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A
https://elements.envato.com/pt-br/photos/mesoterapia/pg-3
Mesoterapia
— 2 — 
Sobre a Faculdade 
Propósito
• Transformar a vida do profissional da Saúde para o melhor.
Missão
• Nossa missão é impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional desses espe-
cialistas, capacitando-os com conhecimentos avançados e técnicas inovadoras.
Visão
• Proporcionar educação de excelência nos campos da Saúde, Estética e Bem-Es-
tar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e inter-
nacional.
Valores
• Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e influenciando 
mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora.
• Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da 
empresa, diferenciando nossos beneficiários no mercado competitivo.
• Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as regu-
lamentações e legislações vigentes.
• Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons 
relacionamentos.
• Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e capazes de 
justificar as nossas ações e decisões.
Copyright© Nepuga – 2023 - Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou meio, 
seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc, sem a permissão por escrito da Instituição.
Mesoterapia
— 3 — 
Nota do autor 
A mesoterapia, apesar de existir a quase 70 anos, ainda é uma ciência muito em-
pírica, ou seja, baseada em observação. Existem estudos comprovando sua eficácia 
em diversos tratamentos médicos e estéticos, porém ainda faltam muitas pesquisas 
a serem feitas. A quantidade de diferentes medicamentos utilizados em mesoterapia 
é de centenas. As combinações possíveis de mesclas (diferentes medicamentos uti-
lizados em conjunto para um único tratamento) é na casa dos milhares. Consideran-
do ainda as diferentes doses possíveis, tem-se milhões de combinações possíveis. A 
literatura descreve diversas substâncias utilizadas na mesoterapia, porém poucas 
publicações respaldam sobre o uso correto destas.
O que é feito hoje, em relação a mesoterapia, é a basear-se na literatura já exis-
tente. A cafeína é um exemplo de um lipolítico, logo, se utilizada na técnica de meso-
terapia, deve apresentar potencial lipolítico também.
Mas então, como se definem os protocolos de mesoterapia? Utilizando o que se 
tem na literatura científica a respeito das substâncias. Sabe-se farmacologia da ca-
feína, sabe-se sua dose terapêutica, sua dose letal. Então, baseado nisso, os pro-
fissionais definiram protocolos seguros, respeitando os preceitos da farmacologia 
de cada composto, os preceitos da mesoterapia, e os preceitos fisiológicos. Sempre 
embasados em artigos e trabalhos científicos. Talvez se descubra que os protocolos 
utilizados não são os mais eficazes. Que deveria se ter usado uma dose diferente ou 
um intervalo diferente. Mas presa-se pela segurança do paciente, e por isso utilizam-
-se doses e intervalos seguros e eficazes. Para que sejam mais eficazes ainda, dentro 
de níveis seguros, devem-se realizar mais pesquisas científicas. E isso toma tempo. 
Como eu disse, bom senso: na dúvida, utilize o que é seguro, o que é sabido. Prego 
muito a filosofia do “menos é mais”. As doses sugeridas nesta apostila são aquelas in-
dicadas pelo laboratório parceiro do NEPUGA, o Pineda. Laboratório este que os gran-
des profissionais do Brasil utilizam como fornecedor de suas mesclas, assim como os 
professores do NEPUGA. O laboratório sugere sempre doses seguras, dentro daquelas 
estabelecidas em estudos e pelas maiores autoridades brasileiras e mundiais em 
saúde (ANVISA, Ministério da Saúde, OMS, CDC, etc.). Outros dos grandes laboratórios 
de injetáveis para mesoterapia do Brasil utilizam doses parecidas, as vezes menores, 
as vezes maiores, porém, no meu melhor saber, sempre dentro de valores seguros.
Cada laboratório tem suas sugestões de mesclas, assim como cada profissional 
as adapta conforme necessário. As sugestões entre os laboratórios são muito simi-
lares, o que indica que são eficazes, em sua maioria, devido à grande aceitação de 
profissionais e presença de resultados confirmados, ainda que de modo empírico.
Mesoterapia
— 4 — 
De qualquer maneira cabe a todo profissional estudar e fazer o levantamento 
científico de artigos que comprovem o uso seguro e eficaz de todos as substâncias, 
as doses e vias de administração permitidas. Noto que algumas substâncias são uti-
lizadas para determinados fins, sendo que não há indício científico algum sobre isto. 
Estas substâncias, particularmente, não utilizo. Pelo menos não quando não existe 
comprovação científica de seu mecanismo de ação.
Espero que aprendam com esta apostila, mas tenham em mente que ela não é a 
palavra final em mesoterapia. Como tudo na ciência, nada é definitivo. Uma semana 
após a publicação desta apostila, talvez surja um artigo trazendo mais luz acerca de 
determinado medicamento: confirmando ou rejeitando sua eficácia. Mantenham-se 
sempre atualizados. Optem primeiro pela segurança, e depois pela potencialização 
de resultados baseados em “achismos”. E contém sempre com o corpo docente do 
NEPUGA, profissionais capacitados, treinados e, acima de tudo, questionadores.
Mesoterapia
— 5 — 
Su
m
ár
io
1. Introdução ..................................................................................................................................... 8
1.1 Histórico ................................................................................................................................... 8
1.2 Conceitos .............................................................................................................................. 8
1.3 Indicações Médicas ....................................................................................................... 9
1.4 Indicações Estéticas ...................................................................................................... 9
1.5 Contraindicações...........................................................................................................10
1.6 Vantagens, Desvantagens e Efeitos Colaterais ........................................10
2. Vias de administração na mesoterapia ............................................................... 12
2.1 Características Gerais dos Produtos a Serem Injetados....................13
2.2 Via Intradérmica ............................................................................................................13
2.3 Via Subcutânea ..............................................................................................................15
2.4 Via Intramuscular..........................................................................................................16
3. Produtos utilizados na mesoterapia ........................................................................18
3.1 Medicamentos Lipolíticos .........................................................................................18
3.2 Medicamentos Eutróficos .......................................................................................22
3.3 Medicamentos Venotróficos ............................................................................... 26
3.4 Medicamentos Anestésicos ................................................................................ 28
3.5 Outros Medicamentos ............................................................................................. 30
4. Protocolos de aplicação de mesoterapia ......................................................... 38
4.1 Mesclas de Mesoterapia ......................................................................................... 38
4.2 Materiais e Preparo da Mescla para Aplicação .................................... 39
4.3 Técnicas de Aplicação ..............................................................................................414.4 Técnica de Mesoterapia para Gordura Localizada ............................ 42
4.5 Técnica de Mesoterapia para Fibroedema Geloide .......................... 43
4.6 Técnica de Mesoterapia para Gordura Submentoniana ............... 44
4.7 Técnica de Mesoterapia para Flacidez e Manchas .............................47
4.8 Técnica de Mesoterapia para Estrias ........................................................... 50
4.9 Técnica de Mesoterapia para Intramuscular ...........................................51
Mesoterapia
— 6 — 
Su
m
ár
io
5 Tratamento e pós-tratamento ................................................................................... 52
5.1 Tratamento e Pós-Tratamento de Gordura Localizada ................... 53
5.2 Tratamento e Pós-Tratamento de Gordura Submentoniana ..... 54
5.3 Tratamento e Pós-Tratamento de Flacidez e Estrias ........................ 55
5.4 Tratamento e Pós-Tratamento de Manchas .......................................... 56
5.5 Tratamento e Pós-Tratamento com Injeção Intramuscular ........57
6. Sugestões de mesclas ......................................................................................................57
6.1 Mesclas para Gordura Localizada ................................................................... 58
6.2 Mesclas para Hidrolipodistrofia Ginoide..................................................... 58
6.3 Mesclas para Gordura Submentoniana ..................................................... 59
6.4 Mesclas para Flacidez e Rejuvenescimento Tissular......................... 59
6.5 Mesclas para Estrias ................................................................................................. 60
6.6 Mesclas para Manchas .......................................................................................... 60
6.7 Mesclas para Tratamento Capilar ....................................................................61
6.8 Mesclas para Aplicação Intramuscular........................................................61
7. Sugestões de fórmulas para homecare ............................................................. 62
8. Manuseio das complicações da mesoterapia .............................................. 63
8.1 Principais Complicações ........................................................................................ 63
8.2 Sugestões de Homecare para a prevenção e tratamento de com-
plicações .......................................................................................................................................... 64
9. Considerações finais ........................................................................................................ 66
10. Referências bibliográficas ........................................................................................... 68
Mesoterapia
— 7 — 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
AA Aminoácido
AAS Ácido Acetilsalicílico
Ác Ácido
AG Ácido Graxo
AH Ácido Hialurônico
AMP Adenosina Monofosfato
AMPc Adenosina Monofosfato Cíclico
ATP Adenosina Trifosfato
CDC Centers for Disease Control and Prevention
COX-2 Ciclo-oxigenase 2
DHT Di-hidrotestosterona
DMAE Dimetilaminoetanol
EPI Equipamento de Proteção Individual
FEG Fibroedema Gelóide
FPS Fator de Proteção Solar (também se refere ao Protetor Solar)
GAG Glicosaminoglicano
GF Growth Factor (Fator de Crescimento, em inglês)
GH Growth Hormone (Hormônio do Crescimento, em inglês)
GL Gordura Localizada
ID Intradérmico
IL Interleucina
IM Intramuscular
LHS Lípase Hormônio Sensível
mg Miligrama
mL Mililitros
OMS Organização Mundial da Saúde
PDE4 Fosfodiesterase-4
q.s.p. Quantidade suficiente para
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SC Subcutâneo
TG Triglicérides
VO Via oral
WHO World Health Organization (ver OMS)
Mesoterapia
— 8 — 
1. Introdução 
1.1 Histórico
A intradermoterapia, ou mesoterapia, é um procedimento introduzido pelo médi-
co francês Michel Pistor (1924-2003), em 1952, para tratar a dor. Ele tentou injetar pro-
caína de forma local para o tratamento da asma. O tratamento não funcionou, mas 
a audição do paciente, que era alterada, melhorou. Com a intenção de conseguir um 
efeito maior, Pistor injetou pequenas doses de procaína em profundidades entre 3 e 
5 mm, em volta da área alvo (a orelha). A partir daí inúmeros pacientes deficientes 
auditivos começaram a procurar o médico. Ele acabou notando que várias outras 
doenças, como eczema do canal auditivo, dor na articulação temporomandibular e 
tinnitus também começaram a apresentar melhora.
Sua descoberta foi publica em uma revista médica local em 1958. Ele deu a ela 
o nome de mesoterapia. Ele definiu como sendo o tratamento do mesoderma (o fo-
lículo embrionário que se diferencia em tecidos conectivo, muscular e circulatório), 
em função de apresentar eficácia em vários tecidos. Então a mesoterapia pode ser 
considerada como a aplicação de diversas injeções de substâncias farmacológicas, 
diluídas, em pequenos volumes, diretamente na região a ser tratada. Nas próprias 
palavras de Pistor (1976) temos um resumo sucinto: Pouco volume, algumas vezes, 
no local correto.
