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Influências no Desenvolvimento Humano

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nfluências no desenvolvimento humano
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as diferentes influências no desenvolvimento humano: hereditariedade, ambiente e maturação.
Por que estudar diferentes influências?
Psicologia do desenvolvimento
Segundo Marchesi e Palácios (2003), os primeiros pensadores que se preocuparam com o desenvolvimento, articulando questões psicológicas, são do final do século XIX e início do século XX. Entretanto, os autores ressaltam que, mesmo antes disso, já nos séculos XVII e XVIII, alguns filósofos, como John Locke (1632-1704), David Hume (1711-1776), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804), apresentavam ideias que influenciariam a Psicologia do desenvolvimento.
Locke acreditava que a mente humana poderia ser comparada, desde o nascimento, a uma tábula rasa ou a uma página em branco, e que o ambiente “escreveria” nessa página, formando a psique. Rousseau e Kant ressaltavam a existência de características inatas do ser humano. Rousseau ainda dividia a infância em estágios com características próprias.
Todas essas perspectivas filosóficas influenciaram as teorias da Psicologia que estudam o desenvolvimento.
Como não se lembrar da famosa frase de Watson (1970 apud FREIRE, 2014), que disse que, se pudesse criar uma dúzia de crianças sadias da maneira que quisesse, seriam transformadas naquilo que ele decidisse de acordo com os estímulos que lhes daria. Em outras palavras, essas crianças poderiam ser transformadas em ladrões, médicos ou artistas, independentemente de sua herança genética ou aptidão.
Ainda que as primeiras questões sobre o desenvolvimento tenham sido trazidas originalmente por esses filósofos citados, a área é ainda relativamente nova e tem mudado bastante. Por exemplo, hoje, é comum o entendimento de que o desenvolvimento humano acontece durante toda a vida. A Psicologia considera que os indivíduos passam por diferentes etapas do ciclo de vida: infância, juventude, maturidade e velhice. Mas nem sempre foi assim.
A compreensão de que a adolescência é uma fase do desenvolvimento começa no início do século XX, quando Stanley Hall (1846-1924) publicou Adolescence, considerado o começo do estudo da adolescência como área de pesquisa científica (BERNI; ROSO, 2014).
Foto da publicação Adolescence de Stanley Hall.
O estudo sobre o envelhecimento e suas características como uma fase do desenvolvimento humano é recente. Até pelo menos metade do século XX, a Psicologia entendia que os anos finais da vida eram de “involução”, e que o estudo do desenvolvimento deveria focar nos períodos produtivos até a fase adulta. De fato, durante muito tempo, nem se estudava o desenvolvimento após a infância.
Além disso, não havia articulação entre as diferentes áreas do saber que estudavam o desenvolvimento. Cada uma estabelecia parâmetros e critérios para o estudo, o que gerava pesquisas diferentes e eventualmente contraditórias (VAN GEERT, 2003).
Mudança quantitativa e qualitativa
O estudo do desenvolvimento implica observação de dois tipos de mudança no desenvolvimento: quantitativa e qualitativa. Veja mais detalhes a seguir!
Mudança quantitativa
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Mudança qualitativa
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Podemos observar, por exemplo, a mudança da criança que passa a ter autonomia em seu autocuidado com sua própria higiene sem a intervenção do adulto.
As diferenças no processo do desenvolvimento entre povos, culturas ou regiões geográficas distintos e mesmo entre o sexo masculino e o feminino são levadas em consideração nos estudos.
Algumas diferenças são óbvias, como a sexual. Alguns sujeitos nascem com características geneticamente definidas do sexo masculino ou do feminino. Outras diferenças podem ser mais sutis, como aquelas associadas ao humor ou a comportamentos relacionados à família.
Uma vez que o desenvolvimento é complexo e os fatores que o afetam nem sempre podem ser medidos/analisados com precisão (afinal como “medir” a influência da educação dos pais?), os estudiosos não podem dar uma resposta definitiva e única sobre como ocorre esse processo e quais são suas fases para todos os sujeitos e para todas as culturas.
