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Liderança E-liderança: como gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Ricardo Freitas da Silva (Conteudista) Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Sumário Módulo 1 – Autoconhecimento .............................................................................. 5 Unidade 1 – E-liderança: o que sabemos e para onde vamos ........................ 5 1.2 – Os principais marcos ....................................................................................... 7 Referências ............................................................................................................... 11 Unidade 2 – O dilema do cavaleiro .................................................................. 12 2.1 – Líder e gerente: quem é quem ..................................................................... 12 2.2 Funções gerenciais: quem é o responsável................................................... 13 Referências ............................................................................................................... 14 Unidade 3 – Teletrabalho e liderança .............................................................. 15 3.1 – Teletrabalho: cilada ou oportunidade? ....................................................... 15 3.2 – Me manda um áudio ..................................................................................... 16 Referências ............................................................................................................... 18 Unidade 4 – O espelho de Ojesed .................................................................... 19 4.1 – O espelho de Ojesed e a liderança .............................................................. 19 4.2 – O que diz a IN 21/2021 e a competência de liderança ............................. 19 Unidade 5 – Diagnóstico e competência ......................................................... 21 5.1 – O que são os diagnósticos de competências? ........................................... 21 Módulo 2 – O relacionamento entre líder e liderados .......................................22 Unidade 1 – Planejar: liderança, missão e valores ........................................ 22 1.1 – As competências de liderança ...................................................................... 22 1.2 – Valorizando a missão e a visão institucional .............................................. 23 1.3 – Liderança, missão e visão institucional: elementos do planejamento ... 23 Referências ............................................................................................................... 25 Unidade 2 – Fortalecendo o vínculo de confiança ......................................... 26 2.1 – Os princípios no relacionamento entre líder e liderado .......................... 26 2.2 – Exemplo prático ............................................................................................ 27 Referências ............................................................................................................... 29 Unidade 3 – O castelo do silêncio .................................................................... 30 3.1 – Método GROW ................................................................................................ 30 Referências ............................................................................................................... 32 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo 3 – O relacionamento entre líder e equipe ...........................................33 Unidade 1 – Do planejamento ao “fazimento” ............................................... 33 3.1 – Liderança e cultura organizacional .............................................................. 33 Unidade 2 – Os princípios no relacionamento entre líder e equipe ............ 35 2.1 – Os princípios no relacionamento entre líder e equipe ............................. 35 2.2 – Exemplo prático .............................................................................................. 35 Referências ............................................................................................................... 37 Unidade 3 – O castelo do conhecimento ........................................................ 38 3.1 – Método GROW ................................................................................................ 38 Referências ...............................................................................................................40 Módulo 4 – O relacionamento entre líder e outras equipes .............................41 Unidade 1 – Baile de favela ............................................................................... 41 4.1 Exercendo a influência nas outras equipes .................................................. 41 4.2 – O trabalho cooperativo na liderança .......................................................... 42 Referências ............................................................................................................... 43 Unidade 2 – Os princípios de relacionamento do líder com as outras equipes ................................................................................................................ 44 4.1 – Exercendo a influência nas outras equipes................................................ 44 4.2 – Exemplo prático .............................................................................................. 44 Unidade 3 – O castelo da vontade e da ousadia ............................................ 46 4.1 – Método GROW ................................................................................................ 46 Módulo 5 – Boas práticas na e-liderança ............................................................ 48 Unidade 1 – PDCA: o ciclo de melhorias constantes ..................................... 48 1.1 – PDCA na e-liderança ...................................................................................... 48 1.2 – Ponte ao futuro .............................................................................................. 49 1.3 Boas práticas na e-liderança ........................................................................... 49 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Módulo Autoconhecimento1 Distinguir as práticas de liderança presencial e virtual. Unidade 1 – E-liderança: o que sabemos e para onde vamos Para iniciar, é importante deixar claro que este curso tem como principal referência uma revisão de literatura publicada na revista Fronteiras da Psicologia, em dezembro de 2020, realizada por três pesquisadores sobre os temas teletrabalho e e-liderança no período compreendido entre os anos 2000 e 2020 , no contexto da pandemia. Figura 1 – E-liderança na mídia Ficou interessado em ler o artigo completo? É só clicar aqui https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2020.590271/ full Outro ponto relevante é o conceito de teletrabalho que iremos adotar no decorrer do curso, ele deriva da Instrução Normativa nº 65, de 30 de junho de 2020. Confira como essa instrução normativa define o teletrabalho: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2020.590271/full https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2020.590271/full 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública “Teletrabalho é a modalidade de trabalho em que o cumprimento da jornada regular pelo participante pode ser realizado fora das dependências físicas do órgão, em regime de execução parcial ou integral, de forma remota e com a utilização de recursos tecnológicos, para a execução de atividades que sejam passíveis de controle e que possuam metas, prazos e entregas previamente definidos e, ainda, que não configuremtrabalho externo, dispensado do controle de frequência, nos termos desta Instrução Normativa.” Você conhece a IN 65? Para saber mais, clique aqui https://www. in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-30-de- julho-de-2020-269669395 Quando falamos em liderança eletrônica ou e-leadership, não é apenas uma extensão da liderança tradicional, pois ela também implica uma mudança crucial em como os líderes e seguidores se relacionam entre si dentro das organizações e stakeholders (AVOLIO; KAHAI , 2003). A partir daí, surge uma pergunta: qual a diferença entre os tipos de estilos de liderança? Figura 2 – Estilos de liderança https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-30-de-julho-de-2020-269669395 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-30-de-julho-de-2020-269669395 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-30-de-julho-de-2020-269669395 