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AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA INTERNA DE 
GESTÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luiz Eduardo Croesy Jenkins 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Saiba mais 
Quem é o auditor interno? A fim de permitir aos alunos, sobretudo àqueles 
que não estão familiarizados com a atividade da auditoria independente, 
apresentamos a seguir um vídeo que traz um esclarecimento rápido, prático e 
lúdico, sobre a atuação dos auditores independentes. Disponível em: 
<https://youtu.be/NgNgrmMBX3A>. Acesso em: 24 jan. 2023. 
TEMA 1 – OBJETIVOS E RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO 
As normas de auditoria no âmbito da auditoria interna estabelecem as 
referências acerca do profissional responsável pela execução das auditorias, no 
que diz respeito à execução, supervisão e responsabilidade. Segundo Peter e 
Machado (2014), os auditores possuem responsabilidade não apenas em relação 
à entidade à qual estão vinculados, mas também à sociedade, devendo assim 
atuar de modo a estabelecer um grau de confiança individual e institucional. 
Sendo assim, o cuidado e zelo profissional são exaustivamente analisados 
e observados, na condução dos trabalhos do auditor interno, revestindo a esta 
atividade o alto grau de normatização à qual está inserida. 
1.1 Objetivos 
Entre os objetivos do auditor interno, está o de cumprir as ações 
estabelecidas nos planejamentos anuais da auditoria interna, como uma forma de 
prestar contas da sua atuação como órgão de apoio à gestão. 
Está a cargo da auditoria também a avaliação dos riscos institucionais da 
organização, bem como a análise quanto à efetividade dos controles internos 
existentes. 
Para que a atuação dos auditores se mostre adequada frente às atribuições 
e aos procedimentos que lhes são requeridos, as normas de contabilidade 
aplicadas e as técnicas e os profissionais relacionados à auditoria estabelecem 
competências e procedimentos a serem observados por aqueles que atuam na 
condição de auditor interno. 
Assim, é importante observar quais obrigações (ou responsabilidades) e 
barreiras (ou impedimentos) existem para fins de atuação dos profissionais da 
 
 
3 
auditoria seja ela interna ou mesmo aqueles que atuam na auditoria externa ou 
independente. 
1.2 Responsabilidade 
Attie (1992) descreve a responsabilidade da auditoria interna como sendo 
o desenvolvimento de atividades para as empresas associadas, de forma 
permanente, sem limitação de acesso a qualquer local da entidade, realizando a 
análise das políticas, dos métodos e procedimentos, dos usos e costumes, dados, 
informações, documentos, sistemas de informação, buscando atingir a eficiência, 
aprimoramento e padronização dos controles aplicáveis às operações e 
atividades. 
É responsabilidade da auditoria interna investigar se os demais setores ou 
departamentos da organização realizam, de forma periódica e regular, a revisão 
dos seus processos internos, dos normativos que estabelecem as funções e o seu 
funcionamento, como também reavaliam os riscos inerentes às suas atividades. 
É de responsabilidade da auditoria interna também a atuação em 
conformidade com o disclosure, ou seja, a adoção de práticas de transparência e 
divulgação dos seus atos, bem como devem ser apresentados formalmente os 
resultados dos exames, a opinião e as sugestões relacionadas aos achados, 
decorrentes da atuação dos profissionais da auditoria interna. Devem ser 
divulgados ainda os planos, ações, cronogramas para atendimento às 
necessidades de melhoria observados pelos auditores internos. 
Quando se tratar de empresas sociedades anônimas que, por conta das 
determinações previstas na Lei das Sociedades Anônimas, possuem em sua 
estrutura Comitês de Auditoria que devem se reportar à Alta Administração e ao 
Conselho de Administração, emitindo uma opinião sobre os controles internos da 
empresa, como também é responsabilidade da equipe de auditoria interna atuar 
de forma alinhada com a equipe de auditores independentes, fornecendo-lhes 
apoio e subsídio para executar suas atividades. 
1.3 Impedimentos à atuação do auditor 
As normas internacionais de contabilidade aplicadas à auditoria 
estabelecem três tipos gerais de impedimento, que podem decorrer de condições 
de imparcialidade e independência, podendo ser de caráter externo, pessoal ou 
institucional. Se for observado que pelo menos um desses tipos pode ser 
 