As variações são imensas, na medida em que há de se considerar combinações entre diferentes culturas, grupos, famílias, indivíduos, constituição genética, alimentação, educação formal.
Mas os estudos já nos apresentaram e nos ensinaram muito sobre o que as pessoas precisam desenvolver de forma saudável, como elas tendem a reagir às influências internas e/ou externas, como podem desempenhar melhor seu potencial e quais são alguns dos fatores essenciais para uma melhor qualidade de vida, como no caso das relações afetivas positivas.
Vamos considerar, neste estudo, três fatores que influenciam o desenvolvimento humano: hereditariedade, maturação e meio ambiente.
Hereditariedade
Conceituação histórica
Hereditariedade significa o fenômeno em que os genes e as características dos pais são transmitidos aos seus filhos. São chamadas de hereditárias as características genéticas e fenotípicas.
Para ficar mais claro: genótipo é o grupo de genes que é recebido do pai e da mãe. Quando juntamos a combinação desses genes com as influências do meio ambiente, teremos o fenótipo de um sujeito, as características físicas que podemos observar.
A fusão dos gametas explica a transmissão das características hereditárias nos seres humanos: o espermatozoide (gameta masculino) e o ovócito secundário (gameta feminino) contêm 23 cromossomos cada. Os 23 cromossomos do pai se juntam aos 23 cromossomos da mãe, e assim se transformam no conjunto cromossômico daquela nova célula que se tornará um novo ser.
Atualmente, falar de material genético herdado parece óbvio, e ninguém (ou quase ninguém) duvida dessa realidade. Mesmo em discussões onde o assunto tratado é o comportamento observável ou as características psicológicas/de temperamento, por exemplo, sempre há uma menção à possibilidade da herança genética.
A pergunta sempre aparece:
Será que o mau humor do fulano não é igual ao humor do seu pai? Será que não herdou isso dele?
Nem sempre, porém, a hereditariedade foi compreendida. Não entendíamos, por exemplo, por que algumas pessoas eram tão parecidas com os pais enquanto outras eram tão diferentes.
O nascimento de uma criança com a pele mais escura ou mais clara podia ser considerado um problema se nem o pai ou a mãe, por exemplo, tinham a pele da mesma cor. De fato, não se sabia que existia material genético, logo não se conhecia a sua influência sobre os filhos.
Fazendo um passeio pela história, o médico grego Hipócrates (460-370 a.C.), por volta de 410 a.C., propôs a pangênese, que indicava uma produção de partículas de todas as partes do organismo, as quais eram transmitidas no momento da reprodução. Essa ideia foi bem aceita até o final do século XIX.
Depois disso, Aristóteles (384-322 a.C.) propôs que existia algum material no sêmen (usado no sentido de gametas) produzido pelos pais que garantia a transmissão de características.
Princípios básicos
Houve uma grande lacuna no conhecimento e na pesquisa sobre a hereditariedade após as ideias de Aristóteles. Somente após o Renascimento, os estudos voltaram a ser realizados com o objetivo de conhecer a hereditariedade. Entre as ideias de Aristóteles e Gregor Mendel (1822-1884), entretanto, foram poucos trabalhos inovadores.
Gregor Mendel.
Mendel é considerado o pai da genética por conta dos resultados de seus estudos envolvendo ervilhas: após fazer um cruzamento de variedades de ervilhas, ele analisava como as características eram passadas de uma geração para outra. Antes mesmo de a estrutura e o funcionamento dos cromossomos serem conhecidos, Mendel compreendeu os princípios básicos da hereditariedade.
Com base em seus estudos, Mendel propôs duas leis (ASTRAUSKAS et al., 2009). São elas:
Lei da Segregação ou Primeira Lei de Mendel
Cada característica é condicionada por um par de fatores que se separam na formação dos gametas. Os fatores seriam, de fato, os genes que temos conhecimento hoje.
