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Pneumo – Asma e Bronquiectasia 2019/20/21 1 - As bronquiectasias constituem basicamente alterações estruturais da árvore brônquica e são caracterizadas pela dilatação anormal e distorção da arquitetura dos brônquios, ao longo da sua segmentação, na maioria das vezes de caráter permanente, de etiologia variável, que leva a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) restritiva ou mista. Tem morbidade elevada, prejuízo importante para a qualidade de vida e representa um pesado fardo para o paciente e seus familiares, especialmente em países em desenvolvimento. Na bronquiectasia é correto afirmar que: b) presença de infecção viral e/ou bacteriana grave em menores de 3 anos, associada a sintomas por mais de 6 semanas sugere bronquiolite obliterante pós-infecciosa como doença de base Correta. Atualmente, o diagnóstico de bronquiolite obliterante pós-infecciosa é baseado na história pregressa de uma agressão infecciosa ao trato respiratório inferior, geralmente de natureza viral, com persistência dos sintomas por mais de 6 semanas, apesar do tratamento com corticoide sistêmico e broncodilatador, além de alterações tomográficas sugestivas e exclusão de outras doenças. 2 - Uma mulher de 22 anos foi atendida com crise asmática e melhorou com o tratamento no pronto-socorro, estando apta a receber alta. Qual deve ser a prescrição médica no ato da alta? d) fenoterol inalatório, corticoide sistêmico 3 - Uma mulher de 25 anos apresenta quadro de asma parcialmente controlada por parâmetros clínicos e de função pulmonar. Está em uso inalatório de budesonida 400mcg duas vezes ao dia. Nega comorbidades como rinite alérgica, tabagismo ou uso de fármacos indutores de broncoespasmo. É eutrófica e sua ausculta pulmonar apresenta sibilos esparsos na avaliação no consultório. Sobre o tratamento da paciente, assinale a alternativa correta. d) a adição de formoterol inalatório duas vezes ao dia ao tratamento atual da paciente deve ser realizada para atingir controle da asma Correta. Por se tratar de uma paciente com quadro de asma parcialmente controlada e já em uso de corticoterapia inalatória em dose máxima, a próxima etapa do tratamento e primeira escolha para melhor controle dos sintomas e da qualidade de vida é a adição de beta-agonista inalatório. Ver tabela das Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma. 4 - Homem de 47 anos, com sequela de tuberculose pulmonar, mostra raios X de tórax com bronquiectasias cilíndricas em ambos os lobos superiores, além de algumas áreas de retrações fibróticas adjacentes. Analise as assertivas abaixo em relação a esse caso: I - É recomendada vacinação de proteção contra Influenza e Pneumococo. II - A presença, em escarro, de pseudomonas aeruginosa aumenta o risco de exacerbação e piora o prognóstico. III - Em relação à imagem torácica, a tomografia computadorizada do tórax é o padrão-ouro para o diagnóstico de bronquiectasias. Quais estão corretas? d) I, II e III I) Correta: As pneumonias estão entre as principais causas de óbitos em pneumopatas (por exemplo, com tuberculose prévia) e a prevenção deve ser feita com aplicação de vacina anti- influenza e vacina antipneumocócica. II) Correta: Estudos recentes apontam a etiologia por bastonetes gram negativos (incluindo a Pseudomonas aeruginosa) em 1% a 9% dos casos de pneumonia em pacientes portadores de doenças estruturais pulmonares. A apresentação clínica e a evolução desses doentes são variáveis, havendo relatos de pacientes que se apresentaram com sepse grave com evolução rapidamente fatal. III) Correta: A bronquiectasia é uma dilatação irreversível de porções dos brônquios resultante de lesão na parede das vias aéreas. A causa mais comum são as infecções respiratórias graves ou repetidas, como a tuberculose. Radiografias geralmente podem detectar as alterações pulmonares causadas pela bronquiectasia. No entanto, ocasionalmente, os resultados das radiografias são normais. A tomografia computadorizada é o teste mais preciso para identificar e confirmar o diagnóstico e determinar a extensão e gravidade da doença. 