Em 1964, Dr. Pistor fundou a Sociedade Francesa de Mesoterapia, e a expandiu 
para os campos de medicina geral, veterinária e estética. Em 1987 a Academia Na-
cional de Medicina da França, reconheceu a mesoterapia como uma especialidade 
médica. Aos poucos se popularizou em partes da Europa, América do Sul, Estados 
Unidos e Ásia. Em 2003, Dr. Michel Pistor, o Pai da Mesoterapia, faleceu.
1.2 Conceitos
Hoje em dia considera-se a mesoterapia não como um tratamento, mas como 
uma técnica de drug delivery (entrega de ativos), sendo que se utilizam medica-
mentos aplicados localmente, através de várias injeções. Os fármacos utilizados nor-
malmente apresentam uma dosagem menor do que a convencional. Atente-se de 
que não são doses homeopáticas. Fármacos como a benzopirona, por exemplo, utili-
zam uma dosagem média de 5 mg/mL, enquanto um comprimido do medicamento 
Venalot contém 15 mg de benzopirona. São realizadas múltiplas injeções (em alguns 
casos podendo chegar a cinquenta ou mais) em via intradérmica, subcutânea ou 
Mesoterapia
— 9 — 
intramuscular. O método de aplicação normalmente consiste no uso de agulhas de 
0,3 x 13mm (30G ½). Na maioria dos casos são utilizados vários fármacos em uma 
sessão. Esta associação de fármacos chama-se de mescla (mélange em francês).
Em torno dos anos 2000, começaram a surgir os primeiros artigos relatando o uso 
da Mesoterapia em procedimentos estéticos, e hoje existem vários trabalhos com-
provando sua eficácia e segurança.
1.3 Indicações Médicas
A área médica utiliza a mesoterapia no tratamento auxiliar de diversas doenças, 
como:
• Tendinites;
• Cervicobraquialgia;
• Doenças músculo esqueléticas;
• Dores articulares;
• Dor lombar subaguda;
• Disfunção sacroilíaca;
• Dor oral;
• Dor periodontal.
Nota-se que a maioria dos tratamentos médicos são focados em doenças dolo-
rosas, sejam elas agudas ou crônicas.
1.4 Indicações Estéticas
A mesoterapia é muito popular nos tratamentos estéticos, provando-se eficaz, 
segura e bem tolerada pelos pacientes. As principais indicações da mesoterapia na 
área da estética são:
• Redução de gordura localizada (GL);
• Fibroedema geloide;
• Flacidez tissular corporal;
• Flacidez tissular facial;
• Flacidez muscular;
• Desvitalização facial;
• Redução de gordura submentoniana;
• Alopécia;
• Auxílio no hipertrofismo muscular;
• Emagrecimento.
Pode-se notar que a mesoterapia na estética tem diversas aplicações, tanto em 
tratamentos corporais como faciais, podendo ser utilizada de forma individual ou em 
associação com outras técnicas, desde que saiba-se associar as técnicas com se-
gurança.
Mesoterapia
— 10 — 
1.5 Contraindicações
Apesar de ser uma técnica segura, a mesoterapia apresenta muitas contrain-
dicações, que são comuns em vários procedimentos estéticos. A seguir será visto 
algumas das contraindicações gerais da mesoterapia. Existem ainda as contraindi-cações específicas para cada medicamento utilizado.
• Doença ou lesões no local da aplica-
ção;
• Gestantes;
• Lactantes;
• Doenças cardíacas;
• Hipertensão;
• Doenças vasculares;
• Doenças hepáticas;
• Doença ativa;
• Peso abaixo do normal;
• Pacientes com câncer;
• HIV/AIDS;
• Hipersensibilidade aos componentes 
da mescla;
• Doenças renais;
• Doenças autoimunes;
• Doenças pulmonares;
• Diabetes descompensada;
• Alterações hormonais;
• Presença de doença crônica;
• Alterações hematológicas;
• Obesidade grau I, II ou III;
• Dentro do período de remissão de 
câncer.
Resumidamente, o paciente para receber a mesoterapia deve estar sadio, sem 
doença ou processo inflamatório ativo, seja ele agudo ou crônico. Pacientes com 
algumas doenças sob controle rigoroso, mediante autorização médica, podem ser 
considerados para o tratamento de mesoterapia, como, por exemplo, diabéticos 
compensados. Pacientes que já tiveram câncer, mesmo depois de saírem do período 
de remissão, não devem receber nenhum tratamento contendo Fatores de Cresci-
mento. Para os tratamentos que não contenham esse composto, é sempre necessá-
rio ter autorização do oncologista responsável.
1.6 Vantagens, Desvantagens e Efeitos Colaterais
Como qualquer tratamento, a mesoterapia apresenta suas vantagens e desvan-
tagens (resumo comparativo na Tabela 1). Como vantagens pode-se citar a apli-
cação apenas no local da afecção estética, a possibilidade de administrar certos 
fármacos que não podem ser utilizados por via oral, o controle preciso da dose ad-
ministrada, a entrega completa da dose usada, poucos efeitos sistêmicos (maioria é 
localizado).
Mesoterapia
— 11 — 
Em relação as desvantagens, as principais são aquelas associadas a todos os 
procedimentos injetáveis: causa dor, existe a possibilidade de infecção, pode cau-
sar lesões graves, gera uma inflamação local em função da ação mecânica da 
agulha e ação dos fármacos, e, uma vez administrado o fármaco, este não pode 
ser removido.
Tabela 1: Comparativo resumido das vantagens e desvantagens da mesoterapia.
Vantagens Desvantagens
Aplicação local Dor
Administrar fármacos que não podem 
ser usados por via oral Pode causar infecção
Controle preciso da dose Pode causar lesões graves
Entrega completa da dose usado Causa inflamação local
Poucos efeitos sistêmicos Medicamento, após administração, não 
pode ser removido
Como é uma técnica que envolve a administração de medicamentos, deve-se 
considerar sua toxicidade. Vale lembrar que toda substância pode ser tóxica (inclu-
sive água, por exemplo), em função de: dose administrada, via de administração, 
tempo de exposição, duração do tratamento, toxicidade inerente à substância, sus-
ceptibilidade individual (tolerância, função hepática, renal, etc.), farmacodinâmica 
e farmacocinética da substância. É importante, então, considerar o intervalo entre 
aplicações e o volume de fármacos aplicados (por isso, entre outros motivos, não é 
recomendado mais do que uma sessão em um mesmo dia). Apesar da toxicidade 
inerente a toda substância, a mesoterapia apresenta baixo potencial tóxico, pois uti-
lizam-se substâncias mais diluídas, num volume máximo total de 10 mL de mescla, 
com intervalo grande entre aplicações. Lembre-se: o potencial tóxico é baixo, mas 
não ausente.
Quanto aos efeitos colaterais, temos os comuns, muitas vezes esperados, os raros 
e os raríssimos. Os efeitos colaterais comuns são sempre localizados, ou seja, tendem 
a surgir apenas no local da aplicação. Pode-se citar os sintomas relacionados a in-
flamação: dor, calor, eritema e edema. Podem surgir também equimoses, nódulos 
e hiperpigmentação pós-inflamatória. Todos estes efeitos colaterais comuns, com 
exceção dos dois últimos citados, tendem a desaparecer em alguns dias (normal-
mente entre 3 a 7 dias). Caso persistam por mais tempo, ou sejam muito intensos, o 
Mesoterapia
— 12 — 
paciente deve ser reavaliado e, se necessário, deve-se realizar a intervenção correta, 
seja o tratamento dos efeitos colaterais pelo próprio profissional, ou o encaminha-
mento para médico.
Entre os efeitos colaterais raros pode-se citar a náusea, vômito, diarreia, urticária 
pigmentosa, hipersensibilidade e necrose. Com exceção da necrose (que tem mais 
probabilidade de ocorrer com o uso de substâncias alcóolicas ou oleosas), todos os 
outros efeitos são de caráter sistêmico. Náusea, vômito e diarreia podem surgir, es-
pecialmente, após a aplicação de mesoterapia intramuscular ou gordura localizada, 
que tem uma absorção sistêmica maior do que as aplicações intradérmicas. Caso os 
sintomas não diminuam ou desapareçam em algumas horas (12 a 24 horas no máxi-
mo) ou sejam muito intensos, o paciente deve ser encaminhado ao médico. No caso 
de hipersensibilidade do tipo I (você pode ler mais sobre hipersensibilidades no ar-
tigo Reações de Hipersensibilidade a Medicamentos, da Revista Brasileira de Alergia 
e Imunopatologias, escrito pelo Dr. Luiz Antônio Guerra Bernd et al.) o paciente deve 
ser encaminhado imediatamente ao hospital mais próximo (ou deve-se acionar a 
SAMU). Os sintomas podem atingir seu pico entre 3 a 30 minutos, e esta reação pode 
levar a óbito neste período.
Sobre os efeitos colaterais raríssimos, os artigos citam, principalmente, a infecção 
não tuberculosa por Mycobacterium. Caso isto ocorra, o paciente deverá ser enca-
minhado ao médico imediatamente. Você pode ler mais no artigo de Raquel Duarte 
et al., intitulado Micobacterioses Não-tuberculosas – Das manifestações clínicas ao 
tratamento. Este risco normalmente está associado com uma má técnicas de assep-
sia e antissepsia.
A mesoterapia ainda pode desencadear reações de psoríase, lúpus eritematoso 
sistêmico, paniculite, atrofia, acromia e erupção liquenoide.
2. Vias de administração na mesoterapia 
A escolha da via de administração dos fármacos, e a execução correta da téc-
nica, são essenciais para o sucesso do tratamento, e, também, para evitar compli-
cações. Algumas substâncias, por exemplo, podem ser aplicadas no tecido adiposo 
seguramente, mas se forem aplicadas na pele ou músculo, causarão uma grave ne-
crose. Algumas podem ser aplicadas em todos tecidos, outras apenas na pele, outras 
apenas no músculo, ou alguma combinação destas camadas. É obrigação de todo 
profissional saber em quais camadas cada substância na mescla pode ser aplica-
da. Em caso de dúvida a substância não deve ser aplicada, o laboratório que lhe 
forneceu a mescla deve ser consultado e/ou deve ser feita uma pesquisa no Bulário 
Mesoterapia
— 13 — 
Eletrônico da ANVISA (clique no link). A consulta a Farmacopéia da ANVISA também é 
importante para entender as características do produto.