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 1.2 – Os principais marcos Para apresentar os principais marcos da e-liderança, é importante ter claros os conceitos que envolvem o líder e a e-liderança. Começamos destacando o líder no contexto do ambiente presencial. Clique nas opções a seguir e confira o que dizem alguns autores. Quem são os líderes? Para Goleman (2015), independentemente do estilo, líderes são pessoas com alto grau de inteligência emocional. Onde está a liderança? Para Cortella (2017), liderança é uma virtude, e não um dom. A liderança está em qualquer pessoa, do ponto de vista virtual. O que faz o líder? Para Maxwell (2012), o líder exerce influência de onde estiver na organização, causando impacto por meio da sua liderança. Qual é o papel do líder? Para Mandelli e Loriggio (2017), líderes são aqueles que entendem o seu papel na organização. Por outro lado, temos a liderança no contexto do ambiente virtual. Clique nas opções a seguir e confira o que dizem alguns autores. O que a e-liderança representa? Para Liu et al. (2020), e-liderança é uma tendência importante não apenas pelo rápido avanço da tecnologia e sua aplicação durante a pandemia, mas também representa um desafio para as empresas adotarem a tecnologia, ou seja, se beneficiarem de suas vantagens. E-liderança e desenvolvimento Para Roman et al. (2019), e-liderança implica o desenvolvimento de habilidades distintas para melhorar o funcionamento organizacional em ambientes virtuais de trabalho. A comunicação na e-liderança Para Cortellazzo et al. (2019), os e-líderes devem desenvolver uma comunicação em que os funcionários se sintam presentes nas suas ideias, permitindo-lhes participar do processo de tomada de decisões e encorajar a autonomia, colaboração e responsabilidade, e promovendo um ambiente organizacional positivo com a sua liderança. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A e-liderança na prática Para Van Wart et al. (2019), e-liderança é a expressão de competências que devem ser testadas empiricamente, por meio do uso eficaz e da combinação de métodos eletrônicos e tradicionais de comunicação. Como observado, muitas proposições usadas em teorias de liderança podem ser aplicadas à e-liderança (LIU et al., 2020). No entanto, adotamos como referência o conceito de e-liderança apresentado por Van Wart et al. (2019) por representar a definição com maiores traços característicos dessa nova forma de liderar. Existem algumas premissas que permitem identificar um e-líder. Clique em cada uma das opções da seguir e confira. Habilidades de comunicação Clareza de comunicação, prevenção de falhas de comunicação, gerenciamento de fluxo de comunicação. Habilidades sociais Apoio dos líderes. Habilidades de construção de equipe Abrangendo motivação da equipe, responsabilidade da equipe e reconhecimento de seus membros. Habilidade de gestão de mudanças Abrangendo técnicas de mudança. Habilidades tecnológicas Uso correto de tecnologias da informação e comunicação (TICs) relevantes, combinando métodos tradicionais e virtuais, conhecimento tecnológico e segurança tecnológica. Confiabilidade Senso de confiança, honestidade, consistência, acompanhamento, justiça, integridade, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, e apoio à diversidade. Ao analisar essas definições e habilidades relacionadas ao e-líder, você saberia indicar qual(is) dessa(s) habilidade(s) é(são) ponto(s) forte(s) para você? Qual(is) habilidade(s) você precisa desenvolver? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 E quais são os riscos e oportunidades dessa nova prática? Confira no quadro a seguir quais os riscos e oportunidades que a e-liderança apresenta. Quadro 1 – Riscos e oportunidades da e-liderança 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Agora que conhecemos um pouco das características desse estilo de liderança em construção, gostaríamos de convidá- lo(a) a embarcar conosco em uma jornada de aventuras e descobertas. Prepare a sua mochila e venha conosco no caminho do conhecimento. Figura 5 – Viagem ao conhecimento Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 Referências CONTRERAS, Francoise; BAYKAL, Elif; ABID, Ghulam. E-leadership and teleworking in times of COVID-19 and beyond: what we know and where do we go. Frontiers in Psychology, v. 11, p. 3.484, 2020. CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. São Paulo: Editora Vozes, 2017. CORTELLAZZO, Laura; BRUNI, Elena; ZAMPIERI, Rita. The role of leadership in a digitalized world: A review. Frontiers in psychology, v. 10, p. 1938, 2019. GOLEMAN, Daniel. Liderança: a inteligência emocional na formação do líder de sucesso. São Paulo: Objetiva, 2015. LIU, Cheol et al. The effects of national cultures on two technologically advanced countries: The case of e-leadership in South Korea and the United States. Australian Journal of Public Administration, v. 79, n. 3, p. 298-329, 2020. MANDELLI, Pedro; LORIGGIO, Antônio. Exercendo liderança: o papel central do líder, sua motivação, proatividade e equilíbrio emocional. São Paulo Editora Vozes, 2017. MAXWELL, John C. Líder de 360°. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2012. ROMAN, Alexandru V. et al. Defining e-leadership as competence in ICT-mediated communications: an exploratory assessment. Public Administration Review, v. 79, n. 6, p. 853-866, 2019. VAN WART, Montgomery et al. Operationalizing the definition of e-leadership: identifying the elements of e-leadership. International Review of Administrative Sciences, v. 85, n. 1, p. 80-97, 2019. 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – O dilema do cavaleiro Diferenciar os papéis de líder e de gerente em relação a outras funções gerenciais. Para iniciar, que tal algumas reflexões para aquecermos o início da unidade? Como a sua equipe se desempenha no teletrabalho? Quais os dilemas que você está enfrentando atualmente? Se você não faz parte do Programa de Gestão, qual é o seu maior desafio em liderar equipe em ambiente remoto? 2.1 – Líder e gerente: quem é quem O cavaleiro preso na armadura é uma fábula escrita por Robert Fisher (2020) e protagonizada por um cavaleiro em busca de sua verdadeira identidade, após isolar-se em sua armadura por manter-se em prontidão para guerrear por um longo período de tempo. A história do cavaleiro em muito se assemelha à do líder, que, acostumado aos atos de gestão presenciais, tenta replicar no teletrabalho ou trabalho remoto as mesmas práticas. Como consequência desse tipo de comportamento, ele se sente perdido ao tentar motivar, engajar e comprometer a equipe, pois as metas e os objetivos dos planos de trabalhos foram pactuados e são claros para todos. Por isso, você, enquanto líder, deve percorrer o “caminho da verdade” rumo ao autoconhecimento, buscando identificar seus talentos, desenvolvendo conhecimentos, habilidades e novas atitudes nesse curioso estilo de gestão! Figura 6 – Livro:O cavaleiro preso na armadura Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 Iniciaremos a unidade fazendo uma distinção essencial entre os papéis de gerente e de líder. Mas, antes, uma pergunta: na sua opinião, existe alguma diferença? Se sim, em que situações devo ser gerente e em que outras devo ser líder? Para Kris Plachy, professora do curso Managing as a Coach, ofertado pela Universidade da Califórnia, existe uma significativa diferença entre os “chapéus” institucionais. Conheça como essas funções se diferenciam. Gerente Fornece foco claro e conciso sobre resultados, entregas e prazos para a equipe. Líder Fornece inspiração e encoraja a equipe para uma visão que incorpora novas possibilidades. Mentor Fornece aconselhamento e orientação especializada, levando os membros da equipe sob sua proteção a aspirar um modelo que ela possa vir a ser. Coach Fornece um foco de desenvolvimento para novas competências, qualidades e maneiras de ser como membros da equipe. Vamos supor que cada função seja um chapéu, reflita sobre as questões a seguir: • Qual chapéu você tem mais utilizado? • Você tem permitido trocar os chapéus? • Qual chapéu você mais gosta de usar? • Qual chapéu você gostaria de usar? • Qual chapéu você não consegue ficar sem usar? 2.2 Funções gerenciais: quem é o responsável Independentemente do chapéu que esteja usando agora, é importante que você saiba o contexto apropriado para utilizá-lo! Será que esses chapéus também se aplicam ao e-líder? Vamos refletir mais um pouco: considerando a sua atuação como líder em ambiente virtual, em que situações você está atuando como gerente, como líder, como mentor e como coach? Cavaleiro/Amazona, Agora que você refletiu um pouco sobre a composição da sua armadura (atuação nos papéis gerenciais), vejamos qual é o seu nível de percepção em relação ao grau de controle em que você sente que possui ou não sobre os eventos que influenciam a sua vida e estilo de gestão. É o que veremos no tópico a seguir. 