5 - Mulher de 48 anos, asmática, sem sintomas respiratórios, há pelo menos 4 meses. Nega despertar noturno por sintomas de asma ou limitação de suas atividades. Em uso de formoterol 12 mcg, associado à budesonida 800 mcg de 12/12h. A melhor conduta é: b) reduzir a budesonida para 400 mcg de 12/12h e manter o formoterol 12 mcg, de 12/12h Correta. É indicado reduzir o corticóide inalatório e manter o beta 2 agonista de longa duração. 6 - O sinal de Monod é observado b) no tórax 7 - Um médico é chamado para avaliar menor de 1 ano e 10 meses de idade, com peso de 11 kg, que se encontrava com insuficiência respiratória aguda por broncoespasmo severo, mantendo SatO2 de 82% em máscara de Venturi a 50%. A criança estava agitada, pronunciava frases entrecortadas e tinha batimentos de asa nasal, retrações subdiafragmáticas e de fúrcula esternal, mesmo após receber nebulizações com b2, corticoide e sulfato de magnésio endovenoso. Foi indicada a entubação orotraqueal e, nesse caso: d) deve-se realizar o protocolo de sequência rápida de entubação e utilizar bolsa- válvulamáscara de 500 ml, lâmina reta, COT número 4,0 com cuff que será fixada a 12 cm no lábio superior Correta. Deve-se realizar o protocolo de sequência rápida de entubação e utilizar bolsa- válvulamáscara de 500 ml, lâmina reta, COT número 4,0 com cuff que será fixada a 12 cm no lábio superior. 8 - Estudante de 19 anos sofre de fibrose cística. Durante uma aula apresenta hemoptise volumosa. A hemorragia tem como origem provável: d) artérias brônquicas Correta. Nas doenças pulmonares, não importa a causa, a circulação sistêmica aumenta para corrigir o equilíbrio loco-regional de ventilação/perfusão. Daí a origem da hemorragia ser a erosão ou ruptura na circulação brônquica em 90% dos casos, seja por inflamação ou necrose, com maior propensão a sangramentos maciços devido a sua pressão sistêmica. Nas hemoptises oriundas da circulação pulmonar, meor que 5%, o sangramento não é severo, uma vez que os espaços alveolares podem acomodar um grande volume de sangue. 9 - Escolar de 8 anos com crise aguda de asma grave necessita ser intubado e é colocado em ventilação mecânica invasiva com a seguinte configuração inicial: ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV), pressão controlada, FiO2 100%, frequência respiratória 25/min, tempo inspiratório 0,8s, relação inspiração/expiração 1:2, pressão inspiratória de pico 20cmH2O (volume corrente exalado 8mL/kg), pressão expiratória positiva no final da expiração (PEEP): 5cmH2O, sensibilidade = 2cmH2O. A gasometria arterial coletada 30 minutos após mostra pH 7,20, PO2 120mmHg, PCO2 60mmHg, HCO3 27mEq/L. A monitorização gráfica evidencia: Qual é o ajuste indicado na configuração do ventilador? b) reduzir a frequência respiratória para 20/min Correta. Devemos focar em reduzir a frequência respiratória como forma de facilitar o término de exalação completa e melhora da hiperinsuflação. A FR deve ser de 12 idealmente, mas pode ser gradualmente reduzida conforme a reavaliação dos parâmetros ventilatórios. 10 - Mulher de 32 anos refere episódios de dispneia e chiado no peito desde os 4 anos de idade, com piora durante exposição a odores fortes e poeira. Há 8 meses em uso diário de corticoide inalado em dose média. Queixa-se atualmente de despertares noturnos por dispneia e chiado 2 vezes por semana e os mesmos sintomas durante o dia, 3 vezes por semana. Nessas ocasiões usa beta-agonista de ação curta inalado com melhora. Qual é a melhor conduta? b) associar beta-agonista de ação prolongada Correto. O tratamento da asma em longo prazo é realizado através de um manejo medicamentoso sequencial determinado pela resposta clínica ao tratamento. Para pacientes que persistem sem controle da doençamesmo já em uso de beta-agonista inalatório associado à corticoide em dose média, a melhor estratégia é iniciar beta-agonista de ação prolongada.