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AULA 2 AUDITORIA INTERNA DE GESTÃO Prof. Luiz Eduardo Croesy Jenkins 2 INTRODUÇÃO Saiba mais Quem é o auditor interno? A fim de permitir aos alunos, sobretudo àqueles que não estão familiarizados com a atividade da auditoria independente, apresentamos a seguir um vídeo que traz um esclarecimento rápido, prático e lúdico, sobre a atuação dos auditores independentes. Disponível em: <https://youtu.be/NgNgrmMBX3A>. Acesso em: 24 jan. 2023. TEMA 1 – OBJETIVOS E RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO As normas de auditoria no âmbito da auditoria interna estabelecem as referências acerca do profissional responsável pela execução das auditorias, no que diz respeito à execução, supervisão e responsabilidade. Segundo Peter e Machado (2014), os auditores possuem responsabilidade não apenas em relação à entidade à qual estão vinculados, mas também à sociedade, devendo assim atuar de modo a estabelecer um grau de confiança individual e institucional. Sendo assim, o cuidado e zelo profissional são exaustivamente analisados e observados, na condução dos trabalhos do auditor interno, revestindo a esta atividade o alto grau de normatização à qual está inserida. 1.1 Objetivos Entre os objetivos do auditor interno, está o de cumprir as ações estabelecidas nos planejamentos anuais da auditoria interna, como uma forma de prestar contas da sua atuação como órgão de apoio à gestão. Está a cargo da auditoria também a avaliação dos riscos institucionais da organização, bem como a análise quanto à efetividade dos controles internos existentes. Para que a atuação dos auditores se mostre adequada frente às atribuições e aos procedimentos que lhes são requeridos, as normas de contabilidade aplicadas e as técnicas e os profissionais relacionados à auditoria estabelecem competências e procedimentos a serem observados por aqueles que atuam na condição de auditor interno. Assim, é importante observar quais obrigações (ou responsabilidades) e barreiras (ou impedimentos) existem para fins de atuação dos profissionais da 3 auditoria seja ela interna ou mesmo aqueles que atuam na auditoria externa ou independente. 1.2 Responsabilidade Attie (1992) descreve a responsabilidade da auditoria interna como sendo o desenvolvimento de atividades para as empresas associadas, de forma permanente, sem limitação de acesso a qualquer local da entidade, realizando a análise das políticas, dos métodos e procedimentos, dos usos e costumes, dados, informações, documentos, sistemas de informação, buscando atingir a eficiência, aprimoramento e padronização dos controles aplicáveis às operações e atividades. É responsabilidade da auditoria interna investigar se os demais setores ou departamentos da organização realizam, de forma periódica e regular, a revisão dos seus processos internos, dos normativos que estabelecem as funções e o seu funcionamento, como também reavaliam os riscos inerentes às suas atividades. É de responsabilidade da auditoria interna também a atuação em conformidade com o disclosure, ou seja, a adoção de práticas de transparência e divulgação dos seus atos, bem como devem ser apresentados formalmente os resultados dos exames, a opinião e as sugestões relacionadas aos achados, decorrentes da atuação dos profissionais da auditoria interna. Devem ser divulgados ainda os planos, ações, cronogramas para atendimento às necessidades de melhoria observados pelos auditores internos. Quando se tratar de empresas sociedades anônimas que, por conta das determinações previstas na Lei das Sociedades Anônimas, possuem em sua estrutura Comitês de Auditoria que devem se reportar à Alta Administração e ao Conselho de Administração, emitindo uma opinião sobre os controles internos da empresa, como também é responsabilidade da equipe de auditoria interna atuar de forma alinhada com a equipe de auditores independentes, fornecendo-lhes apoio e subsídio para executar suas atividades. 