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Liderança Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Cardoso, Jordana Liderança / Jordana Cardoso Ano: 2020 nº de p. : 10 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Liderança 3 Apresentação Neste momento vamos conhecer os principais conceitos sobre liderança, suas aplicações e distintas formas de interpretação, de acordo com o contexto em que estamos estudando. Iremos conhecer as características do líder, levando em consideração um exemplo prático para compreensão. A liderança está na ação do líder, assim sendo, um processo de relações entre pessoas. Veremos o importante papel que o líder desenvolve nas organizações e na sociedade, cabendo aqui reforçar a necessidade de se analisar o contexto em que se está avaliando ou estudando o papel do líder. Assim, cabe salientar que líder precisa de pessoas para liderar e os liderados enxergam no líder uma representação de liderança a ser seguida. Ou seja, uma relação de confiança entre ambas as partes. Conceito de liderança Se perguntarem a você o que é liderança, provavelmente, você terá dificuldade para descrever o que a palavra significa. Mas se lhe pedirem para citar nomes de grandes líderes, certamente você responderá com notável coerência: Mahatma Gandhi, Napoleão Bonaparte, Nelson Mandela, entre outros. Estas figuras ilustres carregam uma característica comum: a capacidade de inspirar seres humanos, ou seja, são dotados de liderança. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Bergamini (2011) em citação a Fieldler, aponta algumas definições de liderança: • Liderança é dar início a atos que resultam em um padrão consistente de interação global voltado à solução de problemas que são mútuos. • Liderança é a habilidade de persuadir ou dirigir as pessoas sem o uso do prestígio ou da força de uma autoridade formal, ou de circunstâncias externas. • Liderança é um processo de influir nas atividades do grupo com vistas ao estabelecimento e ao alcance de suas metas. • Liderança é o exercício da autoridade e da tomada de decisões. Reflita Diante do exposto, podemos dizer que o desempenho da liderança depende tanto da organização quanto dos atributos do próprio indivíduo. Este indivíduo, segundo Bergamini (2011, p. 130), é chamado líder e considerado como “[...] uma pessoa que tem sucesso em conseguir que as pessoas o sigam”. Desta forma, trata-se de alguém energético, sempre em movimento, ligado no mundo externo, que vive buscando formas de interagir e agir. O líder indica caminhos por meio do desenvolvimento de uma visão do futuro e depois une as pessoas comunicando-lhes essa visão e levando-as a superarem os obstáculos. Nas empresas, o líder oferece argumentos convincentes e emocionalmente gratificantes para os colaboradores que estão tentando entender as causas e as consequências das práticas organizacionais. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Seguindo essa lógica, Bergamini (2011), retrata que um líder eficaz exerce sua influência fazendo com que os empregados executem certas atividades por vontade própria, sem se sentirem coagidos. Para Marchiori (2011, p. 142), “o líder, por exercer influência, é visto, muitas vezes, como sinônimo de poder”. Ou seja, o poder do líder pode ser resultado da atração que um indivíduo provoca em razão de seu magnetismo pessoal decorrente de um fato de personalidade que, somado ao conhecimento, leva-o ao preenchimento de importantes cargos. É um líder em que se confia, mas a confiança pode ser destruída por um único passo em falso e, uma vez perdida, é difícil recuperá-la nas relações de poder que se estabelecem entre líder e liderados. Assim, a credibilidade do líder, somada ao ambiente da empresa, é quem determina os níveis de desempenho e os resultados obtidos pelos liderados. As relações entre líderes e liderados – por mais democráticas e sutis que o sejam – são de dominação e, em decorrência disso, implicam algumas consequências: identificação, internalização e socialização. Identificação: funciona como comprometimento, mas não se mantém isoladamente, pois depende do magnetismo do líder que a detém. Internalização: indica um comprometimento total e, de forma auto- suficiente, pode levar à falsa autoria de planos, projetos por parte do líder que empresta seu poder, sua influência e seu prestígio a assuntos de interesse e valor. Socialização: implica instrução, enquanto treinamento ou aprendizado, ou na coopção e na mortificação. (MARCHIORI, 2011, p. 142). Coopção – a adaptação a novos comportamentos e mudanças de atitude, posto que o grupo se torna referência para os envolvidos. Curiosidade Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Diante disso, uma forma de influência é um modo de usar poder, e as lideranças têm papel preponderante nas relações de poder (MARCHIORI, 2011). Bernardo Rocha Rezende, o Bernardinho, técnico da seleção brasileira de voleibol masculino, é um caso típico de liderança. Com sua equipe – jogadores e comissão técnica – tem conquistado o topo de todas as competições internacionais do circuito mundial de vôlei com o pressuposto de que é preciso combater os destaques individuais e enaltecer o brilhantismo coletivo. Características do líder Robbins (2011), afirma que uma das características mais importantes do líder é a confiança e, para ilustrar, relata uma história que ocorreu na empresa American Airlines: O presidente da American Airlines, Donald J. Carty, aprendeu esta lição da pior maneira na primavera de 2003. Lutando para evitar a falência, os executivos da American Airlines pressionaram os três maiores sindicatos que representavam seus funcionários a um acordo para cortar custos em 1,62 bilhão de dólares ao ano. Os líderes sindicais, com certa má vontade, concordaram em levar a proposta para seus associados sob o argumento de que demissões e cortes salariais de 15 a 23 por cento seriam necessários para manter a companhia em condições de operar. Os associados votaram e aceitaram os cortes. Você pode imaginar a raiva e o embaraço de seus líderes quando, dois dias depois os jornais noticiaram que Carty e o conselho de administração da American haviam recompensado secretamente seus principais executivos (incluindo o próprio Carty) com gordas bonificações e planos especiais de aposentadoria. O arranjo oferecia aos executivos da empresa mais do que o dobro de sua remuneração básica se eles permanecessem nos cargos até janeiro de 2005, além de alocar 41 milhões de dólares para benefícios adicionais em seus planos de aposentadoria. De um momento para o outro, o apelo de Carty para o “sacrifício mútuo” da administração da empresa e dos trabalhadores perdeu toda a sua credibilidade. Quando o plano secreto veio a público, os trabalhadores enfurecidos disseram que queriam votar as concessões de novo. Sentindo o perigo da situação, Carty desculpou-se repetidamente por não ter contado antes aos sindicalistas e aos funcionários sobre as vantagens concedidas aos executivos. Ele reconheceu seu erro, mas alegou que a revelação do arranjo poderia comprometer o acordo com os trabalhadores e levar a empresa à falência. Infelizmente para Carty esta sua manobra destruiu a confiança que os Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 funcionários tinham nele e minou sua capacidade de liderar a empresa. Os trabalhadores enraivecidos pediram sua cabeça. Depois de alguns dias, Carty foi obrigado a se demitir. (ROBBINS, 2011, p. 275-276). A saída de Donald Carty mostra o quanto os indivíduos só seguem e se deixam levar por um líder se houver confiança. Mas você sabe o que é confiança? Robbins (2011, p. 276), fala que a “[...] confiança é uma expectativa positiva de que a outra pessoa não irá agir de maneira oportunista –seja por palavras, ações ou decisões”. Em seu livro “O oitavo hábito – da eficácia à grandeza”, o especialista em desenvolvimento pessoal Stephen Covey compara a liderança com um fósforo, dizendo que o fogo de um fósforo pode acender uma vela e iluminar um quarto que está no escuro, mas é necessário riscá-lo para que pegue fogo, ou seja, para inspirar os colaboradores (riscar outros fósforos) é preciso encontrar a própria voz (próprio fogo). O mesmo acontece com um líder? Atenção A confiança depende de uma história com base em experiências, sendo necessário tempo para que ela seja construída. É por isso que, muitas vezes, é difícil, se não impossível, confiar em alguém imediatamente, quando não sabemos nada sobre este alguém. À medida que vamos conhecendo, o relacionamento vai amadurecendo e, daí, começamos a acreditar na nossa capacidade de formar uma expectativa positiva. Sobre a “maneira oportunista”, Robbins (2011, p. 276), refere-se “[...] ao risco e à vulnerabilidade inerentes a qualquer relação de confiança”. Isto significa que, por sua própria natureza, a confiança pode implicar desapontamento ou abuso. Assim, quando confiamos em uma pessoa, pressupomos que ela não tentará tirar vantagem dos nossos segredos mais íntimos. Os funcionários não seguem nem buscam orientações de alguém que eles percebem como desonesto ou que quer apenas tirar proveito deles. Neste sentido, a atuação do líder fortifica-se à proporção que alcança o respeito de todos os níveis hierárquicos. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 O líder eficaz combina quatro talentos: Talento cognitivo Capacidade de interpretar o mundo para compreender os objetivos visados pela organização. Talento social e político Capacidade de interpretar o mundo para compreender os objetivos visados pela organização. Talento social e político Capacidade de compreender o sistema social que é a organização e a capacidade de influir sobre sua evolução por meio de decisões que dizem respeito às estruturas e regras, bem como às particularidades dos indivíduos e do grupo que o levem a ser detentor da autoridade formal. Talento intrapsíquico Capacidade de pensar no seu próprio poder e perceber os perigos das suas próprias paixões. Talento ético Capacidade de compreender que o poder organizacional deposita nele a responsabilidade frente ao outro, na medida em que arrasta aqueles que o seguem na sua interpretação do mundo e sua ação sobre o social. Fonte: Adaptado de Ritter (1994, p. 394-399 apud BERGAMINI, 2011, p. 132) Segundo Bergamini (2011), antigamente, a liderança estava vinculada ao poder hierárquico na empresa e os empregados eram obedientes aos chefes, deixando-se, muitas vezes, manipular pela imposição de autoridade. O papel da liderança Atualmente, o papel da liderança abarca : [...] programas de desenvolvimento que partem do diagnóstico do estilo de liderança do indivíduo, da compreensão do estilo comportamental do grupo de subordinados e do exame das características do trabalho, bem como da tecnologia utilizada. (Bergamini, 2011, p. 133). Diante disso, admite-se que o líder pode ser eficaz, guiando certos grupos de pessoas e outros não. Pode também ser bem-sucedido em algumas situações, mas falhar em outras. Por isso, procura-se categorizar os diferentes tipos ou estilos de liderança como forma de encontrar quais as características comuns aos indivíduos que foram reconhecidamente habilidosos em conduzir pessoas. (BERGAMINI, 2011). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Partindo do modelo militar, o conceito de líder institucional foi edificando-se como cidadão indispensável à mudança organizacional, a partir da visualização de um futuro novo e diferente para a empresa. (BERGAMINI, 2011). Se percorrermos a história da humanidade, encontraremos várias figuras que foram e ainda são naturalmente seguidas por suas ideias: filósofos como Aristóteles, Platão e Sócrates; escritores como Machado de Assis, Cecília Meireles; pintores como Leonardo da Vinci, Van Gogh, Pablo Picasso, que fundaram escolas e são seguidos mesmo depois do seu desaparecimento. Em relação a estes tipos de líderes, Bergamini (2011, p. 134), informa que são chamados passivos “[...] pelo fato de não ter havido intenção ou motivação expressa de sua parte, nem esforço deliberado para dirigir pessoas”. Leonardo Da Vinci Fonte: Plataforma Deduca (2020) Leonardo Da Vinci pode ser considerado um líder passivo, pois sua liderança, nas artes, não foi proposital ou deliberada. Bergamini (2011), aponta também os homens que se distinguem pelo seu magnetismo pessoal, como líderes políticos e religiosos. O estilo determina inúmeros aspectos, dentre eles, os tipos de decisão que cada ser humano toma, as maneiras específicas de encarar os problemas diários e o relacionamento interpessoal produtivo, rumo a uma meta. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 Fechamento Estudamos os conceitos de liderança, o líder mostra o caminho a ser seguido a seus liderados por meio de suas ações e comportamentos, ou seja, o exercício da liderança. Estudamos as principais características do líder, levando em consideração a postura ética, a comunicação eficaz, saber negociar e conduzir as equipes para os resultados organizacionais, entre outras. Vimos o papel do líder na sociedade e nas empresas, entendendo que sua maior função é de orientar seus liderados e engajá-los para que desenvolvam se trabalho eficazmente. E por fim, entendemos que a liderança está na ação entre as pessoas, nas relações sociais e nas interações, não somente em uma pessoa que está como líder em um determinado momento. Assim, os estilos de liderança são variados de acordo com o comportamento do líder. Referências BERGAMINI, C. W. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2011. MARCHIORI, M. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização. 2. ed. São Paulo: Difusão, 2011. ROBBINS, S. P. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2011. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Teorias iniciais sobre liderança Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Cardoso, Jordana Teorias iniciais sobre liderança / Jordana Cardoso Ano: 2020 nº de p.: 14 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Teorias iniciais sobre liderança 3 Apresentação Muitas teorias foram lançadas com o objetivo de explicar como o líder e seus liderados podem interagir e se relacionar de maneira produtiva e positiva. Jesus Cristo foi um grande líder, mas o que ele fez para se destacar dos demais homens na sua época? Veremos nesta unidade de estudo diferentes maneiras de como a liderança pode ser observada e exercida nas relações entre líder e subordinado. O comportamento do líder e a maturidade do liderado devem ser levadas em consideração neste contexto. Além disso vamos entender as principais diferenças entre três conceitos relevantes no dia a dia das organizações: o coach, mentoring e counseling. Teoria Comportamental As teorias iniciais sobre liderança buscaram responder algumas perguntas sobre eficácia de produtividade e relacionamento com liderados, no entanto, não conseguiram sustentação porque, para serem validadas, precisavam encontrar características específicas que fossem comuns a todos os indivíduos e, em decorrência disso e de várias outras razões, caíram em descrédito e, hoje, estão ressurgindo com uma nova roupagem, combinando a ideia dos traços com as competências do líder (ROBBINS, 2011). Robbins (2011), aponta que ocorreu certo avanço nos estudos da teoria dos traços quando se começou a organizar os traços com base no modeloBig Five de personalidade, identificando-se que a extroversão é o traço mais importante do líder eficaz. Todavia, a teoria dos traços de personalidade não teve tanto êxito porque, primeiro, ela considera as necessidades dos seguidores; segundo, porque erra em aclarar a importância relativa de vários traços; terceiro, porque não divide a causa do efeito; e, por último, porque rejeita os aspectos situacionais (ROBBINS, 2011). Adicionalmente, podemos dizer que a teorização e a medição inadequada de inúmeros fatores também contribuíram para que essa teoria não atingisse um bom resultado. Logo, devemos considerar que as suas abstrações formam o pilar para outros pensamentos, como as abordagens comportamentais. Para Robbins (2011), as abordagens comportamentais asseguram que a liderança é essencial para o Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 desempenho e a manutenção dos recursos humanos nas empresas. Contudo, nesse caso, em vez de lidarmos com traços implícitos, ponderamos as ações ou os comportamentos das pessoas. Robbins (2011, p. 156), relata que as teorias comportamentais foram originadas no final dos anos 1940, na Universidade Estadual de Ohio, e ofereceram duas dimensões úteis de comportamentos de liderança dos colaboradores, são elas: Com base nestas dimensões, Robbins (2011, p. 156), acentua que um líder é “alto- alto” quando possui alto grau de estrutura de iniciação e de consideração, consegue alcançar índices elevados de desempenho e satisfação com mais frequência do que aqueles com baixa pontuação em uma das duas ou em ambas as dimensões. Na Universidade Estadual de Ohio, pesquisadores da Universidade de Michigan focavam na busca de características comportamentais dos líderes ligadas ao desempenho eficaz, alcançando duas categorias do comportamento de liderança, conforme quadro 1. Estrutura de iniciação: refere-se à extensão em que um líder é capaz de definir e estruturar seu papel e o de sua equipe para atingir as metas estabelecidas. Consideração: descrita como a extensão em que uma pessoa é capaz de manter relacionamentos de trabalho caracterizados por confiança mútua, respeito às ideias dos funcionários e consideração pelos sentimentos deles. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Quadro 1 - Categorias do comportamento de liderança Orientação para o funcionário: Orientação para a produção Os líderes são estimuladores das relações interpessoais, são preocupados com as necessidades dos indivíduos e são respeitadores das diferenças entre os membros; Os líderes têm a propensão de acentuar os fatores técnicos e práticos do trabalho e importam-se, principalmente, com a execução das tarefas da equipe, concebendo os empregados como os meios para chegar-se a um fim. Fonte: Adaptado de Robbins (2011) Apoiados nas categorias do comportamento de liderança, Hersey e Blanchard (2011, p. 186), anunciam que tem-se o conceito de liderança situacional quando ocorre uma relação entre: Quadro 2 - Relação de comportamento – Liderança Situacional 1. Comportamento de tarefa 1. Comportamento de tarefa a quantidade de orientação e direção que o líder oferece; 2. Comportamento de 2. Comportamento de relacionamento relacionamento a quantidade de apoio sócio-emocional dado pelo líder; 3. Maturidade 3. Maturidade o nível de prontidão dos subordinados no desempenho de uma tarefa, função ou objetivo específico. Fonte: Adaptado de Hersey e Blanchard (2011) Esse conceito, de acordo com Hersey e Blanchard (2011), surgiu para auxiliar os indivíduos a serem mais eficazes em suas interações cotidianas com os outros, proporcionando capacidade e disposição para assumirem responsabilidades e dirigirem seu próprio comportamento. A essência da utilização da liderança situacional está em verificar o nível de maturidade dos liderados e monitorá-los até o ponto em que estejam aptos e seguros para realizarem suas tarefas sozinhos (HERSEY; BLANCHARD, 2011). Por exemplo: um vendedor pode ser muito bom em conquistar novos clientes, mas muito ruim em preencher os formulários para fechar o negócio. Diante disso, seu gerente deverá acompanhá-lo até estar apto a realizar essa tarefa. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Mas como os líderes podem medir o nível de maturidade de seus liderados? Hersey e Blanchard (2011), propõem dois instrumentos: o formulário de avalia- ção do gerente e o formulário de autoavaliação. Estes dois instrumentos de maturidade, conforme Hersey e Blanchard (2011, p. 196), “[...] medem a capacidade (maturidade de trabalho) e a disposição (maturidade psicológica) usando cinco escalas de avaliação”. Tabela 1 – Parte do formulário de avaliação de maturidade do gerente ESCALAS DE MATURIDADE NO TRABALHO Esta pessoa _____________________________________________na realização deste objetivo. Escalas Alta Moderada Baixa 8 M4 7 6 M3 5 4 M2 3 2 M1 1 1. Experiência anterior de trabalho Tem experiência apropriada ao trabalho Não tem experiência apropriada ao trabalho 8 7 6 5 4 3 2 1 Possui os conhecimentos profissionais necessários Não possui os conhecimentos profissionais necessários2. Conhecimento do trabalho 8 7 6 5 4 3 2 1 Compreende perfeitamente o que deve ser feito Compreende pouco do que deve ser feito 3. Compreensão das exigências do trabalho 8 7 6 5 4 3 2 1 Fonte: Hersey e Blanchard (2011, p. 197) A Tabela 1 mostra parte do formulário de avaliação de maturidade do gerente e, como se vê, em correspondência com cada escala são apresentados indicadores comportamentais e classificações entre baixa e alta, as quais equivalem aos quatro níveis de maturidade (M1 a M4) ligados com a liderança situacional. Isto quer dizer, segundo os autores, que a capacidade de um ser humano não se modifica abruptamente de um momento para outro, podendo possuir em uma dada situação pouca, bastante ou muita capacidade. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 Já com a disposição da Tabela 2, Hersey e Blanchard (2011), ressaltam que não acontece a mesma coisa, pois este quesito trata da confiança em si mesmo e da motivação, e ambas podem flutuar frequentemente. Tabela 2 – Parte do formulário de avaliação de maturidade psicológica ESCALAS DE MATURIDADE PSICOLÓGICA Esta pessoa _____________________________________________na realização deste objetivo. Escalas Alta Moderada Baixa 8 M4 7 6 M3 5 4 M2 3 2 M1 1 1. Disposição para assumir responsabilidades Pouca disposiçãoMuita disposição 8 7 6 5 4 3 2 1 Possui grande desejo de realização Possui pouco desejo de realização2. Motivação de realização 8 7 6 5 4 3 2 1 3. Empenho É muito dedicado Não se preocupa 8 7 6 5 4 3 2 1 Fonte: Hersey e Blanchard (2011, p. 197). A ampla aceitação e a validade formal da liderança situacional estão bem documentadas, na visão de Hersey e Blanchard (2011), que enfatizam que gerentes de todo o mundo as utilizam, principalmente, em programas de treinamento. Entretanto, teorias mais recentes sobre liderança têm emergido, formulando novas concepções sobre o comportamento das pessoas nas organizações. É o que você estudará na sequência. Teorias contemporâneas sobre liderança As teorias iniciais ajudaram na elaboração de estudos mais modernos sobre liderança, o que permitiu o aparecimento de concepções sobre liderança Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 carismática, transformacional e transacional, além de constructos sobre liderança ética e multicultural. Os líderes carismáticos são aqueles que conseguem motivar as pessoas que desejam ser iguais a eles. Assim, segundo Robbins (2011), existem alguns fundamentos que destacam os líderes carismáticos das demais pessoas são elas: [...] “têm uma visão; estão dispostos a correr riscos por esta visão; são sensíveis tanto a limitações ambientais como às necessidadesde seus liderados; exibem comportamentos diferentes dos comuns”. (ROBBINS, 2011, p. 164) Portanto, pode-se dizer que a liderança carismática começa planejando uma visão atraente que oferece um sentido de continuidade para os seus segui- dores, vinculando o momento atual com um futuro propício para a empresa. Depois, o líder transmite elevadas expectativas de desempenho e expressa a confiança de que os seguidores podem alcançá-las, o que aguça a autoestima do colaborador. Por último, passa um aglomerado de palavras, ações e valores que levam os empregados a imitarem-no (ROBBINS, 2011). Figura 1 – Visão, sentido de continuidade Fonte: Plataforma Deduca (2020) Bergamini (2011, p. 134), concorda com o exposto e diz que a liderança carismáica abriu novos caminhos quando sugeriu “[...] três tipos de diferentes estilos comportamentais de líderes [...]”, são eles: Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Transacional: ocorre quando uma pessoa toma a iniciativa de estabelecer contato com as outras com o objetivo de trocar bens de valor. Esses bens podem ser de ordem econômica, política ou psicológica. Transformacional: difere do transacional não apenas por reconhecer as necessidades dos associados, mas pelo fato de procurar desenvolver aquelas necessidades que vão desde um nível mais baixo para um nível mais alto de maturidade. Laissez-faire: é um tipo de liderança que não exprime nenhuma atividade; portanto, caracteriza-se como a “negação” da liderança. Ocorre quando o líder evita assumir posições e resolver conflitos. Esse estilo de liderança possui um impacto negativo com relação à eficácia e à satisfação dos seguidores. Robbins (2011), corrobora Bergamini (2011), mas complementa que a ética também deve ser considerada na liderança. Assim, antes de julgar a eficácia de um líder, é fundamental averiguar o conteúdo moral de suas metas, bem como os instrumentos que ele usa para atingi-las. Robbins (2011), denomina esta ação de liderança ética. Outrossim, está vinculado à liderança multicultural que Robbins (2011), define como a adaptabilidade dos líderes às diferentes culturas e peculiaridades de cada país, citando que o que funciona na China, pode não funcionar no Canadá ou na França. Portanto, um dos grandes desafios dos líderes envolvidos com o desenvolvimento das pessoas nas organizações é orientar os colaboradores em sua carreira e em sua vida de maneira que suas competências, interesses e valores sejam compatíveis e conciliáveis aos objetivos e necessidades das empresas. É por esse motivo que, na próxima seção, trataremos sobre coaching, mentoring e counseling. Coaching, mentoring e counseling A organização precisa conhecer os seus colaboradores para ajudá-los a progredir na sua vida profissional e pessoal e, concomitantemente, conseguir vantagem competitiva. Desta forma, para manter os funcionários motivados, é fundamental Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 oferecer melhoria contínua por meio de treinamentos, aconselhamentos e orientações que os conduzam ao sucesso. Figura 2 – Conduzir ao sucesso Fonte: Plataforma Deduca (2020) Frente a esta ideia é que despontam os termos coaching, mentoring e counseling. Para Araújo (1999 apud SILVA, 2010, p. 303), o coaching “[...] tem sua origem no mundo dos esportes e designa o papel de professor, treinador, preparador, técnico”. Ou seja, é o compromisso que alguém assume quando resolve ajudar uma pessoa a alcançar determinado resultado. Todavia, Silva (2010) afirma que o coach não é meramente um treinador, ele deve ser capaz de instigar a pessoa para que expresse o seu potencial, de modo espontâneo e natural. Já o mentoring, segundo Silva (2010), serve para intitular um conselheiro, amigo, professor. Kram e Isabella, destacam o mentoring como: Um relacionamento entre um adulto jovem (mentorado) e um mais velho e experiente (mentor), o qual atua como patrocinador e treinador do mentorado, oferecendo-lhe proteção e trabalhos desafiadores que facilitem sua visibilidade, preparando-o para avanços na carreira. (KRAM ; ISABELLA, 1985 apud SILVA, 2010, p. 302) Observamos, então, que o mentoring é mais uma preparação profissional para que o cidadão cresça em sua carreira. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 11 Silva (2010), descreve um mentor como alguém que proporciona conhecimento especializado em determinada área de atuação e compartilha as suas experiências, visando contribuir com o mentorado. Kram (1983 apud SILVA, 2010, p. 302) indica quatro fases distintas de mentoring : (1) iniciação, (2) cultivo, (3) separação e (4) redefinição – as quais caracterizam a evolução da relação entre mentor e mentorado. 1. A primeira fase caracteriza-se pela construção da relação: É o momento no qual se identificam as expectativas do mentorado em relação ao processo, bem como suas necessidades de desenvolvimento. 2. Na segunda, “fase do cultivo da relação”: busca-se expandir o leque de habilidades e temas a serem trabalhados no processo cuja amplitude pode variar desde questões relacionadas ao papel profis- sional até questões de ordens afetivas, familiares e sociais. 3. Na “fase da separação”, terceira fase: inicia-se o processo de desvinculação – independência – do mentorado em relação ao mentor. Segundo a autora, nesta fase, a natureza da relação pode ser substancialmente alterada, tanto por questões do contexto organizacional quanto de mudanças internas ocorridas nos participantes durante o processo. 4. Na última fase, o mentorado já tem autonomia para ca- minhar com os próprios pés e processa-se a “redefinição da relação”: nesta fase, mentor e mentorado passam a ter uma relação mais igualitária em que se fortalecem os laços de amizade e há o reconhecimento das mútuas capacidades e do que um tem a oferecer ao outro. Neste contexto, podemos dizer que o propósito do mentoring é a autonomia do mentorado, por meio da troca de experiências com o mentor e a aprendizagem recíproca. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 12 Salgues (2004 apud SILVA, 2010) ressalta a importância em distinguir o coach e o mentor inferindo que: coach: busca fortalecer o desempenho do subordinado, dando suporte na análise das situações e na solução dos problemas do dia a dia. Geralmente, quem exerce este papel é o chefe; mentor: é um profissional interno ou externo à empresa que compromete-se com o desenvolvimento pessoal, de carreira e da promoção da qualidade de vida do indivíduo. Atenção Em relação ao counseling, Silva (2010), sustenta que é bastante aplicado na área clínica como aconselhamento médico ou psicológico e que está voltado à orientação profissional. Visto deste modo, Stéfano (2005), defende que é possível categorizar o counseling em dois tipos: o aconselhamento de carreira (com foco no planejamento estratégico pessoal) e o emocional, o qual deve ser conduzido por um psicólogo qualificado em atividades terapêuticas. Diante do exposto, Santos (1973), aponta que, no counseling, o intuito é o bem- estar do homem, podendo o processo estender-se a qualquer dimensão da sua vida, inclusive de ordem emocional, e, nesta perspectiva, cabe ao cliente determinar os objetivos que ele deseja alcançar no trabalho. Considerando a proximidade e a similaridade dos conceitos de coaching, mentoring e counseling, Ferreira (2008 apud SILVA, 2010), salienta que a atividade central dos três termos é a reflexão sobre escolhas profissionais ou sobre a carreira e o crescimento pessoal, todavia, ambos apresentam as suas singularidades no que, de acordo com Santos (1973), refere-se ao objetivo principal, ao contexto de atuação, à responsabilidade pela condução da intervenção, ao público-alvo e ao enfoque da abordagem. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 13 Fechamento Nestaunidade aprendemos que a liderança é a habilidade que uma pessoa tem de conquistar o outro de maneira que ele faça o que se quer ou se precisa, sem a necessidade de utilizar de força ou autoridade formal. Vimos também que as relações entre líderes e liderados, por mais democráticas e sutis que sejam, são de dominação e, em decorrência disso, implicam algumas consequências: identificação, internalização e socialização, e que o líder eficaz combina quatro talentos: cognitivo; social e político; intrapsíquico e ético. É importante que o líder reconheça seu estilo de liderar e saiba identificar o nível de maturidade para a tarefa que detalhamos durante este conteúdo. Compreender esta relação faz toda diferença nos times de sucesso. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 14 Referências BERGAMINI, C. W. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2011. HERSEY, P.; BLANCHARD, K.H. Psicologia para administradores. A liderança e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 2011. MARCHIORI, M. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização. 2. ed. São Paulo: Difusão, 2011. ROBBINS, S. P. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2011. Santos, O. B. Psicologia aplicada à orientação e seleção profissional (6a ed.). São Paulo: Pioneira, 1973. SILVA, C. R. E. Orientação profissional, mentoring, coaching e counseling: algumas singularidades e similaridades em práticas. Revista Brasileira de Orientação Profissional. v. 11. n. 2. São Paulo. Dez/2010. Disponível em: <http://pepsic. bvsalud. org/pdf/rbop/v11n2/v11n2a14.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2015. Stéfano, R. D. (2005). O líder-coach: Líderes criando líderes. Rio de Janeiro: Qualitymar, 2005. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Equipes de Alto Desempenho Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Cassia Bento, Juliana Equipes de Alto Desempenho / Juliana de Cassia Bento Ano: 2020 nº de p.: 8 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Equipes de Alto Desempenho 3 Apresentação Você sabe o que significa equipe? É a mesma coisa que grupo? Vamos à explicação! Começamos dizendo que grupo e equipe têm conceitos distintos e são diferentes em vários aspectos, mas a principal discrepância é a necessidade do compartilhamento do trabalho na equipe. Vamos imaginar uma situação hipotética para ilustrar e melhorar o entendimento. Imagine que você trabalha em uma fábrica de bichinhos de pelúcia e é responsável por fechar o bichinho após o enchimento com feltro. Na linha de produção, antes da sua etapa, outro funcionário é responsável por preparar o bichinho, o segundo é responsável por colocar o enchimento e você por fechá-los. Todos ganham pelo dia de trabalho. No entanto, certo dia, o segundo que enche os bichinhos faltou ao trabalho, mas o processo continuou, pois vocês ganhavam por dia de trabalho. Assim, o primeiro preparou o bichinho, o segundo não encheu com feltro (pois faltou ao trabalho) e você fechou o bichinho. E assim se estendeu pelo dia todo. Parece absurdo? Mas não é, pois em muitas organizações as pessoas trabalham em grupo, não em equipe, como se estivessem em uma linha de produção, fazendo seu trabalho de maneira individual. Trabalho em equipe Trabalho em equipe é diferente disso, pois cada membro da equipe sabe da importância da sua tarefa. Se fosse um trabalho em equipe no exemplo dado anteriormente, os outros membros, sabendo da importância da etapa de enchimento do bichinho, colocariam outro no lugar para cumprir o trabalho de maneira eficaz. A imagem a seguir ilustra um trabalho realizado em equipe. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Trabalho realizado em equipe. Fonte: Plataforma Deduca (2020) No trabalho em equipe, há maior autonomia dos membros e compartilhamento de papéis, responsabilidades e decisões, prevalecendo a sinergia entre os membros. Assim, equipe de alto desempenho pode ser entendida como vários membros engajados na realização de uma tarefa, com objetivos em comum e desenvolvimento de metas coletivas. Como transformar indivíduos em membros de equipe? De acordo com Robins (2011), o grupo só é considerado uma equipe quando tem si- nergia e cada membro se compromete com o objetivo da organização. O gestor tem três formas de tentar transformar o grupo em equipe, conforme figura a seguir: Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Opções básicas para transformar grupo em equipe Treinamento Seleção Recompensa Membro da equipe Fonte: Elaborada pela autora (2016) No processo de seleção, ao contratar um funcionário, o gestor deve considerar as habilidades técnicas para a realização da tarefa, como também se o candidato tem condições de trabalhar em equipe. Ora, caso seja feita a contratação de alguém que demonstre na seleção que não está apto, a empresa terá muito mais trabalho para prepará-lo, correndo o risco de a contratação não ser efetivada ao final da experiência. A habilidade do trabalho em equipe pode ser desenvolvida pela empresa e, se houver resistência quanto à mudança de comportamento, o colaborador pode ser encaminhado para setores que não necessitem fundamentalmente do trabalho em equipe. Atenção Na etapa de treinamento, especialistas conduzem exercícios para estimular a percepção do papel de cada colaborador em uma equipe de trabalho, de forma que compreendam o objetivo em comum. Mas por ser uma equipe diferenciada, reformulada, os indivíduos precisam ser estimulados e recompensados. Na etapa da recompensa, o gestor estabelece um sistema de remuneração para que os esforços sejam estimulados em vez de competitivos. Como recompensa da eficácia do indivíduo como membro colaborativo da equipe, podem ser ofertadas promoções e aumentos de salários, por exemplo. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Ao chegar nessa fase final, o colaborador possui competência social necessária para trabalhar em equipe. Tipos de equipes Dentro da organização, podemos encontrar vários tipos de equipes que são influenciadas pelos processos de treinamento e desenvolvimento, destinados aos mais variados tipos de tarefas, desde o processo de produção até a tomada de decisão. Nesta trilha, vamos abordar três tipos básicos de equipes: de melhoria, de trabalho e de integração, que você pode conferir no quadro a seguir com a descrição de cada uma delas. Tipos de equipes de trabalho Tipo de equipe Característica Melhoria Fazem recomendações de mudanças na empresa, seja nos processos ou na tecnologia, com o objetivo de melhorar a qualidade do produto. Por exemplo, forma-se uma equipe de discussão de melhoria para determinada tarefa, depois a equipe de dissolve. Trabalho Composto por membros que atuam na realização do trabalho propriamente dito. Por exemplo, fabricando produtos, fazendo pesquisas, prestando serviços, vendendo, entre outras tarefas. Integração É composta por membros das duas equipes. Este grupo coordena o trabalho em toda a organização e serve de vínculo entre as outras equipes. Fonte: Elaborado pela autora (2016) Independentemente do tipo de equipe, elas precisam ser eficazes, porém, essa efetividade está vinculada ao seu tempo de funcionamento e, geralmente, essas equipes tornam-se de alto desempenho dentro da organização. É importante dizer que não é simples o trabalho de implementação de equipes, pois exige bastante empenho e treinamento dos envolvidos. Por representar uma mudança organizacional, os gestores encontram resistência por parte dos colaboradores, uma vez que a criação das equipes exige modificação de comportamento e saída da zona de conforto. Licensedto Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 Como vimos, as equipes devem ser formadas por colaboradores comprometidos, formando uma