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências FISHER, Robert. O cavaleiro preso na armadura. Rio de Janeiro: Editora Record, 2020. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 Unidade 3 – Teletrabalho e liderança Identificar os riscos e as oportunidades do teletrabalho. 3.1 – Teletrabalho: cilada ou oportunidade? O teletrabalho está previsto no Programa de Gestão e Desempenho (PGD), sendo este um modelo de trabalho instituído pela administração pública federal, por meio da Instrução Normativa SGP/ME nº 65, de 2020 (IN 65/2020). Você pode consultar a IN 65/2020 na íntegra clicando no link https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65- de-30-de-julho-de-2020-269669395. As bases normativas do Programa de Gestão e Desempenho preveem duas mudanças. Clique nas opções e confira mais informações. Controle de frequência Substituição do controle de frequência dos agentes públicos, o famoso “bater ponto”, por uma gestão de pessoas com base em resultados. Novos arranjos de trabalho Inovação nos arranjos de trabalho, tanto em relação aos locais (presencial, teletrabalho e híbrido) quanto aos horários de execução (síncrono e assíncrono). O portal do servidor destaca os benefícios que esse programa apresenta. São eles: • Redução de gastos públicos, especialmente com viagens a serviço e manutenção das instalações físicas de trabalho (um estudo realizado pelo Ministério da Economia, em 3 de agosto de 2020, mostrou que o governo federal reduziu em R$ 466,40 milhões as despesas administrativas, no período entre abril e junho do mesmo ano, com o teletrabalho dos servidores públicos). • Atração e manutenção dos talentos (redução de turnover). • Desenvolvimento do trabalho criativo (inovação nas entregas). • Redução de afastamentos por saúde. • Melhoria da qualidade de vida dos participantes. Mas, como em toda mudança também existem os desafios, entre os quais se destacam a elaboração da tabela de atividades e a mudança cultural. https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-30-de-julho-de-2020-269669395 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-30-de-julho-de-2020-269669395 (https://www.gov.br/servidor/pt-br/assuntos/programa-de-gestao/questoes-basicas) 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O PGD promove uma mudança no modus operandi tradicional da gestão pública brasileira. Por isso, é de extrema importância a capacitação de gestores e demais agentes públicos quanto ao melhor alinhamento dos processos de trabalho, envolvendo práticas de feedback e avaliação de desempenho, transparência nas entregas, seu alinhamento aos objetivos institucionais, entre outros. Quer saber mais sobre as diferenças? No site do programa são apresentadas essas diferenças. Apesar de sinônimos, os termos “teletrabalho” e “trabalho remoto”, usualmente, têm sido diferenciados pela administração pública federal, conforme as circunstâncias e o fundamento legal. Confira a diferença entre o trabalho remoto e o teletrabalho. Trabalho remoto O trabalho remoto extraordinário, originado por força da pandemia, tem como principal característica a realização das atividades fora das dependências físicas do órgão/entidade. Teletrabalho Já o teletrabalho, modalidade de trabalho prevista no PGD, instituído pela IN 65/2020, tem como foco o controle dos resultados alcançados pelos agentes públicos, independentemente do local de trabalho, além de ter a obrigatoriedade da utilização de sistema informatizado. 3.2 – Me manda um áudio O e-líder precisa estar muito atento a como se comunica com a sua equipe, principalmente em termos do que não é falado, pois a comunicação não verbal abre espaço para interpretações e significados daquilo que não foi falado. Com a intensificação do uso das plataformas digitais, como o Teams, Zoom, Meet e Skype, foi possível quantificar o teletrabalho em termos de produtividade. Agendar reuniões a distância, realizar e participar de lives, compartilhar arquivos em nuvem, elaborar e gerenciar painéis, tudo isso se tornou cada vez mais comum entre as atribuições de equipes e lideranças. Como o “trabalho” adentrou o lar dos https://www.gov.br/servidor/pt-br/assuntos/programa-de-gestao/questoes-basicas Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17 servidores, por vezes, situações inusitadas ocorreram, como o aparecimento de “convidados” inesperados em reuniões (filhos dos servidores ou pets), imagens, sons e ruídos “estranhos”, devido ao áudio e à câmera do computador estarem abertos. Que tal pensarmos em uma “etiqueta virtual”? Uma etiqueta virtual trata de uma autoavaliação sobre os novos sinais da linguagem corporal expressa por meio das palavras escolhidas nas trocas de mensagens, do tempo de resposta a uma mensagem, áudio em aplicativos e redes sociais, conteúdo dos e-mails, pessoas incluídas ou não nas mensagens, ordem de prioridade dos destinatários, alternância do meio de comunicação, uso de pontuação, abreviações, emojis etc. A resposta a uma pergunta “em áudio” pode ser a solução de um problema pontual, mas também pode distanciar ainda mais líder e liderado. Muito cuidado com a permanência por longo período no mesmo meio de comunicação. Avançando mais no estudo sobre e-liderança, vamos refletir um pouco mais analisando os seguintes questionamentos: • Como você tem se comunicado no ambiente virtual? • Você tem refletido sobre o conteúdo das mensagens trocadas com os servidores e colaboradores da sua equipe? • Qual(is) meio(s) de comunicação você tem adotado? A equipe tem acompanhado o seu ritmo ou o uso de mais de um meio de comunicação tem sido a causa de ruídos na equipe? • Os sinais não verbais de comunicação, como o uso de pontuação, abreviações, emojis etc. são do entendimento de todos ou eles têm gerado ruídos e desentendimentos? 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências LINGUAGEM CORPORAL NOMUNDO DIGITAL. Disponível em: https://www. linkedin.com/learning/linguagem-corporal-no-mundo-digital/novos-sinais-e-di spositivos?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false. Acesso em 7 nov. 2021. https://www.linkedin.com/learning/linguagem-corporal-no-mundo-digital/novos-sinais-e-dispositivos?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false https://www.linkedin.com/learning/linguagem-corporal-no-mundo-digital/novos-sinais-e-dispositivos?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false https://www.linkedin.com/learning/linguagem-corporal-no-mundo-digital/novos-sinais-e-dispositivos?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 Unidade 4 – O espelho de Ojesed Entender a composição da competência de liderança na IN 21/2021. 4.1 – O espelho de Ojesed e a liderança E se o Cavaleiro se deparasse com o espelho de Ojesed, o artefato capaz de enunciar os mais profundos desejos das pessoas? O espelho de Ojesed (desejo escrito ao contrário) é um artefato mágico de uma outra obra de literatura, Harry Potter e a Pedra Filosofal. Para Silva (2008), ao olhar-se no espelho, compara-se a um comportamento privado, pois Harry Potter vê coisas que não são vistas por outras pessoas a partir de uma propriedade mágica do espelho. Responda o teste a seguir e identifique o seu nível de percepção sobre o seu lócus de controle. O lócus de controle é a expectativa do indivíduo sobre a medida em que os seus reforços se encontram sob controle interno (esforço pessoal, competência etc.) ou externo (as outras pessoas, sorte, acaso etc.). Esse teste é derivado de uma pesquisa de Julian B. Rotter em 1966. Teste da Escala de Lócus de Controle de Rotter Lócus de controle refere-se à medida em que as pessoas acreditam que podem controlar os acontecimentos que os viveram. Indivíduos com um elevado lócus de controle interno acreditam que os eventos resultam essencialmente de seu próprio comportamento e ações. Aqueles com um elevado lócus de controle externo acreditam que outros poderosos, o destino ou o acaso determinam os eventos. Marque (1) para a opção de cada grupo de assertivas abaixo que mais representa a sua forma de pensar e, ao final do diálogo, veja como você se enquadra na massa RESULTADO. GRUPOS DE AFIRMAÇÕES RESPOSTA 1a) As crianças têm problemas porque seus pais os castigam muito. 1b) O problema da maioria das crianças hoje em dia é que os pais são muito moles com eles. 1 2a) Muitas das infelicidades na vida das pessoas são, em parte, devido à má sorte. 2b) Os infortúnios do povo são devido aos erros que eles cometem. 