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CÁLCULO I – 2024.1 Prof. Bruno Bragança FUNÇÕES DEFINIÇÕES Uma função de uma variável real é uma regra que descreve como uma quantidade é determinada por outra quantidade, de maneira única. Uma função 𝑓 é uma lei a qual para cada elemento 𝑥 em um conjunto 𝐴 faz corresponder exatamente um elemento chamado de 𝑓(𝑥), em um conjunto 𝐵. Em nosso curso trabalharemos com funções reais de uma variável. Sejam 𝐴, 𝐵 ⊂ ℝ. Uma função 𝑓 definida em 𝐴 e com valores em 𝐵 é uma regra/lei que associa a cada elemento 𝑥 ∈ 𝐴 um único elemento 𝑦 ∈ 𝐵. O conjunto 𝐴 é chamado domínio da função f, às vezes denotado também por 𝐷𝑓 , e o conjunto 𝐵 é chamado contradomínio da função 𝑓. As notações usuais são: 𝑓: 𝐴 → 𝐵 e 𝑦 = 𝑓(𝑥) e dizemos que este 𝑦 é a imagem de 𝑥 por 𝑓. Definimos também o seguinte subconjunto do contradomínio, chamado conjunto imagem da função 𝑓: 𝐼𝑚𝑓 = {𝑦 ∈ 𝐵 | 𝑦 = 𝑓(𝑥), 𝑥 ∈ 𝐴} O número 𝑥 é chamado de variável independente da função e 𝑦 variável dependente da função. Uma função 𝑓 está bem definida quando explicitamos seu domínio, contradomínio e regra 𝑥 ⟼ 𝑓(𝑥). No entanto, é comum falarmos de uma função 𝑓 explicitando apenas sua regra. Neste caso, convenciona-se que o contradomínio é ℝ e o domínio é o maior subconjunto de ℝ ao qual podemos aplicar a regra 𝑥 ⟼ 𝑓(𝑥). Este último conjunto é chamado domínio da função e trataremos sobre ele um pouco mais à frente. Duas funções são idênticas se tem o mesmo domínio 𝐷 e 𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥), para todo 𝑥 ∈ 𝐷. Uma forma de representarmos uma função é algebricamente através de uma “fórmula”/expressão que dirá como relacionar cada elemento do domínio a um único elemento do contradomínio. Estudar funções explicitadas dessa forma, através de novas ferramentas, é o objetivo da nossa disciplina. Uma outra forma de representarmos uma função é por meio do diagrama de fechas, como ilustrado a seguir Podemos ainda representar uma função através de seus valores numéricos. Por exemplo, considere a seguinte tabela, que, embora não tenha uma regra explícita, ainda assim a relação entre dia e valor da compra é uma função. Contudo, tanto o diagrama de fechas quanto a tabela de valores não são eficientes para representar uma função cujo domínio é um conjunto infinito. Por isso, a representação gráfica de uma função é a melhor forma de visualizá-la e entender o seu comportamento. E, para entendermos melhor esse tipo de representação, segue a definição de gráfico de uma função: Seja 𝑓: 𝐴 → 𝐵 uma função. O gráfico de 𝑓, denotado por 𝐺𝑓, é o seguinte subconjunto do produto cartesiano 𝐴 × 𝐵: 𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑓(𝑥)) ∈ 𝐴 × 𝐵|𝑥 ∈ 𝐴} O gráfico também nos permite visualizar o domínio e a imagem da função 𝑓 sobre os eixos Nem toda curva no plano coordenado pode ser o gráfico de uma função. Uma função 𝑓 pode possuir apenas um valor de 𝑓(𝑥) para cada 𝑥 em seu domínio, de modo que nenhuma reta vertical pode ter mais de uma intersecção com o gráfico de uma função. 