equipe de alto desempenho e eficácia. Mas quem lidera essas equipes? Qual o perfil dessa liderança? Curiosidade As equipes de alto desempenho são formadas por pessoas capazes de liderar, que possuam comportamentos e atitudes de liderança. O desenvolvimento de pessoas apresenta-se como o maior desafio dos líderes. Você já deve ter se deparado, ao longo da vida profissional, com “líderes” que não tinham qualquer característica de liderança e que deixavam a desejar nos quesitos planejamento e na condução de pessoas. [...] a liderança está associada à posição ocupada por alguém em uma estrutura hierárquica, isto é, ao gabinete/bureau/office”. (ANTONELLO et al. 2011, p. 202) Reflita São vários os estilos de liderança, mas existe algum que seja melhor ou pior? Veja no quadro a seguir a explicação sobre os tipos de liderança. Tipos de liderança Tipos de liderança Característica Carismática Associado ao líder carismático, confiável, com autoridade exercida com base na confiança. Transacional Líder por racionalidade, diferente da carismática. Direcionamento das tarefas para atingimento das metas, com exigências claras de papéis. Transformacional Assim como na liderança carismática, há ainda a elevação da motivação, conhecimento dos papéis de cada participante e engajamento mútuo no atingimento do objetivo comum. Fonte: Elaborado pela autora (2016) Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Fechamento A liderança tem papel fundamental na condução dos trabalhos das equipes. Diferentemente do chefe que apenas acompanha a realização da tarefa, o líder é parte integrante da equipe, independentemente do tipo de liderança. Porém para que uma equipe atinja o máximo da sua performance, o líder deve ter claro qual seu papel e suas responsabilidades. Com grandes desafios em seu dia a dia, cabe ao líder criar e treinar essas equipes para que juntos possam ter excelente desempenho dentro dos processos organizacionais. Fica evidente a necessidade de a organização contar com profissionais que possuam competências e habilidades produtivas capazes de atingir os objetivos propostos. REFERÊNCIAS ANTONELLO, C. S. et al. Aprendizagem organizacional no Brasil. Porto Alegre: Bookman, 2011. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Liderança e o novo contexto organizacional baseado no conhecimento Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Feliciano, Antônio Marcos; Ricci Piato, Fernanda Liderança e o novo contexto organizacional baseado no conhecimento / Antônio Marcos Feliciano; Fernanda Ricci Piato Ano: 2020 nº de p. : 10 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 Liderança e o novo contexto organizacional baseado no conhecimento 3 Apresentação Neste momento vamos conhecer os estilos de liderança e as principais teorias que permeiam essa área. Desde os primórdios da humanidade, líderes são eleitos ou não para assumir um posto de comando e direcionamento, antes pelo grau de poder, hoje em dia por suas competências e postura, mas em todo tempo o poder tem uma relação direta com a liderança. O poder agressivo não funciona mais há muito tempo. Na contemporaneidade, o ideal é inspirar os liderados e usar estilos de fazê-lo de acordo com as demandas e situações, como um coach. Em alguns momentos, é preciso ser incisivo e tomar as decisões; em outros, ser democrático pode tomar a decisão mais rica e assertiva. Estilos de liderança Existem algumas teorias que estudam os diversos tipos de comportamento do líder em relação ao liderado, ou seja, a maneira pela qual o líder orienta e direciona um indivíduo ou um grupo. Na década de 1930, o psicólogo Kurt Lewin e outros estudiosos categorizaram pelo menos três estilos de liderança. São elas: • Liderança Autocrática É caracterizada pelo estilo de liderança em que apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do indivíduo ou do grupo. É ele o responsável em determinar os processos referentes às técnicas para a execução das tarefas, cada uma por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. Nesse modelo, o líder é o único responsável pelo sucesso ou fracasso do trabalho, visto que centraliza nele todas as diretrizes para a execução. • Liderança Democrática É caracterizada pelo estilo de liderança em que as diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo estimulado e assistido pelo líder. No geral, é o estilo de liderança em que o líder discute abertamente junto ao grupo as necessidades da empresa. Reuniões de brainstorming são frequentes dada a multidisciplinaridade e Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 o potencial de cada indivíduo. Nesse modelo, simples tarefas são executadas com alta complexidade devido à exponencial competência dos colaboradores, que é impulsionada pelo líder, permitindo participação, contribuição e colaboração. Esse líder não se diferencia do grupo, pelo contrário, está sempre perto para estimular a confiança e a troca necessária para o crescimento do grupo. • Liderança Liberal A chamada liderança liberal pode se confundir com a liderança democrática em alguns momentos, porém, diferente do estilo democrático, o estilo de liderança liberal pressupõe maior autonomia e menor supervisão por parte do líder, que prefere não participar do grupo, mantendo-se distante e aparecendo somente nos momentos de entrega. Vale ressaltar que esse líder não inspira confiança no grupo, justamente por não fazer parte dele. Teorias situacionais São as teorias que partem do princípio de que não existe um único estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer situação. Cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente para se alcançar a eficácia do grupo. Assim, presume-se que o verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob condições extremamente variadas. De acordo com a liderança situacional, não existe um único modo de influenciar as pessoas, mas, sim, uma adaptabilidade do líder, que atua como consultor, adequando-se às necessidades do grupo que deseja influenciar e avaliando criteriosamente o nível de maturidade das pessoas. Atenção O nível de maturidade do subordinado é crucial para que o líder de equipes de alto desempenho escolha o estilo que adotará. (JOHANN, 2013, p. 113). Esse nível de maturidade do subordinado é avaliado a partir não só́ do conhecimento e da experiência da pessoa em análise, mas também do nível de empenho, grau de autonomia, capacidade de assumir responsabilidades e tomar decisões, interesse Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 por melhorias, relacionamentos com colegas de trabalho, aceitação de desafios, entre outros aspectos. Análise: Nível de maturidade Fonte: Plataforma Deduca (2020) Segundo o autor, é de acordo com a maturidade da pessoa que o líder deve tomar as decisões estratégicas para a sua gestão. Assim, sugere-se que, para as pessoas mais maduras, sejam necessários menos direcionamentos e delegações, pois estas têm maturidade suficiente para agir, independentemente de orientação da liderança. Em contrapartida, as pessoas com menor maturidade tendem a necessitar que o líder trace o seu caminho passo a passo. O autor ainda propõe uma ferramenta chamada curva de maturidade, que estabelece quatro níveis de maturidade segundo um perfil traçado, cabendo ao líder identificar o nível de maturidade de acordo com as atitudes do indivíduo. As categorias são M1, M2, M3, M4 e estão descritas na sequência. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Estilos de liderançaSUBORDINADOS ESTILO DE LIDERANÇA IDEAL M1: pessoas sem adequada capacitação funcional e, também, sem vontade de assumir responsabilidades; inseguras, omissas. No trabalho, seus resultados mostram-se continuadamente fracos. E1 (determinar): orientações claras, supervisão específica, definição do que, como, quando e onde será feito. M2: pessoas sem a devida capacidade funcional, mas com disposição para assumir responsabilidades; razoável empenho e iniciativa. E2 (persuadir): comportamento diretivo por causa da falta de capacidade do subordinado, mas, ao mesmo tempo, pela necessidade de suprir a carência motivacional e insuficiência de entusiasmo e disposição do subordinado. Mediante explicações e comunicação bilateral, o líder convence esse subordinado a realizar o desejado. M3: pessoas com capacidade funcional apreciadoras de desafios e de crescente participação, mas nem sempre dispostas a fazer o que o líder quer, às vezes por falta de confiança em si mesmas ou de motivação. E3 (compartilhar): apoio, por parte do líder, ao uso da capacidade/habilidades existentes, por meio da comunicação bilateral, motivação e escuta atenta. M4: pessoas com capacidade funcional e disposição para assumir responsabilidades, busca por novos desafios, autonomia sobre como, quando e onde fazer as tarefas. Colaborativos com os integrantes da equipe de trabalho. E4 (delegar): pouca direção e pouco apoio, dado o elevado grau de iniciativa e de maturidade psicológica do subordinado. Fonte: Adaptado de Johann (2013) Cabe ao líder escolher qual o tipo de liderança que desenvolverá em relação ao grupo a partir do conhecimento a respeito deles e da sua experiência. Dessa forma, avaliar o nível de maturidade de cada indivíduo do grupo é fundamental para uma gestão humana e justa. Liderança na contemporaneidade A tecnologia deu um grande salto nos últimos cinquenta anos trazendo grandes mudanças para o mundo e a sociedade. A forma como fazemos as coisas não é mais a mesma, as informações navegam por fibra ótica por grande parte do planeta, até as mais remotas. Culturas e costumes se misturam a cada dia, o conhecimento não está mais encarcerado nos livros dentro de bibliotecas, ele também está armazenado na nuvem, até mesmo os livros são encontrados na nuvem se desejarmos. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 Armazenamento em Nuvem: O armazenamento em nuvem é uma tecnologia que permite guardar dados na internet através de um servidor online sempre disponível. Nele, o usuário pode armazenar arquivos, documentos e outras informações sem precisar de um HD no seu computador. (WEBLINK). Curiosidade Ouro e minério ainda são valiosos, mas a principal moeda de troca é o conhecimento, moeda que já pode ser encontrada literalmente em carteiras virtuais e, ainda mais, ser trocada por dinheiro por meio do trabalho. Máquinas substituíram muitas funções braçais e outras tantas profissões já estão fadadas ao fim com mais e mais tecnologia se desenvolvendo. Nesse cenário, onde informação e conhecimento são os bens mais valiosos, o foco já não está nas máquinas como fator competitivo de empresas, mas em quem cria as máquinas, quem idealiza processos, quem detém a moeda de troca, as pessoas. Por isso, cada vez mais somos valorizados não só pelo que já sabemos, mas pela nossa atitude de autodesenvolvimento e disponibilidade para o aprendizado contínuo. As empresas investem cada dia mais em programas de treinamentos, universidades corporativas, pois já é sabido que o conhecimento é o diferencial competitivo, quanto mais conhecimento, profissionais capacitados e promoção do desenvolvimento uma empresa tem, maiores são as chances que se destaque em meio a concorrência. Então, concluímos que em tempos em que aquele que detém o conhecimento é que tem o “poder”, não necessariamente esse poder está exclusivamente nas mãos dos líderes, que antigamente eram vistos como aqueles que tudo sabem e que, por conta disso, seguravam o máximo que podiam seus conhecimentos e informações, pois disso dependiam do seu poder e do seu cargo. Agora as coisas não são mais assim: todos podem ter acesso a qualquer tipo de conhecimento em qualquer tempo e em qualquer lugar. Essa é a era do conhecimento, e com ela o poder não mais está nas mãos de poucos, se pensarmos assim sobre o conhecimento. A liderança tem um novo foco, um novo objetivo, não de comandar – no sentido de mandar - mas de orquestrar e agregar talentos, desenvolvendo sua capacidade de ouvir, de conhecer, de compartilhar e mais ainda a humildade de aprender com aqueles que hierarquicamente falando, estão “abaixo” de si. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 No contexto da contemporaneidade, novos papeis foram acrescentados aos líderes. Segundo Angeloni (2009), são eles: Projetista: projetando a base das ideias e os valores essenciais da empresa, como as estratégias e estruturas básicas, as políticas diretivas e processos de aprendizagem. Professor: como professor, deve dar suporte aos membros da equipe para desenvolverem uma visão mais acurada das oportunidades de ação dentro da realidade, permitindo que possam expressar seus modelos mentais. Regente: como regente, ser aquele que percebe e acolhe os talentos, coordenando a união dessas “peças” para cada finalidade ideal, a pessoa certa no lugar certo. Angeloni (2009), nos traz um comparativo dos comportamentos do líder tradicional e do líder da era do conhecimento. O líder tradicional versus o líder da era do conhecimento LíDER TRADICIONAL LÍDER DA ERA DO CONHECIMENTO Apoia-se em normas, procedimentos e regras. A rotina é uma batalha constante que precisa ser vencida. Distingue suas ações das dos colaboradores, tendo cada um seu papel. Comunica o suficiente para manter as coisas funcionando. Vê, acompanha e controla tudo. Cultura específica de uma tarefa. Delega o que fazer. Motivado pelo poder e pelo dinheiro. Poder baseado no cargo. Trabalho é simples troca econômica. Visão de especialista. Apoia-se nas pessoas, suas capacitações e habilidades. Rotina é o reinício de novas oportunidades. Distingue suas ações pela competência. Debate, pesquisa. Vê, acompanha e controla o que é mais importante Cultura ampla, visando entender e criar alternativas. Delega como fazer. Motivado pelo desafio da autorrealização. Poder baseado na competência. Trabalho é um processo de enriquecimento cultural, além de uma troca econômica. Visão ampla de generalista. Fonte: Adaptado de Angeloni (2009). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Nesse sentido, estudos indicam que esse novo perfil é o de coach, entendendo que seu papel nessa nova realidade é mais de desenvolvedor do que de comandante em si. Todos os indivíduos têm seus conhecimentos, talentos e comportamentos, mas não somos educados para nos conhecer, não aprendemos na escola como usar o nosso conhecimento de forma focada, não aprendemos a nos posicionar, tomar boas decisões, ter autonomia e proatividade, estabelecer e alcançar metas, tudo isso é parte de um aprendizado empírico da vida que nos proporciona oportunidades de enfrentamento, no qual podemos ou não aprender tais coisas. Mas já se sabe que todo comportamento pode e deve ser desenvolvido. Muitas vezes temos em nossas equipes grandes talentos, mas, por dificuldades de se posicionar, comunicar ou outra qualquer, não são capazes de atuar em todo seu potencial. Esse é o trabalho do líder coach: auxiliar, por meio de técnicas e métodos de intervenção, seus colaboradores a desempenharem seus talentos. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 Fechamento Vimos que liderar implica exercer algum tipo de poder sobre outros. Esse poder pode ser exercido com base naquilo que o líder pode oferecer ou tirar de seus colaboradores ou na opção mais adequada, exercer o poder baseando em quem ele possa ser de formapositiva, na forma como seus liderados o veem e desejam segui-lo. Além do tipo e do estilo de liderança adequado, o líder precisa estar alinhado ao seu tempo. As pessoas estão cada dia mais conscientes de suas opções e potenciais, sabem que seu conhecimento é a moeda de troca mais valiosa na era do conhecimento em que vivemos, por isso não aceitam certas condições de liderança e se não houver a cooperação e o desejo de desempenhar, não há liderança que consiga bons frutos. Um novo perfil de líder vem sendo difundido nos últimos anos, o líder coach, esse com conhecimentos do ser humanos, de metodologias específicas, é capaz de desenvolver pessoas dentro das organizações. Referências ANDREI L. Que é Armazenamento em Nuvem? Weblik. 7. nov. 2018. Disponível em: https://www.weblink.com.br/blog/o-que-e-armazenamento-em- nuvem#:~:text=O%20armazenamento%20em%20nuvem%20%C3%A9,um%20HD%2 no%20seu%20computador. Acesso em: 16.out. 2020. ANGELONI, M. T. Organizações do Conhecimento - Infraestrutura, Pessoas e Tecnologia. São Paulo: Saraiva, 2009. JOHANN, S. L. Comportamento Organizacional: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2013. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 O processo de liderança nas organizações Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST SABINO, Mileide Marlete Ferreira Leal O processo de liderança nas organizações / Mileide Marlete Ferreira Leal Sabino Ano: 2020 nº de p. 11. Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 3 O processo de liderança nas organizações Apresentação Neste momento trataremos não do sistema de liderança, mas do processo em si, ou seja, como ocorre o processo de formação de lideranças dentro das organizações. Esses processos definem os “compactos da liderança” nos quais se envolvem os superiores e os subordinados dispostos a dar o máximo de si para o alcance dos objetivos organizacionais. Para tanto, os líderes devem saber conduzir o processo de mudança dentro das organizações, de forma a orientar os esforços para o cumprimento dos objetivos organizacionais, assim como para direcionar as pessoas em prol da cultura organizacional e conquistar, cada vez mais, um espaço de confiança e proximidade com os seus liderados. MISSÃO ORGANIZACIONAL E A LIDERANÇA Frequentemente, confundem-se as definições de missão, visão e valores, objetivos e filosofias da organização. Não importa o nome que deram a esses conceitos, o mais importante é entender que eles devem estar na base da liderança das organizações e, também, que haja uma clara compreensão do que cada conceito significa e como é praticado por todos, sobretudo pelos líderes. O que não se pode é fazer com que missão, visão e valores sejam fixados em paredes ou impressos em folhetos ou que, até mesmo, sejam utilizados como proteção de tela do computador achando que, desse modo, esses conceitos serão internalizados pelos colaboradores. Saiba que a liderança tem um papel fundamental nesse processo de internalização da missão, visão e valores da empresa, pois é por meio desses elementos que a liderança se forma e se fortalece, e é também por meio desse processo que a cultura se consolida, como já destacamos em unidades anteriores (BURMESTER, 2012). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 Missão organizacional e liderança Fonte: Deduca (2020) Os líderes possuem um papel essencial na explicitação desses elementos com clareza, honestidade e transparência. Burmester (2012, p. 93) afirma que a missão é a “[...] razão de ser de uma organização e que nela estão representadas as necessidades sociais a que ela atende e seu foco fundamental de atividades. A missão comunica o propósito da organização”. Desse modo, a missão deve chamar a atenção para uma direção clara, enfatizando o objetivo da singularidade do indivíduo ou da organização. Em geral, contém informações sobre o tipo de produtos ou serviços que uma empresa produz, quem são seus clientes e em que valores importantes ela acredita. É uma declaração muito ampla da diretriz organizacional. Uma boa declaração de missão ajuda, segundo a visão de Burmester (2012), a: • concentrar esforços para uma direção comum; • criar padrões de comportamento; • definir o escopo do negócio; • dar novo rumo à organização durante uma crise; • assegurar que a organização não persiga propósitos conflitantes; • servir de base lógica geral para alocar recursos organizacionais; • desenvolver valores ou cultura compartilhada; • estabelecer áreas amplas de responsabilidades por tarefas dentro da organização; • atuar como base para o desenvolvimento de objetivos organizacionais comuns. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 A missão é o foco da organização e sua razão de ser. Ela fornece direção para o desenvolvimento da estratégia da organização, definindo fatores críticos de sucesso, localizando oportunidades e auxiliando na escolha do que satisfaz os clientes e proprietários. Atenção Vamos a um exemplo para esclarecer o conceito de missão organizacional? Você conhece a Disney ou já ouviu falar sobre ela, certo? Pois bem, muitos acham que o negócio da Disney é vender entretenimento e diversão, quando na verdade o seu negócio é vender sonhos, ilusão e fantasia. Outro exemplo é o da Avon, que vende beleza e não apenas cosméticos e produtos de maquiagem. A Coca-Cola vende emoção e não refrigerantes. A Google vende informação útil e acessível, assim por diante. Portanto, a missão reflete a identidade organizacional. Cabe à liderança, constantemente, manter o foco alinhado com a missão; cabe ao líder manter o foco na missão para que a organização não se disperse nem divague sem rumo, pois quando se instala a desorientação, surgem os conflitos e, por fim, o caos (BURMESTER, 2012). VISÃO ORGANIZACIONAL E A LIDERANÇA A visão possui outro propósito, ou seja, possui a intenção de proporcionar o direcionamento dos rumos da organização. Segundo Burmester (2012, p. 99) “[...] é o estado que a organização deseja atingir no futuro”. Quando criança, você algum dia já se perguntou “o que você quer ser quando crescer”? Isso é uma visão de futuro, sabia? Assim como quando você se indaga “o que você é?”, remete à missão. Conseguiu entender a diferença? Quando se define a visão de uma organização, o que se busca é a realização de um sonho e a esperança das pessoas ligadas a ela. Isso diz respeito àquilo que se está tentando construir (BURMESTER, 2012). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 Collins e Porras (apud BURMESTER, 2012) afirmam que a construção da visão é composta por dois elementos muito importantes. São eles: uma filosofia orientadora e uma imagem tangível que se queira alcançar no futuro da organização. A filosofia orientadora permeia as decisões, diretrizes e ações da organização, é um tipo de “código genético” que atua como força modeladora. Visão organizacional e liderança Fonte: Deduca (2020) Mas, atenção: para que essa filosofia permaneça na organização e se torne visionária, é necessário transcender os fundadores e permanecer ativa mesmo depois que eles tenham passado. Por mais que passem por sucessivas gerações de líderes, as organizações devem preservar os elementos mágicos da orientação original, mesmo ocorrendo modificações nessa filosofia ao longo do tempo. A imagem tangível traz a concretude da realidade e as aspirações, sonhos e esperanças de um momento futuro. A filosofia orientadora é profunda e serena enquanto a imagem tangível é carregada de emoção e estimula a ação (BURMESTER, 2012). As políticas gerais ou básicas estão vinculadas à noção de procedimentos e normas práticas. Elas ajudam a dar contornos ao conceito mais amplo de cultura organizacional. As decisões que são tomadas dentro da organizaçãorequerem abordagens que minimizem alternativas com que se defrontam as pessoas que nela trabalham; trata-se de um guia que objetiva materializar as definições estratégicas (BURMESTER, 2012). Burmester (2012) enfatiza que as políticas existem para prevenir ou ajudar a resolver problemas existentes ou potenciais. Elas não têm razão de existir se não for para resolver um problema. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 O autor afirma, ainda, que a política básica é um programa geral de ação que guia os membros na execução das tarefas. Isso porque as pessoas são diferentes, pensam de modo diferente, têm diferentes níveis de educação e compreensão dos fatos, diferentes habilidades e estados de humor. Imagine como seria uma organização sem a existência de uma política básica? Cada um resolveria os problemas ou tomaria decisões conforme seus próprios critérios. Consegue imaginar o caos que seria? Atenção No entanto, há necessidade de detalhamento e compartilhamento das políticas básicas. Políticas básicas e liderança Fonte: Deduca (2020) Por esse motivo, quanto mais detalhada estiver essa política básica, quanto mais disseminada, compartilhada, conhecida e apropriada por todos, melhor será o desempenho da organização. Destacamos que os líderes devem estar atentos para que as políticas básicas se materializem nos procedimentos operacionais e garantam que essas políticas façam parte de manuais de rotinas e procedimentos da organização, a fim de se tornarem um guia que sofra adaptações sempre que as circunstâncias exigirem (BURMESTER, 2012). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Do mesmo modo que a liderança é uma jornada que começa do lado de dentro, como uma liderança de si mesmo antes de se pensar em liderar os outros, podemos considerar que a primeira visão de futuro que o líder precisa estabelecer é a sua. Ou seja, você já parou para pensar sobre qual é a sua visão de futuro? O que o move e apaixona? O que o inspira? Atenção Max DePree, principal executivo da Herman Miller Company, citado por Burmester (2012), diz que uma das principais responsabilidades do líder é saber interpretar e definir as realidades da organização em todas as suas dimensões. São elas: • como ela cresceu até o momento; • sua estrutura, cultura e a forma como conduz suas ações; • seus desafios, perspectivas de obsolescência, novos processos e oportuni- dades emergentes; • suas vantagens competitivas e limitações; • a capacidade gerencial e de força de trabalho; • as tendências externas que podem afetá-la. Todos esses fatores auxiliam a liderança a definir um senso de direção ou uma visão que seja realista e atrativa para o futuro da organização. Valores organizacionais e a liderança Podemos entender que os valores organizacionais compreendem o entendimento e as expectativas que indicam como os profissionais da organização se comportam e sobre os quais todas as relações organizacionais são fundamentadas, conforme explica Burmester (2012). Na visão da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) (apud BURMESTER, 2012, p. 103), os valores também podem ser entendidos como “[...] um padrão ou qualidade de princípios considerados em si válidos ou desejáveis”. Os valores norteiam as pessoas diante de incertezas e orientam a forma como devem agir do ponto de vista organizacional. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 9 Burmester (2012, p. 103) afirma ainda que “[...] os valores de uma empresa – o que ela defende e o que seu pessoal acredita – são cruciais para o seu sucesso competitivo. Na verdade, os valores impulsionam o negócio”, ou seja, há necessidade de haver uma articulação harmoniosa entre os valores da organização e o posicionamento do líder. Valores organizacionais e liderança Fonte: Deduca (2020) De acordo Isnard Marshall (apud BURMESTER, 2012, p. 103), “[...] o líder do século XXI deve se comprometer com o estabelecimento, a disseminação e a atualização de valores e princípios organizacionais que promovam a cultura de excelência na organização em que atua”. Saiba que o sistema de valores é a base para a cultura organizacional, promovendo senso de direção para todos que nela trabalham e guiando seu comportamento. Valores seriam, portanto, crenças que direcionam atitudes, julgamentos e comportamentos uns dos outros quando se compartilham os mesmos valores. As pessoas têm maior consenso sobre os comportamentos esperados. Os valores representariam, também, a motivação para a tomada de decisão, assim como para a execução de ações (BHARGAVA; MATHUR, 2002 apud BERMESTER, 2012). Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 10 Fechamento Vimos que a liderança tem um papel fundamental no processo de internalização da missão, visão e valores da empresa, pois é por meio desses elementos que a liderança se forma e se fortalece, e é também por meio desse processo que a cultura da organização se consolida. A missão deve chamar a atenção para uma direção clara, enfatizando o objetivo da singularidade do indivíduo ou da organização. Observamos que a visão possui outro propósito, ou seja, possui a intenção de proporcionar direcionamento dos rumos da organização. É o estado que a organização deseja atingir no futuro. Também vimos que os valores organizacionais são o entendimento e as expectativas que delineiam como os profissionais da organização se comportam e sobre os quais todas as relações organizacionais são fundamentadas. E, por último, aprendemos que as políticas gerais ou básicas estão vinculadas à noção de procedimentos e normas práticas. Elas ajudam a dar contornos ao conceito mais amplo de cultura organizacional. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 11 Referências BURMESTER, H. Manual de Gestão: organização, processos e práticas de liderança. São Paulo: Saraiva, 2012. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 O outro lado da liderança Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 SST Santos, Michel O outro lado da liderança / Michel Santos - Ano: 2020 nº de p. : 09 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 O outro lado da liderança 3 Apresentação Neste momento vamos conhecer o que é uma liderança, sua importância, desafios e contradições nas organizações. A liderança mobiliza esforços para a busca de resultados organizacionais, engajando as equipes e mostrando o caminho a ser seguido. Existem alguns tipos de liderança, tais como a autocrática, a democrática e a situacional. Além disso, vamos saber sobre como se forma as equipes eficazes, suas formas de atuação e busca por resultados, levando em consideração o alto desempenho. E, para isso, lideranças propositivas, que conheçam cada um de seus liderados, suas competências e comportamentos, podem mobilizar ações que estimulem as equipes eficazes a desenvolverem seus trabalhos. O outro lado da liderança Parece haver, em muitos casos, uma relutância nas organizações em identificar quais são as suas lideranças, talvez por falta de coragem ou de competência. Em muitas situações, alguém que ocupa um cargo de chefia não é, necessariamente, o líder daquela organização. Kouzes e Posner (2013) afirmam que quase toda noção popular a respeito de liderança é mito. Muitos idealizam um modelo de liderança que é a antítese do modo de operar dos líderes na vida real. Muitos alegam que os líderes magnetizam um bando de seguidores com atos de coragem. Quando, na verdade, os líderes atraem segui- dores por profundo respeito pelas aspirações alheias. O mito da liderança diz que os líderes são carismáticos e que eles possuem um dom especial. Isso distorce o conceito real de algumas lideranças. É claro que os líderes devem ser energéticos e entusiasmados,mas o dinamismo de um líder não provém de poderes especiais, e, sim, de uma forte crença em uma finalidade e da disposição para expressar tal convicção. É sabido que o conceito tradicional de liderança remete ao fato de que os líderes dirigem e controlam os outros dando-lhes ordens e estabelecendo políticas e Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 4 procedimentos. Entretanto, sabemos que os atos dos líderes vão além disso e são muito mais importantes do que suas palavras. Assim, nesse cenário, a credibilidade das ações acaba sendo fator determinante para um líder ser, ou não, seguido pelos colaboradores em longo prazo. Por muitas vezes, a realidade da liderança é contraditória: ao mesmo tempo em que é excitante e cheia de alegrias, é também estressante e exaustiva. Atenção Contraditório, não? Pois é, há fatos não ditos no papel da liderança. Esta começa quando a gerência acaba, quando os sistemas de premiação de punição cedem lugar à inovação, à coragem e às convicções. Mas também há o outro lado da moeda, no qual os líderes, por muitas vezes, ultrapassam os limites e acabam prejudicando sua imagem junto à organização. Vejamos um exemplo do líder visionário Steve Jobs, citado por Fabio Bracht, (2011), no qual relata que o cofundador da Apple, aclamado como “gênio” e “o maior CEO da geração”, por especialistas e jornalistas de tecnologia, conseguia ser terrível com as pessoas, e o seu impacto no mundo não foi uniformemente positivo. Você já deve ter ouvido falar sobre muitas das coisas boas que Jobs fez durante a sua carreira. Suas conquistas foram amplas e impossíveis de se resumir com facilidade. Ele era um sábio, um grande motivador, um juiz decisivo, um influenciador com visão de longo prazo, um excelente mestre de cerimônias e um estrategista brilhante. Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 5 Steve Jobs Fonte: Plataforma Deduca (2020) Mas ele não era perfeito. Ou seja, Steve Jobs fez coisas profundamente perturbadoras na Apple. Bracht (2011) cita exemplos: atitudes rudes, desdenhosas, hostis, rancorosas, em relação às quais os empregados da Apple acabaram tendo uma história diferente para contar sobre Jobs e todo o medo e manipulação de bullying que o acompanhavam pela empresa. Steve Jobs impôs regras que centralizaram o controle sobre quem poderia dizer o que em seus aparelhos e em sua empresa (BRACHT, 2011). Devemos sublinhar os defeitos de Jobs nesse momento apenas para ilustrar que nem sempre as lideranças são tão exemplares assim. Steve Jobs usava censura e autoritarismo, expõe Bracht (2011). E, não por acaso, isto também fica evidente na forma como a App Store trabalha o iPhone e o iPad, o usuário precisa da aprovação da Apple para colocar qualquer coisa nos aparelhos. Ou seja, trata-se de um poder que a empresa usa agressivamente. Bracht (2011) ainda acrescenta que, na Apple, existe uma cultura de medo e controle ao redor das comunicações; são especialistas em caçar quem vaza informações, confiscando celulares e fazendo buscas nos computadores. Menciona, ainda, que Steve Jobs frequentemente diminuía as pessoas e esbravejava contra elas, deixando de lado a educação (BRACHT, 2011). Em seu livro The Second Coming of Steve Jobs, sobre a época de Jobs na NeXT e o seu subsequente retorno à Apple, Bracht (2011) cita que Alan Deutschman descreveu o tratamento duro que Jobs dava aos seus subordinados, apelando, Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 6 em muitos casos, para a intimidação e depreciação. Jobs trabalhava por longos períodos e permaneceu CEO da empresa até seis semanas antes da sua morte. Os resultados foram produtos inovadores e incríveis, apreciados pelo mundo todo, mas não significa que a sua rotina workaholic seja algo a ser imitado. Atenção Se, por um lado, Jobs fez a Apple ganhar muito dinheiro, servindo como modelo para muitas gerações de empreendedores e líderes de negócios, por outro, também deixou um legado de falta de habilidade ao lidar com seus liderados (BRACHT, 2011). Trouxemos aqui esse exemplo de Steve Jobs para você saber que também há o outro lado de ser líder, ou seja, existe a pressão, o estresse, a exaustão, o cansaço, e que também há o preço que se paga para se tornar um líder visionário. Será que os fins justificam os meios? Será que as atitudes de Jobs são justificadas, tendo em vista os resultados que conseguiu para a empresa? Qual a sua percepção sobre o assunto? Curiosidade Claro que não é esse o intuito do exemplo, pois estamos o tempo todo afirmando neste e-book que a liderança tem características diferentes desse lado “intimidador” que Jobs possuía. Mas por que ele fazia tanto sucesso e era tão admirado? Por que tinha seguidores e admiradores por todo o mundo, mesmo tendo um jeito bem estranho de exercer a liderança? É de se pensar, não é mesmo? Criando equipes eficazes Formar grupos coesos e com alto desempenho é um grande desafio, mas torna-se imprescindível para a sustentabilidade dos negócios nos dias de hoje. Estabelecer valores organizacionais que evidenciem a busca constante pela qualidade nos produtos e serviços e o olhar para os clientes internos e externos são fatores que podem contribuir para a formação de equipes eficazes, visto que os Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 7 valores se refletem na cultura da empresa. Mas há outras maneiras de fortalecer um grupo para transformá-lo em uma equipe de sucesso. O gestor de equipe deve conhecer individualmente cada colaborador, tanto nos quesitos técnicos quanto nos comportamentais e, a partir daí, elaborar em conjunto com o colaborador etapas para o crescimento profissional alinhado aos objetivos da empresa. Ao conhecer cada colaborador da sua equipe, o gestor saberá estabelecer as metas individuais baseado no melhor de cada um, compartilhando a visão do negócio para transformá-la em realidade. Atenção Quando o trabalho da equipe está baseado em confiança mútua e conhecimento profundo uns dos outros, a equipe consegue se organizar rapidamente em momentos de dificuldade, executa as atividades na busca pela perfeição e inovação por meios de suas ações. Existe abertura para o diálogo franco, exposição de ideias sem receio da rejeição, levantamento de sugestões e discussões de forma produtiva e com criatividade. Nem sempre o resultado de uma ação é o esperado, mas, em equipes eficazes, há o entendimento de que todos têm sua parcela de responsabilidade e ninguém se abstém de assumir sua parte. O compromisso com a equipe é mais forte que o resultado individual, pois sabem que a citação de Aristóteles no livro Metafísica (2012) “o todo é maior que a soma das partes” é verdadeira. O aprendizado é constante, seja nas conquistas positivas ou nos resultados negativos. A análise e revisão dos passos da equipe são feitas constantemente e com a colaboração efetiva dos envolvidos e coerência nas observações; este aprendizado gera compromisso para novas oportunidades. Quebrar paradigmas e olhar além do que foi estabelecido é uma característica marcante em equipes eficazes. Para conquistar resultados melhores e mais significativos, é necessário buscar novas alternativas e um novo jeito de fazer as coisas. Atenção Licensed to Anderson Czocher - cz.czocher@gmail.com - 077.945.899-08 8 Fazer parte de equipes eficazes tem ganhos significativos para a organização, a qual terá seus resultados e objetivos alcançados. Além disso, os ganhos também são para os colaboradores, os quais terão orgulho em pertencer a um time de pessoas de alto desempenho que faz a diferença e é reconhecido por isto. Liderança Situacional Por muito tempo, existiam dois tipos de liderança, a Autocrática e a Democrática. Elas funcionavam em dois extremos, e o líder não era visto como um líder completo, pois o gerente de uma (Democrática) era acusado de ser permissivo em excesso, ao passo
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