1 3a) Uma das principais razões pelas quais temos guerras é porque as pessoas não se interessam pela política. 1 3b) Sempre haverá guerras, não importa o quanto as pessoas tentem impedi-las. 4a) A longo prazo, as pessoas terão o respeito que merecem do mundo 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4b) Infelizmente, o valor de um indivíduo muitas vezes passa despercebido, não importa o quanto ele se esforce. 1 5a) A ideia de que os professores são injustos com os alunos é um disparate. 1 5b) A maioria dos alunos não percebe a que suas notas são influenciados por acontecimentos acidentais. 6a) Não é possível tornar-se líder sem quebrar alguma regra. 1 6b) Pessoas capazes, mas que não conseguem se tornar líderes, são aquelas que não aproveitaram as oportunidades. 7a) Não importa quanto você tente, algumas pessoas simplesmente não gostam de você. 1 7b) Pessoas que não conseguem ser queridas por outros não sabem lidar com os outros. 8a) A hereditariedade desempenha um papel importante na determinação da personalidade de uma pessoa 8b) É a experiências de vida que determina o que as pessoas gostam. 1 9a) Tenho frequentemente pensamentos do que vai acontecer, e às vezes acontece. 9b) Confiar no destino nunca funcionou tão bem para mim quanto tomar uma decisão sobre algo a fazer. 1 10a) No caso de o aluno bem preparado é raro pensar num teste injusto. 1 10b) Muitas vezes as questões do exame tendem a não se relacionar com o curso que estuda. 11a) Ter um sucesso com trabalho duro, não tem nada tem a ver uma coisa com outra. 11b) Conseguir um bom emprego depende, principalmente, estar preparado, no lugar certo e no momento certo. 1 12a) O cidadão comum pode ter influência nas decisões do governo. 1 12b) Este mundo é gerido por poucas pessoas no poder, e não há muito o que um indivíduo possa fazer sobre ele. 13a) Quando eu faço planos, eu estou quase certo de que posso fazê-los funcionar. 1 13b) Nem sempre vale a pena planejar muito antecipadamente porque muitas coisas dependem da boa ou má sorte de qualquer maneira. 14a) Existem certas pessoas que simplesmente não são boas. 14b) Existe algo de bom em todo mundo. 1 15a) No meu caso, o que eu quero, não tem nada a ver com sorte. 1 15b) Muitas vezes nós podemos decidir o que fazer lançando uma moeda. 16a) Quem consegue ser o patrão, muitas vezes depende de ter a sorte de estar no lugar certo, em primeiro lugar. 16b) Fazer as pessoas a fazerem a coisa certa depende da capacidade, a sorte tem pouco ou nada a ver com isso. 1 17a) No que diz respeito assuntos do mundo, a maioria de nós é vítima de forças que não podemos entender, ou controlar. 17b) Ao tomar parte ativa na vida política e social, as pessoas podem controlar os eventos do mundo. 1 18a) Maioria das pessoas não percebe a extensão em que suas vidas são controladas por acontecimentos acidentais. 1 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 18b) Não existe realmente nenhuma coisa como "sorte". 20a) É difícil saber se uma pessoa realmente gosta de você. 1 20b) O número de amigos que você tem depende de quanto você é uma pessoa legal. 21a) A longo prazo, as coisas ruins que acontecem conosco são compensadas por coisas boas. 1 21b) A maioria dos infortúnios são resultado da falta de habilidade, ignorância, preguiça, ou todos os três. 22a) Com esforço suficiente, podemos acabar com a corrupção política. 1 22b) É difícil para as pessoas terem controle sobre os políticos. 23a) Às vezes não consigo compreender como os professores chegam às notas que dão. 23b) Há uma conexão direta entre quanto eu estudei e quanto eu tirei na prova. 1 24a) Um bom líder espera que as pessoas decidam por si próprias o que devem fazer. 24b) Um bom líder deixa claro para todos o que é o trabalho deles. 1 25a) Eu, muitas vezes, sinto que tenho pouca influência sobre as coisas que acontecem comigo. 25b) É impossível para mim acreditar que o acaso ou sorte desempenhe um papel importante na minha vida. 1 26a) As pessoas são solitárias porque não tentam ser amigáveis. 1 26b) Não vale a pena tentar agradar as pessoas, se elas gostam de você, elas gostam de você. 27a) Há demasiada ênfase em atletismo na escola. 27b) Esportes em equipe são uma excelente forma de construir o caráter. 1 28a) O que acontece comigo é responsabilidade minha. 1 28b) Às vezes eu sinto que não tenho controle suficiente sobre a direção que a minha vida está tomando. 29a) Na maioria das vezes eu não consigo entender por que os políticos se comportam da forma como eles fazem. 29b) A longo prazo, as pessoas são responsáveis pelo mau governo, a nível nacional, ou a nível local. 1 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Acesse aqui o teste da Escala de Lócus de Controle de Rotter 4.2 – O que diz a IN 21/2021 e a competência de liderança Ciente do seu papel enquanto líder, que tal observarmos as competências que o serviço público espera que você demonstre? Tais competências estão previstas no Anexo II da Instrução Normativa nº 21 de 1º de fevereiro de 2021. Cavaleiro/Amazona, Quantas descobertas o “caminho da verdade” nos proporcionou, não? A nossa jornada está apenas começando! Em breve, teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o terreno (teletrabalho) de atuação. Por hora, façamos uma pausa com o mágico Merlin e vejamos,no diálogo entre o cavaleiro preso na armadura e o mágico, sobre aceitar as mudanças (no nosso caso, da liderança presencial para a e-liderança). Cavaleiro: Você deveria colocar esse produto à venda. Poderia vender jarros dele. Merlin apenas sorriu. O que é essa bebida? — perguntou o Cavaleiro. Vida — respondeu Merlin. Vida? Sim — disse o sábio mago. — Não parecia amargo no início, e depois, enquanto você provava mais, não ia se tornando agradável? O Cavaleiro concordou: — Sim, e os últimos goles eram absolutamente deliciosos. Foi quando você começou a aceitar o que estava bebendo. Você quer dizer que a vida é boa quando a aceitamos? — perguntou o Cavaleiro. https://docs.google.com/spreadsheets/d/1PWbryDvpmIonmQKaXom3N-b0pKfH8g80/edit?usp=sharing&ouid=105940168230117202193&rtpof=true&sd=true https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-sgp-enap/sedgg/me-n-21-de-1-de-fevereiro-de-2021-302021570 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 Unidade 5 – Diagnóstico e competência Realizar o diagnóstico de competência. 5.1 – O que são os diagnósticos de competências? O diagnóstico de competências é um teste empírico, desenvolvido como parte desta capacitação, orientado pelas competências previstas no Anexo II da Instrução Normativa nº 21, de 1º de fevereiro de 2021. Lembre-se de que o resultado desse teste é apenas uma “fotografia” da sua percepção atual da demonstração das competências de liderança. No entanto, ter a consciência de tais competências é um excelente indicador de onde investir futuramente sua energia, tempo e esforço no desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e novas atitudes. Cavaleiro/Amazona, Parabéns por ter concluído esta primeira etapa da sua jornada. Daqui a pouco, você terá a oportunidade de adentrar no castelo do silêncio; infelizmente o caminho do conhecimento não permite contornos ou desvios. Fique muito atento ao alerta do mago Merlin: Cavaleiro/Amazona, Parabéns por ter concluído esta primeira etapa da sua jornada. Daqui a pouco, você terá a oportunidade de adentrar no castelo do silêncio; infelizmente o caminho do conhecimento não permite contornos ou desvios. Fique muito atento ao alerta do mago Merlin: Figura 7 – Lembrete! 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo O relacionamento entre líder e liderados2 Unidade 1 – Planejar: liderança, missão e valores Alinhar as competências de liderança à missão e visão institucionais (P – plan). 