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Literatura Infantil Universal Aula 03: Relação da Literatura Infantil com a Ludicidade e a Interdisciplinaridade Tópico 02: O Trabalho Interdisciplinar VERSÃO TEXTUAL Para a criança, há todo um mundo desconhecido e confuso, em certos momentos, para ser conhecido. É preciso, pois, dentro desse aprendizado, que haja um saudável desenvolvimento das habilidades infantis. É nessa importante fase da vida (a infância) que o indivíduo começa a se desenvolver e formar relações, pensamentos que, de muitas formas, levará pelo resto da vida. Para Erick Erickson, é nessa fase, também, que a parte essencial da identidade é formada. Se sentirá orgulho ou vergonha de si mesma, se será curiosa e indagadora ou medrosa e retraída são exemplos de questões de identidade que se formam nesse período, segundo o Autor. Em seu primeiro contato com a literatura, faz-se necessário que haja um estímulo para aguçar a curiosidade infantil a fim de que a criança construa seu universo imaginário. Nesse sentido, tomemos por referência a teoria das inteligências múltiplas, de Gardner, onde o Autor desenvolve domínios interligados para compreensão dos saberes. A contação de história, aqui sugerida, pode proporcionar a aproximação ideal entre criança e leitura, funcionando como “espinha dorsal” para a possibilidade de articulação dos diversos saberes. A inteligência linguística é a primeira a ser despertada no ato da contação de história, pois é a partir da linguagem que o texto será contado e é, também, a partir da interpretação do ouvinte que a narrativa será compreendida. Desperta-se, então, na criança, o interesse pela leitura, pela literatura e por toda gama de conhecimentos por elas transmitidos. É a partir daí, dessa sedução que a linguagem literária gera que a criança terá interesse e disposição para adentrar em um mundo novo. As inteligências intrapessoal e interpessoal são despertadas a partir da interpretação, da interação com a história, com seus personagens e com as reflexões por eles causadas. A criança, pois, pode compreender o outro e a si mesma dentro das situações trabalhadas e analisadas no texto. A contação de história pode se dar a outros tantos objetivos. Nesse aspecto, a abordagem do contador e a natureza da história podem levar ao desenvolvimento de diversas inteligências. Vejamos: Inteligência 01 Inteligência naturalista: quando trabalha a consciência ambiental, a relação com a natureza, ou quando incita, de forma direta ou indireta, a interação com o meio-ambiente. Inteligência 02 Inteligência corporal-cinestésica: quando há incentivo para o movimento e para a atenção aos sentidos, podendo trabalhar, entre outros aspectos, a parte física/motora (quando o contador pede que os ouvintes usem o corpo de alguma 27