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2 ano - anotações - Direito Civil II

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Direit� Civi� II
28/02/2023
Função Social do Contrato.
Autonomia privada
Função social
Lei e cumprimento de função social
⇢ Contrato não pode trazer onerosidade excessiva, desproporção e injustiça social.
Obrigação
- Sujeito Ativo
- Sujeito Passivo
- Pessoa Fisica ou juridica
- Individual ou coletivo ( vários credores / devedores)
- Dar, fazer (positivas) ou não fazer (negativa)
- Contratos Formais e verbais (difícil solução)
Validade do Negócio Jurídico (art 104 cc)
-Agente Capaz
- Objeto ilícito, possível, determinado ou determinável
- Forma prescrita ou defesa (que não é proibida) em lei.
- Manifestação da vontade
01/03/23
Continuação Elementos do negócio Jurídico
Objetivo: Conteúdo patrimonial
Patrimonialidade: essência da prestação
Sujeito ativo: Credor
Sujeito Passivo: Devedor
Nascem de Diversas fontes (origem) : Contratos, declarações unilaterais de
vontade, atos ilícitos.
Atos Unilaterais:
- Promessas de recompensa: Art 854 cc
- Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a
recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou
desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o
prometido.
↳Eticidade e boa fé objetiva.
- Gestão de negócios
↳ Atuação individual na vida alheia , agindo de boa fé, mesmo sem
autorização. O outro que recebeu a ajuda, mesmo sem ter pedido, deve
indenizar.
- Pagamento Indevido - Art 876 cc
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido
fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que
recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
- Enriquecimento sem causa - Art 854 a 886
Obrigaçã� � Responsabilidad�
Contraída a obrigação, 2 opções:
- O devedor cumpre e a obrigação se extingue.
- Devedor se torna inadimplente. Exceção Bem de família.
- Cumprida a obrigação se Extingue.
Não cumprida a obrigação, nasce a responsabilidade, que tem como
garantia o patrimônio geral do devedor.
Pensão alimentícia: O valor a ser pago é negociável, mas não pode ser
direcionado a outra finalidade.
07/03/2023
Da� obrigaçõe� pecuniária�
Obrigação de entregar dinheiro (obrigação de dar dinheiro). O objeto da prestação é o
dinheiro e não exatamente uma coisa.
As obrigações em dinheiro seguem o princípio do nominalismo (valor da moeda é o valor
nominal, que o Estado atribui ao dinheiro). Temos a cláusula da escala móvel (contratos
onde o objeto é o dinheiro - Ex. empréstimo no banco → contrato de mútuo). Isso pode
acontecer com pessoa física? Hoje é permitido que algumas pessoas que tem firma aberta
possam emprestar, mas com determinado valor de juros a ser cobrado para não
caracterizar agiotagem.
Correção monetária: O valor da prestação varia segundo os índices do custo de vida.
A escala móvel decorre de estipulação, previsão contratual ou até mesmo a lei, não
confundir com a teoria da IMPREVISÃO.
Ex. de juros.
Quando o juiz dá uma sentença procedente, qual é a forma de reajuste que ele dá? Ele
mandou pagar o valor de 10 mil reais com correção monetária dos índices do TJ de são
paulo, e o % ao mês.
Dívida em dinheiro, o objeto da prestação é o próprio dinheiro. Dívida de valor é aquela
que tem um valor mas não é necessariamente o dinheiro que é o objeto da obrigação.
Obrigação de solver a dívida (pagar) → abrange também além das dívidas pecuniárias as
de valor, as remuneratórias e as representadas pela prestação de juros.
Juros → remuneração pelo uso do capital alheio
Obrigações de dar coisa incerta:
Coisa incerta (art 243 do CC), será indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (não
pode ser indeterminada totalmente).
Ex dado pela prof: a empresa X pediu 30 quilos de café a uma outra empresa, mas não
disse qual a marca. Tenho gênero e quantidade, mas não a qualidade. No silêncio deste
contrato, quem irá decidir a marca? O devedor, a empresa que irá dar o café (a parte mais
fraca da obrigação).
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor,
se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será
obrigado a prestar a melhor.
A determinação da qualidade se traduz com a escolha, então se torna coisa certa, sendo
necessário que se exteriorize pela entrega. → CONCENTRAÇÃO (TERMO IMPORTANTE!!!).
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
TERMO IMPORTANTE: ENTREGA = TRADIÇÃO
Direito de escolha → só competirá ao credor se o contrato dispuser, sendo omisso, a
escolha será do devedor.
O devedor não pode dar algo muito inferior ao mediano mas não é obrigado a dar o melhor
entre as marcas, deve dar aquilo que é mediano. → Isso pode ser consultado a partir de perícia.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda
que por força maior ou caso fortuito.
E no caso da coisa incerta, antes da escolha?
Ex: Estou indo ao banco pagar algo em dinheiro em espécie e fui assaltada, caso fortuito.
Posso falar pro credor que fui assaltada e por isso não posso pagar?
Não posso, é um outro tipo de prestação, e o mesmo acontece na coisa incerta.
Antes da concentração (escolha), tenho uma coisa incerta. A empresa não pode alegar que foi
assaltada porque é coisa incerta, pode adquirir de outra forma. (O gênero nunca perece).
Obrigaçõe� d� f�er
- Abrange o serviço humano em geral, material ou imaterial.
Duas espécies:
Infungível (imaterial ou personalíssima) → obrigação de fazer algo especificamente por uma
determinada pessoa.
Ex: Anitta foi convidada a fazer um show na faculdade, mas quebrou o pé. Precisa ser
ela, não pode ser outra pessoa.
17/03/2023
Obrigaçõe� divisívei� � indivisívei�
→ Composto por multiplicidade de sujeitos e divisibilidade do objeto
→ Divisível: possível ao devedor executá-la
→ Indivisível: quando é impossível pagar por partes (automóveis), art. 258 do CC.
● Espécies: natureza (natureza do objeto, ex: pensão alimentícia), decorrente de
lei (interesse público e social, ex: penhor) e decorrente da vontade humana
(quando no contrato de comum acordo entre as partes eles definem essa
indivisibilidade).
● Art. 87 e 88 conceituam os objetos indivisíveis e divisíveis
→ Obrigação de dar coisa certa: dependendo da natureza do objeto ele pode ser divisível (ex:
entregas 10 relógios para 2 credores) ou indivisível (art 257 DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E
INDIVISÍVEIS)
→ Obrigação negativa: em geral são indivisíveis, podendo ser divisível só se o devedor
obrigou-se a não pratica determinados atos
→ Obrigações alternativas (ou dar coisa incerta): inclui as obrigações indivisíveis, já que até
a escolha do objeto não se sabe qual será a prestação, ficando assim suspenso a divisibilidade
ou não da obrigação.
→ Efeito: no caso de obrigações divisíveis, se elas forem divididas em parte iguais cada
devedor deverá pagar só sua quota - parte (caso 1 não pague os outros não precisarão pagar
por ele).
● Já no caso de haver vários credores e 1 devedor, cada credor receberá somente
sua parte.
→ Pluralidade de credores: Art. 260, CC.
● Vários credores, qualquer um deles pode me cobrar se o objeto é indivisível, e
se cobra a dívida toda (por inteiro).
● Art. 261, CC: vários credores → se um só receber, os outros tem o direito de
exigir o dinheiro
● Art. 262, CC: remitir da dívida = perdoar a dívida. → somente a quota que é
perdoada fica fora do pagamento da dívida.
→ Obrigações solidárias, Art. 265, CC
● Não presume e resulta da lei ou da vontade das partes.
● Natureza jurídica: constitui uma forma de assegurar o cumprimento da obrigação. A
solidariedade é uma cláusula que se insere no contrato para proteger o credor, não é
presumida.
● Ex. tem 3 pessoas devendo 100 mil reais para um credor. A regra é: eu pago minha
parte e as demais devem pagar as suas respectivas. Se fulano não pagou a dele e não
tem solidariedade no contrato, não tenho nada a ver com isso. Se existe solidariedade,
o credor pode me cobrar e devo pagar.
● Ex: Os pais são solidariamente responsáveis civilmente pelos danos causados por seus
filhos.
● O credorpoderá exigir de qualquer codevedor o cumprimento por inteiro da
obrigação (diferente da parte dos efeitos das obrigações divisíveis e indivisíveis). Se
algum dos devedores for à falência, o credor não ficará no prejuízo, poderá ele cobrar do
sócio de maior poder aquisitivo.
● Características: pluralidade, multiplicidade de vínculos, unidade de prestação e
corresponsabilidade dos interessados
● Espécies: ativa (multiplicidade de credores) e passiva (multiplicidade de devedores)
→ Solidariedade em conta conjunta de banco: são credores solidários do banco, porém
essa regra não existe para gerar cheques. Ex: se um gera um cheque sem fundo da conta, o
outro não tem a responsabilidade de pagar.
