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Medicamentos de A a Z Enfermagem_u-72

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Medicamentos de A a Z: enfermagem 77
tendem a obter resultados mais satisfatórios, sendo que os enfermeiros têm 
um papel importante nas intervenções de orientação, promovendo educação 
em saúde e facilitando a adesão ao tratamento.
No tratamento de enfermidades agudas, as taxas de adesão parecem ser 
maiores e variam de acordo com o tempo de tratamento. Nos tratamentos 
com duração maior que 7 dias, o comportamento não aderente parece es-
tar mais presente, com o paciente tendendo a alterar o regime da dose e 
ajustando a administração dos medicamentos aos seus horários. Esse com-
portamento pode resultar na diminuição do número de tomadas ao dia e, 
até mesmo, na supressão de algum medicamento quando da utilização de 
vários. Assim como as intervenções para doenças crônicas, nos tratamentos 
agudos as intervenções isoladas não são tão efetivas quanto as abordagens 
que combinam múltiplas estratégias, orientadas pelas necessidades e pre-
ferências dos pacientes.
PrOMOçãO dA AdESãO
Uma revisão da Cochrane sobre “Intervenções para aumentar a adesão 
ao tratamento” concluiu que o aumento da adesão tem um maior impac-
to no desfecho clínico no tratamento (Haynes e colaboradores, 2008). 
Considerando uma prescrição adequada, a não adesão pode representar 
uma perda não apenas para o paciente, mas também para o sistema de 
saúde e para a sociedade. Além disso, pode limitar os benefícios dos medi-
camentos, resultando na falta da melhora ou na deterioração da saúde, com 
um custo tanto pessoal, quanto econômico.
Existem muitas causas para a não adesão, mas podem ‑se identificar duas 
categorias: intencional e sem intenção. A não adesão não intencional ocorre 
quando o paciente quer seguir o tratamento acordado, mas não o faz devi-
do a barreiras que estão fora do seu controle. Já a não adesão intencional 
caracteriza -se quando o paciente deliberadamente decide não utilizar os re-
cursos terapêuticos, o que pode ter origem em múltiplos fatores, como os já 
abordados. No entanto, uma boa comunicação entre profissionais e pacientes 
é essencial, levando em conta as necessidades e preferências individuais.
Estratégias para promover a adesão
n	Adaptar o seu estilo de atendimento às necessidades de cada paciente. 
Assim, todos têm a oportunidade de se envolver na decisão sobre o uso 
de medicamentos.
n	Estabelecer a forma mais efetiva de se comunicar com cada paciente e, se 
necessário, considerar formas de acessar a informação e o entendimento, 
como a utilização de figuras, símbolos e linguagem acessível.
n	Aceitar que o paciente tem o direito de decidir não usar um medicamento, 
mesmo se o profissional não concordar com a decisão. No entanto, é 
importante registrar isso, além da informação prestada ao paciente sobre 
os riscos e benefícios.

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