𝐷𝑓 = [1, 4] 𝐼𝑚𝑓 = [1, 4] Na figura abaixo a curva à esquerda representa e o gráfico de uma função e a curva à direita não pode representar o gráfico de uma função. Exemplo 01. (a) Se 𝑎 e ℎ são reais, determine e simplifique 𝑓(2), 𝑓(−3), 𝑓(𝑎), 𝑓(−ℎ), 𝑓(𝑎 − ℎ) 𝑒 𝑓(𝑎+ℎ)−𝑓(𝑎) ℎ sabendo que 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 𝑥 + 3. Determine também 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) = 3. (b) O gráfico de uma função f está mostrado ao lado. i) Encontre os valores de 𝑓(1) e 𝑓(5). ii) Encontre o elemento do domínio que possui imagem 4 iii) Quais são o domínio e a imagem de 𝑓? (c) Uma caixa de armazenamento retangular aberta na parte superior tem um volume de 10 𝑚3. O comprimento da base é o dobro de sua largura. O material da base custa 𝑅$10 por metro quadrado, ao passo que o material das laterais custa 𝑅$ 6 por metro quadrado. Expresse o custo total do material como uma função do comprimento da base. DOMÍNIO Como visto, uma função 𝑓 é como uma máquina que produz um valor de saída 𝑓(𝑥) em sua imagem sempre que inserimos um valor de entrada 𝑥 a partir de seu domínio. Fica evidente que é fundamental determinar, exatamente qual valor entrada pode ser inserido na máquina, caso contrário, com certeza, a estragaremos. Verifiquemos os domínios e as imagens associadas de algumas funções simples. Os domínios, em cada caso, são os valores de 𝑥 para os quais a fórmula faz sentido. Exemplo 02. Vejamos como determinar o domínio de mais algumas funções. É importante que você esteja atento à “possibilidade” de realização das operações. O que estamos querendo dizer pode ser exemplificado com a terceira função apresentada no quadro acima. Observe que para encontrarmos o valor da função para um determinado 𝑥 precisamos extrair a raiz quadrada desse valor, mas sabemos que apenas os números não negativos possuem raiz quadrada dentro dos números reais, portanto o domínio dessa função foi definido como [0, +∞). (a) 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2 (b) 𝑓(𝑥) = 𝑥2−4 𝑥−2 (c) 𝑓(𝑥) = √2𝑥 + 7 (d) 𝑓(𝑥) = 𝑥2−4 √𝑥−2 MAIS ALGUMAS DEFINIÇÕES E ANÁLISE DE GRÁFICO FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES Uma função 𝑓 é chamada crescente em um intervalo 𝐼 se 𝑓(𝑥1) < 𝑓(𝑥2) quando 𝑥1 < 𝑥2 em 𝐼. Uma função 𝑓 é chamada decrescente em um intervalo 𝐼 se 𝑓(𝑥1) > 𝑓(𝑥2) quando 𝑥1 < 𝑥2 em 𝐼. Ainda, uma função 𝑓 é chamada constante em um intervalo 𝐼 se 𝑓(𝑥1) = 𝑓(𝑥2) quando 𝑥1 < 𝑥2 em 𝐼. RAÍZES Se 𝑓(𝑎) = 0 então 𝑎 é raiz da função 𝑓. ESTUDO DE SINAL Estudar o sinal de uma função 𝑓 consiste em determinar os valores de 𝑥 do domínio da função para os quais 𝑓(𝑥) > 0, 𝑓(𝑥) < 0, e 𝑓(𝑥) = 0 MÁXIMOS E MÍNIMOS Seja 𝑐 um número no domínio 𝐷 de uma função 𝑓. Então 𝑓(𝑐) é o valor máximo absoluto de 𝑓 em 𝐷 se 𝑓(𝑐) ≥ 𝑓(𝑥) para todo 𝑥 em 𝐷. E é o valor mínimo absoluto de 𝑓(𝑐) ≤ 𝑓(𝑥). O número 𝑓(𝑐) é um valor máximo local de 𝑓 se 𝑓(𝑐) ≥ 𝑓(𝑥) quando 𝑥 está próximo de 𝑐. E é um valor mínimo local de 𝑓 se 𝑓(𝑐) ≤ 𝑓(𝑥) quando 𝑥 está próximo de 𝑐. CONCAVIDADE Se o gráfico de 𝑓 estiver acima de todas