→ Obrigação solidária passiva: pluralidade de devedores → cada um com o dever de prestar
a dívida por inteiro, como se a tivesse contraído sozinho. O devedor escolhido não pode
invocar divisão. Os outros devedores vão se acertar com aquele que pagou.
→ Falecimento de um dos credores. Art. 270: Faleceu 1 dos credores. Os herdeiros daquele
falecido somente podem cobrar a sua parte do quinhão hereditário (não podem exigir a
totalidade do cŕedito).
→ Art. 271: perdas e danos: se for convertido em perdas e danos, a unidade da prestação não
é comprometida, a solidariedade continua existindo.
→ Art. 272: direito regresso: um dos credores recebeu a prestação sozinho, deve pagar aos
demais. Assim também serve para a remissão.
→ Art. 282: renúncia da solidariedade: o credor pode abrir mão pois constitui benefício em
favor do próprio credor. A renúncia pode ser expressa (declarada verbalmente ou por escrito)
ou tácita (quando a pessoa começa a ter condutas que revelam sua intenção em renunciar a
solidariedade).
Anderson, vendeu um imóvel para Lúcia e João que eram casados, pelo valor de R$ 500.000,00.
Neste caso, responda:
a) quem é o credor e o devedor?
Devedor Anderson, credor é o casal.
Temos que pensar que o devedor é quem tem que dar/fazer ou não fazer alguma coisa.
Credor vai pagar o preço. (art. 481 do CC)
→ Não se trata de um contrato sinalagmático, só será sinalagmático quando os dois tiverem a
dupla obrigação (em tese quando é dinheiro é sempre possível, mas já quando é objeto, já não é
sempre assim).
b) a obrigação é divisível ou solidária? Explique
A obrigação não é divisível, uma vez que o objeto da prestação (imóvel) é indivisível. Vai ser
solidária se constar no contrato, porque esta não pode ser presumida. (solidariedade não se
presume, precisa expressa no contrato, art. 265 do CC)
c) Se ocorrer o inadimplemento por culpa do devedor, como fica a obrigação?
248 do CC, perdas e danos.
Se ocorrer o inadimplemento, Anderson deve devolver o dinheiro e responder por perdas e
danos.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Teoria Geral das obrigações civis e natural
● Obrigação civil: tudo aquilo que tem respaldo no direito positivo, que está no CC, na lei
● Obrigação Natural: é formado por ato de vontade das partes envolvidas na relação
jurídica de direito material (ou somente de uma delas). Não se cumpre por bondade ou
liberdade.
→ Usos e costumes, a pessoa paga por uma questão moral e não pode pedir o dinheiro
de volta, como pagar uma crime que já prescreveu.
→ Cuja execução não pode ser constrangido a pagar por estar relacionado à moral,
Trata-se de uma Obrigação Moral. EX: Pagar Dívida de Jogo > Gorjeta do garçom,
todos pagam por ser um costume, e após o pagamento não há como pedir
reembolso deste valor. Efeito: “Soluti Retentio” - não tem direito à devolução,
credor pode retê-lo.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou
cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não
se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha
por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva
reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não
pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
§2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo não
proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.
§3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em
competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se
submetam às prescrições legais e regulamentares.
→ Obrigação natural não se confunde com Doação>>>
Efeitos do inadimplemento
● Obrigação de meio: não pode garantir a certeza do resultado, mas sim que você fará o
possível para chegar ao resultado esperado. Falar aquilo que realmente pode acontecer.
● Obrigação de resultado: eu tenho um compromisso com o resultado, como o devedor
tem a obrigação de pagar a dívida até que se extingue.
Art. 951. O disposto nos Arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização
devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência
ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou
inabilitá-lo para o trabalho.
● Obrigação de garantia: É a que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor , ou as
suas consequências. Ex: Obrigação do Segurador e do Fiador
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato
comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
valor.
Parágrafo único - É aplicável a disposição deste artigo às
doações onerosas.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela
evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado
em hasta pública.
→ as coisas são muito subjetivas nesses tipos de processos
28/03/2023
Obrigaçã� d� mei�, d� resultad� � d� garanti�
Qual a diferença em relação ao inadimplemento na relação de meio e de resultado?
● Meio (reparador): não precisa ter o resultado necessariamente, avalia se o
profissional agir com negligência ou imperícia
● Resultado (estética): aqui tenho que ter um resultado. Ex: se vou construir uma
casa para o cliente aos moldes do arquiteto mas não entreguei o resultado, pode
haver uma indenização.
Obrigações de garantia: que visa eliminar um risco
(que risco? qualquer risco que puder acontecer com o cliente)
● Ex: Seguro de um carro, para eliminar o risco.
Fiador, obrigação de garantia para eliminar risco.
O devedor não se libera da prestação mesmo por força maior, uma vez que o conteúdo
da obrigação é a eliminação do risco. O juiz pode entender que isso pode ser algo
abusivo, caso o devedor se recuse a pagar.
Tribunal de Justiça de SP:
● Responsabilidade (objetiva) do estabelecimento bancário por roubo de valores
guardados em cofres-fortes → tribunal entende que o trabalho do banco é
proteção.
Trabalham com dinheiro e devem suportar o risco da atividade.
→ Se o estabelecimento armazena/guarda algum objeto seu, ele é responsável por
possíveis danos. Ex: se alguém guarda seus bens no armário de uma academia, tranca
com cadeado e alguém arromba e furta os pertences, quem deve se responsabilizar será
a academia. → MESMO SEM CADEADO O ESTABELECIMENTO E
RESPONSABILIZADO.
⇒ Quando você oferece um serviço, tem que ser responsável pelo
que acontece no local.
Momento em que devem ser cumpridas as obrigações
● Instantânea: no mesmo momento
● Diferida: entregue o objeto em momento futuro, não é na hora
● Periódica: quando há prestações periódicas
○ Ex: conta de água, luz, etc
● Puras e simples: aquelas que não estão sujeitas a nenhuma condição, termo ou
encargo. Podem ter efeitos imediatos porque é obrigação pura e simples, sem
condições para realizar. Pode ser inter-vivos ou causa mortis.
● Condicionais: quando se tem uma condição para que a obrigação seja cumprida, o
Efeito está atrelado a um futuro incerto (não pode ser presente nem passado).
○ Ex: vou doar um apto parameu sobrinho se ele passar no vestibular. Não
tenho certeza do cumprimento dessa obrigação.
○ Evento incerto: pode acontecer ou não
○ Condições:
■ Condições lícitas→ estão de acordo com a lei e aos bons costumes
■ Condições ilícitas → ilícita → contrário a lei, fere os bons costumes
(ex: mudar de religião)
● Possibilidade
○ Fisicamente impossíveis (não podem ser cumpridas por nenhum ser
humano)
○ Juridicamente impossível (contra a lei ou aos bons costumes)
● Obrigação a termo (ou a prazo) → tem dia para começar e dia para terminar (vide
anotações Mari do Estevan 1º ano)
→ incerto e certo
→ final ou resolutivo - estipulada uma data final
→ inicial ou suspensivo - estipulada uma data inicial
● Obrigação modal ou com encargo - obrigação onerosa, onerosa por uma
cláusula acessória, um pacto acessório às deliberações. Ônus ao beneficiário.
→ comum em doações feitas aos municípios, a pessoa doa o terreno
para que seja feito um hospital, doa com essa condição, sendo fiscalizado
pelos herdeiros, podendo eles pedir indenização se caso não seja cumprida
a obrigação.
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2º Bimestre
02-05-2023
Teoria geral das obrigações - líquidas e ilíquidas
→ Obrigação líquida: obrigação certa, precisa, eu sei o valor exato na data de hoje (nada
impede que seja um objeto → o que importa é dar um valor para a obrigação).
→ Obrigação ilíquida: não sei o valor exato, não pode ser expressa em cifra
Para eu executar um valor, preciso do trânsito em julgado. A partir deste momento, vou para
a etapa do recebimento (muitas vezes a gente se frustra e não recebe, no caso de falência
por exemplo, não recebemos).
→ Se for uma pessoa jurídica melhor ainda, porque é mais “garantido” que iremos receber.
→ Quando apresento o cálculo, apresento a liquidez da sentença, onde sei o valor exato em
dinheiro a ser pago. A outra parte pode contestar e repugnar o cálculo, neste caso, o perito fará o
cálculo, para sanar as possíveis dúvidas→ dar liquidez a uma obrigação.
● Importância da distinção: caso a dívida não seja paga no vencimento, ela se
transforma em dívida de responsabilidade patrimonial. Já no caso do devedor não
quitar a dívida, seus bens serão tomados pelo juiz. Portanto, a importância é
justamente calcular o valor exato caso haja a necessidade de penhora de bens.
→ Em qualquer momento é possível ter um acordo para o cálculo do valor (não sendo
contrário a lei, o juiz homologa).
Espécies de liquidação
● Liquidação convencional: decorre da transação, chegam a um acordo quanto ao
valor pecuniário da obrigação que será executada.
● Legal: a lei traz parâmetros para a liquidação da obrigação (948 do CC).
