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SAÚDE PÚBLICA Profa. Ms. Karen N. Chinoca Ziza • Conjunto de medidas executadas pelo Estado para garantir o bem-estar físico, mental e social da população. • Coordenada pela Organização Mundial de Saúde – OMS, composta atualmente por 194 países. • Agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas) que trabalha lado a lado com o governo dos países para aprimorar a prevenção e o tratamento de doenças, além de melhorar a qualidade do ar, da água e da comida. SAÚDE PÚBLICA No Brasil, a saúde pública está prevista na Constituição Federal como um dever do Estado (artigo 196) e como um direito social (artigo 6º), ou seja, um direito que deve ser garantido de forma homogênea aos indivíduos a fim de assegurar o exercício de direitos fundamentais. SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL • Entre 1500 e o primeiro reinado tínhamos um país colonizado basicamente por degredados e aventureiros e não dispunhamos de nenhum modelo de atenção à saúde da população e nem mesmo o interesse, por parte do governo colonizador (Portugal), em criá-lo. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Do Brasil colonial à Reforma Sanitária e Criação do Sistema Único de Saúde... A atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e àqueles que, por conhecimentos empíricos (curandeiros), desenvolviam as suas habilidades na arte de curar. Na época, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam à população, como a varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste, gerando sérias consequências tanto para saúde coletiva quanto para outros setores como o do comércio exterior, os navios estrangeiros não mais queriam atracar no porto do Rio de Janeiro em função da situação sanitária existente na cidade. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL A carência de médicos no Brasil Colônia e no Brasil Império era enorme. No Rio de Janeiro, em 1789, só havia quatro médicos exercendo a profissão. Em outros estados brasileiros eram mesmo inexistentes. Rodrigues Alves então presidente do Brasil • Nomeou o médico sanitarista Oswaldo Cruz como Diretor Geral de Saúde pública. • Dr. Cruz: propôs a erradicar a epidemia de febre- amarela na cidade do Rio de Janeiro. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Em 1808, Dom João VI fundou o Colégio Medico-Cirurgico no Real Hospital Militar, na cidade de Salvador. No mês de novembro do mesmo ano foi criada a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro, anexa ao real Hospital Militar. Início da República (1889) até 1930... •Foi criado um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. • A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guardas-sanitários” causam revolta na população HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Combatendo a Varíola • A vacina anti-varíola passou a ser obrigatória. • Brigadas de saúde pública podiam entrar nas casas e vacinar à força. • Muitos médicos descrentes da eficácia da vacina. • Medo da vacina atuar na propagação da doença. • Adeptos do positivismo, tendo por princípio filosófico, “o Estado não tem o direito de interferir na decisão individual de vacinar-se ou não”. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL População ficou revoltada com a obrigatoriedade da vacina, este fato fez com que Oswaldo Cruz fosse afastado do cargo. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Osvaldo Cruz foi pioneiro em ações de saúde pública. • Ele introduziu o registro demográfico, que permitiu conhecer a composição e os fatos vitais de importância da população. • Criou o laboratório como auxiliar do diagnóstico etiológico • E propôs a fabricação organizada de produtos profiláticos para uso em massa. Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestruturou o Departamento Nacional de Saúde, então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu a propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL 1923 - Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP), visando garantir pensão em caso de algum acidente ou afastamento do trabalho por doença e uma futura aposentadoria. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL • 1965 - Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), concessão e da manutenção de benefícios aos empregados e empregadores urbanos e rurais e a seus dependentes. • Esses benefícios consistiam em aposentadorias (por invalidez, velhice ou tempo de serviço), pensões, auxílios (natalidade, doença, funeral etc.), abonos, pecúlios, salários-família, salários-maternidade e seguros por acidente de trabalho. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL • 1977 - Criação do SINPAS e do INAMPS. • Sistema Nacional de Assistência e Previdência Social (SINPAS), e, dentro dele, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que passa a ser o grande órgão governamental prestador da assistência médica – basicamente à custa de compra de serviços médico-hospitalares e especializados do setor privado. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL • 1986 - VIII Conferência Nacional de Saúde Após o fim da ditadura militar iniciada em 1964, consagrou uma concepção ampliada de saúde e o princípio da saúde como direito universal e como dever do Estado; princípios estes que seriam plenamente incorporados na Constituição de 1988. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL • 1988 - Constituição Cidadã “Direito de todos e dever do Estado” As necessidades individuais e coletivas são consideradas de interesse público e o atendimento um dever do Estado; a assistência médico-sanitária integral passa a ter caráter universal e destina-se a assegurar a todos o acesso aos serviços; estes serviços devem ser hierarquizados segundo parâmetros técnicos e a sua gestão deve ser descentralizada. HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL HISTÓRICO DAS CONFERÊNCIAS E DECLARAÇÕES EM POLÍTICAS DE SAÚDE Principais conferências, plataformas e declarações internacionais de saúde. • Cidade Alma-Ata - República do Cazaquistão (1978) • Declaração de Alma-Ata: Os governos são responsáveis pela saúde de seus povos que deve ser realizada mediante adequadas medidas sanitárias e sociais. Cuidados primários de saúde são essenciais e baseados em: métodos e tecnologias I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde • Ottawa, Canadá (1986) • Carta de Otawa • Pré-requisitos para a saúde: paz; educação; moradia; alimentação e nutrição; desenvolvimento da criança saudável; renda e posição social/emprego e condições de trabalho; equidade de gênero; ecossistema estável e urbanização; justiça social; redes de apoio social; hábitos pessoais e aptidões de adaptação; serviços de saúde em quantidade e qualidade; cultura e etnia. 