 
4 
observado, afetando a capacidade do auditor em executar seu trabalho, o auditor 
deverá declinar de aceitar o trabalho ou, se por conta de exigências legais ou outro 
motivo em específico, não puder se afastar da execução da auditoria, deverá 
informar o impedimento em realizar o trabalho ou parte dele. 
1.4 Impedimentos pessoais 
Os impedimentos de ordem pessoal dizem respeito à impossibilidade em 
decorrência de relações de parentesco, costumes, crenças religiosas e aspectos 
culturais que possam causar limitação às análises, investigações ou execução de 
qualquer procedimento de auditoria ou que possam causar danos à possibilidade 
do auditor em identificar os achados de auditoria. 
São exemplos de impedimento de natureza pessoal: 
• Possuir familiar imediato ou parente próximo que exerça função de diretor 
ou servidor da organização auditada, que possua cargo que lhe permita 
exercer influência direta e significativa sobre o setor, departamento ou 
empresa auditada; 
• Possuir operações financeiras diretas, como empréstimos, financiamentos 
ou investimentos que sejam significativos ou materialmente relevantes no 
local auditado; 
• Exercer cargo de presidência, direção, gerência na organização em que 
está realizando auditoria ou, ainda, participar como membro em função de 
decisão, supervisão ou controle de órgão ou entidade; 
• Realizar atividade de auditoria de modo concorrente ou subsequente para 
atividades em setores, departamentos ou empresas às quais exerceu a 
função em períodos recentes, estabelecendo aí um conflito de interesses; 
• Ter sido influenciado por pessoas participantes do setor, departamento, 
área ou empresa para execução de atividades de auditoria, retirando da 
sua atuação o caráter de imparcialidade; 
• Realizar procedimentos que configurem preconceito, baseado em 
convicções políticas, religiosas, sociais, de costumes, culturais, de etnia, 
de capacidade intelectual ou qualquer outra abordagem que se configure 
em uma atuação de caráter preconceituoso ou excludente; 
• Solicitar ou receber propostas de favores, empregos, brindes por qualquer 
setor, departamento, órgão ou entidade auditada. 
 
 
5 
1.5 Impedimentos externos 
Fatores externos também podem causar impedimentos e limitações à 
condição de atuar, podendo causar interferência e deturpação de interpretações 
e opiniões por parte dos auditores. 
Os impedimentos externos afetam o ceticismo profissional, o senso crítico, 
a liberdade de atuação e a independência do auditor. 
Estes impedimentos externos decorrem das pressões diretas ou indiretas 
realizadas por gestores, dirigentes ou qualquer estrutura de poder constituída que 
exerçam pressões a fim de limitar ou impedir a livre e independente abordagem 
ou atuação dos profissionais que atuam na auditoria, seja ela na modalidade 
interna, seja na externa. 
As pressões decorrentes de fatores externos afetam o trabalho do auditor 
na medida em que eles não dispõem de liberdade para emitir opinião de modo 
imparcial, independente e de forma objetiva. 
São exemplos de impedimentos externos: 
• Interferência ou influência que estabeleça limites, que busque ou ameace 
modificar o escopo estabelecido no processo de auditoria, inclusive a 
tentativa de reduzir escopo, alegando redução de custos com honorários 
ou com a operacionalização dos trabalhos; 
• Interferência ou influência externa na seleção amostral ou na aplicação dos 
procedimentos de auditoria; 
• Exercer pressões na equipe de auditoria para reduzir ou restringir prazosseja para a execução das auditorias, seja para a entrega de relatórios e 
pareceres de opinião acerca das conclusões; 
• Interferência no processo de escolha, designação e promoção dos 
auditores; 
• Restrições de natureza financeira e não financeira que afetem 
negativamente, limitem ou impeçam a atuação e a capacidade de cumprir 
as atividades planejadas; 
• Atuar no sentido de opinar, invalidar, influenciar de modo inapropriado no 
julgamento dos auditores e no conteúdo a ser apresentado nos relatórios 
de auditoria. 
 
 
 