as suas tangentes no intervalo 𝐼, então 𝑓 é chamada côncava para cima em 𝐼. Se o gráfico de 𝑓 estiver abaixo de todas as suas tangentes em 𝐼, então 𝑓 é chamada côncava para baixo em 𝐼. Um ponto 𝑃 na curva 𝑦 = 𝑓(𝑥) é chamado ponto de inflexão se a curva mudar de côncava para cima para côncava para baixo ou vice-versa em P. Exemplo 03. Utilizemos o gráfico da função 𝑓, apresentado abaixo, para obter seu (a) domínio e imagem, (b) suas raízes, (c) seu estudo de sinal, (d) seus intervalos de crescimento ou decrescimento, (e) seus pontos de máximo e mínimo, (f) suas concavidades e (g) seus pontos de inflexão. ALGUNS MODELOS E DEFINIÇÕES Existem vários tipos de funções que podem modelar problemas e situações do cotidiano. Apresentaremos, a seguir, algumas funções elementares e que serão muito utilizadas ao longo do curso. FUNÇÕES POLINÔMIAIS É uma função 𝑓: ℝ → ℝ definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑛𝑥𝑛 + 𝑎𝑛−1𝑥𝑛−1 + 𝑎𝑛−2𝑥𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0, onde 𝑎0, 𝑎1, …, 𝑎𝑛 (𝑎𝑛 ≠ 0), são número reais chamados de coeficientes e 𝑛, inteiro não negativo, determina o grau da função. O gráfico de uma função polinomial é uma curva que pode apresentar pontos de máximos e mínimos. O domínio é sempre o conjunto dos números reais. Dependendo do grau do polinômio, temos algumas classes de funções polinomiais que são muito conhecidas. A seguir mostraremos algumas dessas funções e seus respectivos gráficos. FUNÇÃO CONSTANTE 01. Definição 𝑓: ℝ → ℝ, 𝑓(𝑥) = 𝑘, 𝑘 ∈ ℝ 02. Gráfico O gráfico de uma função constante é uma reta paralela ao eixo dos 𝑥 passando pelo ponto (0, 𝑘). 03. Imagem A imagem é o conjunto 𝐼𝑚 = {𝑘} Exemplo 04. Esbocemos os gráficos das funções abaixo:(a) 𝑓(𝑥) = 3 (b) 𝑔(𝑥) = −2 (c) ℎ(𝑥) = 0 FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1º GRAU OU AFIM 01. Definição 𝑓: ℝ → ℝ, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ. Casos específicos Função constante: 𝑓(𝑥) = 𝑏 Função linear: 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 Uma função linear com coeficiente angular positivo é chamada de relação de proporcionalidade Função identidade: 𝑓(𝑥) = 𝑥 02. Gráfico O gráfico é uma reta. Lembre-se: uma reta fica bem definida por dois pontos. Exemplo 05. Esbocemos os gráficos das funções abaixo (a) 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 3 (b) 𝑔(𝑥) = 4 − 2𝑥 (c) ℎ(𝑥) = 𝑥 03. Crescimento e decrescimento Se 𝑎 > 0 então a função é crescente e se 𝑎 < 0 então a função é decrescente. 04. Imagem É o conjunto 𝐼𝑚 = ℝ. 05. Coeficientes O coeficiente 𝑎 é chamado coeficiente angular ou declividade / inclinação e o coeficiente 𝑏 é o coeficiente linear. 𝑎 = ∆𝑦 ∆𝑥 = tg 𝛼, sendo 𝛼 o ângulo determinado pelo gráfico e o eixo dos 𝑥. 06. Raiz ou zero 𝑥 = − 𝑏 𝑎 é a raiz da função. 