Cada uma das vias de administração de medicamentos tem suas particularida-
des. Deve-se considerar o ângulo de entrada da agulha, a agulha e seringa utilizadas, 
o volume aplicado, pressão aplicada no êmbolo, e a absorção sistêmica (muscular 
apresenta grande absorção sistêmica, seguida por subcutânea, e, por último, intra-
dérmica, que apresenta baixa absorção sistêmica).
2.1 Características Gerais dos Produtos a Serem Injetados
Não é qualquer produto que pode ser utilizado em mesoterapia. Para que um 
medicamento possa ser aplicado com segurança, ele deve apresentar as seguintes 
características:
• Ser estéril;
• Ser, preferencialmente, aquoso (menos doloroso que medicamentos oleosos);
— Substâncias hidrossolúveis tendem a permanecer mais tempo no espaço in-
tersticial, enquanto substâncias lipossolúveis tendem a permear as células 
mais rapidamente.
• Ser um líquido límpido (sem a presença de precipitados);
• Fármacos devem ser compatíveis.
É importante, também, que se saiba o pH de cada um dos fármacos, e, trabalhar 
com no máximo 5 substâncias ao mesmo tempo.
O pH é importante pois, ao preparar a mescla, deve-se aspirar os produtos se-
guindo a ordem do pH (do menor para o maior, ou do maior para o menor), pois se 
caso misturar diretamente uma substância com pH muito diferente, pode-se teruma 
reação ácido-base, que irá formar sal e água. Ao misturar substâncias com pH do 
menor para o maior (ou vice-versa), existe menor chance desta reação ocorrer.
Evita-se utilizar mais do que 5 substâncias (porém existem casos onde isso é fei-
to), para que se diminuam as chances de interações medicamentosas, incompatibi-
lidade entre fármacos e reações adversas.
2.2 Via Intradérmica
A via intradérmica (ID) (Figura 1) é utilizada, normalmente, em tratamentos que 
visam corrigir alterações na derme: rejuvenescimento de pele, flacidez tissular, es-
trias, cicatriz hipotrófica, cicatriz hipertrófica, queloides, hipercromias, tratamentos 
capilares, etc.
Mesoterapia
— 14 — 
Utiliza-se, preferencialmente, uma agulha 30 G ½ (0,3 x 13 mm / amarela), em um 
ângulo de entrada entre 15° a 35°. O bisel deve estar virado para cima.
É importante o medicamento seja injetado na derme (Figura 2), na maioria dos 
casos. A injeção do medicamento na epiderme irá gerar resultados menores, em fun-
ção das células presentes neste tecido. O medicamento deve ser aplicado até que se 
forme uma pápula com diâmetro entre 0,5 e 1,0 cm. Em aplicações em derme profun-
da, talvez não seja possível visualizar a formação de pápula (Figura 3). Nunca se deve 
injetar mais do que 0,1 mL de volume.
As aplicações devem ser feitas com espaçamento de 1 a 2 cm de distância entre si.
Figura 1: Esquema mostrando a aplicação de medicamento na derme superficial. 
Fonte: Nurse Key – Parenteral Administration: intradermal, subcutaneous, and intramuscular routes. (Adaptado)
Figura 2: Esquema mostrando a aplicação de medicamento na derme média/profunda, indicado pela letra B.
Fonte: https://www.lotusclinica.com/conteudo/preenchimento.html. (Adaptado)
https://nursekey.com/11-parenteral-administration-intradermal-subcutaneous-and-intramuscular-routes/
https://www.lotusclinica.com/conteudo/preenchimento.html
Mesoterapia
— 15 — 
Figura 3: Foto mostrando a formação de pápula, em uma injeção intradérmica.
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention – Public Health Image Library
2.3 Via Subcutânea
A via subcutânea (SC) (Figura 4) é utilizada, normalmente, em tratamentos que 
visam corrigir alterações do tecido subcutâneo: Adiposidade (gordura localizada) e 
fibroedema gelóide. Nesta técnica os medicamentos são absorvidos de maneira len-
ta e constante.
Utiliza-se, preferencialmente, uma agulha 30G ½ (0,3 x 13 mm / amarela), em um 
ângulo de entrada entre 45° a 90°. Posição do bisel não tem importância, porém tente 
direcionar ele para cima, em aplicações em ângulos inferiores a 90°.
Deve-se injetar 0,2 mL por ponto, a menos que o tecido não comporte este volume, 
onde, no caso, deve-se reduzir a quantidade de medicamento aplicado. Algumas téc-
nicas podem exigir um volume maior ou menor, mas, na grande maioria dos casos, é 
injetado no máximo 0,2 mL.
As aplicações devem ser feitas com 2 cm de distância entre si. Evita-se aplicar 
muito próximo a cicatriz umbilical (utilizar uma margem de 2 cm da cicatriz umbili-
cal).
É necessário a realização de prega do tecido adiposo (Figura 5). A realização da 
prega isola o tecido subcutâneo do músculo, permitindo uma maior segurança na 
aplicação. Ao realizar esta técnica também há uma diminuição da dor. Esta analgesia 
é baseada na Teoria do Portão da Dor. Você pode ler mais sobre este mecanismo no 
artigo Constructing and Desconstructing the Gate Theory of Pain, do Dr. Lorne Mendell, 
publicada na revista Pain, em 2015.
https://phil.cdc.gov/Details.aspx?pid=6806
Mesoterapia
— 16 — 
Figura 4: Esquema mostrando a penetração da agulha no tecido adiposo.
Fonte: Dr. Spero J. Theodorou et al – Radiofrequency-assisted Liposuction for Arm Contouring: Technique under Local Anesthesia.
Figura 5: Imagem mostrando a importância da realização de prega cutânea. Na imagem pode-se ver que ao re-
alizar-se a prega, aumenta-se a distância da gordura até o músculo, isolando este, e evitando aplicação errada e 
complicações. Número 1 indica a derme e epiderme, número 2 o tecido subcutâneo e número 3 o tecido muscular.
Fonte: https://www.mylife-diabetescare.com/en-GB/diabetes-knowledge/pen-therapy/ 
injection-technique-for-different-needle-lengths.html. (Adaptado)
2.4 Via Intramuscular
A via intramuscular (IM) (Figura 6) é indicada para mesclas de modulação meta-
bólica, como aquelas utilizadas como emagrecedoras, hipertróficas ou outras.
A agulha indicada é uma 21G (25 x 0,8 mm / verde) ou 21 G ¼ (30 x 0,8 mm / verde). 
Ainda se pode usar a agulha 22G (25 x 0,7 mm / preta). O ângulo de entrada é obriga-
toriamente a 90°. O bisel deve estar lateralizado, seguindo o sentido da fibra muscular. 
A absorção do medicamento é rápida.
O sítio de aplicação mais recomendado é o músculo glúteo máximo ou médio 
(dorsogluteal ou ventrogluteal) (Figura 7). Cada glúteo comporta no máximo 5 mL. 
O deltoide comporta até 2 mL e o vasto lateral da coxa até 3 mL (nunca ultrapassar 
estes volumes)..
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4174202/
Mesoterapia
— 17 — 
Figura 6: Esquema mostrando a aplicação de injeção intramuscular.
Fonte: https://paxsies.com/blogs/blogs-paxsies/what-is-the-best-way-to-inject-testosterone
Figura 7: Esquema demonstrando os sítios de aplicação. A imagem mostra o deltoide, vasto lateral, dorsogluteal 
e ventrogluteal.
Fonte: https://www.semanticscholar.org/paper/Intramuscular-injection-technique%3A-an-approach.-Ogston-Tuck/
5ec84b44e51ace196b7ae729fa364872285955a0.
Mesoterapia
— 18 — 
3. Produtos utilizados na mesoterapia 
Os medicamentos utilizados em mesoterapia são classificados em 5 categorias: 
lipolíticos, eutróficos, venotróficos, anestésicos e outros. Esta classificação deve-se ao 
mecanismo de ação principal de cada fármaco. Alguns medicamentos podem ser 
enquadrados em mais de uma categoria. Um exemplo é a pentoxifilina, que agente 
tanto como venotrófico como lipolítico.
A escolha da classe de fármaco que iremos utilizar depende da finalidade de 
nosso tratamento. Deve-se pensar de forma racional. O tratamento é de FEG? En-
tão pensa-se na utilização de agentes lipolíticos (para redução de gordura), agentes 
venotróficos (para redução de edema e retenção hídrica), entre outros. O objetivo é 
crescimento capilar? Então pensa-se em medicamentos como o Minoxidil, um veno-
trófico, para estímulo da vascularização do couro cabeludo, que pode ser associado, 
em alguns casos, com medicamentos classificados como Outros, como fatores de 
crescimento ou finasterida, que irão estimular o crescimento capilar. O tratamento é 
para gordura localizada? Considera-se então os lipolíticos, drenantes e redutores de 
inflamação.
O que foi dito acima é apenas um exemplo. Cada caso deve ser estudado para 
que se possa utilizar a melhor combinação de medicamentos, a fim de se conseguir o 
melhor resultado, de forma segura. É necessário lembrar-se da individualidade aná-
tomo-fisiológica de cada paciente, e adaptar as mesclas conforme necessário.
A seguir será visto um resumo sobre o que significa cada uma dessas classes de 
medicamentos, e alguns exemplos.
3.1 Medicamentos Lipolíticos
Os medicamentos lipolíticos são aqueles que, por diferentes mecanismos, tem a 
capacidade de reduzir a gordura localizada. Na mesoterapia normalmente trabalha-
-se com medicamento que induzem a lipólise ou necrose (morte celular), ou ainda, 
que inibem a lipogênese.
É importante entender que a gordura liberada dos adipócitos, seja por lipólise ou 
necrose, acaba por cair na corrente sanguínea, e deve ser metabolizada (utilizada) 
de alguma maneira. Caso isso não ocorra, ela será reabsorvida (não necessaria-
mente para o mesmo sítio). Em função disso é importante que após a mesoterapia 
para gordura localizada seja realizado exercício, de preferência com alto gasto ca-
lórico, por no mínimo uma hora. Recomenda-se aguardar entre 12 a 24 horas após a 
aplicação, para que se pratique atividade física.
Mesoterapia
— 19 — 
3.1.1 Desoxicolato de Sódio
O desoxicolato é um sal biliarcom função de lise celular, gerando necrose da célu-
la. Ele age similarmente a um detergente, rompendo a membrana celular do adipócito 
(ou qualquer outra célula que entre em contato). Não há um consenso sobre o efeito 
apoptótico do desoxicolato de sódio em tecido adiposo in vivo. Ele também gera uma 
produção muito grande de radicais livres, que auxiliam na destruição de adipócitos. 
É um produto extremamente necrosante, e deve ser aplicado somente no tecido adi-
poso. Sua aplicação em músculo ou pele causa necrose grave. Mesmo que aplicado 
corretamente, pode ocorrer um refluxo da substância pelo pertuito feito pela agulha, e 
gerar necrose de pele. Usualmente utiliza-se uma concentração de 4,75%.