6 
1.6 Impedimentos institucionais 
Os impedimentos de natureza institucional estão relacionados mais 
fortemente às atividades da auditoria interna no âmbito governamental e podem 
ocorrer nas diversas esferas de governo (federal, estadual e municipal) e por meio 
das estruturas de poder organizadas (executivo, legislativo e judiciário) em função 
de pressões decorrentes de posicionamentos, da forma como a auditoria está 
inserida na estrutura organizacional ou decorrente de atos e normativos 
estabelecidos pelo governo que afetem a independência e a imparcialidade ou 
mesmo o livre exercício de julgamento aos quais estão sujeitas as estruturas de 
auditoria interna. 
Outra forma de impedimento institucional decorre da pressão 
governamental que impeça a livre escolha do dirigente máximo do órgão ou 
unidade da auditoria interna por meio dos seus membros, ou em caso de escolha 
mediante eleição, possa ocorrer a deposição do dirigente em caso de 
descumprimento legal, ou no dever de prestar contas. Ou ainda, nas situações em 
que o dirigente for escolhido por alguém que não disponha de competência legal 
de autoridade para nomear ou exonerar para o cargo de dirigente máximo da 
unidade ou órgão da auditoria interna. 
Portanto, basicamente, os impedimentos institucionais decorrem de 
interferências quanto à nomeação ou ameaças à atuação independente das 
auditorias internas, ocorridas por parte das instâncias de governo. 
São exemplos de impedimentos institucionais: 
• Possibilidade de suprimir, reduzir, extinguir o órgão de auditoria interna; 
• Quando ocorrer a destituição do titular da chefia da unidade de auditoria 
interna, não haver a imediata comunicação por parte do dirigente máximo 
da unidade auditada ou à qual a auditoria interna esteja diretamente 
relacionada; 
• Quando ocorrer interferência da organização, setor, departamento auditado 
em relação ao início da auditoria, o seu escopo, prazo para execução, 
quantidade de auditores destacados para o trabalho, tipos de 
procedimento, abordagem, metodologia aplicada empregados na execução 
da ação de auditoria; 
• Quando ocorrer interferências da empresa, setor ou departamento 
auditado, no que se refere às conclusões, achados, recomendações ou 
 
 
7 
qualquer posicionamento apresentado pelos auditores nos documentos por 
eles produzidos, sejam relatórios, pareceres, opiniões; 
• Proibir ou criar obstáculos para que a unidade ou órgão de auditoria realize 
a seleção, admissão, transferência, promoção e afastamento de pessoal 
lotado no setor; 
• Proibir o acesso a documentos, registros e informações relativos à 
entidade, setor ou departamento sob auditoria. 
TEMA 2 – CÓDIGO DE ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO 
Conforme descreve o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IIA 
Brasil), o código de ética “estabelece os princípios e expectativas que guiam o 
comportamento dos indivíduos e organizações na condução da Auditoria Interna. 
Ele descreve os requisitos mínimos de conduta e expectativas comportamentais, 
em vez de atividades específicas”. 
A ética compreende a ideia de moral, de forma de conduta e 
comportamento humano, em função de crenças e valores estabelecidos. 
Expressa ainda princípios considerados normais e sadios. 
2.1 Princípios éticos do auditor 
O código de ética do auditor tem entre seus objetivos o de determinar um 
padrão de comportamento e conduta esperados, quando da atuação do auditor 
interno, em relação às suas funções e atribuições, seja em relação à sua equipe 
de trabalho, aos subordinados, aos superiores, como também em relação à figura 
do auditado, bem como em relação à sociedade em geral, que utiliza informações 
e posicionamentos apresentados pelos auditores nas suas atividades. 
2.1.1 Integridade 
A integridade está relacionada à postura do auditor a fim de evitar 
problemas relacionados ao conflito de interesses, evitando envolver-se em 
atividades ilícitas ou inadequadas. Envolve ainda a lealdade do profissional em 
relação à empresa para a qual atua, estando os interesses da organização acima 
de interesses de outros profissionais da entidade, ainda que sejam 
hierarquicamente superiores ao auditor. 
 
 
8 
Neste ponto, o código de ética estabelece vedação do auditor em receber 
brindes ou presentes, ainda que de pequeno valor monetário, bem como não 
poderá receber recursos monetários de pessoas que estejam diretamente 
envolvidas com o trabalho de auditoria ou possam afetar o julgamento profissional 
do auditor. 
A integridade também corresponde à postura esperada do auditor em não 
manifestar preferências ou tomar partido quando realizar auditoria e interpretar os 
fatos observados quando ocorrer disputas ou conflitos entre partes, restringindo-
se ao que efetivamente observou e pode comprovar, mediante as evidências 
obtidas. 
2.1.2 Independência, objetividade e imparcialidade 
Quanto à condição de independência, o código de ética do auditor 
estabelece que ele não deverá participar de atividades concomitantes com a 
atuação como auditor interno, a fim de não prejudicar a sua opinião. Como 
vedação às atividades das quais pode participar, encontram-se as comissões 
internas existentes nas organizações, inclusive disciplinares, de tomada de 
contas, de elaboração de políticas e controles internos. A exceção se aplica na 
participação como membro em Comitês de Auditoria, estrutura presente 
sobretudo nas sociedades anônimas, seja de capital aberto ou fechado. 
A objetividade é expressa pela clareza com que o profissional de auditoria 
exerce suas atividades e emite opinião, não sendo prolixo nem utilizado de 
argumentos que não sejam claros e permitam interpretação por parte de outras 
pessoas. 
A imparcialidade é observada pela postura de neutralidade na 
apresentação das considerações, opiniões, pareceres e quaisquer informação ou 
documento produzido pelos auditores. 
2.1.3 Sigilo profissional 
O sigilo profissional é uma das condições primordiais da auditoria interna e 
está no centro da atuação do auditor. Em decorrência da sua atuação e por obter 
geralmente livre acesso às diversas áreas da empresa, o auditor lida com 
informações estratégicas, relevantes, de natureza pessoal e que, por esta 
condição, tem à sua disposição o contato com dados sensíveis e em grande parte 
sigilosos. 
 