1.3 Impedimentos à atuação do auditor As normas internacionais de contabilidade aplicadas à auditoria estabelecem três tipos gerais de impedimento, que podem decorrer de condições de imparcialidade e independência, podendo ser de caráter externo, pessoal ou institucional. Se for observado que pelo menos um desses tipos pode ser 4 observado, afetando a capacidade do auditor em executar seu trabalho, o auditor deverá declinar de aceitar o trabalho ou, se por conta de exigências legais ou outro motivo em específico, não puder se afastar da execução da auditoria, deverá informar o impedimento em realizar o trabalho ou parte dele. 1.4 Impedimentos pessoais Os impedimentos de ordem pessoal dizem respeito à impossibilidade em decorrência de relações de parentesco, costumes, crenças religiosas e aspectos culturais que possam causar limitação às análises, investigações ou execução de qualquer procedimento de auditoria ou que possam causar danos à possibilidade do auditor em identificar os achados de auditoria. São exemplos de impedimento de natureza pessoal: • Possuir familiar imediato ou parente próximo que exerça função de diretor ou servidor da organização auditada, que possua cargo que lhe permita exercer influência direta e significativa sobre o setor, departamento ou empresa auditada; • Possuir operações financeiras diretas, como empréstimos, financiamentos ou investimentos que sejam significativos ou materialmente relevantes no local auditado; • Exercer cargo de presidência, direção, gerência na organização em que está realizando auditoria ou, ainda, participar como membro em função de decisão, supervisão ou controle de órgão ou entidade; • Realizar atividade de auditoria de modo concorrente ou subsequente para atividades em setores, departamentos ou empresas às quais exerceu a função em períodos recentes, estabelecendo aí um conflito de interesses; • Ter sido influenciado por pessoas participantes do setor, departamento, área ou empresa para execução de atividades de auditoria, retirando da sua atuação o caráter de imparcialidade; • Realizar procedimentos que configurem preconceito, baseado em convicções políticas, religiosas, sociais, de costumes, culturais, de etnia, de capacidade intelectual ou qualquer outra abordagem que se configure em uma atuação de caráter preconceituoso ou excludente; • Solicitar ou receber propostas de favores, empregos, brindes por qualquer setor, departamento, órgão ou entidade auditada. 5 1.5 Impedimentos externos Fatores externos também podem causar impedimentos e limitações à condição de atuar, podendo causar interferência e deturpação de interpretações e opiniões por parte dos auditores. Os impedimentos externos afetam o ceticismo profissional, o senso crítico, a liberdade de atuação e a independência do auditor. Estes impedimentos externos decorrem das pressões diretas ou indiretas realizadas por gestores, dirigentes ou qualquer estrutura de poder constituída que exerçam pressões a fim de limitar ou impedir a livre e independente abordagem ou atuação dos profissionais que atuam na auditoria, seja ela na modalidade interna, seja na externa. As pressões decorrentes de fatores externos afetam o trabalho do auditor na medida em que eles não dispõem de liberdade para emitir opinião de modo imparcial, independente e de forma objetiva. São exemplos de impedimentos externos: • Interferência ou influência que estabeleça limites, que busque ou ameace modificar o escopo estabelecido no processo de auditoria, inclusive a tentativa de reduzir escopo, alegando redução de custos com honorários ou com a operacionalização dos trabalhos; • Interferência ou influência externa na seleção amostral ou na aplicação dos procedimentos de auditoria; • Exercer pressões na equipe de auditoria para reduzir ou restringir prazosseja para a execução das auditorias, seja para a entrega de relatórios e pareceres de opinião acerca das conclusões; • Interferência no processo de escolha, designação e promoção dos auditores; • Restrições de natureza financeira e não financeira que afetem negativamente, limitem ou impeçam a atuação e a capacidade de cumprir as atividades planejadas; • Atuar no sentido de opinar, invalidar, influenciar de modo inapropriado no julgamento dos auditores e no conteúdo a ser apresentado nos relatórios de auditoria. 6 1.6 Impedimentos institucionais Os impedimentos de natureza institucional estão relacionados mais fortemente às atividades da auditoria interna no âmbito governamental e podem ocorrer nas diversas esferas de governo (federal, estadual e municipal) e por meio das estruturas de poder organizadas (executivo, legislativo e judiciário) em função de pressões decorrentes de posicionamentos, da forma como a auditoria está inserida na estrutura organizacional ou decorrente de atos e normativos estabelecidos pelo governo que afetem a independência e a imparcialidade ou mesmo o livre exercício de julgamento aos quais estão sujeitas as estruturas de auditoria interna. Outra forma de impedimento institucional decorre da pressão governamental que impeça a livre escolha do dirigente máximo