Existem duas principais apresentações do desoxicolato: desoxicolato de sódio, 
que é um sal, e apresenta um átomo de sódio, e o ácido deoxicólico (ou desoxicólico), 
que apresenta um átomo de hidrogênio em sua molécula (Figura 8).
Figura 8: Na imagem a esquerda, a molécula de Desoxicolato de Sódio, com um átomo de Na (sódio), formando um 
sal. A direita se vê a molécula de Ácido Deoxicólico, com um grupamento de ácido carboxílico, formando um ácido.
 
Fonte: https://sorachim.com/product/deoxycholic-acid-sodium-salt/ (Imagem da esquerda); https://en.wikipedia.org/wiki/
Deoxycholic_acid (Imagem da direita).
A principal diferença entre as duas moléculas é que o desoxicolato de sódio é 
mais solúvel, dispersando-se mais no tecido, além de ser mais agressivo. Isso ocor-
re por ele apresentar carga (proveniente do Na). Por causa disto, no tratamento de 
adiposidade submentoniana (papada) prefere-se a utilização do Ácido Deoxicólico 
(10 mg/mL). Este último foi desenvolvido tem o nome comercial, nos Estados Unidos, 
de Kybella®, atualmente produzida pela empresa Allergan.
Os efeitos adversos esperados são edema, sensação de queimação, hiperpig-
mentação transitória e prurido. Ainda pode causar pancreatite aguda e liberação de 
prostaglandinas E228. É comum que cause nódulos fibróticos. Estes nódulos podem 
se desfazer sem a necessidade de intervenção em até 3 meses (literatura cita 12 me-
ses em alguns casos). Sugere-se, para redução de nódulos (ou chance de aparece-
rem), associar na mescla produtos como a Benzopirona. No tratamento de papada 
muitas vezes associa-se o buflomedil, para reduzir o edema.
No momento da produção desta apostila (abril de 2019), o uso do desoxicolato de 
sódio encontra-se proibido pelo Conselho Federal de Biomedicina.
Mesoterapia
— 20 — 
3.1.2 Cafeína
A cafeína age através da inibição da enzima fosfodiesterase (Figura 9). Esta en-
zima age hidrolisando o AMPc, transformando-o em AMP. Sem a presença de AMPc, 
a proteína quinase é inativada, inibindo o processo de lipólise. Como a cafeína inibe 
a fosfodiesterase, os níveis de AMPc aumentam, por consequência ativando maior 
quantidade de proteína quinase, que, por sua vez, ativa a enzima LHS (lípase hor-
mônio sensível), induzindo assim a transformação do triacilglicerol em ácido graxo e 
glicerol. Estes subprodutos são liberados no tecido e circulação sanguínea. O glicerol 
sofrera processo de glicólise, sendo convertido em piruvato, ou processo de glicone-
ogênese, sendo transformado em glicose. Já o ácido graxo passa pelo processo do 
ciclo dos ácidos tricarboxílicos (conhecido também como Ciclo de Krebs), que even-
tualmente será utilizado como fonte de energia por inúmeros tecidos.
A cafeína causa, também, a inibição da absorção de cálcio e diminui a absorção 
de ferro, então não deve ser utilizada em pacientes com deficiência destes. O uso de 
cimetidina diminui sua metabolização. Não pode ser administração em pacientes 
com doença cardíaca, disfunção hepática, hipertensão e insônia.
A concentração usual de cafeína é de 50 mg/mL, e deve-se evitar sua associa-
ção com ioimbina, pois gera efeito sinérgico. Pode ser aplicada por via SC, ID ou IM.
Figura 9: Esquema mostrando o processo de lipólise no interior do adipócito. Em destaque (vermelho), a fosfo-
diesterase (PDE4), que faz a conversão de AMPc em AMP, sendo inibida.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Mechanism-of-action-of-phosphodiesterase-4-
inhibitors-PDEIs-PDE4Is-inhibit-the_fig1_282345439
Mesoterapia
— 21 — 
3.1.3 L-Carnitina
A Carnitina é derivada do aminoácido lisina. Apresenta-se como dois isômeros: 
L-Carnitina e D-Carnitina, sendo a última tóxica. Utiliza-se sempre a L-carnitina, pois 
é ela quem apresenta, entre outras, função lipolítica. Ela é capaz de transferir ácidos 
graxos de cadeia longa para dentro da mitocôndria, onde serão transformados em 
fonte de energia (ATP) (Figura 10). Também apresenta atividade antioxidante.
A L-Carnitina pode causar transtornos gastrointestinais, como vômitos, cólicas e 
diarreia. Também pode gerar odor corporal forte. O produto em si também apresenta 
um odor característico. A concentração usual aplicada é de 50 a 300 mg/mL, e pode 
ser aplicada por via ID, SC e IM.
Figura 10: Esquema mostrando o efeito da carnitina no transporte de ácidos graxos.
Fonte: https://nutritionandmetabolism.biomedcentral.com/articles/10.1186/1743-7075-7-30
Mesoterapia
— 22 — 
3.1.4 Lipossoma de Girassol
O Lipossoma de Girassol é uma substância extraída da semente de girassol, e é 
formulada em veículo lipossomado. Assim como a L-Carnitina, também age estimu-
lado o transporte de ácidos graxos para a mitocôndria, além de estimular a lipólise 
via estímulo de síntese de AMPc. É um produto que causa uma grande inflamação, 
caracterizada por muito edema, além de desconforto. Um estudo realizado pelo la-
boratório que o produz, e publicado na Journal of Aesthetic Medicine, em 2008, de-
monstrou sua eficácia in vivo. Foram testadas diversas concentrações e associações. 
A concentração e associação que demonstrou os melhores resultados nos testes, 
além de ser a mais estável e com menor efeitos colaterais foi a de Lipossomas de 
girassol a 6,8% + L-Carnitina 100 mg/mL. A sua aplicação pode ser feita somente em 
via subcutânea e causa considerável edema.
3.1.5 Ioimbina
A ioimbina é um alcaloide encontrado na planta Pausinystalia johimbe, conheci-
da também como pau-de-cabinda, e na planta Rauwolfia serpentina (no brasil: raiz 
de cobra indiana ou pimenta do diabo).
É um fármaco antagonista seletivo de receptores α-2-adrenérgicos. Sua função 
original era a de estimulante sexual, atuando na impotência masculina, pela melhora 
de fluxo sanguíneo.
Os receptores alfa-2-adrenérgicos inibem a atividade da adenilato ciclase, com 
consequente redução dos níveis de AMPc. Com isso, há uma diminuição da lipólise. 
Ao inibir este receptor, com um antagonista, como a ioimbina, os níveis de AMPc au-
mentam, e, por consequência, há ativação das rotas lipolíticas.
Estudos evidenciam que homens e mulheres apresentam concentrações dife-
rentes de receptores α-2-adrenérgicos, dependendo da região onde se encontra a 
gordura. Resumidamente, os homens apresentam maior quantidade do receptor na 
região abdominal e de flancos, e mulheres na região de culotes e coxas.
Não é recomendada a associação da ioimbina com cafeína, devido ao efeito 
sinérgico que produzem. Normalmente se utiliza uma concentração de 0,5% e sua 
aplicação é via ID ou SC.
3.2 Medicamentos Eutróficos
Eutróficos são os medicamentos que estimulam a síntese de proteínas e/ou dife-
renciação celular. Eles são indicados para recuperação de áreas de pele danificada, 
como estrias e flacidez. Também podem ser utilizados para melhorar o tecido con-
juntivo, como em técnicas para hidratação e rejuvenescimento.
Mesoterapia
— 23 — 
Muitas vezes são utilizados medicamentos que estimulam produção ou reorgani-
zação de fibras de colágeno e outras proteínas de matriz extracelular. Têm-se como 
exemplo o silício e o ácido hialurônico, entre outros.
3.2.1 Silício
O silício é um elemento químico com diversas aplicabilidades. Está relacionado 
diretamente na formação de órgãos e ossos. Em especial está envolvido na forma-
ção de cartilagem e de tecido conjuntivo,particularmente na fabricação de coláge-
no e proteoglicanos de matriz extracelular. Sua forma orgânica, o ácido ortosilícico, 
tem efeitos comprovados no rejuvenescimento cutâneo, auxiliando na melhora de 
firmeza, elasticidade, hidratação e textura da pele. Estima-se que um adulto saudá-
vel possua em torno de 1 grama de silício em seu corpo.
O artigo Evaluation of cutaneous rejuvenation associdated with the use of or-
tho-silicic acid stabilized by hydrolyzed marine collagen, publicado no Journal of 
Cosmetic Dermatology pelo Dr. Chaves et al., fala mais sobre o papel do silício no 
rejuvenescimento, e descreve um experimento realizado que comprova estes efeitos.
O silício não deve ser aplicado em pacientes com alergia ao ácido acetilsalicílico 
(AAS). O silício injetável é comercializado na forma de salicilato, que é o composto do 
AAS ao qual as pessoas são alérgicas, sendo assim a aplicação de silício pode causar 
reação de hipersensibilidade do tipo I.
A concentração usual de silício é de 0,5% e, dependendo de sua apresentação, 
pode ser aplicado por via IM, SC e ID.
3.2.2 DMAE
O dimetilaminoetanol, conhecido como DMAE, é um análogo sintético da colina, 
que age induzindo um aumento na liberação de acetilcolina (Figura 11), que, por sua 
vez, estimula a contração muscular. Ele também é capaz de aumentar os níveis de 
hidroxiprolina e de induzir a síntese de colágeno. Em função destes efeitos ele é capaz 
de reduzir a flacidez e proporcionar efeito lifting.
O DMAE não deve ser aplicado em pessoas com alergia a frutos do mar, pois eles 
apresentam este produto em sua composição.
Sua dose usual é de 25 mg/mL, e pode ser aplicado por vias ID e SC.
Mesoterapia
— 24 — 
Figura 11: Esquema mostrando a ação da colina na liberação de acetilcolina na fenda sináptica.
Fonte: Dr. Jack Waymire, Department of Neurobiology and Anatomy, McGovern Medical School (U of Texas).
3.2.3 Ácido Hialurônico
É um importante GAG (glicosaminoglicano), com ótimas propriedades viscoelás-
ticas e de hidratação. Alguns estudos afirmam que ele é capaz de reter até 1000 vezes 
o seu peso em água. Ele possuí a capacidade de hidratar e flexibilizar a matriz extra-
celular.
O ser humano começa a apresentar uma diminuição dos níveis de ácido hialurôni-
co a partir dos 25 anos (Figura 12). A mesoterapia, quando contendo ácido hialurônico, 
auxilia diretamente na melhora da hidratação e do aspecto geral da pele.
Figura 12: Demonstração da correlação entre idade e concentração de AH na pele.
