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A partir do texto, é correto afirmar que: a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes. b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor metodológico. c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são coincidentes. d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento filosófico moderno. 10. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos. d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas. 11. (Unicamp 2011) Na segunda metade do século XVIII, pensadores importantes, como Denis Diderot, atacaram os próprios fundamentos do imperialismo. Para esse filósofo, os seres humanos eram fundamentalmente formados pelas suas culturas e marcados pelas diferenças culturais, não existindo o homem no estado de natureza. Isso levava à ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos não podiam ser considerados superiores ou inferiores a partir de uma escala universal de valores. (Adaptado de Sankar Muthu, Enlightenment Against Empire. Princeton: Princeton University Press, 2003, p. 258, 268.) a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se opunham ao imperialismo? b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relação entre a ideia de “homem no estado de natureza” e a organização das sociedades civilizadas? Gabarito: 1: [B] 2: [A] 3: [C] 4: [A] 5: [B] 6: [A] 7: [A] 8: [A] 9: [D] 10: [A] 11: a) Ao negar o estado de natureza e sustentar a afirmação de que os seres humanos são formados por processos culturais – fato que redundaria na existência de várias culturas simultâneas – o pensamento de Diderot contrapõe-se diretamente às bases do imperialismo por dois motivos. O primeiro é de que o homem inicialmente estaria nas selvas e posteriormente construiria a civilização em um processo único, de maneira igual para todos, desta maneira, começando pela selvageria, passaria pela barbárie até a civilização. A segunda é a de que os europeus consideravam naquele momento histórico seu continente o auge da civilização e do desenvolvimento. Os africanos e os demais povos colonizados, teoricamente “inferiores” ainda não haviam chegado ao estágio civilizado europeu, portanto, caberia aos mesmos o encargo de ajudá-los neste processo. b) O conceito de estado de natureza ou também de condição natural tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente, deste modo, Jean-Jacques Rousseau (no século XVIII) pensou primeiramente os indivíduos isolados pelas florestas sobrevivendo sempre com o que a natureza lhes oferece, deste modo, desconhecendo as lutas, comunicavam-se pela linguagem dos gestos (gritos, cantos) o que tornava sua comunicação mais generosa. Este estado de felicidade primitiva, na qual os homens existem na condição de bom selvagem inocente, termina quando alguém toma para si um terreno e o cerca dizendo: “É propriedade minha”. Ora, esta divisão da propriedade privada é que dá origem a sociedade civilizada que tem como característica a guerra entre todos contra todos. A percepção de Rousseau evidencia a luta entre fracos e fortes, privilegiando o poder do mais forte ou a vontade do mais forte. Quanto isto acontece, em toda parte reina o medo, a insegurança, a luta e a morte e para que isto não ocorra, para que este medo não prevaleça é preciso que os humanos decidam pela sociedade civilizada criando o poder político e as leis criando o contrato social cujos governos representariam a “vontade geral” numa tentativa de minimizar as diferenças existentes. Anúncios DENUNCIAR ESTE ANÚNCIO Deixe um comentário Questões de Filosofia UNESP – Múltiplas escolhas 11/05/2019 UNESP, Vestibular e ENEM 1. (Unesp 2014) Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos morais a decisão que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso da situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão de terra equivalente a 13% do território nacional, quase o dobro do espaço destinado à agricultura, de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a população indígena é o dobro da média nacional e, em algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um ponto em que o cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade dos índios não é proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar. (Veja, 25.10.2013. Adaptado.) A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada em https://fabiomesquita.wordpress.com/category/vestibular-e-enem/ https://fabiomesquita.wordpress.com/category/unesp-2/ https://fabiomesquita.wordpress.com/2019/11/05/questoes-de-filosofia-unesp-multiplas-escolhas/ https://fabiomesquita.wordpress.com/2019/11/05/questoes-de-filosofia-unesp-multiplas-escolhas/ https://fabiomesquita.wordpress.com/2019/11/05/questoes-de-filosofia-unicamp/#respond a) uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores conjunturais e históricos. b) critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios. c) princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à vida humana. d) uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais. e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica. 2. (Unesp 2012) Regulamentação publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Município do Rio, determina que as crianças e adolescentes apreendidos nas chamadas cracolândias fiquem internados para tratamento médico, mesmo contra a vontade deles ou dos familiares. Os jovens, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas), só receberão alta quando estiverem livres do vício. A “internação compulsória” vale somente para aqueles que, na avaliação de um especialista, estiverem com dependência química. Ainda de acordo com a resolução, todas as crianças e adolescentes que forem acolhidos à noite, “independente de estarem ou não sob a influência do uso de drogas”, não poderão sair do abrigo até o dia seguinte. (www.estadao.com.br, 30.05.2012. Adaptado.) As justificativas apresentadas neste texto para legitimar a “internação compulsória” de usuários de drogas são norteadas por: a) princípios filosóficos baseados no livre-arbítrio e na autonomia individual. b) valores de natureza religiosa fundamentados na preservação da vida. c) valores éticos associados ao direito absoluto à liberdade da pessoa humana. d) realização prévia de consultas públicas sobre a internaçãoobrigatória. e) critérios médicos relacionados à distinção entre saúde e patologia. 3. (Unesp 2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais. (Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.) No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas. b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história. c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais. d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história. e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa. Questões de Filosofia UNESP – Múltiplas escolhas