Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Cálculo IV – AD2 – Tutor x y z C 1 1 1 2 Fig. 1: Curva C. Questão 1 [2,0 pontos] Calcule ∫ C ~F · d~r, se ~F (x, y, z) = (xy, yz, xz) e C é a interseção das superf́ıcies x2 + y2 = 1 e x + y + z = 1 percorrida no sentido anti-horário quando vista de cima. Solução: O esboço de C é mostrado na Figura 1. Em primeiro lugar, devemos parametrizar a curva C: C : x2 + y2 = 1 x+ y + z = 1 =⇒ x = cos t y = sen t z = 1− cos t− sen t t ∈ [0, 2π]. Assim, obtemos dx = − sen t dt, dy = cos t dt, dz = (sen t− cos t) dt. Em seguida, calculemos a integral∮ C ~F · d~r = ∮ C xy dx+ yz dy + xz dz = ∫ 2π 0 cos t sen t(− sen t)dt+ sen t(1− cos t− sen t) cos t dt + cos t(1− cos t− sen t)(sen t− cos t)dt = ∫ 2π 0 (−3 sen2 t cos t+ 2 sen t cos t− cos2 t sen t− cos2 t+ cos3 t)dt = [ − sen3 t+ sen2 t+ cos3 t 3 − 1 2 ( t+ sen 2t 2 ) + sen t− sen3 t 3 ]2π 0 = −π. Ou seja, ∮ C ~F · d~r = −π. Questão 2 [3,0 pontos] Determine a integral do campo vetorial ~F (x, y) = (−y + x x2 + y2 , x+ y x2 + y2 ) , (x, y) ∈ U = R2 − {(0, 0)}, sobre os caminhos fechados Ci, i = 1, 2, 3, orientados no sentido anti-horário. (a) [1,5 ponto] C1: o ćırculo de centro (0, 0) e raio a. (b) [1,0 ponto] C2: o triângulo de vértices (4,−2), (0, 2) e (−4,−2). (c) [0,5 ponto] C3: o ćırculo (x− 2)2 + y2 = 1. Sugestão: expresse ~F = ~G+ ~H, onde ~G(x, y) = ( −y x2+y2 , x x2+y2 ) e ~H(x, y) = ( x x2+y2 , y x2+y2 ) , para (x, y) ∈ U . Cálculo IV – AD2 AD1 – Tutor 2 Solução: Se ~F = ~G+ ~H, então � C ~F · d~r = � C ~G · d~r + � C ~H · d~r. Observemos que ~H = ∇ϕ, onde ϕ(x, y) = 1 2 ln(x2 + y2) em U . Logo, � C ~H · d~r = � C ∇ϕ · d~r = 0, qualquer que seja o caminho fechado C. Portanto, substituindo acima, obtemos� Ci ~F · d~r = � Ci ~G · d~r, i = 1, 2, 3, (1) com ~G(x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) = ( −y x2 + y2 , x x2 + y2 ) em U . Temos ∂Q ∂x = −x2 + y2 (x2 + y2)2 = ∂P ∂y , donde ∂Q ∂x − ∂P ∂y = 0 em U . (a) x y C1 a Fig. 2: Curva C1. Como ~G não é diferenciável em (0, 0), então não podemos aplicar o Teorema de Green na região delimitada por C1 : x2 + y2 = a2. Sendo assim, utilizamos a definição de integral de linha de um campo vetorial. Então, parametrizemos C1: C1 : x = a cos t, y = a sen t, 0 ≤ t ≤ 2π. Donde, dx = −a sen t dt, dy = a cos t dt. Logo,� C1 ~G · d~r = ∫ 2π 0 −a sen t a2 (−a sen t) dt+ a cos t a2 (a cos t) dt = ∫ 2π 0 (sen2 t+ cos2 t) dt = 2π. Portanto, de (1) obtemos: � C1 ~F · d~r = 2π. (b) x y C1 C2 D 1 2 −2 4−4 Fig. 3: Curvas C1 e C2 limitando D. Também aqui, não podemos aplicar o teorema de Green, pois a região delimitada por C2 contém (0, 0). Então, consideremos o ćırculo C1 de cen- tro (0, 0) e raio 1, orientado no sentido horário e seja D a região limitada por C1 e C2. Como D não contém (0, 0) e ∂D = C1 ∪C2 está orientada positivamente, então podemos aplicar o Teorema de Green em D:� C2 ~G · d~r + C1 ~G · d~r = ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dx dy = ∫∫ D 0 dx dy = 0. Assim, pelo item (a), � C2 ~G · d~r = � C1 ~G · d~r = 2π. Dessa maneira, de (1), temos: � C2 ~F · d~r = 2π. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV – AD2 AD1 – Tutor 3 (c) x y C3 D 1 2 3 Fig. 4: Curva C3 limitando D. Como a região D delimitada por C3 não contém (0, 0), então podemos aplicar nela o Teorema de Green. Temos, então� C3 ~G · d~r = ∫∫ D ( ∂Q ∂x − ∂P ∂y ) dx dy = 0. Por conseguinte, de (1) temos:� C3 ~F · d~r = 0. Questão 3 [3,0 pontos] Considere a integral I = ∫ C xrm y dx− x2rm y2 dy, x > 0, y > 0 onde m é uma constante e x2 + y2 = r2. (a) [1,5 ponto] Calcule m de modo que a integral I seja independente da curva C. (b) [1,5 ponto Seja m como no item anterior e considere uma curva C qualquer que começa em (3, 2) e termina em (1, 1). Calcule a integral I ao longo de C. Sugestão: prove que ∂r ∂x = x r , ∂r ∂y = y r , ∂rm ∂x = mxrm−2, ∂rm ∂y = myrm−2. Solução: (a) Seja o campo ~F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) = ( xrm y , −x2rm y2 ) , (x, y) ∈ U = {(x, y) ∈ R2 ; x > 0, y > 0}. Derivando x2 + y2 = r2 em relação a x e y, obtemos: 2x = 2r ∂r ∂x donde ∂r ∂x = x r , 2y = 2r ∂r ∂y donde ∂r ∂y = y r . Assim, ∂rm ∂x = mrm−1 ∂r ∂x = mrm−1x r = mxrm−2, ∂rm ∂y = mrm−1 ∂r ∂y = mrm−1 y r = myrm−2. Portanto, ∂Q ∂x = − 1 y2 (2xrm + x2mxrm−2) = − 1 y2 (2xrm + x3mrm−2) = xrm−2 y2 (−2r2 −mx2) ∂P ∂y = 1 y2 ( xy ∂rm ∂y − xrm ) = 1 y2 (xymyrm−2 − xrm) = 1 y2 (mxy2rm−2 − xrm) = xrm−2 y2 (my2 − r2). Como U é um conjunto simplesmente conexo, então pela teoria, temos que: I é independente de C ⇐⇒ ∂Q ∂x = ∂P ∂y ⇐⇒ −2r2 −mx2 = my2 − r2 ⇐⇒ −r2 = m(x2 + y2)⇐⇒ m = −1, pois r2 = x2 + y2. (b) m = −1 =⇒ ~F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) = ( x y √ x2 + y2 , −x2 y2 √ x2 + y2 ) , (x, y) ∈ U . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV – AD2 AD1 – Tutor 4 Como U é um conjunto simplesmente conexo e I é independente de C, então pelo Teorema das Equivalências, segue que ~F é conservativo, ou seja, ~F admite uma função potencial ϕ(x, y): ∂ϕ ∂x = P (x, y) = x y √ x2 + y2 (1) ∂ϕ ∂y = Q(x, y) = −x2 y √ x2 + y2 (2) Integrando (1) em relação a x, obtemos: ϕ(x, y) = 1 y ∫ (x2 + y2)−1/2x dx = 1 2y ∫ (x2 + y2)−1/2(2x) dx = 1 2y 2(x2 + y2)1/2 + f(y) = (x2 + y2)1/2 y + f(y) (3) Derivando (3) em relação a y e comparando com (2), encontramos:( 1 2(x2 + y2)−1/2 · 2y ) y − (x2 + y2)1/2 y2 + f ′(y) = −x2 y2 √ x2 + y2 =⇒ (x2 + y2)−1/2(y2 − x2 − y2) y2 + f ′(y) = −x2 y2 √ x2 + y2 =⇒ f ′(y) = 0 =⇒ f(y) = C (constante). Logo, ϕ(x, y) = √ x2 + y2 y + C, (x, y) ∈ U . Consequentemente, I = ϕ(1, 1)− ϕ(3, 2) = √ 2− √ 13 2 . Questão 4 [2,0 pontos] Seja S a superf́ıcie x2 + y2 + z2 = 4, z ≥ 1. (a) [0,5 ponto] Parametrize S utilizando as coordenadas esféricas. (b) [0,5 ponto] Calcule a área de S. (c) [0,5 ponto] Calcule a integral de f(x, y, z) = z(x2 + y2) sobre S. (d) [0,5 ponto] Calcule a integral de f(x, y, z) = x2 + y2 + (z − 2)2 sobre S. x y z S 1 2 φo √ 3 √ 3 tanφo = √ 3 1 =⇒ φo = π 3 Fig. 5: Superf́ıcie S. Solução: (a) O esboço de S é mostrado na Figura 5. Utilizando as coordenadas esféricas φ e θ para parametri- zar S, temos: S : ~r(φ, θ) = (2 senφ cos θ , 2 senφ sen θ , 2 cosφ) (φ, θ) ∈ D : 0 ≤ φ ≤ π/3 , 0 ≤ θ ≤ 2π. (b) Da teoria, temos que dS = ‖~rφ × ~rθ‖ dφ dθ, onde ‖~rφ × ~rθ‖ = 4 senφ. Donde, dS = 4 senφ dφ dθ. Como A(S) = ∫∫ S dS, então A(S) = ∫∫ D 4 senφ dφ dθ = 4 ∫ π/3 0 senφ ∫ 2π 0 dθ dφ = 8π [ − cosφ ]π/3 0 = 8π(1− 1/2) = 4π. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV – AD2 AD1 – Tutor 5 Ou seja, A(S) = 4π u.a. (c) Temos∫∫ S f(x, y, z) dS = ∫∫ S z(x2 + y2) dS = ∫∫ D 2 cosφ(4 sen2 φ)4 senφ dφ dθ = 32 ∫ π/3 0 cosφ sen3 φ ∫ 2π 0 dθ dφ = 64π [ sen4 φ 4 ]π/3 0 = 16π ( √ 3 2 )4 = 9π. (d) Temos∫∫ S f(x, y, z) dS = ∫∫ S (x2 + y2 + (z − 2)2) dS = ∫∫ S (x2 + y2 + z2 − 4z + 4) dS = ∫∫ S (8− 4z) dS = 8A(S)− 4 ∫ π/3 0 ∫ 2π 0 (2 cosφ · 4 senφ) dφ dθ = 8(4π)− 32 ∫ π/3 0 cosφ senφ ∫ 2π 0 dθ dφ = 32π − 64π [ sen2 φ 2 ]π/3 0 = 32π − 32π ( √ 3 2 )2 = 32π ( 1− 3 4 ) = 32π 4 = 8π. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