100 –
pe
río
do
 in
te
ns
iv
o 
/ % 35 anos de idade
A concentração de HA na pele diminui com o envelhecimento
Idade
55 anos de idade
80 –
60 –
40 –
20 –
0 –
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Fonte: https://www.jmclinic.com/aesthetic-medicine-skin-care-hyaluronic-acid/. (Adaptado)
https://nba.uth.tmc.edu/neuroscience/m/s1/chapter11.html
https://www.jmclinic.com/aesthetic-medicine-skin-care-hyaluronic-acid/
Mesoterapia
— 25 — 
Como efeitos adversos principais pode-se citar: eritema, edema, rigidez da pele e 
formação de granuloma. Este último tende a sumir em uma semana. Pode ser apli-
cado por via SC e ID, em dose média de 50 mg/mL.
3.2.4 Condroitin Sulfato
Condroitin sulfato, assim como o AH, também é um GAG presente na matriz extra-
celular. Ele apresenta efeito anti-inflamatório, estímulo da síntese de proteoglicanos 
e de AH, ao mesmo tempo que reduz a síntese de enzimas proteolíticas e óxido nítrica. 
Tem boa ação na melhora do aspecto de estrias, tecidos envelhecidos, desidratados 
e compidos. Sua dose usual é de 50 a 100 mg/mL, podendo ser aplicado em via SC, 
ID e IM.
3.2.5 Vitamina C (Ácido Ascórbico)
Vitamina C, ou ácido ascórbico, é um potente antioxidante, que também pode ser 
utilizada no tratamento de estrias e envelhecimento cutâneo, principalmente por ser 
um co-fator da síntese de colágeno, sendo necessário para que a enzima prolil-oxi-
dase reforce as ligações covalentes entre as moléculas de tropocolágeno, e a enzima 
prolil-hidroxilase converta prolina em hidroxiprolina, um dos principais componentes 
do colágeno. Como são enzimas férricas, e a vitamina C é um antioxidante, que entre 
outros previne a oxidação do ferro, elas acabam sendo protegidas, pelo ácido ascór-
bico, contra a auto-inativação.
O ácido ascórbico também tem ação nas manchas. Ela atua através da quela-
ção de íons de cobre, co-fator essencial para a ativação da enzima tirosinase, envol-
vida na síntese de melanina. Desta maneira, ela diminui a formação de melanina. Ela 
pode ser aplicada por via IM, ID e SC, em uma dose de 222 mg/mL.
3.2.6 Ácido Glicólico
Este ácido atua na síntese de GAGs, estimulando a produção de colágeno e elas-
tina e, por consequência, aumentando a espessura do extrato granuloso da epider-
me, e reordenamento das fibras elásticas e de colágeno. Por apresentar um grande 
potencial na indução destas proteínas, ele tem sido utilizado inclusive em testes para 
o desenvolvimento de pele sintética. Nota-se que não só ele estimula a síntese de 
GAGs, colágeno e elastina, como também modula (no caso, diminuí) a degradação 
da matriz extracelular, através da liberação de citocinas (Interleucina-1-α) de quera-
tinócitos75. Pode ser aplicado em via ID em uma concentração de 1%.
Mesoterapia
— 26 — 
3.2.7 D-Pantenol
D-pantenol é um álcool, precursor do ácido pantotênico, recebendo também o 
nome de Pró-Vitamina B5. Apresenta função eutrófica de pele e mucosas. Apresenta 
também efeito anti-seborreico, motivo pelo qual é muito utilizado em tratamentos 
capilares. Além disso atua regulando processos energéticos. Ainda tem efeito cica-
trizante e estimulante de síntese de Coenzima A, que atua na formação de lipídeos e 
proteínas de pele, pelos e mucosas. Deve-se tomar cuidado pois em alguns casos ele 
pode causar dermatite de contato em pessoas alérgicas. Normalmente é aplicado 
em via ID (em algumas formulações pode ser aplicado também em via SC e IM), em 
dose de 50 mg/mL.
3.3 Medicamentos Venotróficos
Os produtos venotróficos são aqueles responsáveis por efeitos de vasodilatação 
e estimulação de circulação periférica. Eles têm a capacidade de drenagem, e po-
dem ser utilizados em tratamentos que se beneficiam de aumento da microcircula-
ção local e redução de áreas de edema. Muitas vezes permitem melhor absorção e 
difusão de outros medicamentos. Os venotróficos mais utilizados são o buflomedil e 
a benzopirona, apesar de existirem outros.
3.3.1 Pentoxifilina
A pentoxifilina é um produto que age tanto como venotrófico como lipolítico. Ela 
tem a capacidade de causar vasodilatação, melhora da microcirculação e da dre-
nagem linfática local. Ele age, de forma lipolítica, inibindo a fosfodiesterase. Não se 
deve aplicar em hipertensos, com distúrbios de coagulação, cardíacos e com pre-
sença de aterosclerose. Sua concentração usual é de 20 mg/mL, aplicada por via ID 
ou SC.
3.3.2 Buflomedil
O Buflomedil é uma droga vasodilatadora, que atua inibindo de forma inespecífica 
os músculos lisos vasculares (Figura 13). Ele também tem a capacidade de melhorar 
o aporte de oxigênio e nutrientes, inibir a agregação plaquetária e favorecer a drena-
gem linfática. Todos estes efeitos o tornam um bom composto para ser utilizado em 
tratamentos de gordura localizada, celulite e capilar, por reduzir o edema e melhorar a 
nutrição dos tecidos. Ele pode causar hipotensão, taquicardia, transtornos gastrintes-
tinais, rash cutâneo, taquicardia e parestesias, apesar de serem raras e estarem rela-
cionadas com superdosagens88. Utiliza-se uma dose de 1% em via ID, IM e SC.
Mesoterapia
— 27 — 
Figura 13: Imagem comparando receptores adrenérgicos do tipo Alfa-1, responsáveis, entre outros, pela contra-
tura de musculatura lisa vascular, bloqueados e não bloqueados por inibidores. Os bloqueadores, como o buflo-
medil, estão indicados por triângulos pretos na imagem da esquerda.
Fonte: MEDSCAPE: The Physiology and Function of the Alpha-Adrenergic Nervous System.
3.3.3 Benzopirona
Também conhecida como α-benzopirona,é uma cumarina com atividade anti-
-inflamatória e anti-edematosa através do aumento de fluxo venoso e linfático. Dimi-
nuí a permeabilidade capilar e a quantidade de fluído formado no tecido subcutâneo. 
Também tem ação diminuindo a fragilidade capilar, principalmente se associada a 
outras drogas, por facilitar sua permeação. Também pode ser utilizada no combate 
de fibrose. É comum que cause eritema (em função do aumento de fluxo sanguíneo) 
e prurido. Cumarinas associadas com dipirona podem potencializar hemorragia. Sua 
dose é de 5 mg/mL, podendo ser aplicada por via SC e ID.
3.3.4 Minoxidil
Minoxidil é um fármaco particularmente utilizado nos tratamentos capilares (Fi-
guras 14 e 15), por estimular vascularização e oxigenação do couro cabeludo, além 
de estimular as células da matriz da raiz do pelo. Estudos indicam que o Minoxidil em 
sua forma injetável apresenta melhores resultados, no tratamento da alopecia an-
drogenética, do que em sua forma tópica92. Outro estudo verificou que em estudos 
in vivo e ex vivo, o Minoxidil foi capaz de aumentar a produção de fatores de cresci-
mento, fosforilação de determinadas quinases, e, assim, aumento da fase anágena 
do crescimento capilar.
https://www.medscape.org/viewarticle/440787_4
Mesoterapia
— 28 — 
O uso de Minoxidil é bem tolerado, mas pode causar irritação do tecido, sensação 
de queimação, eritema e prurido.
Sua dose usual é de 0,5%, com aplicação via ID.
Figura 14: Na imagem se visualiza dois grupos de ratos, que tiveram seus pelos raspados. Os ratos da esquerda 
não receberam nenhum tratamento, enquanto os da direita receberam Minoxidil a 2% injetável no sítio sem pelos. 
Estes são os resultados após 14 dias.
Fonte: https://www.mdpi.com/1422-0067/19/3/691.
Figura 15: Melhora do volume capilar, em humanos, 12 semanas após a aplicação de Minoxidil tópico (5% - 1 mL) 
seguido de microagulhamento.
Fonte: Kumar et al. A randomized controlled, single-observer blinded study to determine the efficacy of topical minoxidil plus 
microneedling versus topical minoxidil alone in the treatment of androgenetic alopecia.
3.4 Medicamentos Anestésicos
Os anestésicos são utilizados para redução da dor no local da aplicação. Agem 
através do bloqueio da propagação de impulsos nervosos. Tem duração relativa-
mente curta (minutos), e podem apresentar alguns efeitos colaterais indesejados, 
como edema, vasodilatação e diminuição do potencial lipolítico. Os medicamentos 
mais presentes nesta categoria são a lidocaína e a procaína.
Mesoterapia
— 29 — 
3.4.1 Lidocaína
Anestésico local do grupo das amidas que age realizando o bloqueio rápido 
dos canais de sódio dos nervos, diminuindo assim a dor. A OMS recomenda como 
dose máxima de lidocaína, em aplicação local, 4 mg/kg, não ultrapassando uma 
dose total de 250 mg. O Ministério da Saúde do Brasil indica doses limites um pouco 
maiores (4,5 mg/kg e 300 mg, respectivamente). Doses excessivas de lidocaína po-
dem causar sensação de formigamento, paralisia da língua, tontura, tinnitus, visão 
turva, agitação, paranoia, convulsões, depressão do sistema nervoso central, bra-
dicardia, hipotensão, coma e morte. Também é muito comum que cause edema 
local.
Em um estudo realizado com células in vitro, com mesclas de mesoterapia com 
fármacos para indução de lipólise, com e sem lidocaína, foi possível concluir que a li-
docaína inibe a lipólise (Figura 16). Em função disso a lidocaína não deve ser utilizada 
em mesclas para o tratamento de FEG e GL.
Figura 16: A imagem apresentada um dos resultados dos testes do estudo citado acima. É mostrado a indução 
de lipólise. Quanto maior a barra, mais lipólise ocorreu. Na esquerda, em azul, está o controle; no meio, em rosa, a 
mescla lipolítica sem lidocaína; na direita, em amarelo, a mescla lipolítica com lidocaína. Fica claro que quando 
adicionada lidocaína à mescla, o potencial lipolítico é inibido quase que por completo.
4.5 –
4 –
3.5 –
3 –
2.5 –
2 –
1.5 –
1 –
0.5 –
0 –
Buffer
In
du
çã
o 
de
 d
ob
ra
s 
de
 g
lic
er
ol
IA IA-L
Fonte: Caruso et al. Na evaluation of mesotherapy solutions for inducing lipolysis and treating cellulite.