do órgão ou unidade da auditoria interna por meio dos seus membros, ou em caso de escolha mediante eleição, possa ocorrer a deposição do dirigente em caso de descumprimento legal, ou no dever de prestar contas. Ou ainda, nas situações em que o dirigente for escolhido por alguém que não disponha de competência legal de autoridade para nomear ou exonerar para o cargo de dirigente máximo da unidade ou órgão da auditoria interna. Portanto, basicamente, os impedimentos institucionais decorrem de interferências quanto à nomeação ou ameaças à atuação independente das auditorias internas, ocorridas por parte das instâncias de governo. São exemplos de impedimentos institucionais: • Possibilidade de suprimir, reduzir, extinguir o órgão de auditoria interna; • Quando ocorrer a destituição do titular da chefia da unidade de auditoria interna, não haver a imediata comunicação por parte do dirigente máximo da unidade auditada ou à qual a auditoria interna esteja diretamente relacionada; • Quando ocorrer interferência da organização, setor, departamento auditado em relação ao início da auditoria, o seu escopo, prazo para execução, quantidade de auditores destacados para o trabalho, tipos de procedimento, abordagem, metodologia aplicada empregados na execução da ação de auditoria; • Quando ocorrer interferências da empresa, setor ou departamento auditado, no que se refere às conclusões, achados, recomendações ou 7 qualquer posicionamento apresentado pelos auditores nos documentos por eles produzidos, sejam relatórios, pareceres, opiniões; • Proibir ou criar obstáculos para que a unidade ou órgão de auditoria realize a seleção, admissão, transferência, promoção e afastamento de pessoal lotado no setor; • Proibir o acesso a documentos, registros e informações relativos à entidade, setor ou departamento sob auditoria. TEMA 2 – CÓDIGO DE ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO Conforme descreve o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IIA Brasil), o código de ética “estabelece os princípios e expectativas que guiam o comportamento dos indivíduos e organizações na condução da Auditoria Interna. Ele descreve os requisitos mínimos de conduta e expectativas comportamentais, em vez de atividades específicas”. A ética compreende a ideia de moral, de forma de conduta e comportamento humano, em função de crenças e valores estabelecidos. Expressa ainda princípios considerados normais e sadios. 2.1 Princípios éticos do auditor O código de ética do auditor tem entre seus objetivos o de determinar um padrão de comportamento e conduta esperados, quando da atuação do auditor interno, em relação às suas funções e atribuições, seja em relação à sua equipe de trabalho, aos subordinados, aos superiores, como também em relação à figura do auditado, bem como em relação à sociedade em geral, que utiliza informações e posicionamentos apresentados pelos auditores nas suas atividades. 2.1.1 Integridade A integridade está relacionada à postura do auditor a fim de evitar problemas relacionados ao conflito de interesses, evitando envolver-se em atividades ilícitas ou inadequadas. Envolve ainda a lealdade do profissional em relação à empresa para a qual atua, estando os interesses da organização acima de interesses de outros profissionais da entidade, ainda que sejam hierarquicamente superiores ao auditor. 8 Neste ponto, o código de ética estabelece vedação do auditor em receber brindes ou presentes, ainda que de pequeno valor monetário, bem como não poderá receber recursos monetários de pessoas que estejam diretamente envolvidas com o trabalho de auditoria ou possam afetar o julgamento profissional do auditor. A integridade também corresponde à postura esperada do auditor em não manifestar preferências ou tomar partido quando realizar auditoria e interpretar os fatos observados quando ocorrer disputas ou conflitos entre partes, restringindo- se ao que efetivamente observou e pode comprovar, mediante as evidências obtidas. 2.1.2 Independência, objetividade e imparcialidade Quanto à condição de independência, o código de ética do auditor estabelece que ele não deverá participar de atividades concomitantes com a atuação como auditor interno, a fim de não prejudicar a sua opinião. Como vedação às atividades das quais pode participar, encontram-se as comissões internas existentes nas organizações, inclusive disciplinares, de tomada de contas, de elaboração de políticas e controles internos. A exceção se aplica na participação como membro em Comitês de Auditoria, estrutura presente sobretudo nas sociedades anônimas, seja de capital aberto ou fechado. A objetividade é expressa pela clareza com que o profissional de auditoria exerce suas atividades e emite opinião, não sendo prolixo nem utilizado de argumentos que não sejam claros e permitam interpretação por parte de outras pessoas. A imparcialidade é observada pela postura de neutralidade na apresentação das considerações, opiniões, pareceres e quaisquer informação ou documento produzido pelos auditores. 