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ENUNCIADO: 1. Explique como se opera a perda do mandato do Chefe do Poder Executivo no PARLAMENTARISMO e no PRESIDENCIALISMO, discorrendo acerca das diferenças existentes nos institutos do VOTO DE DESCONFIANÇA e do IMPEACHMENT. (4.0 pontos) 2. Como o Conselho Nacional de Justiça operou a coordenação do trabalho de construção do “Planejamento Estratégico do Poder Judiciário”. Exemplifique pelo menos três casos de modernização do “processo produtivo” do Poder Judiciário. (3. 0 pontos) 3. Sobre as atribuições deliberativas da função típica de fiscalização e de controle do Poder Legislativo, previstas no artigo 49 da CRFB/1988, traga um exemplo de instrumento que possibilite a supracitada fiscalização. (3.0 pontos) PODER EXECUTIVO Primeiramente, antes de explicar como se opera a perda do mandato do Chefe do Poder Executivo, é importante observar como é exercido esse poder no Sistema Presidencialista e no Sistema Parlamentarista. No nosso Sistema Presidencialista, as funções de Chefe de Estado e de Governo pertencem ao Presidente da República. Caso ele não cometa crime comum relacionado com suas funções, nem crime de responsabilidade, permanecera em seu mandato até o final. Já no Parlamentarismo as Funções de Chefe de Estado e Chefe de governo pertencem a pessoas distintas, podendo o Chefe de Estado ser um presidente ou um monarca e o Chefe de Governo o Primeiro Ministro. No Presidencialismo, durante um governo vigente, há a possibilidade de ocorrer ausência e vacância do cargo de Presidente. Os impedimentos (ausência) são afastamentos temporários do presidente, e a vacância é quando o cargo fica vago devido a um afastamento definitivo. O afastamento definitivo do Chefe do Poder Executivo se dá através da sua morte, renúncia ou perda do cargo (Impeachment) imposta pela condenação por crime comum ou de responsabilidade. Por outro lado, no Parlamentarismo, o afastamento do Chefe do Poder Executivo (nesse caso o Chefe de Governo) se dá através da moção de desconfiança. O processo de impeachment é regulamentado pelo Art. 86 da CF, necessitando do quórum de dois terços da Câmara dos Deputados para autorizar a instauração do processo e dois terços do Senado, que realiza o julgamento, para condenação nos casos de crime de responsabilidade (nas infrações penais comuns cabe ao STF julgar). A vacância do cargo acarreta novas eleições, que podem ser Diretas (impeachment nos 2 primeiros anos de mandato) ou Indiretas (impeachment nos 2 últimos anos de mandato). Já a Moção de Desconfiança pode ser apresentada por um partido político ou por um grupo de deputados. Em geral, em sistemas parlamentaristas, a Moção de Desconfiança pode ser instaurada pelo líder da oposição ou por um grupo de parlamentares de um ou mais partidos políticos. O julgamento da Moção de Desconfiança também é feito pelo Parlamento ou pela Câmara dos Deputados, onde a moção é discutida e votada pelos parlamentares. Nota-se que no Presidencialismo, o presidente necessita parcialmente do apoio do poder legislativo para se manter no poder, destacando-se pela estabilidade de governo. Diferentemente ocorre no Parlamentarismo, onde é essencial uma boa sintonia entre o plano de governo traçado pelo Primeiro Ministro e os ideais parlamentares, apresentando uma melhor estabilidade democrática interna. PODER JUDICIARIO O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de acordo com Gilmar mendes, é o órgão que integra o poder judiciário responsável por controlar a atuação administrativa e financeira do poder judiciário, sendo uma de suas diretrizes o planejamento estratégico e coordenação da política judiciária. Esse planejamento estratégico coordenado pelo CNJ, permitiu que todos os órgãos do Poder Judiciário agissem com propósitos comuns, orientados por atributos de valor, como ética, transparência e modernidade. Além disso, foram estabelecidas dez metas nacionais que os tribunais deviam cumprir até o final de 2009. Contou também com a colaboração dos tribunais de justiça, além de outras instituições e organizações. Foram realizadas reuniões, debates e consultas públicas para a elaboração do planejamento, que estabeleceu metas e objetivos a serem alcançados pelo Poder Judiciário. Mendes destaca a importância da gestão e do planejamento estratégico para aumentar a eficiência operacional e modernizar a forma tradicional de solucionar as demandas judiciais, destacando diversas iniciativas que foram implementadas para alcançar esse objetivo, tais como: 1) Sistema CNJ de Processo Eletrônico (Projudi) - um sistema de tramitação totalmente eletrônica de processos judiciais desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça, em software livre. O sistema proporciona mais agilidade, transparência e rapidez no trâmite judicial. 2) RENAJUD - um sistema que interliga o Judiciário e o Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, possibilitando a efetivação de ordens judiciais de restrição de veículos cadastrados no Registro Nacional de Veículos Automotores - RENAVAM. 3) INFOJUD - um sistema que permite ao Poder Judiciário o envio à Secretaria da Receita Federal de requisições judiciais de informações protegidas pelo sigilo fiscal, bem como o acesso às respostas, por meio de ferramenta eletrônica segura e gratuita. PODER LEGISLATIVO Sabe-se que o Poder Legislativo é responsável pela função típica de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, prevista no artigo 49 da CF/88. Para exercer essa função, o Legislativo pode utilizar diversos meios, como a intimação de autoridades para esclarecimentos, a realização de audiências públicas, a solicitação de documentos e informações, bem como a criação de comissões parlamentares de inquérito (CPIs). As CPIs são um exemplo de instrumento que possibilita a supracitada fiscalização. Elas são criadas pela iniciativa da Câmara dos Debutados ou do Senado, para investigar irregularidades do Poder Executivo, sendo competentes para exercer algumas funções previstas no art.58 da CF/88, sendo elas com o intuito de: cancelar decisões do Executivo, avaliar contas de Agentes Políticos e fiscalizar as ações desse Poder. As investigações ocorrem através da requisição de documentos e informações, convocação de pessoas para prestar depoimento e a realização de diligências. Concluída a investigação, um relatório com as conclusões da CPI é elaborado e encaminhado às autoridades competentes para as devidas providências. Isso estabelece as CPIs como um meio vital de fiscalização e controle do Poder Legislativo, garantindo a participação democrática, o diálogo e a cooperação na tomada de decisões importantes. Para cumprir com eficiência e eficácia suas atribuições, o Poder Legislativo necessita de ferramentas que facilitem a fiscalização e o controle, dentre as quais as CPIs são essenciais.