● Judicial: feita pelo juiz sempre que as partes não chegam a um acordo e sempre
que a lei não traz soluções. O juiz pode pedir auxílio aos peritos técnicos da área do
conflito a ser julgado.
● Por arbitramento: feita por perito nomeado pelo próprio juiz; irá calcular o valor
exato para determinar liquidez.
● Liquidação pelo procedimento comum: quando há a necessidade de se provar
fato novo. Ex:. Cálculo de pensão vitalícia indenizatória no caso de acidente
automobilístico.
→ a lei determina parâmetros, mas não afirma percentuais, quem faz isso é o juiz
Cessão de crédito (art. 286, CC)
→ Cessão é o ato que determina a transmissibilidade das obrigações. Um terceiro está
adquirindo uma obrigação porque está sendo passado a ele.
→Transmissão das obrigações, sendo por transferência negocial, a título gratuito ou
oneroso
→ Considerado negócio jurídico bilateral, essa transferência é fazer uma cessão
obrigacional, não precisando da anuência do devedor, mas no que concerne ao credor, é
imprescindível que precisa da anuência do credor. → sempre será consensual (ninguém é
obrigado a fazer).
→ Requisitos: objeto, capacidade e legitimação.
● Todos os créditos podem ser objeto de cessão, salvo se a lei disser que não pode.
(Ex:. Pensão alimentícia)
→ O que é ideal fazer na cessão de débito: transferir para o nome da pessoa que irá
assumir a dívida.
→ Convenção entre as partes:
● Legitimidade da cessão - deve ser capaz e titular do crédito
● Ilegitimidade - pais administrando bens dos filhos (sem autorização judicial) e no
caso de hipoteca (o cônjuge precisa consentir).
05-05-2023
Transmissão das Obrigações - Cessão de créditos
→ Notificação do devedor é expressamente exigida, para justamente preservar ele do
cumprimento da obrigação. Ou seja, ele não precisa concordar com a venda do crédito, mas ele
precisa ser notificado para que ele possa pagar.
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
→ Assunção da dívida é a transferência de um débito, então é um negócio jurídico no qual o
devedor transfere a sua obrigação de pagar, logicamente com a anuência do credor. Um ótimo
exemplo disso é a cessão de financiamento para aquisição da casa própria.
● Art. 299 do CC
● assunção cumulativa: quando eu vendo um coisa para 2 pessoas, exemplo um casal
● Um único caso que aceita o acordo tácito, está dissertado no art. 303 do CC, adquirente
de imovel hipotecado, caso o banco não fale nada em 30 dias pode-se entender que ele
consentiu com o acordo.
● Validade: capacidade dos contratantes, manifestação de vontade, objeto lícito e que
assuma a mesma posição do devedor originário.
● Efeitos: mudança de devedor
● Anulação: anulação por coação ou por invalidade, renascendo a obrigação para o
devedor originário.
→ Cessão de contrato: transferindo o crédito e o débito, as duas coisas ao mesmo tempo,
posição passiva e ativa, isso deriva-se de contratos bilaterais de execuções não concluídas,
então as partes transferem direitos e deveres.
● Ex: venda de um bar com clientela, produtos, estabelecimento e etc.
○ Contrato de locação
● Tem que ter autorização do credor
● obrigações recíprocas.
● Possuem 3 personagens: cedente, cessionário e o cedido.
● Não contendo artigos específicos, são utilizados os mesmo artigos das cessão de
crédito.
“a cessão de contrato, ou melhor, a cessão de posições contratuais, consiste na transferência da
inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa,
derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não concluída”
O contrato, como bem jurídico, possui valor material e integra o patrimônio dos contratantes,
podendo por isso ser objeto de negócio.
Adimplemento e extinção das obrigações
→ O principal efeito é gerar para o credor o direito de exigir do devedor o cumprimento da
prestação e para o devedor o dever de prestar.
→ Então para que se extingue é preciso que o legislador o faça.
● Se libera da dívida aquela que a quitar
● Se libera da dívida aquele que mesmo pagamento atrasado faça em tempo proveitoso
para o credor, podendo ser considerado igualmente como cumprimento, neste caso só
caberá a pretensão de indenização por danos causados pela mora, se houver.
● Porém , algumas não podem esperar para sua quitação.
● Pagamento: satisfazer a obrigação. Possuindo o princípio da boa fé e da pontualidade,
no qual o devedor obriga-se as suas obrigações e suas consequências.
○ Principal modo de extinção.
○ Direto e indireto
○ Ex:. caso faça o pagamento para terceiro sem ser representante do credor, terá
que pagar novamente, "quem paga mal, paga 2 vezes"
○ Credor putativo: é aquele que parece o credor, mas não é (pagar dívida a herdeiro
do credor, no qual o testamento acaba sendo nulo, dizendo a lei que se o devedor
estava de boa fé, pode ser considerado válido o pagamento).
○ Comprovação de pagamento: recibo. No caso de não haver o recibo, pode ser
retido o pagamento.
○ Ônus da prova: quem deve provar é o devedor, na obrigação positiva. No caso de
obrigação negativa é o credor o dever de provas.
○ Pagamento de pessoa interessada: terceiro interessado juridicamente para sua
extinção, sendo por solidariedade ou etc.
○ Quando a obrigação é personalíssima cabe somente ao devedor cumprir com a
obrigação, não podendo ele delegar para outrem.
○ Há também aquestão de o credor não ser obrigado a receber de outrem o
pagamento que deveria ser de um devedor específico.
○ Pagamento efetuado por terceiro não interessado: sendo válido quando o
interessado seja jurídico ou que esteja representando o devedor.
09-05-2023
→ Ação de consignação de pagamento permite que a realização do direito material se
procedente a ação seja extinta.
→ Pagamento efetuado mediante transmissão de propriedade
● Entrega do bem do móvel ou imovel para efetuar a quitação do bem.
→ Pagamento efetuado diretamente ao credor
● Fazer a quitação da obrigação direto ao credor ou seu representante, mas podem estar
encaixados os herdeiros, o cessionário e o sub-rogado nos direitos creditórios.
→ Pagamento efetuado ao representante do credor
● O representante é equiparado ao próprio credor, sendo também válido.
● existem 3 espécies:
○ Legal: decorre de lei
○ Judicial: nomeado pelo juiz
○ Convencional: outorga do credor (mandato)
→ Pagamento efetuado ao credor putativo:
● Se apresenta aos olhos de todo mundo como verdadeiro credor.
● Exemplo: herdeiro aparente
→ Pagamento ao credor incapaz ele é automaticamente nulo
→ Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado
● Quando a penhora recai sobre um crédito, o devedor é notificado a não pagar ao credor,
mas a depositar em juízo o valor devido.
● Ex:. Caso pessoa x morra e fique devendo pessoa y, a pessoa y pode entrar com a ação
de inventário para que a família faça o inventário e acabe quitando a dívida desse credor,
ou seja, a pessoa y acaba tendo uma garantia de pagamento.
→ Objeto do pagamento:
● prestação de serviço
● pagamento em dinheiro no princípio do nominalismo (valor nominal que lhe atribui o
Estado)
● OBS: o devedor não estará obrigado a dar qualquer coisa distinta da que constitui o
conteúdo da prestação.
→ A cláusula de escalada móvel
● O valor da prestação deve variar segundo os índices de custo de vida.
10-05-2023
Atividade
Com base no acórdão anexo, responda às seguintes questões:
a) Qual é o litígio?
R:. Divórcio litigioso no qual consta cessão de débitos com terceiros, transferência da obrigação
sem a anuência do credor.
b) O juiz de primeiro grau homologou a cessão de débito?
R:. Sim, deixando o apartamento para a requerida com custas e tudo.
c) Qual é a obrigação das partes?
R:. Segundo a homologação da sentença de primeira instância, a obrigação da requerida é de
assunção da dívida e do réu é de transmissão da obrigação.
→ Obrigação de fazer
d) Qual foi o resultado em primeira instância e no recurso?
R:. Na primeira instância foi homologado a transferência das dívidas e do imóvel para a
requerida, já no recurso o réu pede execução do acordo, mas este foi negado provimento, pois
não anuência do Credor.
12-05-2023
Ð� Adimplement� � �tinçã� da� Obrigaçõe�
Objeto do pagamento - é a prestação, o credor não é obrigado a receber aquilo que
não está acordado.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é
devida, ainda que mais valiosa.
→ quando é mudada a forma de pagamento acontece o princípio do nominalismo,
se o objeto da prestação for em dinheiro.
→ Valor nominal é o valor que o Estado atribui ao nosso dinheiro
→ deve ser entregue a mesma quantidade de valor que foi acordado, analisando a
questão da inflação fazendo as correções de taxas e juros (cláusula de escala
móvel).
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda
corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações
sucessivas.
Prov� d� pagament�
→ cumprimento da obrigação, precisando apresentar a comprovação desse
pagamento.
→Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o
pagamento, enquanto não lhe seja dada.
A quitaçã�
→ é a declaração unilateral escrita
→ Requisitos da quitação: nome das partes, valor, o que está sendo pago, a data.