07. Estudo / variação de sinal Para analisarmos a variação do sinal da função afim podemos “esboçar” o gráfico especificando apenas a raiz da função e seu crescimento ou decrescimento. Construindo o gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 com 𝑎 > 0, e lembrando que não importa a posição do eixo 𝑦, temos: Construindo o gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 com 𝑎 < 0, e lembrando que não importa a posição do eixo 𝑦, temos: Exemplo 06. Determine o conjunto solução das seguintes inequações: (a) 7 − 2𝑥 > 3 ⋅ (𝑥 + 5) (b) 𝑥−5 3−𝑥 > 0 FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU OU QUADRÁTICA 01. Definição 𝑓: ℝ → ℝ, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ 𝑒 𝑎 ≠ 0 02. Gráfico O gráfico é uma parábola. Se 𝑎 > 0 então a concavidade da parábola está voltada para cima (na figura abaixo, gráfico à esquerda) e se 𝑎 < 0 então a concavidade está voltada para baixo (na figura abaixo, gráfico à direita). 03. Zeros os raízes 𝑥 = −𝑏 ± √∆ 2𝑎 , 𝑐𝑜𝑚 ∆= 𝑏2 − 4𝑎𝑐 são os zeros ou raízes da função. Se ∆ > 0 então 𝑓 terá duas raízes reais e distintas, se ∆ = 0 então 𝑓 terá duas raízes reais e iguais e se ∆ < 0 então 𝑓 não terá raízes. 04. Soma e produto − 𝑏 𝑎 = soma das raízes (reais ou não) e 𝑐 𝑎 = produto das raízes (reais ou não) 05. O vértice O vértice da parábola é o ponto (𝑥𝑣 , 𝑦𝑣) = (− 𝑏 2𝑎 , − ∆ 4𝑎 ) 06. Imagem A imagem é o conjunto 𝐼𝑚 = [𝑦𝑣, + ∞[, 𝑠𝑒 𝑎 > 0 e 𝐼𝑚 = ]−∞, 𝑦𝑣], 𝑠𝑒 𝑎 < 0 07. Ponto de máximo e mínimo A função possui um valor máximo = 𝑦𝑣, logo um ponto de máximo = (𝑥𝑣 , 𝑦𝑣), quando 𝑎 < 0 e mínimo = 𝑦𝑣, logo, ponto de mínimo = (𝑥𝑣 , 𝑦𝑣), quando 𝑎 > 0. 08. Eixo de simetria O gráfico da função quadrática admite um eixo de simetria perpendicular ao eixo dos x que passa pelo seu vértice e tem equação 𝑥 = 𝑥𝑣. 09. Estudo / variação de sinal Exemplo 07. (a) Esboce o gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 6𝑥 + 8, determine seu conjunto imagem e faça o estudo de sinal da função. (b) Resolva as seguintes inequações: i) 6𝑥2 − 5𝑥 + 1 ≥ 0 ii) (5 − 3𝑥) ⋅ (−𝑥2 + 5𝑥 − 6) < 0 + + − + + + + + + − − − − − − − (c) Um campo petrolífero tem 20 poços e vem produzindo 6.000 barris/dia de petróleo. Para cada novo poço perfurado, a produção diária de cada poço decai de 10 barris. Determine o número de novos poços que devem ser perfurados para maximizar a produção diária do campo petrolífero. FUNÇÕES DEFINIDAS POR PARTES Uma função 𝑓 pode ser definida por várias sentenças abertas, cada uma das quais está ligada a um domínio 𝐷𝑖 contido no domínio da 𝑓. Vejamos dois exemplos e seus respectivos gráficos: 01) Seja a função 𝑓: ℝ → ℝ definida por 𝑓(𝑥) = { 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 𝑥 + 1, 𝑠𝑒 0 ≤ 𝑥 < 2 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 2 Sua imagem é o intervalo [1, 3]. Graficamente temos: 02) Seja a função 𝑓: ℝ → ℝ definida por 𝑓(𝑥) = { −𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < −1 𝑥2 − 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ −1 Sua imagem é o intervalo [−1, +∞). Graficamente temos: FUNÇÃO MODULAR É importante lembrar que, pela definição de módulo, temos que: 1º) o módulo de um número real não negativo é igual ao próprio número; 2º) o módulo de um número real negativo é igual ao oposto desse número. 