1.1 – As competências de liderança No módulo anterior, falamos sobre o Diagnóstico de Competências e sua importância para a autopercepção de sua atuação como um e-líder. Aqui reside uma importante sutileza: saber de algo não é necessariamente uma mudança! Para que possamos efetivamente mudar, é preciso agir! Pensando nisso, qual é a sua intimidade com o planejamento? Saber responder a essa pergunta é de importância para os próximos passos, cavaleiro/amazona. Antes mesmo de decidir ingressar no castelo do silêncio, vamos investir no planejamento dos próximos passos, pois, com um plano alinhado, otimizamos tempo, recursos, energia e, principalmente, resultados! Você deve estar se perguntando: como fazer isso? A resposta é: REIVINDIQUE seus talentos! Esse é o jeito Gallup de expressar os pontos fortes de sua liderança! Todos temos talentos, ora conhecidos, ora adormecidos; a grande sutileza que esse instituto internacional de pesquisa de práticas de liderança percebeu e compartilha com o mundo é que os seus talentos estão à disposição para a solução de problemas. https://www.gallup.com/access/ Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 No entanto, a “falta de intimidade” com os nossos talentos muitas vezes nos leva a acreditar que não os possuímos; dizendo isso de outra forma, duvidamos de nossas competências com mais frequência do que investimos nelas. Para que você avance no desenvolvimento de suas habilidades como líder, a partir das perguntas orientadoras a seguir, escreva um plano de ação REIVINDICANDO seus talentos para expressar de forma consciente a(s) competência(s) que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos.] • Qual o seu desafio? (descreva com a maior riqueza de detalhes) • Qual competência, na sua opinião, valeria a pena investir tempo, esforços e dedicação para melhor solucionar o problema descrito? • Que talento você reivindicaria para expressar de forma consciente a competência que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos? 1.2 – Valorizando a missão e a visão institucional Agora que vimos um exemplo prático de como colocar em ação um talento para expressar intencionalmente uma competência, você poderia imaginar onde mais podemos utilizar todo o seu potencial talento na instituição? Que tal a missão institucional e os objetivos estratégicos? 1.3 – Liderança, missão e visão institucional: elementos do planejamento Figura 8 – Atenção! 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Figura 9 – Liderança, missão e visão Para Scorsolini-Comin (2012), um ponto unificador da tríade missão-visão-valores é justamente o modo como o trabalho vem se apresentando na contemporaneidade e como as organizações vêm contribuindo para isso. A missão de uma empresa é a sua “razão de ser” ou o motivo para o qual ela existe. Responda: Qual a missão da sua instituição? Vamos refletir um pouco analisando os seguintes questionamentos: • Qual(is) da(s) sua(s) competência(s) profissional(is) é(são) alinhada(s) à missão institucional? • Qual(is) da(s) sua(s) competência(s) profissional(is) é(são) alinhada(s) à visão institucional? Diante dessas reflexões, é sabido que todas as instituições anseiam por profissionais talentosos, mas o talento por si só não sustenta os resultados da instituição. É preciso um direcionado, capaz de orientar o foco das lideranças para concentrarem esforços e energias. Esse direcionamento vem a partir de uma visão e missão claras e compartilhadas. Quanto maior a intimidade das pessoas com a missão e visão institucionais, mais fácil será observar quais as competências que devemos reivindicar. É possível que você conheça o ditado: uma andorinha sozinha não faz verão. Em outras palavras, e considerando o contexto profissional, podemos dizer que um líder precisa formar sucessores, bem como possuir uma base firme de apoio na equipe. Isso só será possível com a construção de um vínculo de confiança. Cavaleiro/Amazona, A e-liderança não é um fardo para se suportar isolado(a), sozinho(a). Assim como Esquilo e Rebecca acompanham o Cavaleiro preso na armadura no caminho da verdade, permita-se que seu(a)s liderado(a)s sigam-no(a) nessa jornada! Figura 10 – Missão Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 Referências SCORSOLINI-COMIN, Fabio. Missão, visão e valores como marcas do discurso nas organizações de trabalho. Psico, v. 43, n. 3, 2012. 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Fortalecendo o vínculo de confiança Conhecer os princípios aplicados ao relacionamento líder- liderado. 2.1 – Os princípios no relacionamento entre líder e liderado Na unidade anterior, você teve a oportunidade de ampliar o autoconhecimento a partir do contato com as competências esperadas que os gestores expressem na IN 65, além de poder identificar a percepção de controle interno quanto ao nível de percepção das competências da IN. O nosso próximo passo é conhecer princípios de relacionamentos que nos ajudem a estreitar laços com os membros da equipe. Qual a importância de conhecer e praticar os princípios de relacionamentos? Para Beserra e Macedo (2020), profissionais valorizados produzem mais e melhor, pois o reconhecimento impacta o entusiasmo e as perspectivas de crescimento e de produtividade. Seres humanos são por natureza seres individuais e sociais, visto que toda e qualquer áreada vida humana se dá em meio ao convívio e às relações interpessoais. Dessa forma, toda organização é composta por essa interação pessoal e profissional, que busca a satisfação e a realização. Confira a seguir as orientações que destacamos sobre os princípios no relacionamento. • Lide com problemas e desacertos sempre tirando proveito das lições que eles oferecem. • Caminhe com segurança sendo você mesmo. • Pratique o perdão e afaste as sombras do passado. • Seja feliz agora. Não se entretenha com o passado ou se preocupe com o futuro. • Não se preocupe, em excesso, com os problemas inesperados. • Aprenda a seguir a vida, a despeito do medo. • Reconheça as suas qualidades e valorize-se. • Encha-se de coragem e viva uma nova experiência. • Use toda a sua força de vontade para combater, resistir ou evitar lidar com um problema. • “Não” é uma frase completa. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 O primeiro grupo dos princípios de relacionamentos são parte da obra Hoje pode ser um dia melhor, de Rubens Sakay (2013). O professor Sakay é a maior autoridade no país sobre o estudo da ciência da felicidade. Para saber mais sobre o trabalho do professor, acesse o Projeto Seja Feliz. https://projetosejafeliz.com 2.2 – Exemplo prático Confira a seguir uma experiência vivida para refletir sobre os relacionamentos. No primeiro semestre de 2021, ministrei a 1ª turma do curso de preparação para aposentadoria no Ministério da Infraestrutura. Esse curso foi parte da coleta de dados da minha pesquisa no mestrado profissional em Gestão Pública, na Universidade de Brasília. O medo e o receio de as coisas darem errado por vezes me deixaram inseguro em relação à atividade, até que eu me lembrei do princípio de relacionamento nº 6: “Aprenda a seguir a vida, a despeito do medo”, e busquei ajuda com a equipe técnica do Serviço de Treinamento do ministério. Enquanto eu adequava o conteúdo do curso para o formato on-line, Sulianara Neres fez contato com os servidores, formou a turma, sanou as dúvidas deles, ajudou-os com os desafios da plataforma Teams e concluímos o curso com êxito. Lembre-se: se não tivermos cuidado, o medo torna-se rapidamente insegurança. Seguir a vida muitas vezes significa pedir e aceitar ajuda. Quando seguimos a vida à despeito do medo, saímos da estagnação e encontramos os aliados com a disposição necessária para somar a força de que precisamos. Para seguirmos avançando no desenvolvimento de suas habilidades como líder, revisite o primeiro grupo de princípios de relacionamento e, a partir das perguntas orientadoras que apresentaremos a seguir, escreva um plano de ação REIVINDICANDO seus talentos para expressar de forma consciente o princípio de relacionamento que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos. Figura 12 – Livro: Hoje pode ser um dia melhor 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Qual o seu desafio? (descreva com a maior riqueza de detalhes) • Qual princípio, na sua opinião, valeria a pena investir tempo, esforços e dedicação para melhor solucionar o problema descrito? • Que talento você reivindicaria para expressar de forma consciente o princípio que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos? Cavaleiro/Amazona, Chegou a hora de adentrar no castelo do silêncio. Rebecca e Esquilo ficarão do lado de fora, pois a decisão e a permanência nesse castelo é individual. Não se preocupe Cavaleiro/Amazona, pois, quando silenciamos a nossa mente e vivemos o momento presente, muitas oportunidades e descobertas surgem diante de nós. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 Referências BESERRA, Edilane Palácio; MACEDO, Maria Erilúcia Cruz. Os relacionamentos interpessoais e a influência no alcance dos objetivos organizacionais/Interpersonal relationships and the influence on the scope of organizational goals. Revista de psicologia, v. 14, n. 50, p. 139-150, 2020. 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – O castelo do silêncio Praticar intencionalmente o primeiro grupo dos princípios de relacionamentos. 