 
9 
Soma-se a esta condição os normativos atuais que disciplinam o acesso e 
a divulgação de informações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), à 
qual o auditor deve estar atento para não incorrer em infrações que possam 
prejudicá-lo ou prejudicar a qualidade do trabalho apresentado. 
2.1.4 Competência 
Os auditores internos, por atuarem na avaliação de controles internos, 
realizam as suas atividades em diversos setores e avaliam atividades 
operacionais e não operacionais, devendo, para tanto, dispor de capacidade e 
competência para analisar e opinar sobre os mais diversos temas, apresentando 
a expertise necessária para expressar seu posicionamento sobre situações 
observadas. 
2.1.5 Código de conduta 
O profissional que atua na condição de auditor deve apresentar uma 
postura condizente com o seu papel, de alguém externo àquele determinado 
setor, departamento, unidade, órgão ou empresa, a fim de que o fruto do seu 
trabalho, seja ele a apresentação de um relatório, um parecer, uma opinião, não 
possa ser questionado emrelação à sua imparcialidade, extensão e coerência. 
Para isso, a conduta do auditor deve estar pautada pelo trato de forma 
adequada e polida, em relação aos auditados, respeitando-os, como também às 
instituições e seus respectivos setores e departamentos. O trato a qual se refere 
aqui diz respeito tanto aos aspectos verbais como também à forma de 
apresentação do trabalho do auditor, o que geralmente se dá de forma escrita. 
É mandatório que a postura do auditor não possua qualquer viés que 
enseje preconceito de qualquer espécie, o que por óbvio atribuiria juízo de valor e 
impactaria a imparcialidade de opinião. 
É importante destacar ainda que a independência de atuação e de opinião 
está alicerçada em impedimento do auditor em ser subordinado a autoridades e 
chefias de outros setores, o que poderia impactar a liberdade de atuação e 
julgamento, em nítido conflito de interesses. 
Os resultados que podem advir do processo de auditoria também não 
podem ser utilizados pelo auditor a fim de obter vantagens, benefícios ou qualquer 
tipo de privilégio em relação ao setor, departamento ou organização auditada, ou 
que esta venha a intermediar em relação à pessoa do auditor. 
 
 
10 
Usar as informações de forma manipulada ou alterada em relação à sua 
origem, com a finalidade de encobrir desvios intencionais (fraudes), não 
intencionais (erros) ou distorções quanto ao cumprimento de leis e normas 
vigentes, sejam elas internas à organização, ou mesmo emitidas por órgãos 
públicos federais, estaduais, municipais, dos poderes executivo, legislativo ou 
judiciário. 
TEMA 3 – REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DO AUDITOR 
Existe uma máxima no ambiente da auditoria, na qual “não basta ser 
auditor, tem que parecer ser auditor”, o que remete à ideia de que o auditor deve 
não apenas ser competente e ter a capacidade de realizar a auditoria de 
documentos, transações contábeis, processos, riscos e outros elementos que 
podem ser requeridos a serem auditados, mas também passar a imagem de que 
realmente tem a credibilidade e postura adequados e o perfil para a atuação como 
auditor. Para isso, existem atributos que são inerentes à função do auditor, como 
a credibilidade, a integridade, a independência, a objetividade e a imparcialidade. 
3.1 Credibilidade 
Assim como nas demais áreas profissionais, o auditor deve possuir perante 
os demais colegas ou contratantes dos serviços uma postura de confiança e de 
credibilidade. A atuação do auditor requer constantemente a necessidade de 
obtenção de informações e documentos oriundos de terceiros, sejam eles colegas 
de trabalho de outro setor ou departamento, sejam clientes que contrataram o 
serviço de auditoria. 
Em determinados serviços de auditoria, alguns procedimentos requerem a 
confirmação de informações perante a terceiros. Portanto, mostra-se 
imprescindível um comportamento que demonstre a confiabilidade do auditor 
perante aquele que lhe presta informações ou que contratou o serviço de auditoria. 
Peter e Machado (2014) destacam a necessidade de que outras pessoas, 
de notório saber e usuários das informações prestadas pelos auditores, 
considerem as informações por eles prestadas como sendo confiáveis. Tanto os 
contratantes do serviço de auditoria como os usuários das informações por eles 
prestadas têm a expectativa de que a postura dos auditores seja irrepreensível, 
que estes atuem com respeito e gozem de confiança perante os auditados e 
demais usuários das informações geradas pela auditoria interna. 
 