𝑓(𝑥) = |𝑥| = { 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 −𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 Exemplo 08. Represente, as seguintes funções, utilizando “ a função por partes”. (a) 𝑓(𝑥) = |−2𝑥 − 5| (b) 𝑓(𝑥) = |𝑥2 − 4𝑥 + 3| FUNÇÃO POTÊNCIA 01. Definição Uma função da forma 𝑓(𝑥) = 𝑥𝑎 , onde 𝑎 é uma constante, é chamada função potência. Vamos considerar vários casos. 02. Casos específicos (i) 𝑎 = 𝑛, onde 𝑛 é um inteiro positivo. (ii) 𝑎 = 1/𝑛, onde 𝑛 é um inteiro positivo (Função Raiz) (iii) 𝑎 = −1 (Função recíproca) Variáveis relacionadas são grandezas inversamente proporcionais. FUNÇÕES RACIONAIS Uma função racional 𝑓 é a razão de dois polinômios: 𝑓(𝑥) = 𝑃(𝑥) 𝑄(𝑥) em que 𝑃 e 𝑄 são polinômios. O domínio consiste em todos os valores de 𝑥 tais que 𝑄(𝑥) ≠ 0. A função 𝑓(𝑥) = (𝑥 − 1) (𝑥 + 1)⁄ é uma função racional, cujo domínio ℝ − {−1}. Graficamente temos: Exemplo 09. Esboce o gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑥2 + 6𝑥 + 8 𝑥 + 2⁄ . ÁLGEBRA DE FUNÇÕES (ou FUNÇÕES ALGÉBRICAS) Sejam 𝑦 = 𝑓(𝑥) e 𝑦 = 𝑔(𝑥) funções. Temos: 01) Adição e subtração de funções: (𝑓 ± 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥) 02) Multiplicação de funções: (𝑓 ∙ 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑥) ∙ 𝑔(𝑥) 03) Divisão de funções: ( 𝑓 𝑔⁄ ) (𝑥) = 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥)⁄ , 𝑠𝑒 𝑔(𝑥) ≠ 0 Os domínios das funções adição, subtração e multiplicação é dado pela intersecção dos domínios das funções envolvidas, ou seja, 𝐷𝑓±𝑔 = 𝐷𝑓∙𝑔 = 𝐷𝑓 ∩ 𝐷𝑔. Já o domínio da função divisão é dado por 𝐷𝑓 𝑔 = (𝐷𝑓 ∩ 𝐷𝑔) − {𝑥 ∈ 𝐷𝑔|𝑔(𝑥) = 0} TRANSFORMAÇÕES DE FUNÇÕES Deslocamentos Verticais e Horizontais: Suponha 𝑐 > 0. Para obter o gráfico de: 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥) + 𝑐, desloque o gráfico de 𝑓(𝑥) em 𝑐 unidades para cima; 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥) − 𝑐, desloque o gráfico de 𝑓(𝑥) em 𝑐 unidades para baixo; 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥 + 𝑐), desloque o gráfico de 𝑓(𝑥) em 𝑐 unidades para a esquerda; 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥 − 𝑐), desloque o gráfico de 𝑓(𝑥) em 𝑐 unidades para a direita. Reflexões e Expansões Verticais e Horizontais: Suponha 𝑐 > 1. Para obter o gráfico de: 𝑔(𝑥) = 𝑐𝑓(𝑥), expanda / estique o gráfico de 𝑓(𝑥) verticalmente por um fator 𝑐; 𝑔(𝑥) = (1 𝑐⁄ )𝑓(𝑥), comprima o gráfico de 𝑓(𝑥) verticalmente por um fator 𝑐; 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑐𝑥), comprima o gráfico de 𝑓(𝑥) horizontalmente por um fator 𝑐; 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥 𝑐⁄ ), expanda / estique o gráfico de 𝑓(𝑥) horizontalmente por um fator 𝑐; 𝑔(𝑥) = −𝑓(𝑥), reflita o gráfico de 𝑓(𝑥) em torno do eixo 𝑥. 