2.1.3 Sigilo profissional O sigilo profissional é uma das condições primordiais da auditoria interna e está no centro da atuação do auditor. Em decorrência da sua atuação e por obter geralmente livre acesso às diversas áreas da empresa, o auditor lida com informações estratégicas, relevantes, de natureza pessoal e que, por esta condição, tem à sua disposição o contato com dados sensíveis e em grande parte sigilosos. 9 Soma-se a esta condição os normativos atuais que disciplinam o acesso e a divulgação de informações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), à qual o auditor deve estar atento para não incorrer em infrações que possam prejudicá-lo ou prejudicar a qualidade do trabalho apresentado. 2.1.4 Competência Os auditores internos, por atuarem na avaliação de controles internos, realizam as suas atividades em diversos setores e avaliam atividades operacionais e não operacionais, devendo, para tanto, dispor de capacidade e competência para analisar e opinar sobre os mais diversos temas, apresentando a expertise necessária para expressar seu posicionamento sobre situações observadas. 2.1.5 Código de conduta O profissional que atua na condição de auditor deve apresentar uma postura condizente com o seu papel, de alguém externo àquele determinado setor, departamento, unidade, órgão ou empresa, a fim de que o fruto do seu trabalho, seja ele a apresentação de um relatório, um parecer, uma opinião, não possa ser questionado emrelação à sua imparcialidade, extensão e coerência. Para isso, a conduta do auditor deve estar pautada pelo trato de forma adequada e polida, em relação aos auditados, respeitando-os, como também às instituições e seus respectivos setores e departamentos. O trato a qual se refere aqui diz respeito tanto aos aspectos verbais como também à forma de apresentação do trabalho do auditor, o que geralmente se dá de forma escrita. É mandatório que a postura do auditor não possua qualquer viés que enseje preconceito de qualquer espécie, o que por óbvio atribuiria juízo de valor e impactaria a imparcialidade de opinião. É importante destacar ainda que a independência de atuação e de opinião está alicerçada em impedimento do auditor em ser subordinado a autoridades e chefias de outros setores, o que poderia impactar a liberdade de atuação e julgamento, em nítido conflito de interesses. Os resultados que podem advir do processo de auditoria também não podem ser utilizados pelo auditor a fim de obter vantagens, benefícios ou qualquer tipo de privilégio em relação ao setor, departamento ou organização auditada, ou que esta venha a intermediar em relação à pessoa do auditor. 10 Usar as informações de forma manipulada ou alterada em relação à sua origem, com a finalidade de encobrir desvios intencionais (fraudes), não intencionais (erros) ou distorções quanto ao cumprimento de leis e normas vigentes, sejam elas internas à organização, ou mesmo emitidas por órgãos públicos federais, estaduais, municipais, dos poderes executivo, legislativo ou judiciário. TEMA 3 – REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DO AUDITOR Existe uma máxima no ambiente da auditoria, na qual “não basta ser auditor, tem que parecer ser auditor”, o que remete à ideia de que o auditor deve não apenas ser competente e ter a capacidade de realizar a auditoria de documentos, transações contábeis, processos, riscos e outros elementos que podem ser requeridos a serem auditados, mas também passar a imagem de que realmente tem a credibilidade e postura adequados e o perfil para a atuação como auditor. Para isso, existem atributos que são inerentes à função do auditor, como a credibilidade, a integridade, a independência, a objetividade e a imparcialidade. 