Lei da SegregaçãoIndependente ou Segunda Lei de Mendel
Os fatores que determinam diferentes características distribuem-se de forma independente para os gametas e se combinam ao acaso.
As duas leis de Mendel explicam as variações que existem na transmissão de algumas características, utilizando regras simples de probabilidade. Elas serviram como base para a ampliação do conhecimento genético e propuseram a ideia de herança particulada, que demonstra que os pais passam adiante unidades herdáveis separadas (atualmente, chamadas de genes).
Mendel e seus estudos foram o ponto de partida para a genética moderna e a compreensão da hereditariedade. Hoje, os cientistas adotam uma perspectiva interacionista no estudo do desenvolvimento, articulando as influências do ambiente e da genética (BUSSAB, 2000).
aturação
Etimologia
A palavra maturação refere-se a padrões de mudanças determinados internamente, como tamanho do corpo, forma e habilidades que começam na concepção e continuam até a morte (BEE; BOYD, 2011).
O desenvolvimento determinado pela maturação, em sua forma pura, ocorre independentemente da prática ou do treinamento. É um processo inato, geneticamente determinado e resistente à influência do meio ambiente. Entretanto, há poucos casos de maturação pura. Mesmo alguns processos, como ficar de pé na forma bípede, serão muito atrasados ou não existirão se a criança não for estimulada.
extension
Exemplo
Vamos tomar como exemplo o caso do menino Victor, descoberto, em 1797, com idade entre 11 e 12 anos, que vivia nos bosques ao Sul da França. O garoto não sabia andar, falar ou se expressar de forma compreensível, o que indicava seu pequeno contato com outros seres humanos. Acreditou-se, então, que o menino teria sido abandonado por seus pais com idade entre 4 ou 5 anos, o que fez com que conseguisse sobreviver (um bebê, por exemplo, teria morrido sozinho). Mas, ao mesmo tempo, ele não demonstrava quaisquer influências sociais que, talvez, tivesse recebido (PEREIRA; GALUCH, 2012).
Completo desenvolvimento humano
Com apoio de alguns autores do desenvolvimento, podemos definir maturação como o processo que leva o corpo humano à forma e às funções normais adultas ou ao estado de completo desenvolvimento morfológico, fisiológico e psicológico. Esse processo tem, necessariamente, influência da herança genética e do ambiente (MATSUDO, S. M. M.; MATSUDO, V. K. R., 1991; MALINA; BOUCHARD; BAR-OR, 2004; BAXTER-JONES; EISENMANN; SHERAR, 2005).
Desde o nascimento até a fase adulta, vamos passar por vários estágios de crescimento e desenvolvimento, o que resulta em nível ascendente de maturação, tendo como característica o processo evolutivo da espécie humana.
Nosso corpo, nosso equipamento neurofisiológico, passa por uma evolução que é determinada por fatores biológicos, e isso torna possível determinado padrão de comportamento. São mudanças qualitativas que capacitam o organismo a progredir em direção a níveis mais elaborados de funcionamento.
Assim, por exemplo, precisamos de maturação para estabelecer o controle esfincteriano que é um dos marcos do desenvolvimento infantil. Precisamos, portanto, de maturação neurológica para controlar os esfíncteres, mas aqui também se vê a influência da cultura: em países mais frios, é comum que o desfralde seja feito mais tardiamente, tendo em vista a impossibilidade de deixar o bebê com todas as roupas molhadas (REVISTA CRESCER ONLINE, 2017).
Entretanto, pessoas de mesma idade biológica podem apresentar diferenças significativas em relação ao nível maturacional (MALINA; BOUCHARD, 2002). Isso significa que, por exemplo, o corpo de duas crianças de um ano não vai apresentar condições de falar exatamente na mesma época.