→ O recibo sempre poderá ser dado por instrumento particular, mesmo que esteja
falando de um contrato que tenha sido feito por escritura pública.
Presunçõe� d� pagament�:
→ Presume-se que foi feito o pagamento
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em
sessenta dias, a falta do pagamento.
→ Art 324 CC, entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Ex:
de título: nota promissória (título executivo extrajudicial) → presunção relativa,
porque o credor pode provar no prazo legal que o título estava indevidamente com
aquela pessoa (prazo de 60 dias).
→ Declaração de que o título foi extraviado caso ele o perca, inutilizando o título
desaparecido.
→ Art. 322 CC → Se paguei a última parcela, presume-se que paguei a penúltima
também.
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até
prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
D� lugar d� pagament�
→ Art. 327, CC
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou
das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
→ Importa saber o local de cumprimento da obrigação → em via de regra é no
domicílio do devedor (dívidas quesíveis). Se quiser fazer no domicílio do credor
(dívida portável), é possível que seja acordado. Se nada estiver estipulado,
admite-se o art. 327.
→ Art. 329: ocorrendo motivo grave (que deverá ser provado) para que não se
efetue o pagamento no lugar determinado, poderá fazer o devedor em outro lugar,
sem prejuízo ao credor. A solução é a critério do juíz.
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado,
poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
→ Exceção: decorrente da natureza da obrigação: Ex. viagem de cruzeiro,
espetáculo de teatro ou de futebol.
→ Se o contrato estabelecer mais de um lugar de pagamento, cabe ao CREDOR
escolher. O devedor deve tomar ciência pelo credor.
Exercício - questões
Com base no acórdão anexo, responda às seguintes questões:
a) Qual é o litígio?
R:. Falta de recibo do pagamento da dívida.
B) Qual é a obrigação das partes?
R:. O réu tinha a obrigação de devedor, ou seja, de assunção da dívida e o autor a
obrigação de credor.
"Art. 319 - O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o
pagamento enquanto não lhe seja dada".
C) Qual foi o resultado em primeira instância e no recurso?
R:. Em primeira instância foi mantida a sentença de execução da dívida e o recurso
foi negado provimento, por conta de o advogado ter copiado e colado a
argumentação da primeira instância.
→ Além disso, o réu não mostrou a quitação do cheque, nem qualquer outro
comprovante de pagamento, por isso perdeu a causa e o recurso, fazendo com que
fosse sentenciado o pagamento da dívida e mais 20%.
17/05/2023
Pagamentos especiais:
● Pagamentos indiretos: pagamento em consignação, com sub-rogação, a
imputação do pagamento e a dação do pagamento.
○ Consignação: quando quero pagar, preciso da concordância do
credor. Muitas vezes o credor pode discordar do pagamento, e o
pagamento não é realizado por falta de concordância e cooperação. O
devedor precisa fazer o pagamento por consignação → consiste no
depósito, feito pelo devedor da coisa devida, com o objetivo de
liberar-se da obrigação.
■ Ex:. locatário que aumenta o aluguel acima da porcentagem
devida e não aceita o valor justo, tendo que fazer o pagamento
judicialmente.
■ Não posso consignar um pagamento sem motivo justificável. Só
posso consignar se houver recusa do credor em receber,
ou, caso ele receba, recuse-se a fornecer recibo de
quitação.
■ Objeto: Depósito de coisa (bens móveis ou imóveis), não
precisa ser só dinheiro.
■ Fatos que autorizam a consignação: Art. 335, CC → cabe a
consignação se o credor não puder, ou, sem justa causa,
recusar receber opagamento, ou dar quitação na devida forma.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar
quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou
residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
○ Sub-rogação: ocorre em situações onde uma coisa substitui a outra
coisa ou uma pessoa a outra pessoa.
■ Quando a obrigação é indivisível e há pluralidade de devedores,
“cada um será obrigado pela dívida toda”, preceitua o art. 259
do Código Civil.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
■ Ex:. vc pagar e subjugar se no direito de receber, ou seja, um
fiador que paga a dívida do devedor, esse pagará e depois
pedirá reembolso do devedor.
■ Na questão da hipoteca pode ser vendida, mas se financiada o
novo comprador deve ser aprovado pelo banco e transferir a
dívida para o seu nome, caso pague a vista este quitará ao
banco o saldo e a diferença acordada ao antigo dono.
■ Ex: Artigo 831, CC → o fiador que pagar integralmente a dívida
fica sub-rogado (FIGA NO LUGAR) nos direitos do credor
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do
credor; mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva
quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros.
Espécies de sub-rogação
● Real: substituo coisa por coisa
● Sub-rogação pessoal: substituo pessoa por pessoa
● Legal: sub-rogação automática
→ É vantajoso para o credor, porque um terceiro vai lá e paga, então ele está
liberado.
→ é vantajosa para o devedor porque uma vez que pago a dívida do locatário, tiro
seu nome de possíveis problemas.
Natureza jurídica:
→ Tem afinidade com a cessão de crédito
→ Diferenças:
Cessão de crédito:
● Convenção entre as partes
● Credor é substituído antes do pagamento
● Pode visar lucro
● Autonomia privada
● Não existe extinção da dívida nesta negociação
Pagamento com sub-rogação:
● Trata-se de pagamento com extinção da dívida para o credor primitivo
● Na sub-rogação legal não visa lucro
● Somente após o pagamento o credor é substituído
A sub-rogação legal ou convencional tem dois efeitos:
● O Liberatório, por exonerar o devedor ante o credor originário
● O translativo, por transmitir ao terceiro, que satisfez o credor originário, os
direitos de cŕedito que este desfrutava, com todos os seus acessórios
Da imputação do pagamento
→ O normal é entre duas pessoas haver apenas uma obrigação, mas pode
acontecer de alguém ter mais de uma dívida com o mesmo credor.
Imputar o pagamento: existe quando o devedor não pode quitar todas as dívidas e
ele imputa o pagamento a uma delas. Ex: O banco não pode escolher qual das
dívidas o devedor irá pagar.
● A pessoa obrigada por muitas prestações da mesma espécie tem a faculdade
de declarar, ao tempo de cumpri-la, qual delas quer solver → somente
aplicada a dívidas líquidas e vencidas, não aquelas que estão para vencer.
Artigo 353 CC → Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e
vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá
direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele
cometido violência ou dolo.
Requisitos:
● Pluralidade de débitos (mais de uma dívida)
● Identidade de partes (preciso ter diversas relações obrigação com as
mesmas partes)
● Igual natureza das dívidas (os débitos devem ser da mesma natureza,
objetos de idêntica espécie e qualidade)
● Possibilidade de o pagamento regatar mais de um débito.
24/05/2023
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
Dação: forma de pagamento. Acordo de vontade entre credor e devedor, por meio
do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida,
prestação diversa da que lhe é devida.
Situação em que é mudada a forma de pagamento, por exemplo. Muda o contrato,
mas por acordo entre as partes.
Modalidades:
- Pode haver dação em pagamento mediante acordo, com substituição de
dinheiro por bem móvel ou imóvel
- De coisa por outra
- De dinheiro por título de crédito
- De coisa por obrigação de fazer
26-05-2023
Da novação
→ uma dívida nova, uma dívida só
→ substituição de uma dívida por outra extinguindo a primeira
→ produz o mesmo efeito do pagamento
→ precisa ter anuência de ambos, nunca pode ser colocado por força de lei
→ pressupostos:
● Existência da obrigação anterior
● Constituição de nova obrigação
● Animus novandi
→ espécies
● Subjetivo ocorre a substituição dos sujeitos
○ Há possibilidade de substituição do credor
● Objetiva é quando o objeto da prestação é alterado
● Na mista é quando simultaneamente há mudança do objeto e substituição
das partes
Da compensação
→ Meio de extinção das obrigações de pessoas que são credor e devedor ao
mesmo tempo.
● Isso acontece muito quando ocorre processo de divórcio, o que um paga o
outro compensa.
● EX: Te emprestei 10 mil, e eu bati seu carro e o prejuízo foi avaliado em 10
mil, portanto uma acaba sendo credora e devedora da outra.
Se o prejuízo do veículo batido tivesse sido em 5 mil, a compensação seria
parcial, pois ainda restaria 5 mil para extinguir a obrigação.
Art 368 do CC
→ presume o pagamento por produzir o mesmo efeito deste.
→ modo indireto de extinção da obrigação
→ visa evitar a circulação inútil de moeda, evitando duplo pagamento
→ Espécies:
● Total e parcial, no qual a primeira se dá sobre valores iguais as duas
obrigações e a segunda quando valores forem parciais.
● Legal: Ocorre quando decorre da lei. Art 369 Líquidas( = valor certo),
vencidas e homogêneas
→ Requisitos da compensação
● Reciprocidade de crédito - compensação extingue a obrigação pelo encontro
dos direitos opostos
● Liquidez das dívidas → valor precisa ser certo e determinado, expresso em
cifra.