3.1 Credibilidade Assim como nas demais áreas profissionais, o auditor deve possuir perante os demais colegas ou contratantes dos serviços uma postura de confiança e de credibilidade. A atuação do auditor requer constantemente a necessidade de obtenção de informações e documentos oriundos de terceiros, sejam eles colegas de trabalho de outro setor ou departamento, sejam clientes que contrataram o serviço de auditoria. Em determinados serviços de auditoria, alguns procedimentos requerem a confirmação de informações perante a terceiros. Portanto, mostra-se imprescindível um comportamento que demonstre a confiabilidade do auditor perante aquele que lhe presta informações ou que contratou o serviço de auditoria. Peter e Machado (2014) destacam a necessidade de que outras pessoas, de notório saber e usuários das informações prestadas pelos auditores, considerem as informações por eles prestadas como sendo confiáveis. Tanto os contratantes do serviço de auditoria como os usuários das informações por eles prestadas têm a expectativa de que a postura dos auditores seja irrepreensível, que estes atuem com respeito e gozem de confiança perante os auditados e demais usuários das informações geradas pela auditoria interna. 11 A confiança e a credibilidade são atributos a serem conquistados e mantidos à medida que o trabalho desenvolvido pelos auditores vai acontecendo e os resultados vão sendo obtidos. Sobretudo em organizações em que a unidade de auditoria interna é recém-implantada, paira sobre a atividade da auditoria uma certa desconfiança sobre o verdadeiro papel desta unidade em relação à alta gestão, onde os funcionários e servidores podem identificá-la como um setor de caráter punitivo e de correição. Por isso, há um enorme desafio aos auditores na condução das suas atividades, a fim de diminuir a resistência à sua atuação, como forma de auxiliar a empresa a melhorar a sua gestão. 3.2 Integridade A integridade está centrada na atitude dos auditores em cumprir as normas e leis na execução dos procedimentos de auditoria. A atividade da auditoria é reconhecida pelo alto grau de padronização e normatização. A integridade pode ser mensurada em função do grau de comprometimento dos auditores no cumprimento das normas internacionais de auditoria no exercício de sua função, ao código de ética da profissão do auditor, seja interno, seja externo. 3.3 Independência A independência é um dos pressupostos básicos da auditoria e, por consequência, da forma de conduta dos profissionais que atuam como auditores internos e externos. A independência é uma característica que traz autonomia à atuação do auditor e evita problemas relacionados a conflitos de interesse. Ao atuar de forma independente, o auditor tem autonomia para realizar exames e emitir um parecer ou opinião de auditoria que evite contestações ou demonstre que existe algum tipo de prevalência ou favorecimento em relação a situações identificadas pela equipe de auditoria, que possam impactar a emissão de um posicionamento, uma opinião ou asseguração. A independência está sustentada pela estruturação das auditorias internas nos organogramas das empresas, sendo adequado que ela esteja situada como um órgão de suporte desvinculado de qualquer setor da empresa, inclusive da alta gestão, sendo ideal que esteja vinculada ao comitê de auditoria ou a algum conselho superior, quando se tratar de uma organização pública. 12 3.4 Objetividade A objetividade corresponde às características de exatidão e clareza nos documentos produzidos pela auditoria. Este atributo destaca que as conclusões e os achados de auditoria devem estar baseados em evidências que se encontram em conformidade com as normas de auditoria vigentes ou aos órgãos aos quais estejam vinculadas. Ou seja, todo o trabalho de auditoria está baseado em evidências que tragam sustentação aos achados, às deficiências, conformidades e inconformidades apontadas pelos auditores, eliminando a utilização de juízo de valor para apresentar as conclusões na execução dos trabalhos de auditoria. 3.5 Imparcialidade A imparcialidade diz respeito à não afetação por interesses pessoais ou pressões externas na condução dos trabalhos de auditoria e na consequente apresentação da opinião e dos resultados do trabalho. São exemplos de influência: preconceitos em relação a pessoas e entidades, ter atuado junto à organização ou setor auditado, manter relações pessoais com as pessoas auditadas, ter interesse direto ou obter reflexos no resultado dos trabalhos e apresentar relações financeiras com a entidade ou setor auditado. Caso o auditor se enquadre em um dos casos citados acima, deverá informar à chefia da auditoria interna, indicando impedimento para realizar o trabalho de auditoria naquele local em específico, justificando o motivo do seu impedimento. TEMA 4 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DO