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O Indianismo na Literatura Brasileira

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TÓPICO 01: O INDIANISMO
O primeiro escritor a apresentar preocupações nítidas com os índios na 
literatura brasileira foi o padre José de Anchieta, cuja obra figura como das 
mais importantes da literatura jesuítica do século XVI.
INDIANISMO
INDIANISMO ARCÁDICO
O nosso indianismo arcádico tem como principais representantes 
Basílio da Gama ( O Uraguai) e José de Santa Rita Durão ( Caramuru), 
que demonstram preocupação com os nossos indígenas, espoliados de suas 
terras.
Quanto aos escritores estrangeiros, os séculos XVI e XVII apresentam 
várias referências aos índios, principalmente na França, na Espanha e na 
Inglaterra, exaltando o homem naturalmente bom no momento em que 
vem ao mundo. A tendência se acentua até meados do século XVIII, 
quando Rousseau glorifica o “bom selvagem” já num sentido social.
Esse indianismo extraordinário, principalmente o francês, passa então 
a ser importado por nossos escritores, num caso extremo de colonialismo 
cultural do brasileiro: o índio saiu do Brasil como matéria-prima e 
retornou como produto cultural acabado. O indianismo autêntico, 
entretanto, persistiu na cultura popular, em seus contos, canções e 
brincadeiras. 
É de se notar a quase total ausência de referências aos índios entre 
escritores portugueses, a quem, não obstante, não faltaram informações 
sobre a terra brasileira e seus habitantes.
INDIANISMO ROMÂNTICO
O indianismo romântico brasileiro, representado por Gonçalves Dias 
na poesia e José de Alencar na prosa, enfrenta uma aporia aparentemente 
insolúvel: o romântico quer exaltar o índio, mas não pode transformá-lo 
em vencedor diante dos colonizadores europeus, porque não aceita 
contrariar a história. O ideal romântico da vitória do bem sobre o mal não 
pode se concretizar aqui: o “bem”, representado pelos índios, é derrotado.
Tanto Gonçalves Dias quanto José de Alencar, entretanto, aceitaram o 
desafio, e criaram uma obra de peso sobre a temática do elemento 
autóctone.
Gonçalves Dias cantou a bravura dos guerreiros indígenas e a beleza 
do elemento feminino, mas não fechou os olhos ao preconceito racial e ao 
perigo de eliminação do elemento indígena, como se pode perceber no 
poema “O canto do Piaga” (Visite a aula online para realizar download 
deste arquivo.) transcrito abaixo:
Em nota explicativa nos Primeiros cantos, Gonçalves Dias fala sobre o 
Piaga:
LITERATURA BRASILEIRA I
AULA 05: O ROMANTISMO – SEGUNDA PARTE
41
	impresso_parcial.pdf
	01.pdf

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