● Exigibilidade das prestações→Dívidas devem estar vencidas.
● Fungibilidade dos débitos→
Compensação Judicial
→ Quando um juiz toma uma decisão, ele mesmo faz o cálculo e faz a divisão e
caracteriza a extinção das obrigações por economia processual ou praticidades,
desde que fundamentada.
→ Na sentença o próprio juiz pode fazer a compensação.
→ Pensão alimentícia não pode ser objeto de compensação.
→ Reconvenção - A parte requerida, além de manifestar sua contestação quando
acionado judicialmente, entra com uma reconvenção (que é como uma mover
também uma ação, no mesmo processo, e também há sucumbência)
Compensação convencional.
→ compensação convencional é quando as Partes podem dispor de seus bens em
ampla liberdade, sendo chamada de autonomia privada.
→ Vedações:
● Pensão alimentícia
● Caráter tributário, como exemplo de não pagar imposto de renda por buracos
na rua.
● Tudo que é de interesse público é maior que de particular
Confusão
→ A obrigação pressupõe o credor e o devedor, mas acontece que eles acabam se
confundindo na mesma pessoa.
→ Pessoas diferentes, ocorre quando credor e devedor se concentram na mesma
pessoa. Ex: Mãe e filha, a filha paga aluguel para sua mãe, que vem a falecer, e a
filha passa a ser herdeira do bem, então ela passa a ser credora e devedora, então
extingue-se a obrigação com a confusão.
→ Não exige manifestação de vontade, extinguindo o vínculo pela simples
verificação.
→ pressupostos:
● Reunião na mesma pessoa das qualidade de credor e devedor
Cessação da confusão
→ precisa da declaração de ausência, mas a pessoa que morreu aparece
→ Total
→ Parcial: o credor não recebe a totalidade da dívida, por não ser o único herdeiro
do devedor.
Remissão de dívida art 385 do CC
→ Perdão da dívida, então a remissão é a liberalidade efetuada pelo credorpara
exonerar o devedor do cumprimento da dívida
→ Se assemelha a uma doação caso aceita pelo devedor
→ É imprescindível que o devedor aceita expressa ou tacitamente
→ O pressuposto do:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
→ espécies:
● Total
● Parcial
● Expressa
● Tácita
● Gratuita
● Onerosa
→ presunções legais:
● Entrega voluntária do título da obrigação
● Entrega do objeto empenhado (direito real, vc deixa empenhado na caixa por
exemplo jóias para pegar um empréstimo)
Remissão de Dívidas
Caso de Solidariedade passiva
→ em caso de solidariedade passiva é concedida A um dos co-devedores extingue
a dívida na parte A ele correspondente, de modo que, ainda reservando o credor a
solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da
parte remitida
31/05/2023
Correção exercícios dia 30/05
EXERCÍCIOS SOBRE DIREITO OBRIGAÇÕES
1) Adriano devia R $5.000,00 (cinco mil reais) a Leandro, porém, Leandro faleceu e
Adriano não conhecia qualquer familiar de Leandro para fazer o pagamento. Após
um mês da morte de Leandro, apareceu Silvio se apresentando como herdeiro de
Leandro apresentando uma certidão de nascimento falsa. Adriano caiu no golpe e
pagou o dinheiro que devia a Leandro para o suposto filho. Após 6 meses, Adriano
foi procurado por Cristiano e Felipe que se apresentam como herdeiros verdadeiros
de Leandro solicitando o crédito a ser depositado em conta judicial vinculada ao
processo de inventário. Adriano procurou seu escritório para uma solução jurídica,
qual será sua orientação ? Explique com fundamentação jurídica.
R:. Deve ser pago ao credor, ou a seu representante, sob pena do pagamento ser feito
outra vez, “pois quem paga mal paga duas vezes” (art.308-CC).
“ O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só
valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.”
→ Realizar pagamento em consignação. O mais seguro seria fazer este pagamento caso
ele não tivesse pagado ainda. Considerando que ele achou que a certidão era verdadeira,
caiu no golpe e pagou, devemos, como advogados, alegar que ele pagou de boa fé.
● O correto também é pegar uma cópia da certidão para que se considere credor
putativo conforme o art. 309 do CC.
2) Solange resolveu passar dois anos na França e por isso resolveu transferir a
locação de seu imóvel para sua amiga Gislaine. Solange conversou com a
proprietária do imóvel que não se opôs à transferência. Assim, foram as 3 (Solange,
Gislaine e a proprietária do imóvel) em seu escritório para realizar o contrato.
Explique qual seria a orientação jurídica neste caso, como você explicaria para as
clientes qual seria a forma, e qual figura jurídica seria descrita neste contrato.
Explique
R:. Neste caso, mesmo tendo a anuência do proprietário do imóvel é necessário averiguar
se a Gislaine cumpre os requisitos para a locação. A cessão de contrato consiste no qual
um dos outorgantes do contrato bilateral (gerando obrigações recíprocas) transmite a
terceiro não somente o direito de usar e fruir, mas também a obrigação referente ao aluguel,
fato este como citado no enunciado há concordância do credor.
Prova
Sub Rogação
● real
● diferença entre sub rogação real com dação em pagamento
A sub-rogação real
→ “supõe a ocorrência de um fato por virtude do qual um valor sai de um patrimônio e entra
outro, que nele fica ocupando posição igual à do primeiro. O valor que se adquire é tratado
como se fora o que se perde: passa a estar sujeito à mesma condição ou regime jurídico”
Assim, por exemplo, no regime da comunhão parcial de bens entram na comunhão os bens
adquiridos na constância do
casamento por título oneroso (CC, art. 1.660, I). Todavia, se a aquisição foi feita à custa de
bens particulares de um dos cônjuges, os bens
adquiridos tornam-se também próprios desse cônjuge, porque ficam sub-rogados no lugar
dos alienados (CC, art. 1.659, II).
Dação em pagamento
Em regra, o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa (CC, art.
313). Já no direito romano se dizia: aliud proalio, invito creditore, solvi non potest (uma coisa
por outra, contra a vontade do credor, não pode ser solvida). No entanto, se aceitar a oferta
de uma coisa por outra, caracterizada estará a dação em pagamento. Tal não ocorrerá se
as prestações forem da mesma espécie.
Diferenças
→ sub rogação são formas de pagamento (pessoal)
● real não é necessariamente um pagamento, que acontece em outras situações, por
exemplo o art. 1659 do CC
○ fala das pessoas que vão se separar e terão que dividir os bens particulares
■ Então se você vai separar precisa ser provado que o bem é de sub
rogação real, então o juiz irá excluir esse bem na hora da separação.
● “Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens
gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus
dos primeiros.”→ trocar um bem de valor maior por um de valor menor em sub rogação
para custear tratamento de saúde.
→ Na dação vc está fazendo uma troca de prestação para conseguir pagar, na sub rogação está
substituindo um objeto por outro em situações diferentes, é mais complexo na segunda parte.
3° Bimestre
08/08/2023
Inadimplemento
913398020
Obrigatoriedade dos contratos
→ Os contratos devem ser cumpridos a partir do momento que foimanifestada a
vontade das partes, então a partir do momento que as partes acordarem o contrato
é considerado lei entre elas, não podendo incidir em terceiros.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com
extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.
→ Caso confirme abuso de onerosidade, cabe recurso ao judiciário.
→ Inexecução da obrigação por culpa do devedor, o credor pode acionar o
mecanismo sancionatório do direito privado.
● Porém, caso seja comprovado que o inadimplemento seja por caso fortuito
ou força maior o devedor não responde pelos danos causados, se
expressamente não estiver na cláusula contratual.
→ Inadimplemento absoluto - não foi cumprido a obrigação e nem poderá ser
cumprido de forma útil, terminando em perdas e danos ou no ressarcimento do valor
cobrado.
● art. 389 do CC - pressupõe o não cumprimento voluntário da obrigação,
sendo culposo.
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e
danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
→ Inadimplemento contratual tem o dever de indenizar perdas e danos.
● Perdas e danos: indenizar o prejuízo causado ao credor. Se ocorrer apenas a
mora, mas o cumprimento ainda será proveitoso, responde pelos prejuízos
causados.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
○ Envolvem o dano material, moral, dano emergente e o lucros cessante
(compreende tudo que deixei de lucrar)
→ Tem como responsabilidade a patrimonial, exceto a pensão alimentícia.
→ Inadimplemento fortuito (dano causado pela mão do homem) - são excludentes
da responsabilidade civil, pois rompem o nexo de causalidade contratual.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de
caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por
eles responsabilizado.
Parágrafoúnico. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no
fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
→Mora: retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação.
● Inadimplemento relativo
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e
forma que a lei ou a convenção estabelecer.
→ Dos juros legais: se estou em mora tenho que pagar juros, ou seja, são os
rendimentos do capital, juros civis da coisa. Então pagamos por estarmos usando o
capital alheio.
● Compensatórios: são aqueles devidos como compensação de capital alheio.
Ex: empréstimo de banco.