AUDITOR INTERNO Para atuar como auditor interno em entidades privadas, o profissional não requer necessariamente uma qualificação técnica específica, fato que é exigido para a atuação como auditor externo ou independente, na qual existe o exame de qualificação técnica estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Já para a atuação como auditor interno nas organizações públicas, existem pré-requisitos estabelecidos pelos poderes executivo, legislativo e judiciário, nas esferas federal, estadual e municipal, que levam em consideração o tipo de auditoria a ser executada e o perfil de atuação do órgão público. Os respectivos processos de concurso público estabelecem os editais com base nos normativos13 específicos de cada ente público, determinando a qualificação necessária para atuação como auditor interno e destacando a formação superior exigida e a experiência necessária. TEMA 5 – ESTUDO DE CASO: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA DO AUDITOR INTERNO A Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada a todos os Profissionais do Segmento (NBC PG 12) trata do processo de educação profissional continuada. Este processo confere à profissão do auditor uma condição de capacitação para atuar na aplicação de sua atividade em diferentes ambientes institucionais e analisando uma variedade de temas. Com base no disposto na norma, o aluno deverá elencar pelo menos cinco eventos que respaldam o disposto nos itens 36 a 41 da NBC PG 12 e que servem como comprobatórios quanto à pontuação mínima exigida para cumprir as exigências de capacitação profissional do auditor. 14 REFERÊNCIAS ALVES, A. L. Z. S.; REIS, J. A. G. dos. Auditoria Interna no Setor Público. São Paulo, 2006 ATTIE, W. Auditoria Interna. 3. reimp. São Paulo: Atlas, 2011. BARROS, J. dos S. Auditoria interna no contexto da governança corporativa. Dissertação (Mestrado Profissional em Controladoria) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007. BATISTA, J. P. M. A importância dos controles internos nas organizações. Monografia (Conclusão de curso) – Centro de Ensino Unificado de Brasília, Brasília, 2010. BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. CASTRO, D. P. de. Auditoria, Contabilidade e Controle Interno no Setor Público. São Paulo: Atlas, 2015 CFC/RS – Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. A estruturação, organização e atuação dos controles internos municipais segundo a norma contábil. 2017. CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Auditoria contábil. Grupo Gen-Atlas, 2016. DIAS, S. V. S. Auditoria de processos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2006. FARIAS, S. et al. A auditoria e os procedimentos de amostragem nas instituições federais de ensino superior da região sul do Brasil: aspectos gerais e específicos ao ano de 2010. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 9, n. 18, p. 23- 40, 2012. INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. Declaração de posicionamento do IIA: as três linhas de defesa no gerenciamento eficaz de riscos e controles. 2013 JUNIOR, J. H. P. Auditoria das demonstrações contábeis. FGV, 2015. LÉLIS, D. L. M.; MARIO, P. C. Auditoria interna com foco em governança, gestão de riscos e Controle interno: análise da auditoria interna de uma empresa do setor energético. In: CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 9., 2009 15 PETER, M. da G. A.; MACHADO, M. V. V. Manual de Auditoria Governamental. São Paulo: Atlas, 2014. SILVEIRA, A. D. M. Governança corporativa e estrutura de propriedade. Tese (Doutorado em Administração) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de São Paulo, São Paulo, 2004. INTRODUÇÃO TEMA 1 – OBJETIVOS E RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO 1.1 Objetivos 1.2 Responsabilidade 1.3 Impedimentos à atuação do auditor 1.4 Impedimentos pessoais 1.5 Impedimentos externos 1.6 Impedimentos institucionais TEMA 2 – CÓDIGO DE ÉTICA PARA O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO 2.1 Princípios éticos do auditor 2.1.1 Integridade 2.1.2 Independência, objetividade e imparcialidade 2.1.3 Sigilo profissional 2.1.4 Competência 2.1.5 Código de conduta TEMA 3 – REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DO AUDITOR 3.1 Credibilidade 3.2 Integridade 3.3 Independência 3.4 Objetividade 3.5 Imparcialidade TEMA 4 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DO AUDITOR INTERNO TEMA 5 – ESTUDO DE CASO: IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA DO AUDITOR INTERNO REFERÊNCIAS