3.1 – Método GROW Sara Canaday (2020), palestrante, coach executiva e escritora, ensina que o modelo GROW é a ferramenta mais difundida visando alcançar melhores resultados institucionais. O acrônimo significa Goal (objetivo), Reality (realidade), Options (opções) e Will (vontade). Figura 14 – Modelo GROW Esse conceito foi popularizado por John Whitmore, pioneiro do coaching executivo. Basicamente, o modelo compara o processo de coaching com uma jornada: você precisa conhecer seu ponto de partida e escolher seu destino, explorar as diferentes rotas possíveis, selecionar o melhor caminho e iniciar a viagem. Para seguirmos avançando no desenvolvimento de suas habilidades como líder, a partir das perguntas orientadoras a seguir, escreva um plano de ação REIVINDICANDO seus talentos para desenhar um plano GROW para um objetivo específico que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos. Confira as perguntas. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33 Perguntas de objetivo Qual objetivo você deseja atingir no próximo mês/trimestre/ano? O que você gostaria de conquistar? O que você realmente deseja? O que seria uma medida de sucesso para você? Qual(is) é(são) o(s) benefício(s) perseguido(s) com esse objetivo? Perguntas de realidade ou situação atual Qual o cenário atual? O que essa situação diz sobre seu estilo de liderança? De 0 a 10, quanto essa situação impacta os seus resultados como líder? Que barreiras você precisa remover? O que você faz e não deveria estar fazendo? O que você não faz e deveria estar fazendo? O que é esperado de você enquanto líder? Perguntas de opções Você já se deparou com algo parecido? Qual talento você pode resgatar do passado para ajudá-lo(a) com esse desafio? Quem poderia ajudar você nessa situação? Quais as opções possíveis? Quais as opções viáveis? Quais as opções exequíveis? O que você não pode deixar de fazer? De que você precisa abrir mão? Perguntas de vontade (ou caminho a ser percorrido) Quando você começará a implementar as opções analisadas? Qual o primeiro passo? Quem pode ajudar você? Você tem à disposição todos os recursos? Se estiver faltando algo, o que é ou a quem você deve recorrer? Qual(is) medida(s) você deve adotar esta semana para alcançar seu objetivo? O que acontece se você não fizer o que é preciso? Qual o custo emocional de não entrar em ação? Cavaleiro/Amazona, Parabéns por ter concebido a sua saída do castelo do silêncio. Rebecca e Esquilo estão felizes do lado de fora com a sua saída. Acredito que o uso intencional do método GROW o(a) ajudou a encontrar SAM. Nas palavras do mago Merlin (FISHER, p. 39): “Na verdade, um eu mais verdadeiro do que aquele que você tem chamado de eu durante todos esses anos”. Isso significa que agora você está apto a ingressar no próximo castelo, o do conhecimento! 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências CANADAY, SARA. Competências de coaching para líderes e gerentes. Disponível em: https://www.linkedin.com/learning/competencias-de-coaching-para-lideres- -e-gerentes/introducao?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&re- sume=false. Acesso em: 15 nov.2021. https://www.linkedin.com/learning/competencias-de-coaching-para-lideres-e-gerentes/introducao?autoAd https://www.linkedin.com/learning/competencias-de-coaching-para-lideres-e-gerentes/introducao?autoAd https://www.linkedin.com/learning/competencias-de-coaching-para-lideres-e-gerentes/introducao?autoAd Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35 Módulo O relacionamento entre líder e equipe3 Unidade 1 – Do planejamento ao “fazimento” Comunicar as competências da liderança à cultura da organização (D – do). 3.1 – Liderança e cultura organizacional Para Quinn et al. (apud PAZ et al.,2020), a cultura organizacional deve ser entendida como uma diretriz que ajuda a entender e diagnosticar a efetividade do projeto de uma organização. De acordo com os autores, urge considerar as características da cultura organizacional e das subculturas antes de se falar em implantar políticas, diretrizes e programas de qualidade de vida na organização. A cultura de uma organização é muitas vezes identificada em artefatos e objetos visíveis, mas são os elementos subjetivos os mais poderosos quando se trata de exercer influência sobre as pessoas e impulsioná-las a entrar em ação. Na unidade anterior, você teve a oportunidade de experimentar e viver o momento presente no castelo do silêncio. Ao silenciar a mente, você foi capaz de ouvir as suas verdadeiras necessidades, aumentando o autoconhecimento. Conhecer mais de nós mesmos nos habilita a conhecer melhor o outro. O desafio é diferente: anunciar a mudança! O Cavaleiro, o Esquilo e a Rebecca cruzaram a ponte levadiça sobre o fosso que circundava o castelo e pararam diante da porta de ouro. O Cavaleiro retirou a chave de seu pescoço e girou-a na fechadura. Enquanto empurrava a porta aberta, ele perguntou a Rebecca e Esquilo se eles o deixariam como haviam feito antes. — Não, Rebecca respondeu. — O silêncio é para um; o conhecimento, para todos. (FISHER, 2020, p. 41) 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O jeito mais eficiente de se transformar uma cultura é por meio da cooperação. As pessoas realizarão as tarefas e as atividades pelos seus motivos; o líder, quando muito, será capaz de exercer influência sobre seus liderados. Agora, se o e-líder conseguir construir um vínculo de confiança com as pessoas a partir da prática reiterada e intencional do primeiro grupo de princípios de relacionamentos, terá mais facilidade para conquistar a cooperação de todos! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37 Unidade 2 – Os princípios no relacionamento entre líder e equipe Conhecer os princípios aplicados ao relacionamento líder-equipe. 2.1 – Os princípios no relacionamento entre líder e equipe Vejamos como conseguir a cooperação da equipe praticando o segundo grupo de princípios de relacionamentos: • Aquilo que reprovamos nos outros pode ser reflexo de defeitos que temos e não aceitamos. • Aproveite as possibilidades que a vida lhe oferece agora. • Não desafie a crítica, pois ela se perpetuará. Não retruque a crítica, pois ela se amplificará. • Valorize, orgulhe-se e demonstre interesse pelo talento dos outros. • Diga sim à vida. Permita-se. • Ouça o que o outro está dizendo, com paciência, interesse, procurando entender o seu ponto de vista. Seja um bom ouvinte. • Veja o mundo como ele é; e não como gostaria que fosse. • Revele alguns segredos, liberando-se de uma carga emocional desnecessária. • Agradeça as coisas grandes e, principalmente, as pequenas que lhe foram concedidas. • Não existe problema complicado que não tenha uma solução simples. 2.2 – Exemplo prático No mês de setembro de 2021, Aline instruiu um processo de contratação por inexigibilidade de licitação e, antes de passarmos para revisão do coordenador, eu fiz a revisão. À época, eu estava substituindo interinamente a Chefia do Serviço de Capacitação do Ministério da Infraestrutura. Os processos de contratação direta são instruídos com uma riqueza imensa de detalhes, pois, via de regra, as compras públicas são licitadas; no entanto, a própria lei de compras aponta os casos excepcionais, como a contratação de cursos. Aline é bastante atenciosa e não tive dificuldades em revisar seu processo, mas o uso de um tempo verbal perto da parte da conclusão da instrução chamou a minha atenção. Aline usou um verbo conjugado no tempo pretérito-mais-que-perfeito, uma ação no passado acabada antes 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública de outra ação no passado. Achei aquilo o máximo e aproveitei a oportunidade para valorizar o talento que ela possui em escrever. Lembre-se: valorize, orgulhe-se e demonstre interesse pelo talento dos outros. O reconhecimento conecta as pessoas e equipes. Cuidado com os elogios baratos e bajulações; quando reconhecemos os talentos dos outros, semeamos o terreno da cooperação. Para seguirmos avançando no desenvolvimento de suas habilidades como e-líder, revisite o segundo grupo de princípios de relacionamento e, a partir das perguntas orientadoras que se seguem, escreva um plano de ação REIVINDICANDO seus talentos para expressar de forma consciente o princípio de relacionamento que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos. • Qual o seu desafio? (descreva com a maior riqueza de detalhes) • Qual princípio, na sua opinião, valeria a pena investir tempo, esforços e dedicação para melhor solucionar o problema descrito? • Que talento você reivindicaria para expressar de forma consciente o princípio que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39 Referências BESERRA, Edilane Palácio; MACEDO, Maria Erilúcia Cruz. Os relacionamentos interpessoais e a influência no alcance dos objetivos organizacionais/Interpersonal relationships and the influence on the scope of organizational goals. Revista de psicologia, v. 14, n. 50, p. 139-150, 2020. PAZ, MARIA G. T. et al. Bem-estar pessoal nas organizações e qualidade de vida organizacional: o papel mediador da cultura organizacional. RAM, Revista de Administração Mackenzie, v. 21, 2020. 