● Moratório: retardamento da restituição ou de descumprimento de obrigação.
Ex: atrasar parcela de dívida.
● Convencionais: ajustado entre as partes
● Legais: previsto ou imposto por lei (súmula 164 do STF).
→ Cláusula penal: obrigação acessória, sendo ela uma ferramenta que tenta impedir
o inadimplemento, estipulando uma pena ou uma multa no retardamento do
cumprimento.
● Pena convencional ou multa contratual, sendo um pacto secundário e
acessório, pois depende da obrigação principal. O limite dessa multa é do
valor do próprio contrato.
● Função: atua como meio de coerção (intimidação) e como prefixação das
perdas e danos (ressarcimento)
11/08/2023
Página 24
Teoria geral dos contratos
→ É a forma mais comum e mais importante de obrigação no mundo dos negócios.
Espécie de negócio jurídico que depende de 2 pessoas (bilateral) ou mais
(plurilaterais). Mas é sempre bilateral por essência, por ter polo ativo e passivo.
→ Tem como finalidade adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou
extinguir direitos.
Função social do contrato
→ É um dos princípios basilares dos direitos das obrigações.
→ A concepção social é muito mais importante do que a concepção individual,
então o princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos em
detrimento dos individuais, sem ferir os direitos humanos.
→ A função social se apresenta através de “cláusulas gerais”, independente do
pedido do interessado, são cláusulas em que em qualquer ação judicial o juiz pode
agir ex officio (Ex: reavaliação de cláusula abusiva, na qual o juiz identifica outra até
no contrato, podendo ele mesmo regularizar mesmo que não fosse pedido).
→ Princípio da autonomia privada: liberdade dos contratantes
→ Princípio da supremacia da ordem pública (o coletivo prevalece em detrimento
individual)
→ Princípio do consensualismo: todos os contratos devem ser consensuais, as
partes precisam estar de acordo com todas as normas.
→ Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: pautado na ideia dos efeitos do
contrato estarem atrelados às partes, não afetando terceiros e nem patrimônio
destes, com exceções podendo ser um exemplo delas o contrato de seguro, o qual
afirma que caso o veículo esteja sendo dirigido por um terceiro que não conste no
contato inicial, ele será responsável pelos danos
→ Princípio da boa e da probidade: as partes se comportam de forma correta
durante toda a tratação do contrato. Art 422 do CC
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
→ Princípio da função social: equilíbrio entre as partes, coíbe cláusulas
abusivas, prevê a revisão por onerosidade excessiva.
Segundo Caio Mário, a função social do contrato serve precipuamente para limitar a
autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse
social e este deva prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria
liberdade de não contratar, como ocorre nas hipóteses de contrato obrigatório. Tal
princípio desafia a concepção clássica de que os contratantes tudo podem fazer,
porque estão no exercício da autonomia da vontade. Essa constatação tem como
consequência, por exemplo, possibilitar que terceiros, que não são propriamente
partes do contrato, possam nele influir, em razão de serem direta ou indiretamente por
ele atingidos. Nessa mesma linha, anota J M-C 9 que a função social é, evidentemente,
e na literal dicção do art. 421, uma condicionante posta ao princípio da liberdade
contratual. Nesse sentido, a cláusula poderá desempenhar, no campo contratual que
escapa à regulação específica do Código de Defesa do Consumidor, funções análogas
às que são desempenhadas pelo art. 51 daquela lei especial, para impedir que a
liberdade contratual se manifeste sem peias.
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
(Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Formação dos contratos
→ O contrato se forma primeiro da manifestação de vontade, sendo o mais
importante dos requisitos. Posterior inicia-se as negociações preliminares, sendo
proposta e aceitação.
→ Força vinculantes da oferta: a proposta vincula o proponente, então o preço
proposto, mesmo que errado, é esse que terá que ser vendido.
→ Aceitação ou oblação: concordância com os termos da proposta.
→ Celebração: entre presentes (momento da aceitação da proposta) ou entre
ausentes (aceitação expedida).
→ Local de celebração: regra - lugar em foi proposto, admitindo-se disposição em
contrário.
Classificação dos contratos:
→ Unilaterais: obrigações para unicamente uma das partes
● ex: doação pura
→ Bilateral: gera obrigações para ambos (sinalagmático = reciprocidade)
● sujeito ativo e passivo, há sempre uma troca.
→ Plurilaterais: Com mais de duas partes, tendo uma rotatividade de seus membros.
Cota, é uma figura negocial.
● Sua diferença está inserida como por exemplo aqueles contratos de
consórcio de carros, são contratos onde não há sujeito ativo ou passivo.
→ Gratuitos e benéficos: são contratos em que somente uma das partes terá
benefícios (ex:. doação)
→ Onerosos: ambos contratantes têm proveito, o qual corresponde um sacrifício.
● Comutativos: são aqueles de prestações certas e determinadas, as partes
podem antever os sacrifícios e os proveitos daquele contrato anteriormente
(prevê as vantagens e os prejuízos que poderia ter). Não há nenhum fator
surpresa.
● Aleatórios: pelo menos um dos contraentes não conseguem prever as
vantagens ou prejuízos que podem ocorrer.
○ Ex:. contrato de seguradora.
○ Natureza: há contratempos comutativo, como compra e venda, que em
certas razões podem se tornarem aleatórios.
○ Acidentalmente: venda de coisas futuras e venda de coisas existentes,
mas expostas a risco. Ex: suco de laranjas, compra de sacas antes da
colheita, mas por condições climáticas, interferir na quantidade, o
vendedor não vai ter que indenizar, por se tratar de um negócio de
risco.
Contratos paritários e de adesão
→ Paritário: contratos em que se discute par a par, são do tipo tradicional. Discute
livremente as condições. Há uma fase de negociação preliminar, as partes estão em
pé de igualdade.
→ Adesão: uma apenas elaborou o contrato e não permite a liberdade de discutir
suas cláusulas (já vem pronto, ou adere ou não adere, exemplo disso é contrato de
seguro, de transporte, de consórcio). Afasta qualquer possibilidade de discussão de
cláusulas, é oposto ao paritário. Há uma restrição mais extensa ao tradicional
princípio da autonomia da vontade.
→ Contrato - tipo: tem uma afinidade com o de adesão, sendo ele um contrato
massa, em série ou formulário.
Contratos de execução instantânea, diferida e de trato sucessivo.
→Instantânea ou Imediata, ou ainda de execução única, que se consumam em um
só um ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração, como a compra
e venda à vista. Cumprida a obrigação, exaure-se.
→ Diferida ou retardada. Executada em um só ato, mas em um momento futuro. A
termo, tem uma data de início e uma data de término.
Paramos aqui no dia 08/08
→De trato sucessivo ou execução continuada são os que cumpre, por meio de atos
reiterados, por exemplo, venda a prazo, prestação permanente de serviços,
fornecimento permanente de mercadorias, dentre outros. Caso típico é a locação.
15/08
Questão 1
Pro soluto e pro solvendo
O pagamento“pro soluto” é quando o título equivale a dinheiro. No pagamento “pro
solvendo”, primeiramente se recebe o título dado em pagamento e somente após
dá-se a quitação.
A nota pro soluto significa que o pagamento está “resolvido”: a quantia que está ali é
considerada quitada e a compra não pode ser desfeita pelo vendedor, ainda que a
promissória não seja paga. Já a nota pro solvendo não significa quitação dos
valores. Ela não extingue uma dívida: é uma promessa de pagamento.
Questão 2
artigo 335 do CC
Questão 5
alternativa B
Questão 6
alternativa C
Questão 7
alternativa E
Aula esse sábado das 8:30
16/08
Classificação
→ execução instantânea: contratos que se iniciam cumprem seu propósito e
automaticamente são extintos, sendo feito por prestação única.
→ diferida: devem ser cumpridos no ato posterior, exemplo compra online, o
pagamento ocorre instantâneo, mas a entrega é posterior.
→ trato sucessivos: contratos que se perpetuam, prestações periódicas.
→contratos pessoais: são celebrados em ateFnção às qualidades pessoais de um
dos contratantes, sendo geralmente uma obrigação de fazer.
→ contrato impessoais: são aqueles cuja prestação pode ser cumprido,
indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro.
→ contatos individuais e coletivos: as vontades das partes serão individualmente
consideradas, mesmo que ainda envolvam várias pessoas. Já o coletivo são
contratos politivos, que são feito por várias pessoa por meio do sindicato por
exemplo
● 2 pessoas jurídicas que fazem um acordo de vontade própria de direito
privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados
convençẽos coletivas.
→ contratos principais: são os que tem existência propria. Ex: contrato de aluguel
→ contrato acessório: depende da existência de outros sendo chamados de
acessórios.
→ contratos solenes e não solenes: dependem de uma forma ditada pela lei, então a
lei determina como deve ser feita sua realização. Ex: pacto nupcial, escritura pública,
testamento público.
→ contratos não solenes: são os que podem ser feitos livremente, não exige forma
específica.