𝑔(𝑥) = 𝑓(−𝑥), reflita o gráfico de 𝑓(𝑥) em torno do eixo 𝑦. COMPOSIÇÃO DE FUNÇÕES Em nosso curso, utilizaremos algumas operações entre funções. Note que podemos escrever 𝑦 em função de 𝑥 quando, 𝑦 = 𝑓(𝑢) (𝑦 é uma função de 𝑢) e 𝑢 = 𝑔(𝑥) (𝑢 é uma função de 𝑥), a partir da substituição de uma função na outra. A este método, denominamos composição de funções. Dada duas funções 𝑓 e 𝑔, tal que a imagem de 𝑔 é subconjunto do domínio de 𝑓, a função composta de 𝑓 com 𝑔, denotada por 𝑓 ∘ 𝑔 (também chamada de composição de 𝑓 e 𝑔) é definida por (𝑓 ∘ 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑔(𝑥)). Em geral 𝑓(𝑔(𝑥)) ≠ 𝑔(𝑓(𝑥)) e ainda 𝑓 ∘ 𝑓−1 = 𝑓−1 ∘ 𝑓 = 𝑥. Exemplo 10. (a) Se 𝑓(𝑥) = 𝑥2 e 𝑔(𝑥) = 𝑥 − 3, encontre as funções compostas 𝑓 ∘ 𝑔, 𝑔 ∘ 𝑓, 𝑓 ∘ 𝑓 e 𝑔 ∘ 𝑔. (b) Dada 𝐹(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 (𝑥 + 9), encontre as funções 𝑓 e 𝑔 tais que 𝑓 ∘ 𝑔 = 𝑓(𝑔(𝑥)) = 𝐹 (c) Dada 𝐹(𝑥) = 𝑡𝑔2(𝑠𝑒𝑛 (𝑥)), encontre as função 𝑓, 𝑔 e ℎ tais que𝑓 (𝑔(ℎ(𝑥))) = 𝐹(𝑥) FUNÇÃO EXPONENCIAL 01. Definição 𝑓: ℝ → ℝ; 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 , 𝑐𝑜𝑚 0 < 𝑎 ≠ 1 02. Gráficos A imagem de 𝑓 é 𝐼𝑚𝑓 = (0, +∞) 03. O número 𝑒 lim 𝑛→∞ (1 + 1 𝑛 ) 𝑛 ≈ 2,718281828459045235360287471352662497757. .. 04. Propriedades As principais propriedades da função exponencial, conhecidas como propriedades da potência, serão muito úteis em nosso estudo. São elas: (𝑃1) 𝑎𝑥+𝑦 = 𝑎𝑥 ∙ 𝑎𝑦 (𝑃2) 𝑎𝑥−𝑦 = 𝑎𝑥 𝑎𝑦 (𝑃3) 𝑎𝑥∙𝑦 = (𝑎𝑥)𝑦 (𝑃4) 𝑎−𝑥 = 1 𝑎𝑥 (𝑃5) 𝑎 𝑥 𝑦 = √𝑎𝑥𝑦 Exemplo 11. Se 𝑓(𝑥) = 2𝑥 , verifique que 𝑓(𝑥 + 3) − 𝑓(𝑥 − 1) = 15 2 𝑓(𝑥). FUNÇÃO INVERSA Função Bijetora: uma função 𝑓 é chamada função bijetora se ela nunca assume o mesmo valor duas vezes; isto é, 𝑓(𝑥1) ≠ 𝑓(𝑥2) sempre que 𝑥1 ≠ 𝑥2 e se o conjunto imagem é igual ao contradomínio. 01. Definição Função inversa: seja 𝑓 uma função bijetora com domínio 𝐴 e imagem 𝐵. Então, a sua função inversa 𝑓−1 tem domínio 𝐵 e imagem 𝐴 e é definida por 𝑓−1(𝑦) = 𝑥 ⇔ 𝑓(𝑥) = 𝑦 para todo 𝑦 em 𝐵. 02. Como encontrar a função inversa 1º) Escreva 𝑦 = 𝑓(𝑥). 2º) Isole 𝑥 nessa equação, escrevendo-o em termos de 𝑦 (quando possível). 3º) Para expressar 𝑓−1 como uma função de 𝑥, troque 𝑥 por 𝑦. A equação resultante é 𝑦 = 𝑓−1(𝑥). 03. Gráfico O gráfico de 𝑓−1(𝑥) é simétrico ao gráfico de 𝑓(𝑥) em relação à reta 𝑦 = 𝑥 Exemplo 12. Encontre 𝑓−1(𝑥) das seguintes funções, supondo-as bijetoras. (a) 𝑓(𝑥) = 3𝑥 + 4 (b) 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 1 3 + 2𝑥⁄ (c) 𝑓(𝑥) = 𝑥2 + 6𝑥 + 9 (d) 𝑓(𝑥) = 𝑥2 − 4𝑥 + 3 FUNÇÃO LOGARÍTMICA 01. Definição 𝑓: ℝ+ ∗ → ℝ; 𝑓(𝑥) = log𝑎 𝑥, 0 < 𝑎 ≠ 1 02. Logaritmo log𝑎 𝑥 = 𝑦 ⇔ 𝑎𝑦 = 𝑥 03. Gráficos 04. Consequências e Propriedades C1. log𝑎 𝑎 = 1 P1. log𝑎 𝑥. 𝑦 = log𝑎 𝑥 + log𝑎 𝑦 C2. log𝑎 1 = 0 P2. log𝑎 𝑥/𝑦 = log𝑎 𝑥 − log𝑎 𝑦 C3. log𝑎 𝑎𝑥 = 𝑥 P3. log𝑎 𝑥𝑦 = 𝑦𝑙𝑜𝑔𝑎𝑥 C4. 𝑎log𝑎 𝑥 = 𝑥 P4. log𝑎𝑦 𝑥 = 1 𝑦 log𝑎 𝑥 P5. log𝑎 𝑥 = (log𝑏 𝑥)/(log𝑏 𝑎) 05. Logaritmo Natural Quando a base 𝑎 é igual a 𝑒 temos log𝑒 𝑥 = ln 𝑥 06. Relação entre 𝑎𝑥 e 𝑒𝑥 𝑎𝑥 = (𝑒ln 𝑎) 𝑥 Exemplo 13. (a) Apresente o desenvolvimento logarítmico da expressão log (√𝑎 ∙ 𝑏3) 𝑐 ∙ 𝑑2 (b) Dada 𝑓(𝑥) = ln 1−𝑥 1+𝑥 , verifique a igualdade 𝑓(𝑎) + 𝑓(𝑏) = 𝑓 ( 𝑎+𝑏 1+𝑎𝑏 ) FUNÇÕES PARES E ÍMPARES 01) Uma função 𝑓 é dita par se, para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 então −𝑥 ∈ 𝐷𝑓 e 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥) 02) Uma função 𝑓 é dita ímpar se, para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 então −𝑥 ∈ 𝐷𝑓 e 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥) O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo dos 𝑦 e o gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação à origem. Há também funções que não são pares e nem ímpares. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS TRIÂNGULO RETÂNGULO E AS RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS Considere o triângulo retângulo a seguir: Fixando um ângulo agudo �̂�, temos as relações a seguir: 1ª) Seno de um ângulo (𝑠𝑒𝑛(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜)) agudo é a razão entre o cateto oposto ao ângulo e a hipotenusa. 2ª) Cosseno de um ângulo (𝑐𝑜𝑠(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜)) agudo é a razão entre o cateto adjacente ao ângulo e a hipotenusa. 3ª) Tangente de um ângulo (tg(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜)) agudo é a razão entre o cateto oposto ao ângulo e o cateto adjacente ao ângulo. Temos ainda as razões inversas, ou seja: 1ª) Cossecante de um ângulo (𝑐𝑠𝑐(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜)) é o inverso do seno desse ângulo. 2ª) Secante de um ângulo (𝑠𝑒𝑐(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜)) é o inverso do cosseno desse ângulo. 3ª) Cotangente de um ângulo (𝑐𝑜𝑡𝑔(â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜)) é o inverso da tangente desse ângulo. CICLO TRIGONOMÉTRICO Dado um número real 𝜃, considere o ângulo orientado, em sentido anti-horário a partir do semi-eixo positivo do eixo das abscissas, cuja medida em radianos é 𝜃, e 𝑃(𝑥, 𝑦) a intersecção do lado terminal desse ângulo com o círculo unitário 𝑥2 + 𝑦2 = 1 Definimos o cosseno de 𝜃, denotado por cos(𝜃), como sendo a abscissa do ponto 𝑃. Também definimos o seno de 𝜃, denotado por sen(𝜃), como sendo a ordenada do ponto 𝑃. Deste modo, temos o círculo trigonométrico, no qual ainda podemos “localizar” as demais razões trigonométricas, como na figura abaixo, para um ângulo 𝛼. FUNÇÃO SENO A função seno é uma função 𝑓 de ℝ em ℝ que associa a cada 𝑥 em ℝ o número real 𝑦 = sen 𝑥. O domínio de 𝑓(𝑥) = sen 𝑥 é ℝ e o conjunto imagem é o intervalo [−1, 1]. A função seno é uma função ímpar. Graficamente temos: FUNÇÃO COSSENO A função cosseno é uma função 𝑓 de ℝ em ℝ que associa a cada 𝑥 em ℝ o número real 𝑦 = cos 𝑥. O domínio de 𝑓(𝑥) = cos 𝑥 é ℝ e o conjunto imagem é o intervalo [−1, 1]. A função cosseno é uma função par. Graficamente temos: FUNÇÃO TANGENTE Para todo 𝑥 real, tal que cos 𝑥 ≠ 0, definimos a função tangente (denotada por tg 𝑥) pela regra tg 𝑥 = sen 𝑥 cos 𝑥 O domínio de 𝑓(𝑥) = tg 𝑥 é o conjunto ℝ − {𝜋 2⁄ + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ} e ℝ é o conjunto imagem. A função tangente é ímpar. Graficamente temos: FUNÇÃO SECANTE Para todo 𝑥 real, tal que cos 𝑥 ≠ 0, definimos a função secante (denotada por sec 𝑥) pela regra sec 𝑥 = 1 cos 𝑥 O domínio de 𝑓(𝑥) = sec 𝑥 é o conjunto ℝ − {𝜋 2⁄ + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ} e ℝ − (−1, 1) é o conjunto imagem. Graficamente temos: FUNÇÃO COSSECANTE Para todo 𝑥 real, tal que sen 𝑥 ≠ 0, definimos a