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CASO 48 Um menino de oito anos é levado a um neurologista, por recomendação do aler gologista. Seus pais queixam que seu filho está constantemente pigarreando, tentando limpar a garganta, tossindo, e frequentemente apresenta movimen tos repetitivos da mão e uma postura distônica do pescoço. Esses sintomas iniciaram há cerca de um ano. A criança apresenta um hábito socialmente perturbador, tocando de modo constante sua região genital e, recentemente, apresenta dificuldade em prestar atenção na escola. A criança nasceu de parto normal e apresentou um desenvolvimento normal, sem doenças recentes. A criança sofria de terror noturno quando tinha quatro anos e, às vezes, ainda apresenta sonambulismo. A história familiar informa que seu irmão mais velho é portador do transtorno de déficit de atenção (TDA). Ao exame, o paciente se apresenta como um menino quieto e cooperativo, sem desconforto aparente. Ele admite o comportamento relatado e o desejo de limpar a garganta, que ele não é capaz de suprimir. Ao ser lembrado do comportamento, o paciente co meça a manifestálo, apesar de haver uma tentativa de controlálo. O paciente apresenta movimentos involuntários repetitivos e estereotipados da mão e do ombro, assim como uma torção do pescoço. O paciente afirma que está ciente desses movimentos, e que pode controlálos por um período curto com tensão crescente, o que resulta em uma liberação inevitável, com um comportamento exagerado. A criança manifesta uma profunda compreensão de seu comporta mento e parece ser muito inteligente e motivada. O paciente está envergonhado por seu hábito de tocar os genitais, mas não consegue resistir ao desejo e tentar encobrilo, ajeitando suas roupas. Qual é o diagnóstico mais provável? Qual é o próximo passo diagnóstico? Qual é o próximo passo terapêutico? Toy - Neurologia.indd 403 21/8/2013 15:20:57