue fazer a fístula, podendo fazendo diálise peritoneal ou transplante) Diálise peritoneal: · 6-7% dos pacientes · Cateter de silicone implantado dentro do abdome · Membrana peritoneal funciona como dialisador · É colocado líquido de diálise limpo na cavidade abdominal · Solução pode ter glicose ou amido de milho (reduz resistência à insulina) · Tratamento é domiciliar, normalmente durante a noite (dormindo) · Cateter de Tenckhoff (é longo) · Troca a cada 6 meses para evitar infecção · Pode ser manual (4 trocas por dia) ou automatizada (a noite para dormir) · Para tirar potássio rápido, a hemodiálise é melhor, mas a longo prazo é menor a diálise peritoneal → IECA e BRA não muda K na diálise Complicações: · Cateter é corpo estranho · Pode fazer hemoperitônio (especialmente em paciente em menstruação), mas não infecção · Deslocamento da posição do cateter · Peritonite: alto risco de mortalidade TRANSPLANTE RENAL: Doador cadáver: deve ter morte encefálica documentada, com angio TC ou doppler · Tempo de retirada: até 30h após PC · Tempo de transplante: até 48hrs · Tipagem sanguínea: RH não importa Doador vivo: · Principal fator para paciente ter reatividade alta ao transplante → transfusão sanguínea · Gestação e transplante prévio também pode ter maior risco de sensibilização Grande indicação: DRC com TFG < 90 e uremia sintomática Causas DRC: HAS, DM, glomerulonefrite crônica, pielonefrite crônica Tratamento da DRC: · Terapia renal substitutiva (TRS): hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal · Transplante renal garante: sobrevida, liberdade, comer e beber, retornar ao trabalho, recupera função hormonal do rim, taxa de funcionamento do enxerto e custo (-1 ano de diálise paga o transplante) Indicações: · Disfunção renal crônica: · Diálise (HD/DP) · Pré-diálise (pré-emptivo) - paciente que não começou a diálise, mas é elegível (conseguiu doador antes da diálise) · Clearance creatinina ≤ 20 mL/min/1,73m² · < 70 anos · Expectativa de vida > 5 anos Vantagens: · Melhor custo/benefício · Melhor qualidade de vida · Menor morbidade · Menor mortalidade Desvantagens: · Sucesso do tx renal não pode ser previsto com absoluta segurança · Risco operatório · Possíveis complicações, principalmente através do tratamento imunossupressor · Chance de perda do órgão por rejeição A lista de espera continua crescendo, enquanto o número efetivo de transplantes permanece igual Contraindicações: Absolutas: · Tumores malignos pelo menos após 2 anos de cura · Infecções ativas (TB, HIV, hepatite B/C) · Insuficiência hepática · Não preenchimento das condições legais Relativas: · Doenças crônicas: DPOC, cardiopatia, vascular · Usuário de drogas · Obesidade mórbida · Desnutrição severa · Anomalias urológicas · Doenças neuropsiquiátricas Seleção do doador: Doador vivo: · Relacionado: parede diretos até 4° grau → não há necessidade de autorização judicial ou de cônjuge · Não relacionado: cônjuge · Outros: necessita de autorização judicial para evitar tráfico de órgãos · Vantagens: < taxa de NTA (necrose tubular aguda, < TIF (tempo de isquemia fria), < rejeição (compatibilidade maior na maioria das vezes), cirurgia eletiva e maior índice de sucesso Doador falecido: · Dx de morte encefálica + autorização da família · Avaliar sempre sistema ABO e HLA (histocompatibilidade) Técnica operatória: Nefrectomia do doador vivo: · Lobotomia clássica · Laparoscópica: mais utilizada, diminui morbidade do doador · Nefrectomia aberta: dor, flacidez muscular da região lombar, pode evoluir para hérnia · Nx doador laparoscópica: · Mesmas indicações do transplante pela técnica convencional · Rim ideal para doação: rim Esquerdo (veia renal mais longa, facilitando o implante e diminuindo o risco de trombose), rim de artéria única e/ou de paciente magro · Regra: melhor rim permanece com o doador. Avaliar: Tamanho, anatomia vascular · Mulher em idade fértil: retirada do rim direito é preferencial, pois é o que tem mais chance de pielonefrite e hidronefrose na gestação · Ver doenças associadas Preparo do órgão: · Retirada rins em bloco com a aorta (DC) e cava, quando possível (doador morto) · TIQ (tempo de isquemia quente): clamp na artéria renal até o início da perfusão com a solução de preservação resfriada, ideal menor que 10 minutos · TIF (tempo de isquemia fria): desde perfusão até implante → 1h a 1:30. No doador falecido o tempo é muito → maior 18-20h · Possibilidades de conservação: · Solução - de preservação, com eletrólitos -> a 4°C · Máquina de reperfusão · Rim direito na fossa ilíaca esquerda e vice-versa, devido ao posicionamento do pedículo (artéria, veia e ureter) · Perfusão pela artéria, por 10 minutos Técnica cirúrgica: implante renal · Não necessita retirar rim nativo para receber o implante (deixa os dois), a não ser que seja policístico muito grande, paciente com refluxo vesicoureteral ou infecção · Rim é colocado na fossa ilíaca contralateral: para facilitar anastomose de vasos e ureteres · Anastomose vasculares: veia renal (veia ilíaca externa) e artéria renal (artéria ilíaca) · Anastomose urinária: ureter → bexiga (com técnica anti-refluxo) - gregoalite, fechamento da musculatura por cima do ureter para evitar refluxo · Técnicas de anastomose: término lateral ou término terminal · Rim fica túrgido → sinal de boa perfusão · De doador falecido, pode levar 1-2 dias a 1 semana para voltar a urinar Complicações clínicas: · Rejeição: hiperaguda/aguda/crônica · Infecção urinária · Necrose tubular aguda (NTA): doador vivo em 5% e doador falecido em 20-60% · HAS Complicações cirúrgicas: · Linfocele 10%: coleção de líquido, precisa drenar para não comprimir o rim · Fístula urinária 6% · Obstrução urinária 8,5% · Estenose artéria renal 2-10% · Trombose da artéria renal < 1% · Trombose venosa renal 0,3% · Hemorragia Sobrevida diálise x tx renal: · Sobrevida de transplante é muito melhor · Diálise tem menor sobrevida Sobrevida de enxerto: meia vida de aloenxerto Doador vivo relacionado: 13.6 anos Doador falecido: 8.9 anos (70-80% 5 anos) Doador não relacionado: 11.9 anos (91% 5 anos)