função cossecante (denotada por csc 𝑥) pela regra csc 𝑥 = 1 sen 𝑥 O domínio de 𝑓(𝑥) = csc 𝑥 é o conjunto ℝ − {𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ} e ℝ − (−1, 1) é o conjunto imagem. Graficamente temos: FUNÇÃO COTANGENTE Para todo 𝑥 real, tal que sen 𝑥 ≠ 0, definimos a função cotangente (denotada por cotg 𝑥) pela regra cotg 𝑥 = cos 𝑥 sen 𝑥 O domínio de 𝑓(𝑥) = cotg 𝑥 é o conjunto ℝ − {𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ} e ℝ é o conjunto imagem. Graficamente temos: FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS É claro que a função 𝑦 = sen(𝑥) não possui inversa, pois para cada 𝑦 existem infinitos 𝑥 que satisfazem a relação 𝑦 = sen(𝑥). Para evitar essa situação, restringimos o domínio de sen(𝑥) para obtermos uma nova função que não apresentará esse problema. Isto será feito para cada função trigonométrica. FUNÇÃO ARCO SENO Definamos a função 𝑓: [− 𝜋 2 , 𝜋 2 ] → [−1, 1] tal que 𝑓(𝑥) = sen(𝑥). Esta nova função possui inversa chamada função arco seno 𝑓−1: [−1, 1] → [− 𝜋 2 , 𝜋 2 ] denotada por 𝑦 = 𝑓−1(𝑥) = arcsen(𝑥). Graficamente temos: FUNÇÃO ARCO COSSENO Definamos a função 𝑓: [0, 𝜋] → [−1, 1] tal que 𝑓(𝑥) = cos(𝑥). Esta nova função possui inversa chamada função arco cosseno 𝑓−1: [−1, 1] → [0, 𝜋] denotada por 𝑦 = 𝑓−1(𝑥) = arccos(𝑥). Graficamente temos: FUNÇÃO ARCO TANGENTE Definamos a função 𝑓: (− 𝜋 2 , 𝜋 2 ) → ℝ tal que 𝑓(𝑥) = tg(𝑥). Esta nova função possui inversa chamada função arco tangente 𝑓−1: ℝ → (− 𝜋 2 , 𝜋 2 ) denotada por 𝑦 = 𝑓−1(𝑥) = arctg(𝑥). Graficamente temos: OUTRAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS As funções trigonométricas restantes não serão utilizadas com tanta frequência e estão resumidas abaixo: A) Arco cotangente: 𝑓−1: ℝ → (0, 𝜋); 𝑦 = 𝑓−1(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) B) Arco secante: 𝑓−1: ℝ → (−∞, −1] ∪ [1, +∞) → [0, 𝜋 2 ) ∪ ( 𝜋 2 , 𝜋] ; 𝑦 = 𝑓−1(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐(𝑥) C) Arco cossecante: 𝑓−1: ℝ → (−∞, −1] ∪ [1, +∞) → [− 𝜋 2 , 0) ∪ (0, 𝜋 2 ] ; 𝑦 = 𝑓−1(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑠𝑐(𝑥) REFERÊNCIAS IEZZI,Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de Matemática Elementar: conjuntos e funções. 9. ed. São Paulo: Atual, 2013. 1 v. IEZZI, Gelson. Fundamentos da Matemática Elementar: trigonometria. 9. ed. São Paulo: Atual, 2013. 3 v. Professores do Projeto Newton. Aula no 02: Funções. 11 f. Notas de aula. Professores do Projeto Newton. Aula no 03: Funções Inversas, Funções Compostas e Transformações no Gráfico de uma Função. 09 f. Notas de aula. Professores do Projeto Newton. Aulas no 04 e 05: Funções Trigonométricas, Logarítmica, Exponencial e Hiperbólicas. 13 f. Notas de aula. STEWART, James. Cálculo. 7. ed. São Paulo: Ceangage Learning, 2013. 1 v. THOMAS, George B.; WEIR, Maurice D.; HASS, Joel. Cálculo. 12. ed. São Paulo: Person Education do Brasil, 2012. 1 v. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3376/pdf/0. Acesso em: 20 set. 2022. VILCHES, Mauricio A.; CORREA, Maria Luiza. Cálculo: volume I. Rio de Janeiro.