→ contratos típicos: aqueles que estão no ordenamento jurídico, ou seja, aqueles
que estão na lei
→ contrato atípico: não estão na lei
–. contratos consensuais: que se formam unicamente pelo acordo de vontade das
partes, sendo considerados não solenes.
→ contratos reais: tradição da coisa, exige a transferência da propriedade da coisa.
Ex: mutuo, penhora, etc.
→ contratos preliminares: é aquele que tem por objeto a celebração do contrato
definitivo. Ex: sinal, arras, contrato de compra e venda de um carro, no qual faz um
contrato inicial e acorda entregar o bem a partir da segunda parcela.
Interpretação dos contratos
→ precisa para que saiba o significa e o alcance daquele contrato
→ às vezes um contrato não traduz exatamente a vontade das partes, a redação
pode ser muitas vezes ambígua.
→ as regras do CC se dirigem às partes para que elas entendam o que elas
quiseram dizer e para o juiz para que ele consiga gerir o processo.
→ interpretação construtiva ou integrativa: preencher lacunas para melhor
entendimento do que se quer do contrato.
→ No CDC temos o contrato de adesão, isso nos traz um exemplo que tem uma
cláusula que as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável
ao consumidor.
● o contrato que regulam as relações de consumo deixam de ser obrigatórios
se ao consumidor não for dada a oportunidade de conhecer previamente o
conteúdo
18/08
Formação dos contratos
Pactos sucessórios
→ Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva
→ Proibido os pactos sucessórios
→ Herança tem que ser deixado em testamento ou em a legítima
Manifestação de vontade
→ Primeiro e mais importante requisito da existência do negócio jurídico
→ Parte subjetiva: o querer
→ Parte objetiva: exteriorização - só no momento objetivo quando essa
manifestação é exteriorizada que irá surtir efeitos jurídicos
→ Expressa ou tácita, sendo na primeira só quando exigido em lei
● O silêncio pode ser interpretado como manifestação de vontade, uma
manifestação de vontade expressa. (art.111 do C.C.)
● O silêncio é autorizado em casos expressos: o donatário dá prazo para o
doador manifestar se aceita ou não a doação, o silêncio entende-se como
aceite (art. 539)
Negociação preliminares
→ Proposta (também chamada de oferta, policitação ou oblação)
● traduz uma vontade definitiva, não estando mais sujeito a nenhum estudo,
sendo também um elemento da formação contratual.
● tendo como princípio a boa fé das partes. Pode ser responsabilizado por
dano causado durante a negociação, mesmo que não tenha um contrato
finalizado.
● Força vinculante: após feita a proposta, ela deve ser cumprida, deve conter o
negócio, preço, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento etc.
→ Aceitação
● É imprescindível para que se concretize o contrato, sendo formalmente
iniciado.
● Oblato (quem aceitou)
● Podendo ser expressa ou tácita
○ Exemplo de aceitação tácita: quando o negócio for daqueles em que
não seja costume a aceitação ou quando o proponente o tiver
dispensado.
● hipóteses de inexistência de força vinculante da aceitação:
○ Chegou tarde ao conhecimento do proponente
○ antes da aceitação ou com ela chegar ao proponente a retratação do
aceitante
→ Não vinculante, só a oferta que vincula.
Momento da conclusão dos contratos
→ Contrato entre presentes
● A proposta poderá estipular ou não prazo para a aceitação
→ Contrato entre ausentes
● Por correspondência
→ O contrato é concluído a partir do momento que a pessoa enviou
Teoria geral dos contratos
Estipulação em favor de terceiro
→
Questões
1) Evandro resolveu comprar a motocicleta de João, deixando como sinal o valor de R$ 2.000,00,
ou seja, valor correspondente a 10% do valor total do contrato. Neste caso, as arras eram
penitenciais e João resolveu desistir da negociação. Dessa forma, explique como ficará a
questão das arras dadas por Evandro. Ele poderá solicitar indenização complementar? Explique
R:. Como o próprio pagamento da arras é uma ação vinculante do contrato, Evandro terá de pedir
o valor do sinal pago e poderá exigir uma indenização complementar, caso consiga comprovar
que houve certo dano a ele causado devido a quebra do contrato.
2) Explique a diferença entre inadimplemento relativo e absoluto com a fundamentação legal.
R:. Inadimplemento absoluto é quando a obrigação não foi cumprida e nem poderá sê-lo de
forma útil ao credor. Mesmo que seja possível, também será absoluta se tornou inútil ao credor.
Inadimplemento relativo é em caso de mora do devedor, ou seja, quando cumpri de forma
imperfeita com inobservância do tempo, lugar e forma convencionados.
3) José agiu de má-fé nas negociações preliminares no contrato de compra e venda de uma
fazenda no interior de SP, sua conduta dolosa de ganhar tempo ocasionou a perda de outra
negociação envolvendo a fazenda trazendo prejuízo ao proprietário. Neste caso, sobre a
formação dos contratos, as negociações preliminares vinculam o proponente? Cabe indenização
? Explique com a fundamentação legal
R:. Não vinculam pois as negociações preliminares não são categorizados como vinculantes
pela legislação, porém, como José agiu de má fé, gerando prejuízos ao proprietário da fazenda,
este poderá exigir perdas e danos.
Aula Online dia 19/08/2023 - A partir do Slide 100
DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Estipulação em favor de terceiro
Relatividade dos efeitos do contrato - Conforme os princípios fundamentais direito se funda na
ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que
manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu
patrimônio, no entanto no direito sempre tem exceções.... A estipulação em favor de terceiro, é
esta exceção, pois atinge o interesse de terceiro, que é o beneficiário da situação.
Exemplo: Seguro de vida, contrato é firmado entre estipulante (contratante) e o promitente
(seguradora), sendo o beneficiário a 3ª pessoa do negócio jurídico,então esse último é estranho
a convenção pois não é necessária sua concordância para realização do contrato, somente no
ato do benefício ele pode ou não aceitar o valor que será pago pela seguradora. Ressaltando que
para a realização do contrato é necessário que as partes estejam em plena capacidade jurídica,
com exceção do beneficiário. Os interesses envolvem as 3 partes, no entanto, a relação
obrigacional do contrato está vinculada apenas às 2 primeiras pessoas.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
Trata-se de ato imprevisível e futuro, então eles acabam se torna contratante então no instante
da formação o vínculo obrigacional, ele decorre da manifestação de vontade.
O beneficiário possui a faculdade de recusar a estipulação em seu favor.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é
permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele
anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de
reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no
contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de
última vontade.
Estipulação em favor de terceiro - alguns entendem que não é um contrato porque atinge
terceiros, a teoria mais aceita considera sim a estipulação em favor de terceiro é o contrato.
A teoria da maioria dos doutrinadores entende que é se encontrar em benefício de outro né que
não participa dessa avença (contrato)
Seguradora - Devedora (Obrigação de Dar).
Contratante - Credora (obrigação de garantia, garantir o risco)
Beneficiário - ele é o credor
A concepção contratualista da estipulação em favor de terceiro não sofre contestação, uma vez
que é consagrada no Código Civil. Com efeito, os arts. 436, parágrafo único, 437 e 438 do novo
diploma referem-se a ela utilizando o vocábulo contrato.
Promessa de fato de terceiro.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos,
quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do
promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime
do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Uma pessoa promete algo que um terceiro vai fazer, caso terceiro não cumpra a promessa,
aquele que prometeu responde por perdas e danos
Exemplo: Banda que ia abrir show do Zé Ramalho, onde o artista não concordou com a abertura,
então quem deve responder pelas perdas e danos dessa banda é a produtora do evento.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS
● Vícios redibitórios→ (cai muito na OAB) - defeito oculto em objeto de contrato
comutativo (oneroso, exemplo compra e venda sem risco, as partes conseguem antever
os riscos e os benefícios)
Exemplo: Carro usado, depois de comprado, a loja ainda tem que garantir a qualidade, ou
pode ser enjeitado (devolver / rejeitado).
Opções :
1. Devolver e pedir o dinheiro de volta
a) rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do
preço pago, mediante a ação redibitória; ou
2. Ou ficar com o bem e pedir redução no preço (abatimento do preço)
b) conservá-la, independentemente do defeito, reclamando, porém,
abatimento no preço, pela ação estimatória.
Essa regra só se aplica aos bens de contrato bilaterais comutativos. Não vale
para contratos aleatórios, muito menos contratos de doação. Esse Defeito tem
que diminuir o valor ou inviabilizar o uso.
A regra de reclamação se aplica na compra direta de pessoa jurídica ou de
pessoa física, nos casos de estabelecimentos comerciais há previsão no código
de defesa do consumidor.
Código de Defesa do Consumidor → Este diploma considera vícios redibitórios
tanto os defeitos ocultos como também os aparentes ou de fácil constatação.
Dispõe o art. 441 do Código Civil:
“A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,
ou lhe diminuam o valor”.
o vício redibitório, imperceptível à primeira vista, inviabiliza a manutenção do negócio
Em resumo: vícios redibitórios são defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto
de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem
sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos
fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter
abatimento no preço.