1990 - Criação do SUS. A Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) se deu através da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes”. CONFERÊNCIA NO BRASIL SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS O SUS é a expressão do esforço do nosso país (BRASIL) para garantir o acesso universal de todos seus cidadãos aos cuidados em saúde, para que tenham uma vida mais longa com qualidade, produtiva e feliz. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS QUAL O CONCEITO DE EQUIDADE? PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Hierarquização: ações e serviços prestados pelo SUS, desenvolvido em três níveis e atenção: atenção básica, média complexidade e alta complexidade. PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Regionalização PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida, com integração entre os diferentesserviços, possibilitando a resolutividade do cuidado, ou seja, responsabilizando-se pela solução dos problemas de saúde da população de seu território específico. As responsabilidades pelas ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo: • Federal • Estadual • Municipal • Aos municípios cabe a maior responsabilidade na promoção das ações de saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos. PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Descentralização • Garantia constitucional de que a população, por meio de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o local até o federal. • Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação partidária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviço. • Participação nas Conferências de Saúde periódicas, para definir prioridades em saúde. PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Participação Popular ORGANOGRAMA DO SUS DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES NO SUS – QUEM CUIDA DO QUÊ? • A relação entre a União, estados e municípios não possui uma hierarquização. • Os entes federados negociam e entram em acordo sobre ações, serviços, organização do atendimento e outras relações dentro do sistema público de saúde - pactuação intergestores. UNIÃO – MINISTÉRIO DA SAÚDE ESTADUAL – SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - SP MUNICIPAL – SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - SP • Não. • A maior parte deles não tem condições de ofertar na integralidade os serviços de saúde. • Para que o sistema funcione, é necessário que haja uma estratégia regional de atendimento (parceria entre estado e municípios) para corrigir essas distorções de acesso. OS MUNICÍPIOS, DEVEM TER TODOS OS SERVIÇOS DE SAÚDE? • Todos os estados e municípios devem ter conselhos de saúde compostos por representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços, dos gestores e dos profissionais de saúde. • Os conselhos são fiscais da aplicação dos recursos públicos em saúde. • Descentralização: Processo de transferência de responsabilidades de gestão para o município, conforme determinações constitucionais e legais do SUS. INFORMAÇÕES BÁSICAS DO SUS ÓRGÃOS DELIBERATIVOS ENTIDADES REPRESENTATIVAS • A União é o principal financiador da saúde pública no país. • Historicamente, metade dos gastos é feita pelo governo federal, a outra metade fica por conta dos estados e municípios. • A União formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por seus parceiros (estados, municípios, ONGs e iniciativa privada). FINANCIAMENTO DO SUS • Em setembro de 2000, foi editada a Emenda Constitucional nº 29*. • O texto assegura a co-participação da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios no financiamento das ações e serviços de saúde pública. • A nova legislação estabeleceu limites mínimos de aplicação em saúde para cada unidade federativa. *Estabeleceu os gastos mínimos em saúde dos governos federal (corrigidos pela variação nominal do PIB), estadual (12% de suas receitas) e municipal (15% de suas receitas). LEI QUE DEFINE OS RECURSOS PARA A SAÚDE • Impostos Estaduais: ICMS, IPVA e ITCMD (sobre herança e doações). • São elas: 25% do ICMS, 50% do IPVA e 25% do IPIExportação. • Impostos Municipais: ISS, IPTU, ITBI (sobre transmissão de bens imóveis). • Outras Receitas Correntes: receita da dívida ativa de impostos, multas, juros e correção monetária de impostos. *Fiscalizados pelos conselhos de saúde RECEITAS DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS FINANCIAMENTO DO SUS FINANCIAMENTO DO SUS • Preferencialmente a atenção básica (postos de saúde, centros de saúde, unidades de Saúde da Família, etc.). • A partir desse primeiro atendimento, o cidadão será encaminhado para os outros serviços de maior complexidade da saúde pública (hospitais e clínicas especializadas). PORTA DE ENTRADA NO SUS Unidade básica de Saúde (UBS) Referencialização ESTRUTURA DO SUS EM SP • Medicamentos básicos: adquiridos pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, dependendo do pacto feito na região. • Medicamentos estratégicos (Ministério da Saúde): insulina humana, medicamentos incluídos em programas específicos tais como Saúde da Mulher, Tabagismo e Alimentação e Nutrição. • Medicamentos excepcionais: considerados de alto custo ou para tratamento continuado tais como pós-transplantados, síndromes e insuficiência renal crônica). São comprados pelas secretarias de saúde e o ressarcimento é realizado mediante comprovação de entrega ao paciente. MEDICAMENTOS FORNECIDOS PELO SUS • O governo federal repassa 80% do valor dos medicamentos excepcionais, dependendo dos preços conseguidos pelas secretarias de saúde nos processos licitatórios. • Os medicamentos para DST/Aids são comprados pelo Ministério da Saúde e distribuídos para as secretarias de saúde. MEDICAMENTOS FORNECIDOS PELO SUS • Abrange todas as etapas do abastecimento de medicamentos, do atendimento ambulatorial/hospitalar ao fornecimento dos remédios para tratamento prescrito por médico responsável. • A compra dos medicamentos básicos é descentralizada para as secretarias estaduais e municipais de saúde. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA QUESTÃO Quais os princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS). Assinale a alternativa correta: a) Descentralização, regionalização e participação popular b) Universalidade, integralidade e equidade c) Participação popular, integralidade e equidade d) Participação financeira da união, estados e municípios e) Hierarquização, universalidade e integralidade dos serviços Slide 1: SAÚDE PÚBLICA Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20: SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26: Regionalização Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44: Slide 45 Slide 46: Slide 47 Slide 48: QUESTÃO