Baxter-Jones, Eisenmann e Sherar (2005) afirmam que o processo de maturação apresenta duas fases distintas: o timing e o tempo.
Timing
A idade em que os eventos maturacionais específicos acontecem (menarca, espermarca, por exemplo) é o timing.
close
Tempo
Já o tempo diz respeito ao índice e à velocidade com que a maturação avança e progride em direção ao estado maturacional adulto.
Segundo Malina e Bouchard (2002), as diferenças maturacionais são mais visíveis entre os 9 e os 14 anos de idade, para o sexo feminino, e entre os 11 e os 16 anos, para o sexo masculino.
Acredita-se que jovens em estado maturacional mais adiantado provavelmente serão mais altos, mais pesados e terão maiores níveis de força e maior resistência muscular se comparados com aqueles de maturação tardia.
O processo de crescimento, maturação e desenvolvimento humano interfere diretamente nas relações afetivas, sociais e motoras dos jovens. Adequar os estímulos ambientais em função desses fatores é fundamental.
Ambiente
Influências ambientais
Como “meio” podemos entender um conjunto de influências e estimulações ambientais que pode alterar os padrões de comportamento do indivíduo. Podemos pensar, por exemplo, na alimentação dos sujeitos. Desenvolvemos hábitos alimentares mais adequados a uma vida saudável e ao crescimento em função da forma como somos ou não estimulados, especialmente por nossa família, durante a formação desses hábitos.
Como nos lembram Rossi, Moreira e Rauen (2008), a escola, as redes sociais (virtuais ou não), as condições socioeconômicas e culturais influenciam o processo de construção dos hábitos alimentares da criança e, consequentemente, do indivíduo adulto.
A ideia do condicionamento do psicólogo behaviorista norte-americano Frederic Skinner (1904-1990) é uma tecnologia educacional, uma organização das contingências de reforçamento, pois, considerando o sujeito ativo e passível de transformação de acordo com sua ação no mundo, a ênfase é dada à organização do ambiente e sua atuação sobre o sujeito.
Frederic Skinner.
A proposta de tecnologia educacional foi amplamente apropriada pela educação que ainda hoje se utiliza de premiações/punições para trabalhar pedagogicamente com os alunos em instituições de ensino.
O ambiente externo constitui uma influência importante sobre o desenvolvimento. Utilizando o referencial teórico do ciclo vital de Paul Baltes (1939-2006), os seres humanos são seres sociais que, desde o início, desenvolvem-se dentro de um contexto social e histórico.
De acordo com Neri (2006), os princípios básicos em sua abordagem do desenvolvimento do ciclo da vida são:
· O desenvolvimento é vitalício;
· O desenvolvimento envolve ganho e perda;
· Há influências relativas de mudanças biológicas e culturais sobre o ciclo de vida;
· O desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos;
· O desenvolvimento revela plasticidade;
· O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural.
O contexto de influências do meio mais imediato para o bebê é, normalmente, a família. Mas o meio familiar também está sujeito às influências mais amplas e sempre em transformação: do bairro, da comunidade e da sociedade e, claro, da época histórica.
Ao longo da história, podemos observar diferentes configurações familiares. Famílias ampliadas, com muitos membros morando em uma mesma casa ou em um mesmo terreno, era uma situação comum em nossa cultura. Hoje, temos mães solo, famílias nucleares mínimas, famílias com somente um genitor.
Não há, ainda hoje, respostas precisas sobre qual fator é mais influente do que outro. Diferentes pesquisas destacam fatores distintos, e nenhuma delas pode ser considerada “melhor” por isso.
Podemos compreender essa questão verificando os estudos de grandes autores, como Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygotsky (1896-1934) e Sigmund Freud (1856-1939). Cada um deles deu ênfase a um fator ou a outro. Piaget estudou o desenvolvimento a partir da intelectualidade, Vygotsky, a partir da socialização e da influência da história social e da cultura, e Freud, a partir do aspecto afetivo-emocional.
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