A dose usual da lidocaína utilizada em mesoterapia é de 1 a 2%, podendo ser apli-
cada em via ID e SC, tendo sua ação iniciada, quando aplicada de forma injetável, 
após 2 a 4 minutos, com duração média de 30 a 60 minutos. A duração tente a dimi-
nuir com quando ocorre inflamação do tecido (que é muito comum na mesoterapia).
Mesoterapia
— 30 — 
3.4.2 Procaína
Anestésico do grupo dos ésteres. É quatro vezes menos potente que a lidocaína, 
apresentando inclusive menor duração e início de ação mais demorado. Isto se deve 
provavelmente ao seu pKa elevado. Causa menos edema que a lidocaína, porém é 
mais alergênica, por isso não deve ser aplicada em pacientes com urticária, asma, 
etc. Sua dose usual é de 2% em aplicações ID e SC.
3.5 Outros Medicamentos
Nesta categoria entram os fármacos que não se enquadram em nenhuma das 
categorias citadas anteriormente. Possuem diversas funções e mecanismos de ação. 
Pode-se citar, entre vários outros, a finasterida e fatores de crescimento.
3.5.1 Ácido tranexâmico
Este ácido, um análogo sintético da lisina, era, e ainda é utilizado por suas pro-
priedades anti-hemorrágicas e antifibrinolíticas. Estudos mais recentes revelaram 
que o ácido tranexâmico possui a capacidade de tratar melasma e melanoses. Este 
produto não deve, de forma alguma, ser aplicado em pacientes com alterações he-
matológicas, que usem fármacos que alterem os padrões de coagulação, pacientes 
com alterações cardíacas ou cerebrais, e ainda aqueles que apresentem qualquer 
tipo de daltonismo congênito (ou qualquer outro distúrbio na visualização de cores).
O ácido tranexâmico age interferindo na ativação de melanócitos, por conse- 
quência acaba diminuindo a ação da tirosinase e, então, inibe a melanogênese. 
Interessantemente foi possível notar em alguns estudos que ele não só inibe a síntese 
de melanina, mas também reduz e dispersa os pigmentos de melanina já produzidos, 
entre outros efeitos, além de agir na remoção de depósitos de hemossiderina.
O ácido tranexâmico pode causar prurido, sensação de queimação e, mais co-
mumente, eritema.
Aplicado em concentrações de 4 mg/mL em via ID.
3.5.2 Ácido Kójico
O ácido Kójico é uma pirona isolada de fungos do gênero Aspergillus, Penicillium 
e algumas bactérias. Entre diversas funções, tanto no fungo quanto em humanos, 
ele age como inibidor da tirosinase, através da ação quelante em íons de cobre, um 
co-fator desta enzima. Também previne a formação de linhas de expressão, hiper-
plasia da epiderme e fibrose da derme profunda, além de estimular os componentes 
da matriz extracelular da derme superficial.
Utiliza-se em concentração de 0,1% em via ID.
Mesoterapia
— 31 — 
3.5.3 Finasterida
A finasterida é um inibidor competitivo da 5-α-redutase, enzima responsável por 
converter a testosterona em di-hidrotestosterona (DHT). A finasterida age especifi-
camente na isoenzima II, que é encontrada no endométrio uterino, trompa de falópio, 
próstata, genital masculino, folículo capilar e fígado. Como ela não inibe a síntese de 
testosterona diretamente, nem atua em receptores andrógenos, sua ação é limitada 
a tecidos dependentes de DHT. Porém, como ela inibe a conversão de testosterona 
em DHT, ocorre um aumento, no corpo, tanto de testosterona quanto estradiol. Este 
aumento é de em torno de 15%, o que ainda é considerado dentro dos limites fisiológi-
cos. Entre outros usos, sua principal aplicação na estética é no tratamento de queda 
de cabelo causada por excesso de DHT nos folículos pilosos.
O DHT tem um papel crítico no desenvolvimento embrionário, portanto a Finas-
terida não deve ser utilizada em mulheres, pessoas que façam reposição hormo-
nal ou pessoas com alteração hormonal. Seu uso pode levar a má-formação fetal 
e aborto.
Apesar de existirem inúmeros estudos sobre a eficácia da finasterida, tanto oral 
quanto injetada localmente,são poucos os artigos que falam sobre sua segurança 
quando localmente injetada. Quanto ao seu uso oral, existem vários estudos citando 
diversas complicações, conhecidas como Síndrome Pós-Finasterida. Alguns dos sin-
tomas são: diminuição de libido, disfunção erétil, impotência, diminuição ou inibição 
de orgasmo, diminuição de volume seminal, síndrome de Peyronie, ginecomastia, fa-
diga, miastenia, melasma, alterações de pele, entre outros. Alguns artigos citam que 
estes efeitos, ou a maioria deles, tendem a regredir em até 6 meses após a interrup-
ção do uso de finasterida oral (usualmente administra-se 1 mg VO/dia).
Ela é aplicada por via ID em doses de 0,05%.
3.5.4 Fatores de Crescimento
Os Fatores de Crescimento são moléculas endógenas que realizam a comuni-
cação entre células, responsáveis por induzir migração, proliferação e diferenciação 
celular115. Eles não devem ser confundidos com citocinas, pois, apesar de algumas 
citocinas serem consideradas fatores de crescimento, a grande maioria dos GF não 
são citocinas. Existem diversas classes de GF, cada um com ação específica116. De-
ve-se tomar cuidado para não aplicar GF em pacientes que tenham histórico familiar 
ou pessoal de câncer, pois há artigos indicando um papel negativo dos fatores de 
crescimento nos tumores.
Mesoterapia
— 32 — 
A seguir será visto um resumo dos principais fatores de crescimento utilizados na 
estética, sendo que muitos podem ser aplicados de forma injetável. A via de aplica-
ção e dose deve ser seguida de acordo com orientações do laboratório fabricante. A 
lista a seguir (Tabelas 17, 18 e 19) é de origem do Informativo Técnico intitulado Fatores 
de Crescimento e Peptídeos Bioidênticos, do laboratório PharmaSpecial:
Tabela 17: GF com efeito cicatrizante. 
CICATRIZANTES ENDÓGENOS
Citocina Mecanismo de Ação
NANOFACTOR® EGF
(Fator de Cresci-
mento Epidermal)
Ação reepitelizante, estimula a diferenciação de queratinóci-
tos. Proporciona a substituição do tecido lesionado ou necro-
sado e acelera a formação de tecido de granulação saudável. 
Diminui a pigmentação da pele em decorrência de processo 
inflamatório.
NANOFACTOR® bFGF
(Fator de Cresci-
mento Fibroblástico 
Básico)
Importante sinalizador para fibroblasto na síntese de matriz 
extra celular de boa qualidade. Preventivo de quelóides e ci-
catrizes hipertróficas.
NANOFACTOR® TGFbb3
(Fator de Crescimen-
to Transformador)
Atua em sinergismo com o Fator de Crescimento Fibrobásti-
co Básico no estímulo da produção de matriz extra celular de 
qualidade. Previne fibrose.
NANOFACTOR® IGF
(Fator de Cresci-
mento Insulínico)
Potente citocina cicatrizante, acelera a remodelação do teci-
do na formação de tecido de granulação saudável. Especial-
mente indicada para ferimentos com desordens vasculares 
ou influenciados por diabetes.
NANOFACTOR® aFGF 
(Fator de Cresci-
mento Fibroblástico 
Ácido)
Citocina que estimula a formação de novos vasos sanguíne-
os, indicado para ferimentos decorrente a fragilidade vascular 
(úlcera varicosa), queimaduras e diabetes (pé diabético)
IDP-2 PEPTÍDEO®
(Decapeptídeo 4)
Fração ativa e concentrada do Fator de Crescimento Insulí-
nico (Peptídeo Bioidêntico). Apresenta os efeitos da citocina 
mãe de forma potencializada. Especialmente indicado para 
ferimentos de grandes proporções e queimaduras profundas.
PSODERMAX®
(Interleucina 4 e 10)
Citocina TH2 de ação imunomoduladora. Diminui e anula o 
processo inflamatório crônico típico nos casos de Psoríase e 
Dermatite Atópica. Podendo ser usado em associação ou não 
com corticoides durante a crise, como também diariamente 
entre crises como profilático.
Fonte: https://www.pharmaspecial.com.br/media/produtos/95_lit_fatores_de_crescimento_e_
peptideos_bioidenticos_-_terapia_combinada_com_protocolos.pdf.
Mesoterapia
— 33 — 
Tabela 18: GF com efeito cicatrizante. 
REJUVENESCIMENTO BIOIDÊNTICO / ATIVAÇÃO LIPOLÍTICA
Citocina Mecanismo de Ação
NANOFACTOR® EGF
(Fator de Cresci-
mento Epidermal)
Ação reepitelizante, estimula a diferenciação de queratinóci-
tos. Diminui a pigmentação da pele em decorrência de pro-
cesso inflamatório. Acelera a renovação celular (Turn Over)
NANOFACTOR® bFGF
(Fator de Cresci-
mento Fibroblástico 
Básico)
Importante sinalizador para fibroblasto na síntese de matriz 
extra celular de boa qualidade, especialmente glicosamino-
glicanas.
NANOFACTOR® TGFbb3
(Fator de Cresci-
mento Transforma-
dor)
Atua em sinergismo com o Fator de Crescimento Fibrobástico 
Básico no estímulo da produção de matriz extra celular. Prin-
cipal sinalizador para fibroblasto na síntese e maturação de 
colágeno.
NANOFACTOR® IGF
(Fator de Cresci-
mento Insulínico)
Potente citocina eutrófica, acelera a remodelação do tecido 
na formação de tecido de granulação saudável. Preventivo de
queloides. 
NANOFACTOR® C 
(Decapeptideo 4, 
Ascorbyl Phosphate
Sodium) 
Vitamina C estabilizada em nanolipossoma associada de 
PEPTÍDEO BIOIDÊNTICO® (fração ativa e concentrada do Fator 
de Crescimento Insulínico). Ação antioxidante simultânea a 
ação eutrófica e síntese de macromoléculas de sustentação 
da derme. 
IDP-2 PEPTÍDEO®
(Decapeptídeo 4)
Fração ativa e concentrada do Fator de Crescimento Insulí-
nico (PEPTÍDEO BIOIDÊNTICO®). Potente cicatrizante e eutrófico. 
Especialmente indicado no pós procedimento imediato. 
TGP-2 PEPTÍDEO®
(Oligopeptídeo 34)
Citocina com propriedade despigmentante potente, conside-
rado DESPIGMENTANTE BIOIDÊNTICO. Seguro para todos os fo-
totipos de pele. Não é fotossensibilizante.