Ex.: compra e venda de veículo com motor fundido.
TJSP - Apelação APL 992080209903 SP (TJ-SP)
Data de publicação: 04/11/2010
Ementa: VEÍCULO - DEFEITO - MOTOR FUNDIDO DIAS APÓS A
AQUISIÇÃO - INDENIZAÇÃO DEVIDA - O fornecedor de bens duráveis responde pelo
defeito, oculto ou aparente, que este apresentar, nos termos do art. 18 do C.D.C.
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos
vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de
sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
A teoria mais aceita e acertada é a do inadimplemento contratual, que aponta o fundamento da
responsabilidade pelos vícios redibitórios no princípio de garantia, segundo o qual todo
alienante deve assegurar, ao adquirente a título oneroso, o uso da coisa por ele adquirida e para
os fins a que é destinada.
Prazo de prescrição começa a contar a partir do conhecimento do vício.
Inadimplemento - está ligado ao fato de ter vendido algo que não pode ser usado, está
compatível com que prometi sobre a função do objeto, ou valor. Defeito oculto e que seja grave
para que seja válida a garantia sobre o vício redibitório, não se fala em menos importância ou
que possam ser removidos são insuficientes para justificar a invocação da garantia. Não permite
a imediata percepção, ou coisas que sejam pequenas que não alteram a funcionalidade.
Os vícios devem ser provados que já existiam no momento que comprei, caso contrário não será
de responsabilidade do vendedor.
A ignorância de tais vícios pelo alienante não o exime da responsabilidade, devendo restituir “o
valor recebido, mais as despesas do contrato” (CC, art. 443).
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que
recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor
recebido, mais as despesas do contrato.
Ainda que o adquirente não possa restituir a coisa portadora de defeito, por ter ocorrido o seu
perecimento (morte do animal adquirido, p. ex.), a “responsabilidade do alienante subsiste”, se o
fato decorrer de “vício oculto, já existente ao tempo da tradição” (CC, art. 444). No exemplo
citado, o adquirente terá de provar que o vírus da doença que vitimou o animal, por exemplo, já
se encontrava incubado, quando de sua entrega.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em
poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da
tradição.
Prazos Decadenciais
1. trinta dias, se relativas a bem móvel.2. Um ano, se relativas a imóvel, contados, nos dois casos, da tradição.
Podem os contraentes, no entanto, ampliar convencionalmente o referido prazo. É comum a
oferta de veículos, por exemplo, com prazo de garantia de um, dois ou mais anos (art.446-CC)
§ 1º do art. 445 do Código Civil
tratando de vício que “só puder ser conhecido mais tarde”, contagem se inicia no momento em
que o adquirente “dele tiver ciência”, com “prazo máximo de cento e oitenta dias em se tratando
de bens móveis, e de um ano, para os imóveis”
Código de Defesa do Consumidor
Quando uma pessoa adquire um veículo, com defeitos, de um particular, a reclamação rege-se
pelas normas do Código Civil.
DA EVICÇÃO
A evicção é outro instituto dos contratos comutativos, é a perda da coisa em virtude de sentença
judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. A razão de um motivo
jurídico anterior à sua aquisição do bem, é que fez que o dono atual perca seu bem, tendo ele
que reclamar judicialmente de quem comprou.
Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, como também a
garantir-lhe o uso e gozo.
Adquirente vem a perder, total ou parcialmente, a coisa por sentença fundada em motivo jurídico
anterior.
Essa perda denomina-se evicção. Os artigos 447 a 457 trata do instituto da evicção
Art. 447-CC. “Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta
garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública”.
Art. 448-CC “Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar , diminuir ou excluir a
responsabilidade pela evicção”.
Quando a pessoa vende o bem, e este que está sendo objeto de julgamento em ação, então
avisa o adquirente e adiciona a cláusula que o exclui da responsabilidade de devolução do
direito, caso judicialmente este seja declarado de propriedade de outra pessoa.
Exemplo: Quando 'A' adquire de 'B' a propriedade de um imóvel, mas, posteriormente, vem a perder essa
propriedade, por força de sentença, proferida em ação que lhe foi movida por 'C', declarando que a
compra e venda feita de 'B' para 'A' seria inválida, pois 'C' seria o verdadeiro proprietário original do
imóvel – e não 'B', quem, portanto, não o poderia ter vendido para 'A'.
A vítima de evicção dispõe de direito regresso contra aquele que lhe transferiu o bem perdido,
direito de cobrar a devolução do preço acrescida de indenização por eventuais perdas e danos.
Há, na evicção, três personagens:
1. O alienante: responde pelos riscos da evicção;
2. o evicto: é o adquirente vencido na demanda movida por terceiro; (comprador)
3. o evictor: é o terceiro reivindicante e vencedor da ação.
Requisitos da Evicção:
a) Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada
b) Onerosidade da aquisição - somente em contratos onerosos
c) Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa - Dispõe o art. 457 do Código Civil que
“não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou
litigiosa”.
Se a conhecia, presume-se ter assumido o risco de a decisão ser desfavorável ao alienante.
d) Anterioridade do direito do evictor - É o caso da desapropriação efetuada pelo Poder Público.
O alienante só responde pela coisa, quando a ação já estava correndo no tempo da venda do
bem.
e) Denunciação da lide ao alienante - após a ação do terceiro contra o adquirente é que este
poderá agir contra o alienante.
art. 456 do Código Civil que “para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente
notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as
leis do processo”.
A partir do momento que o terceiro foi citado vai notificar pra quem vendeu.
Verbas devidas ao Evicto – artigo 450-CC
“Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das
quantias que pagou”:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; ( ex aluguéis)
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único.
No tocante às benfeitorias realizadas na coisa, dispõe o art. 453 do Código Civil que as
“necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante”.
Ex alienante fez melhorias no bem, a pessoa que vendeu tem que ressarcir.
O evicto, como qualquer possuidor, tem direito de ser indenizado das necessárias e úteis, pelo
reivindicante (CC, art. 1.219)
Da evicção parcial
Dá-se a evicção parcial quando o evicto perde apenas parte, ou fração, da coisa adquirida em virtude de
contrato oneroso.
Exemplo: o evicto adquiriu cem alqueires de terra e perdeu sessenta.
Dispõe o art. 455 do Código Civil:
“Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a
restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá
somente direito a indenização”.
DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATOS
O Código Civil de 2002 disciplina 23 (vinte e três contratos típicos) e nominados, em vinte capítulos.
O art. 425 preceitua que “é lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código”.
ao menos regular os que existem de longa data e são do conhecimento geral.
Compra e venda - após a prática de troca surgiu essa modalidade, é um contrato bilateral, se obriga a
transferir o domínio,mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro, não transfere a propriedade.
Somente a tradição no casos de bens móveis, imóveis com o registro no cartório de imóveis.
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa
coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”.
Natureza jurídica da compra e venda
a ) Sinalagmático ou bilateral perfeito, uma vez que gera obrigações recíprocas: para o comprador a de
pagar o preço em dinheiro; para o vendedor, a de transferir o domínio de certa coisa. Se não existisse a
reciprocidade de obrigações haveria uma doação ou uma dação em pagamento.
b) Em regra, consensual, em certos casos, todavia, tem caráter
solene quando, além do consentimento, a lei exige uma forma para a
sua celebração, como sucede na compra e venda de imóveis, em que
a lei reclama a escritura pública (CC, art. 108) e registro.
c) Oneroso, pois ambos os contratantes obtêm proveito, ao qual
corresponde um sacrifício (para um, pagamento do preço e
recebimento da coisa; para outro, entrega do bem e recebimento do
pagamento). Faz-se, destarte, por interesse e utilidade recíproca de
ambas as partes.
conteúdo das prestações recíprocas. As prestações são certas e as
partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente
se equivalem.
O contrato de compra e venda, pela sua própria natureza, exige,
como elementos integrantes, a coisa, o preço e o consentimento (res,
pretium et consensus). Por se tratar da espécie de contrato mais
utilizada no comércio jurídico e na convivência social, a lei procura
facilitar a sua celebração, simplificando-a.
O consentimento
Será anulável a venda, também, se houver erro sobre o objeto principal da
declaração ou sobre as suas qualidades essenciais (CC, art. 139). Não existe
venda se o vendedor julga estar alienando uma coisa e o comprador
acredita estar adquirindo objeto diferente. No erro sobre o objeto principal,
o consentimento recai sobre objeto diverso daquele que o agente tinha em
mente. Exemplo: o do indivíduo que se propõe a alugar a sua casa da cidade
e o outro contratante entende tratar-se de sua casa de campo.
Assim, por exemplo, é anulável a venda de ascendente
a descendente, sem que os demais descendentes e o cônjuge
expressamente o consintam (CC, art. 496).
A partir de 496, eu posso vender a quem eu quiser, mas tem limitações em algumas situações
O art. 497 do Código Civil, por sua vez, impõe restrições à aquisição de bens por tutores, curadores,
testamenteiros e outras

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