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – O castelo do conhecimento Praticar intencionalmente o segundo grupo dos princípios de relacionamentos. 3.1 – Método GROW Para seguirmos avançando no desenvolvimento de suas habilidades como líder, a partir das perguntas orientadoras que se seguem, escreva um plano de ação REIVINDICANDO seus talentos para desenhar um plano GROW para um objetivo específico que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos. Para conhecer as perguntas que nortearão seu plano de ação, clique nas opções. Perguntas do objetivo • Qual objetivo você deseja atingir no próximo mês/trimestre/ano? • O que você gostaria de conquistar? • O que você realmente deseja? • O que seria uma medida de sucesso para você? • Qual(is) benefício(s) perseguido(s) com esse objetivo? Perguntas de realidade ou situação atual • Qual o cenário atual? • O que essa situação diz sobre seu estilo de liderança? • De 0 a 10, quanto essa situação impacta os seus resultados como líder? • Que barreiras você precisa remover? • O que você faz e não deveria estar fazendo? • O que você não faz e deveria estar fazendo? • O que é esperado de você enquanto líder? Pergunta de opções • Você já se deparou com algo parecido? • Qual talento você pode resgatar do passado para ajudá-lo(a) com esse desafio? • Quem poderia ajudar você nessa situação? • Quais as opções possíveis? • Quais as opções viáveis? • Quais as opções exequíveis? • O que você não pode deixar de fazer? • De que você precisa abrir mão? Perguntas de vontade (ou caminho a ser percorrido) • Quando você começará a implementar as opções analisadas? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41 • Qual o primeiro passo? • Quem pode ajudar você? • Você tem à disposição todos os recursos? • Se estiver faltando algo, o que é ou a quem você deve recorrer? • Qual(is) medida(s) você deve adotar esta semana para alcançar seu objetivo? • O que acontece se você não fizer o que é preciso? • Qual o custo emocional de não entrar em ação? Cavaleiro/Amazona, Na parede do castelo do conhecimento, estava escrito: “O conhecimento é a luz através da qual você encontrará seu caminho” (FISHER, p. 41). Parabéns por ter atravessado o segundo castelo. Nesta parte da jornada, você teve a oportunidade de conhecer seus sentimentos e, ao praticar intencionalmenteos princípios 11 a 20, acreditamos que aumentou o nível de cooperação entre os membros da sua equipe. No próximo e último castelo, você receberá um desafio ainda maior: será que você possui coragem para enfrentar o dragão do medo e da dúvida? 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências BESERRA, Edilane Palácio; MACEDO, Maria Erilúcia Cruz. Os relacionamentos interpessoais e a influência no alcance dos objetivos organizacionais/Interpersonal relationships and the influence on the scope of organizational goals. Revista de psicologia, v. 14, n. 50, p. 139-150, 2020. PAZ, MARIA G. T. et al. Bem-estar pessoal nas organizações e qualidade de vida organizacional: o papel mediador da cultura organizacional. RAM, Revista de Administração Mackenzie, v. 21, 2020. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 43 Módulo O relacionamento entre líder e as outras equipes4 Unidade 1 – Baile de favela Avaliar o desempenho das competências de liderança dentro da cultura da organização (C – check). 4.1 Exercendo a influência nas outras equipes Rebeca Andrade encantou a todos e fez história nas Olimpíadas de Tokyo 2020, realizadas em 2021 em virtude da pandemia de Covid-19. Ela se tornou a primeira ginasta brasileira a ser campeã olímpica e a primeira atleta do Brasil a ganhar duas medalhas em uma mesma edição das Olimpíadas. Outro grande feito atribuído à atleta é o fato dela também ser a primeira latino-americana consagrada medalhista e campeã olímpica na ginástica artística feminina. Embora medalhista, Rebeca Andrade não foi homenageada na sua melhor apresentação. O mundo assistiu boquiaberto à inusitada mistura de dança, ginástica, funk e arte. Rebeca dançou muito, mas pisou fora da quadra no aparelho de solo, por mais de uma vez. Se Rebeca não mantivesse vivo dentro de si o espírito de atleta, teria abdicado do seu sonho de subir ao podium e teria transformado um resultado em derrota. Ela persistiu, insistiu e fez história. Na unidade anterior, você teve a oportunidade de experimentar viver emoções e sentimentos no castelo do conhecimento. Se não nos comprometermos com a mudança e não nos permitirmos transitar pelas emoções, dificilmente conseguiremos manter a confiança que conquistamos dos membros da equipe. Em tempos de liderança virtual, é mais do que necessário envolver-se e se fazer presente. Neste módulo, veremos como ampliar a cooperação com outras equipes, inclusive medindo e acompanhando o desempenho. 44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Após a leitura do relato apresentado, reflita a partir das seguintes perguntas: • Que aprendizados podemos extrair da perseverança e determinação da atleta medalhista olímpica brasileira? • Como trazê-los para o contexto profissional? • O que você tem feito de novo, criativo, que pode ser compartilhado com as outras equipes? • Aliás, você mede o seu desempenho? E o da sua equipe? 4.2 – O trabalho cooperativo na liderança A cooperação entre as equipes é uma via de mão dupla. Com o trabalho remoto e o teletrabalho, ficou mais fácil gerenciar grandes equipes e, ao mesmo tempo, mais complicado, pois a sincronicidade de tarefas não é um pré-requisito para esse novo ecossistema. Daí a imensa importância em se pensar em parâmetros de desempenho, como as metas, para as equipes permanecerem produtivas orientadas por objetivos comuns. Você já ouviu falar das metas SMART? De acordo com Lotardo e McLeod (2021), as metas SMART (metodologia que estabelece critérios para a definição de objetivos e metas, as quais se baseiam em 5 fatores: S - específica, M - mensurável, A - atingível, R - relevante e T - temporal) são chatíssimas e pouco inspiradoras (tenho certeza de que você já participou de algum planejamento estratégico na vida e realmente não planeja as suas metas dessa maneira). Para as autoras, tais metas limitam nosso raciocínio na medida em que elas possuem a tendência ao próximo passo e são orientadas por tarefas, como “fazer o relatório de marketing até sexta-feira”. As metas SMART costumam ser o resultado de pensamentos pequenos, o que não ajuda ninguém. Metas consistentes são a definição de objetivos estratégicos. Para refletir sobre metas alcançáveis: • Quais os objetivos estratégicos da sua unidade? • O que você precisa fazer para mobilizar os membros da sua equipe para alcançarem resultados em comum? • Qual objetivo estratégico você deseja atingir no próximo mês/trimestre/ ano? • Como as outras equipes podem ajudá-lo(a) nessa empreitada? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 45 Referências LOTARDO, Elisabeth; MCLEOD, Lisa. Como desenvolver a autoliderança. LinkedIn Learning, 2021. Disponível em: https://www.linkedin.com/learning/como- desenvolver-a-autolideranca/como-se-recompensar-sem-a-necessidade-de-tro feus?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false. Acesso em: 15 nov. 2021. https://www.linkedin.com/learning/como-desenvolver-a-autolideranca/como-se-recompensar-sem-a-necessidade-de-trofeus?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false. Acesso em: 15 nov. 2021. https://www.linkedin.com/learning/como-desenvolver-a-autolideranca/como-se-recompensar-sem-a-necessidade-de-trofeus?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false. Acesso em: 15 nov. 2021. https://www.linkedin.com/learning/como-desenvolver-a-autolideranca/como-se-recompensar-sem-a-necessidade-de-trofeus?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false. Acesso em: 15 nov. 2021. https://www.linkedin.com/learning/como-desenvolver-a-autolideranca/como-se-recompensar-sem-a-necessidade-de-trofeus?autoAdvance=true&autoSkip=false&autoplay=true&resume=false. Acesso em: 15 nov. 2021. 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Os princípios de relacionamento do líder com as outras equipes Conhecer os princípios aplicados ao relacionamento líder-outras equipes. O último grupo de princípios de relacionamentos orientam-se à instituição. O líder exerce influência sobre as outras equipes e impacta positivamente a cultura da organização. Assim como você fez nas intervenções anteriores, leia atentamente os princípios a seguir, com o olhar curioso de quem em breve os praticará, intencionalmente. 