LIPOXYN®
(Tripeptídeo 41) 
Citocina derivada do Fator de Crescimento Transformador, 
forte indutor da lipólise com ação anti lipogênica. Indicada no 
tratamento da celulite e gordura localizada. 
Fonte: https://www.pharmaspecial.com.br/media/produtos/95_lit_fatores_de_crescimento_e_
peptideos_bioidenticos_-_terapia_combinada_com_protocolos.pdf.
Mesoterapia
— 34 — 
Tabela 19: GF com efeito cicatrizante. 
ACELERADORES DO METABOLISMO FOLICULAR
Citocina Mecanismo de Ação
A
TR
O
FI
A
 F
O
LI
C
UL
A
R NANOFACTOR® TGFbb3
(Fator de Crescimento 
Transformador)
Diminui a mitose e desacelera o crescimento de pelos 
e cabelos. Melhores resultados com a remoção total 
do pelo. 
TGP-2 PEPTÍDEO®
(Oligopeptídeo 34)
Diminui a mitose e acelera a atrofia folicular transfor-
mando pelos da fase anágena para telógena. Melho-
res resultados com a remoção total do pelo. 
ES
TÍ
M
UL
O
 F
O
LI
C
UL
A
R
NANOFACTOR® IGF
(Fator de Crescimento 
Insulínico)
Reverte a atrofia folicular aumentando em poucos 
dias de uso o tamanho dos folículos (bulbo). Acelera a 
mitose – crescimento dos cabelos.
NANOFACTOR® bFGF
(Fator de Crescimento 
Fibroblástico Básico)
Ação fortificante no aumento da síntese de proteínas 
de ancoragem. Atua em sinergia com citocinas de 
ação angiogênica.
NANOFACTOR® aFGF
(Fator de Crescimento 
Fibroblástico Ácido) 
Citocina angiogênica, estimula a formação de um 
novo plexo vascular. Diminui a perda de melanina. 
NANOFACTOR® VEGF
(Fator de Crescimento 
Vascular)
Citocina angiogênica de ação vasodilatadora simul-
tânea. Reverte a atrofia folicular induzida pela DHT. Au-
menta o tamanho dos folículos. 
COPPER PEPTÍDEO®
(Copper Tripeptídeo)
Peptídeo de cobre com forte ação anti 5 alfa redutase. 
Reverte atrofia folicular induzida pela DHT. Fortificante. 
PROHAIRIN®
(Octapeptide 2)
Peptídeo Bioidêntico® com ações simultâneas no es-
tímulo do crescimento de cabelos: aumento do ta-
manho do bulbo – controle da oleosidade excessiva 
– normalização da fixação de melanina e cicatrização 
do couro cabeludo.
Fonte: https://www.pharmaspecial.com.br/media/produtos/95_lit_fatores_de_crescimento_e_
peptideos_bioidenticos_-_terapia_combinada_com_protocolos.pdf.
Mesoterapia
— 35 — 
3.5.5 Outros produtos
Além dos produtos citados acima, existem ainda dezenas de outros fármacos 
utilizados em mesoterapia. A seguir é listado, de forma mais resumida, vários outros 
produtos que são utilizados nas técnicas de intradermoterapia, bem como sugestão 
de dosee vias de aplicação. É importante que se faça o levantamento teórico-cientí-
fico de cada produto, a fim de potencializar seu efeito, mas com segurança.
• L-Arginina: Aminoácido lipolítico, inibidor de lipogênese e estimulante de coláge-
no. O laboratório Pineda possuí uma fórmula alternativa da Arginina, chamada de 
Arginina ID, com potencial lipolítico aumentado. Tem sido muito utilizado no lugar 
de Desoxicolato de sódio. Dose vária de acordo com via de aplicação.
– Arginina ID para aplicação ID, IM e SC é produzida na dose de 20%. L-Argini-
na para aplicação IM é produzida na dose de 500 mg/mL.
• L-Teanina: Modulador de cortisol, que apresenta efeito calmante. Também apre-
senta efeito hepatoprotetor e neuroprotetor. Pode ser encontrada no chá ver-
de123,124.
– Aplicação por via ID, IM e SC, em dose de 25 mg/mL.
• Crisina: Inibe a conversão de testosterona em estrogênio. Pode ser utilizada, en-
tre outros, no tratamento de gordura ginóide, em homens e mulheres. Também 
apresenta efeito antioxidante, por aumentar os níveis de superóxido dismutase, 
glutationa peroxidase e catalase. Inibe a COX-2, portanto também tem efeito an-
ti-inflamatório.
– Aplicada em via SC e ID em doses de 50 μg/mL.
• Rutina: É um potente antioxidante e anti-edematoso. Tem grande ação na pre-
venção de dano celular causado por exposição solar.
– Dose usual de 50 mg/mL em via ID ou SC.
• Ácido Alfa Lipóico: Antioxidante, regenerativo e antiinflamatório.
– Aplica-se 50 mg/mL por via ID.
• Biotina: Vitamina hidrossolúvel do complexo B. Essencial para a manutenção do 
tecido e outras funções fisiológicas.
– Usada por vias ID, IM ou SC em 5 mg/mL.
Mesoterapia
— 36 — 
• Asiaticosídeo: Polifenol presente na planta Centella asiatica. Tem capacidade de 
regular fibroblastos e potencial antioxidante. Estudos apontam que ele tem a po-
tencial de ao mesmo tempo induzir a síntese de colágeno em processos de cica-
trização normal, e de inibir a síntese de Colágeno do tipo I em queloides e cicatriz 
hipertrófica, podendo assim ser utilizado tanto para efeito cicatricial, quanto para 
evitar a formação das cicatrizes hipertróficas e queloidianas.
– É aplicado por via ID em uma dose de 0,04%.
• N-Acetilcisteína: Protege os melanócitos de dano por estresse oxidativo causado 
por radiação solar, diminuindo, assim, a formação de manchas. Também impede 
a queda capilar, por ser precursor da L-cisteína, necessária para manutenção do 
folículo piloso. Apresenta efeito anti-age por ser anti-glicante. Além de auxiliar e 
acelerar a cicatrização sadia do tecido, diminui o risco de formação de cicatriz 
hipertrófica e queloides.
– Pode ser usado, dependendo do veículo, em via IM a 150 mg/mL.
• Piruvato de Sódio: Também chamado de Ácido Pirúvico, é o produto final da gli-
cólise, e o produto inicial do ciclo do ácido tricarboxílicos (Ciclo de Krebs). Ele 
auxilia nos processos lipolíticos, além de apresentar potencial anti-inflamatório, 
e capacidade anti-oxidante. Ele também apresenta ação como estimulante de 
colágeno e fibras elásticas.
– 1% em via ID.
• SAC (Siloxanetriol Alginato Cafeína): Produto com ação lipolítica que age atra-
vés do estímulo do AMPc. Protege contra glicosilação não enzimática, além de 
regenerar o tecido conjuntivo, contribuindo para firmeza e tonicidade da pele. 
Siloxanetriol é o silício orgânico biologicamente ativo. Por causa de seus efeitos é 
particularmente utilizado no tratamento do FEG.
– Aplicado por via SC em uma dose de 5 mg/mL.
3.5.6 Fármacos de aplicação Intramuscular para modulação metabólica
A seguir será visto uma lista de alguns fármacos muito utilizados, especialmente 
em aplicações IM, para modulação metabólica, desde diminuição de apetite até hi-
pertrofia.
• L-Ornitina: Utilizado na forma de L-Ornitina ou Alfa-keto-ornitina, é um amino-
ácido que auxilia na liberação de hormônio do crescimento (GH), promovendo 
reparação tissular e hipertrofia muscular.
– 60 a 150 mg/mL em via IM, ID ou SC.
Mesoterapia
— 37 — 
• Picolinato de Cromo: Tem o potencial de melhorar o aproveitamento de glicose, 
podendo diminuir o apetite, especialmente por carboidratos, além de melhorar 
os níveis de dopamina e serotonina.
– Pode ser aplicado por via IM em uma dose de 100 μg/mL.
• Taurina: Melhora os efeitos da insulina, melhorando o metabolismo de glicose e 
aminoácidos, auxiliando, assim, no anabolismo muscular.
– Usado em via IM em uma dose de 7,5%.
• Vitamina B12: Também chamada de cobalamina, somente é adquirida através 
da dieta e é muito utilizada por ser hepatoprotetora, antioxidante e por diminuir 
os depósitos de lipídeos nos vasos sanguíneos. Além disso é age na prevenção de 
problemas relacionados ao envelhecimento. É um precursor do folato, essencial 
para divisão celular e síntese proteica (inclusive sendo suplementado em ges-
tantes).
– Utiliza-se 25 mg/mL por via IM.
• Inositol: Ele diminui o depósito de lipídeos nas paredes de vasos e órgãos, espe-
cialmente quando associado a colina. Tem feito protetor de tireoide.
– Ele pode ser aplicador em uma dose de 10% por via IM.
• L-Fenilalanina: Estimula dopamina e adrenalina, diminuindo a fome e aumen-
tando os processos de lipólise.
– Via IM – 25 mg/mL.
• BCAA: BCAA é uma sigla para Branch Chain Amino Acids, ou Aminoácidos de 
Cadeia Ramificada. Compreende os AA Leucina, Isoleucina e Valina, necessários 
para formação e crescimento muscular.
– Este composto é aplicado por via IM em uma concentração de 4%.
• HMB (Hidroximetilbutirato): É um metabólito da leucina capaz de reduzir o cata-
bolismo muscular (reduz a perda de massa magra), regenerar músculos e reduzir 
gordura corporal.
– É usado em via IM em uma dose de 5 mg/mL.
• 5-HTP (Hidroxitriptofano): É um precursor da serotonina, muito utilizado para re-
dução do apetite.
– Pode ser utilizado por via IM à 2 mg/mL.
Mesoterapia
— 38 — 
4. Protocolos de aplicação de mesoterapia 
A técnica de aplicação de mesoterapia é tão importante quanto a escolha dos 
fármacos corretos. Infelizmente não há uma padronização das técnicas de aplicação, 
tanto em relação aos espaçamentos entre as injeções, volume injetado e intervalo 
entre sessões. Este capítulo descreve as técnicas mais utilizadas pelos profissionais 
e professores do NEPUGA. As técnicas aqui apresentadas são utilizadas por serem 
seguras e eficazes, e, de certa forma, representam a média do que é discutido em 
artigos.
4.1 Mesclas de Mesoterapia
Os laboratórios que manipulam injetáveis vendem estes produtos de duas formas 
diferentes: eles oferecem uma sugestão de mescla (Figura 20), contendo fármacos 
para o tratamento de determinada disfunção estética, ou os fármacos individuais 
(Figura 21). Caso seja optado pela primeira opção, é vendido um kit contendo, em 
média, 5 substâncias. Este kit é o suficiente para tratar um paciente, por uma sessão. 