 
11 
A confiança e a credibilidade são atributos a serem conquistados e 
mantidos à medida que o trabalho desenvolvido pelos auditores vai acontecendo 
e os resultados vão sendo obtidos. Sobretudo em organizações em que a unidade 
de auditoria interna é recém-implantada, paira sobre a atividade da auditoria uma 
certa desconfiança sobre o verdadeiro papel desta unidade em relação à alta 
gestão, onde os funcionários e servidores podem identificá-la como um setor de 
caráter punitivo e de correição. Por isso, há um enorme desafio aos auditores na 
condução das suas atividades, a fim de diminuir a resistência à sua atuação, como 
forma de auxiliar a empresa a melhorar a sua gestão. 
3.2 Integridade 
A integridade está centrada na atitude dos auditores em cumprir as normas 
e leis na execução dos procedimentos de auditoria. A atividade da auditoria é 
reconhecida pelo alto grau de padronização e normatização. 
A integridade pode ser mensurada em função do grau de comprometimento 
dos auditores no cumprimento das normas internacionais de auditoria no exercício 
de sua função, ao código de ética da profissão do auditor, seja interno, seja 
externo. 
3.3 Independência 
A independência é um dos pressupostos básicos da auditoria e, por 
consequência, da forma de conduta dos profissionais que atuam como auditores 
internos e externos. A independência é uma característica que traz autonomia à 
atuação do auditor e evita problemas relacionados a conflitos de interesse. Ao 
atuar de forma independente, o auditor tem autonomia para realizar exames e 
emitir um parecer ou opinião de auditoria que evite contestações ou demonstre 
que existe algum tipo de prevalência ou favorecimento em relação a situações 
identificadas pela equipe de auditoria, que possam impactar a emissão de um 
posicionamento, uma opinião ou asseguração. 
A independência está sustentada pela estruturação das auditorias internas 
nos organogramas das empresas, sendo adequado que ela esteja situada como 
um órgão de suporte desvinculado de qualquer setor da empresa, inclusive da alta 
gestão, sendo ideal que esteja vinculada ao comitê de auditoria ou a algum 
conselho superior, quando se tratar de uma organização pública. 
 