4.1 – Exercendo a influência nas outras equipes • Desafie a autocrítica provando que o seu liderado está errado como pensa. • Pratique a generosidade. Ajude alguém. • Procrastine se o impulso para agir for contaminado por fortes emoções e sentimentos tóxicos. • O silêncio pode ser ouro. Respeite a opinião dos outros. • Dê valor às lições que você aprende. • Não fique esperando que o passado mude. Reconheça seus erros. • Se a hora de pedir ajuda for agora, escolha alguém e siga em frente. Peça ajuda. • Viva no momento presente. Nem todos os problemas exigem uma solução hoje. • Ponha significado pessoal em tudo o que você fizer. • Desafie a legitimidade de suas limitações. 4.2 – Exemplo prático Márcia Patrícia é uma colega de trabalho no Ministério da Infraestrutura. Ela é uma pessoa colaborativa, alto astral, positiva e sempre disposta a ajudar a todos. Um dia, em novembro de 2020, ela me pediu para ajudar a redigir um documento. Ela tinha dúvidas quanto ao modelo por causa do destinatário. Com o processo de simplificação dos atos, documentos de mero expediente, como o memorando, deixaram de existir, ao menos nos documentos federais. Depois de uma breve conversa sobre o conteúdo da mensagem, chegamos ao consenso de que era preciso redigir um ofício. Lembre-se: pratique a generosidade e ajude o próximo. Aquilo que para você pode ser algo trivial, muitas pessoas têm uma imensa dificuldade em fazer. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 47 Para seguirmos avançando no desenvolvimento de suas habilidades como e-líder, revisite o terceiro grupo de princípios de relacionamento e, a partir das perguntas orientadoras que se seguem, escreva um plano de ação REIVINDICANDOseus talentos para expressar de forma consciente o princípio de relacionamento que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos. • Qual o seu desafio? (descreva com a maior riqueza de detalhes) • Qual princípio, na sua opinião, valeria a pena investir tempo, esforços e dedicação para melhor solucionar o problema descrito? • Que talento você reivindicaria para expressar de forma consciente o princípio que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos? 48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – O castelo da vontade e da ousadia Praticar intencionalmente o terceiro grupo dos princípios de relacionamentos. 4.1 – Método GROW Cavaleiro/Amazona, parabéns: você chegou até aqui! No castelo da vontade e da ousadia, você enfrentará seus temores combatendo o dragão do medo e da dúvida! É preciso uma dose extra de coragem para acreditar em tudo o que você aprendeu por aqui e persistir no processo de mudança, pois a liderança em ambiente virtual demanda praticar um novo grupo de competências. Aproprie-se deste último grupo de perguntas orientadoras para escrever um plano de ação REIVINDICANDO seus talentos para desenhar um plano GROW para um objetivo específico que o(a) ajudará em seu atual desafio de gerenciar e liderar equipes em ambientes remotos. Clique em cada uma das opções e reflita sobre as perguntas apresentadas. Perguntas de objetivo • Qual objetivo você deseja atingir no próximo mês/trimestre/ano? • O que você gostaria de conquistar? • O que você realmente deseja? • O que seria uma medida de sucesso para você? • Qual(is) benefício(s) perseguido(s) com esse objetivo? Perguntas de realidade ou situação atual • Qual o cenário atual? • O que essa situação diz sobre o seu estilo de liderança? • De 0 a 10, quanto essa situação impacta os seus resultados como líder? • Que barreiras você precisa remover? • O que você faz e não deveria estar fazendo? • O que você não faz e deveria estar fazendo? • O que é esperado de você enquanto líder? Perguntas de opções • Você já se deparou com algo parecido? • Qual talento você pode resgatar do passado para ajudá-lo(a) com esse desafio? • Quem poderia ajudar você nessa situação? • Quais as opções possíveis? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 49 • Quais as opções viáveis? • Quais as opções exequíveis? • O que você não pode deixar de fazer? • De que você precisa abrir mão? Perguntas de vontade (ou caminho a ser percorrido) • Quando você começará a implementar as opções analisadas? • Qual o primeiro passo? • Quem pode ajudar você? • Você tem à disposição todos os recursos? • Se estiver faltando algo, o que é ou a quem você deve recorrer? • Qual(is) medida(s) você deve adotar esta semana para alcançar seu objetivo? • O que acontece se você não fizer o que é preciso? • Qual o custo emocional de não entrar em ação? Para refletir sobre mensuração (check), responda: • Suas metas auxiliaram a alcançar os objetivos estratégicos da sua unidade? • O que você precisa fazer para mobilizar outras equipes a alcançarem resultados em comum? • Qual objetivo estratégico você deseja atingir no próximo mês/trimestre/ano? • Como as outras equipes podem ajudá-lo(a) nessa empreitada? 50Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Boas práticas na e-liderança5 Unidade 1 – PDCA: o ciclo de melhorias constantes Padronizar o desempenho das competências de liderança (A – act, atuar corretivamente) 1.1 – PDCA na e-liderança O modelo PDCA (tradução da metodologia de gerenciamento que engloba as fases Planejar, Implementar/Executar, Verificar e Agir) é uma ferramenta bastante simples, mas de resultados impactantes. Uma rápida busca na internet e você encontrará vídeos explicativos, artigos acadêmicos e bastante material e conteúdos que poderão auxiliá-lo(a) a conhecer e ter mais contato com o método. Saiba que toda pessoa ou empresa pode aplicar o PDCA. O PDCA é associado a projetos de melhoria de processos ou desenvolvimento de novos produtos. A flexibilidade do método se ajusta adequadamente ao novo estilo de competências de liderança requeridas para o ambiente virtual. Dessa forma, agora que perseguimos, alcançamos ou nos aproximamos de objetivos e metas institucionais, precisamos lançar mão das lições aprendidas e corrigir os resultados alcançados, quando necessário, para reiniciar o ciclo de planejamento, ação e mensuração. Nas unidades anteriores, você teve a oportunidade de trilhar o caminho da verdade e perseverou ante os desafios dos castelos do silêncio, do conhecimento e da vontade e ousadia. Imagino que você esteja muito feliz com os resultados obtidos com a sua equipe e as outras equipes. Contudo, fique atento: somos seres de hábitos, e temos uma tendência natural de resistir a tudo que signifique mudanças, principalmente, de comportamentos. Neste último módulo, veremos como nos manter firmes no autodesenvolvimento. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 51 1.2 – Ponte ao futuro A “ponte ao futuro” é uma ferramenta muito conhecida no ambiente de gestão empresarial (há quem associe essa ferramenta ao desenho de uma visão institucional). Desenvolvida por Richard Bandler e John Grinder, fundadores da programação neurolinguística, a ponte ao futuro tem o objetivo de garantir a persistência na busca do desenvolvimento de novas habilidades e comportamentos com a mudança de contexto originalmente em que foi criada. Quais os seus próximos desafios na liderança em ambiente virtual? Acesse o link a seguir e, conforme as orientações, projete a sua e-liderança no futuro e, com energia e entusiasmo, escreva da forma mais detalhada possível como conseguirá alcançar os resultados desejados. https://forms.gle/hUjUwRasU8Mjo3Fs9 1.3 Boas práticas na e-liderança Prezado(a) e-líder, É possível que as experiências e aprendizados compartilhados neste curso não sejam novidades para você. Talvez uma palavra ou outra, expressão, indicação de texto ou livro seja diferente, mas você pode conhecer de outra forma, por outro autor ou livro. Por esse motivo, é de suma importância compartilhar os avanços obtidos neste curso com colegas, equipes, sua instituição e outras instituições. Boas práticas, quando compartilhadas, ajudam-nos a aprimorar as competências de liderança tão requeridas neste novo cenário, em que cada vez mais as instituições públicas avançam para a prestação de serviço em ambiente virtual, com celeridade e economia de recursos, favorecendo o cidadão e otimizando os gastos públicos. Boa sorte em seus próximos desafios! Cordialmente, Ricardo Freitas 52Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências ALVES, Érika Andrade Castro. O PDCA como ferramenta de gestão da rotina. In: XI Congresso nacional de excelência em gestão. 2015. p. 1-12. MACHADO, Francisco Oliveira. O Ciclo PDCA em seus ciclos não vistos: buscando a compreensão além da prescrição. Revista Estudo & Debate, v. 22, n. 2, 2015.