Alguns laboratórios vendem kits com, por exemplo, mesclas o suficiente para tratar 10 
pacientes (ou realizar 10 sessões). Também é possível comprar os produtos de forma 
individual e montar uma mescla completamente personalizada.
Os fármacos, sejam eles em kits ou de forma individual, normalmente vem em 
ampolas de vidro com 2 mL do produto. Uma mescla típica contém 5 fármacos, ou 
seja, 5 ampolas de 2 mL, cada uma de um fármaco, totalizando 10 mL (que, por segu-
rança, é o máximo que se deve aplicar em um mesmo dia em um paciente). Alguns 
fármacos já podem vir combinados em uma única ampola (a ampola pode ser de 
2 mL, 5 mL, etc.). Deve-se tomar cuidado com a validade dos produtos, pois cada 
fármaco tem uma validade diferente. Os produtos devem ser armazenados em local 
fresco, protegidos da luz.
Figura 20: Exemplo de um kit de mesoterapia. Este kit, para o tratamento de Estrias, vendido pelo laboratório Pine-
da, contém 5 ampolas, cada uma de 2 mL. Os produtos utilizados são: Ácido Hialurônico, Buflomedil, Asiaticosídeo, 
Silício Lipo e Lidocaína. 
Estrias Antigas
(I)
Ácido Hialurônico 60 mg/ml (1 amp) + Buflomedil 1% (1 amp) + 
Asiaticosideo 0,04%(1 amp) + Silício Lipo 0,5% (1 amp) + 
Lidocaina 1% 2 ml (1 amp)
Fonte: Laboratório Pineda.
Mesoterapia
— 39 — 
Figura 21: Um kit do laboratório Pineda, contendo um único fármaco. Aqui se vê 10 ampolas de 2 mL cada, da 
substância L-Carnitina.
4.2 Materiais e Preparo da Mescla para Aplicação
Para o preparo da mescla de mesoterapia serão necessários os seguintes mate-
riais:
• Ampolas com os fármacos escolhidos;
• Gaze;
• Álcool 70%;
• Seringa de 10 mL;
• Agulha 18G ( x 40);
• Seringas de 1 mL, 3 mL e/ou 5 mL
• Agulhas 30G ou;
• Agulhas 21 G ou 22 G.
Após ser realizada a antissepsia do local de trabalho e se ter separado todos os 
materiais, deve-se seguir os seguintes passos:
1. Verificar a validade, integridade e composição de todas as ampolas;
2. Ordenar as ampolas em ordem crescente de pH, para evitar a cristalização e/ou 
precipitação dos compostos;
3. Realizar a antissepsia das ampolas, utilizando gaze umedecida com álcool 70%;
4. Quebrar todas as ampolas;
5. Com uma seringa de 10 mL e agulha 18G, aspirar o conteúdo de cada ampola, 
na ordem de pH, com cuidado para não aspirar ar. A aspiração deve ser feita de 
forma lenta e gradual;
Mesoterapia
— 40 — 
6. Homogeneizar a seringa por inversão, delicadamente;
7. Verificar a seringa pela presença de artefatos (cristalização, precipitação, con-
taminação, presença de vidro da ampola, etc.). Se o líquido não for totalmente 
límpido, sem turbidez e sem artefatos, descarta-se todo o produto;
8. Se necessário, deve-se fracionar a mescla nas seringas que utilizadas para apli-
cação. Esta etapa pode ser feita transferindo-se a mescla para um frasco estéril 
(fornecido por alguns laboratórios), para então aspirar-se a mescla nas seringas 
a serem utilizadas, ou então passando-se diretamente para as seringas com o 
auxílio de uma torneira estéril de 3 vias (uso único e individual) (Figura 22).
9. Acopla-se a agulha a ser utilizada para aplicação em cada seringa, após pre-
encher a seringa com a mescla.
Figura 22: Exemplo de torneira de 3 vias, com um conector Luer Lock/Slip, e dois conectores Luer Fêmea Universal
Fonte: TKL Produtos Médicos e Hospitalares
4.2.1 Escolha da Seringa e Agulha
A escolha da seringa e agulha correta é importante para que se realize uma apli-
cação sem causar dano excessivo a pele do paciente ao mesmo tempo que se per-
mite uma injeção fácil da mesoterapia.
Em termos de escolha de seringa, deve-se entender o seguinte: como será utili-
zado uma agulha muito fina, normalmente a 30G, quanto maior o volume da seringa, 
mais pressão deve-se aplicar no embolo. Isso significa que mais força será feita, o 
que pode resultar em tremores da mão e lesão ao paciente, além de fadigar facil-
mente os músculos da mão do profissional. É possível realizar fazer uma mesoterapia 
facial com uma seringa 10 mL, mas o trabalho será muito mais seguro e fácil utilizan-
do-se uma seringa de 1 mL. Têm-se em mente a praticidade e o custo com produtos. 
Uma única seringa de 10 mL é mais barata do que 10 seringas de 1 mL. Porém, uma 
Mesoterapia
— 41 — 
seringa de 10 mL tem um manuseio mais difícil. Com base nisso, é sugerido que seja 
utilizado os seguintes produtos:
• Aplicação facial: utilizar seringas de 1 ou 3 mL. A face apresenta um tecido muito 
sensível, e tremores podem lesionar facilmente o rosto.
• Aplicação capilar: utilizar seringas de 1 mL, preferencialmente. É muito difícil a in-
jeção dos produtos no couro cabeludo com seringas mais volumosas.
• Aplicação corporal: Para gordura localizada recomenda-se seringas de 3, 5 ou 
10 mL. A seringa de 5 mL irá apresentar o melhor custo/benefício. Para aplicações 
intradérmicas recomenda-se seringas de 3 mL.
Quanto a agulha utilizada, normalmente utiliza-se o seguinte:
• Aplicação Facial: Agulha 0,3 x 13 (Amarela – 30G ½);
• Aplicação Corporal: Agulha 0,3 x 13 (Amarela – 30G ½);
– Para gordura localizada pode-se utilizar, também, agulha 0,38 x 13 (Cinza 
- 27G ½) ou 0,45 x 12 (Marrom – 26G ½), porém, por serem mais calibrosas, 
geram mais dor ao paciente e danos ao tecido. Seu único benefício é ao 
profissional que aplica a mescla: torna-se mais fácil injetar o líquido.
• Aplicação Capilar: Agulha 0,3 x 13 (Amarela – 30G ½);
• Aplicação Intramuscular:
– Adulto magro: Agulha 0,7 x 25 (Preta – 22G)
– Adulto obeso/muita adiposidade na região do glúteo: Agulha 0,7 x 30 (Preta 
– 22G ¼) ou 0,8 x 30 (Verde – 21G 1 ¼).
4.3 Técnicas de Aplicação
Antes do início da aplicação, realiza-se a antissepsia do local. Faz-se, então a 
marcação da área de tratamento, e, após, repete-se a antissepsia do tecido. Se deve 
ter ao alcance todo material necessário para uma boa aplicação de mesoterapia: 
Gaze, mescla pronta e fracionada nas seringas, agulhas, álcool 70% e Descarpack®. O 
uso de EPIs é obrigatório: jaleco, touca, máscara, óculos de proteção e luvas.
Como a mesoterapia consiste na aplicação de inúmeras injeções, deve-se ter 
em mente o desgaste da agulha. A agulha deve ser trocada após algumas injeções, 
pois sua ponta fica romba e no formato de um gancho (Figura 23), o que acaba di-
ficultando a injeção e lesionando o tecido, além de causar dor e aumentar a chance 
de nódulos161. Normalmente se troca de agulha a cada 5 a 10 injeções. Nunca se deve 
recapar a agulha. Utiliza-se um desconector de agulha ou a técnica de “pescar” a 
agulha, sem nunca posicionar a mão próxima ao bisel.
Mesoterapia
— 42 — 
Figura 23: Foto de microscopia eletrônica de uma agulha após um único uso.
Fonte: Website da BD, um fabricante de agulhas, entre outros produtos.
4.4 Técnica de Mesoterapia para Gordura Localizada
A aplicação de mesoterapia para gordura localizada (GL) é, de certa forma, a 
mais simples de todas. Basta que se siga os seguintes passos e orientações:
• A mescla deve ser aplicada em tecido subcutâneo;
– Aplica-se de uma forma equidistante do músculo e da pele, a fim de evitar 
danos nestes tecidos.
• A distância entre as injeções deve ser de 2 cm (Figura 24);
• O volume aplicado por ponto deve ser de 0,2 mL (ou menor no caso de pessoas 
com pouco tecido adiposo);
• Deve-se seguir exatamente estas etapas:
a. Realizar a prega;
b. Realizar a injeção e verificar que nenhum vaso foi atingido (faz-se leve aspi-
ração);
c. Aplicar o líquido de forma lenta e constante;
d. Retirar o dedo do êmbolo;
– Esta etapa é essencial para evitar o gotejamento do produto, evitando as-
sim que ele entre em contato com a pele, o que poderia causar lesões, 
como no caso do Desoxicolato de sódio.
e. Soltar a prega;
f. Retirar a agulha do tecido.
Mesoterapia
— 43 — 
Figura 24: Demonstração de exemplo de marcação para aplicação de mesoterapia em tecido subcutâneo.
Fonte: Arquivo pessoal - Dr. Rodrigo Noronha de Mello.
4.5 Técnica de Mesoterapia para Fibroedema Geloide
A técnica de aplicação de mesoterapia para a hidrolipodistrofia ginóide (fibroe-
dema gelóide) é muito similar àquela utilizada para gordura localizada, mas existem 
algumas diferenças:
• A mescla deve ser aplicada em tecido subcutâneo;
– Aplica-se de uma forma equidistante do músculo e da pele, a fim de evitar 
danos nestes tecidos.
• A distância entre as injeções deve ser de pelo menos 2 cm;
• O volume aplicado por ponto deve ser de 0,1 mL;
• Nos pontos de retração aplica-se a injeção a 45°, com a ponta da agulha direcio-
nada para o centro de retração da FEG (Figura 25);
– Em cada ponto de retração são realizadas 4 ou mais injeções, conforme figu-
ra a seguir.
• Segue-se exatamente estas etapas:
– Realizar a prega;
– Realizar a injeção e verificar se nenhum vaso foi atingido (faz-se leve aspira-
ção);
– Aplicar o líquido de forma lenta e constante;
– Retirar o dedo do êmbolo;
– Soltar a prega;
– Retirar a agulha do tecido.
Mesoterapia
— 44 — 
Figura 25: Esquema mostrando um exemplo de tratamento de FEG. O local indicado por um círculo amarelo é o 
ponto de entrada da agulha, que deve seguir na direção do local de retração da pele (a linha pontilhada indica a 
direção da agulha). Isto

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