 
12 
3.4 Objetividade 
A objetividade corresponde às características de exatidão e clareza nos 
documentos produzidos pela auditoria. 
Este atributo destaca que as conclusões e os achados de auditoria devem 
estar baseados em evidências que se encontram em conformidade com as 
normas de auditoria vigentes ou aos órgãos aos quais estejam vinculadas. Ou 
seja, todo o trabalho de auditoria está baseado em evidências que tragam 
sustentação aos achados, às deficiências, conformidades e inconformidades 
apontadas pelos auditores, eliminando a utilização de juízo de valor para 
apresentar as conclusões na execução dos trabalhos de auditoria. 
3.5 Imparcialidade 
A imparcialidade diz respeito à não afetação por interesses pessoais ou 
pressões externas na condução dos trabalhos de auditoria e na consequente 
apresentação da opinião e dos resultados do trabalho. São exemplos de 
influência: preconceitos em relação a pessoas e entidades, ter atuado junto à 
organização ou setor auditado, manter relações pessoais com as pessoas 
auditadas, ter interesse direto ou obter reflexos no resultado dos trabalhos e 
apresentar relações financeiras com a entidade ou setor auditado. 
Caso o auditor se enquadre em um dos casos citados acima, deverá 
informar à chefia da auditoria interna, indicando impedimento para realizar o 
trabalho de auditoria naquele local em específico, justificando o motivo do seu 
impedimento. 
TEMA 4 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DO AUDITOR INTERNO 
Para atuar como auditor interno em entidades privadas, o profissional não 
requer necessariamente uma qualificação técnica específica, fato que é exigido 
para a atuação como auditor externo ou independente, na qual existe o exame de 
qualificação técnica estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 
Já para a atuação como auditor interno nas organizações públicas, existem 
pré-requisitos estabelecidos pelos poderes executivo, legislativo e judiciário, nas 
esferas federal, estadual e municipal, que levam em consideração o tipo de 
auditoria a ser executada e o perfil de atuação do órgão público. Os respectivos 
processos de concurso público estabelecem os editais com base nos normativos13 
específicos de cada ente público, determinando a qualificação necessária para 
atuação como auditor interno e destacando a formação superior exigida e a 
experiência necessária. 
TEMA 5 – ESTUDO DE CASO: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA 
DO AUDITOR INTERNO 
A Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada a todos os Profissionais do 
Segmento (NBC PG 12) trata do processo de educação profissional continuada. 
Este processo confere à profissão do auditor uma condição de capacitação para 
atuar na aplicação de sua atividade em diferentes ambientes institucionais e 
analisando uma variedade de temas. 
Com base no disposto na norma, o aluno deverá elencar pelo menos cinco 
eventos que respaldam o disposto nos itens 36 a 41 da NBC PG 12 e que servem 
como comprobatórios quanto à pontuação mínima exigida para cumprir as 
exigências de capacitação profissional do auditor. 
 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. L. Z. S.; REIS, J. A. G. dos. Auditoria Interna no Setor Público. São 
Paulo, 2006 
ATTIE, W. Auditoria Interna. 3. reimp. São Paulo: Atlas, 2011. 
BARROS, J. dos S. Auditoria interna no contexto da governança corporativa. 
Dissertação (Mestrado Profissional em Controladoria) – Universidade Federal do 
Ceará, Fortaleza, 2007. 
BATISTA, J. P. M. A importância dos controles internos nas organizações. 
Monografia (Conclusão de curso) – Centro de Ensino Unificado de Brasília, 
Brasília, 2010. 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
CASTRO, D. P. de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor 
Público. São Paulo: Atlas, 2015 
CFC/RS – Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. A 
estruturação, organização e atuação dos controles internos municipais 
segundo a norma contábil. 2017. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Auditoria contábil. Grupo Gen-Atlas, 2016. 
DIAS, S. V. S. Auditoria de processos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2006. 
FARIAS, S. et al. A auditoria e os procedimentos de amostragem nas instituições 
federais de ensino superior da região sul do Brasil: aspectos gerais e específicos 
ao ano de 2010. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 9, n. 18, p. 23-
40, 2012. 
INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. Declaração de 
posicionamento do IIA: as três linhas de defesa no gerenciamento eficaz de 
riscos e controles. 2013 
JUNIOR, J. H. P. Auditoria das demonstrações contábeis. FGV, 2015. 
LÉLIS, D. L. M.; MARIO, P. C. Auditoria interna com foco em governança, 
gestão de riscos e Controle interno: análise da auditoria interna de uma 
empresa do setor energético. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E 
CONTABILIDADE, 9., 2009 
 
 
15 
PETER, M. da G. A.; MACHADO, M. V. V. Manual de Auditoria Governamental. 
São Paulo: Atlas, 2014. 
SILVEIRA, A. D. M. Governança corporativa e estrutura de propriedade. Tese 
(Doutorado em Administração) – Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade de São Paulo, São Paulo, 2004. 
 
 
	INTRODUÇÃO
	TEMA 1 – OBJETIVOS E RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO
	1.1 Objetivos
	1.2 Responsabilidade
	1.3 Impedimentos à atuação do auditor
	1.4 Impedimentos pessoais
	1.5 Impedimentos externos
	1.6 Impedimentos institucionais
	TEMA 2 – CÓDIGO DE ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO
	2.1 Princípios éticos do auditor
	2.1.1 Integridade
	2.1.2 Independência, objetividade e imparcialidade
	2.1.3 Sigilo profissional
	2.1.4 Competência
	2.1.5 Código de conduta
	TEMA 3 – REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DO AUDITOR
	3.1 Credibilidade
	3.2 Integridade
	3.3 Independência
	3.4 Objetividade
	3.5 Imparcialidade
	TEMA 4 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DO AUDITOR INTERNO
	TEMA 5 – ESTUDO DE CASO: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA DO AUDITOR INTERNO
	REFERÊNCIAS

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