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13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 1/44 INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, trilharemos os primeiros passos dentro da segurança do trabalho, apresentando uma de�nição clara entre os conceitos de perigo e risco. Os riscos ocupacionais serão abordados ao apresentarmos os diversos agentes de riscos, conforme a legislação brasileira, que são: agentes de risco físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e de acidente. Cada uma dessas classes de riscos apresenta cores especí�cas que serão utilizadas para comunicar a presença desses agentes de riscos nos locais de trabalho, através do mapa de riscos. O mapeamento de riscos é uma atividade essencial atribuída à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), construído com base em avaliação qualitativa e percepção coletiva dos riscos presentes no trabalho. Os riscos indicados no mapa podem ser exclusivos do processo produtivo ou do ambiente em que se realizam as atividades laborais, o que torna o mapa de riscos uma ferramenta visual que permite às pessoas que transitam pelo local conhecer e identi�car os riscos através de uma simples observação. Mais do que identi�car os riscos também é possível levantar sua intensidade dentro dos locais avaliados. Aula 1 A SEGURANÇA DO TRABALHO Nesta aula, trilharemos os primeiros passos dentro da segurança do trabalho, apresentando uma de�nição clara entre os conceitos de perigo e risco. 39 minutos A SEGURANÇA E OS ACIDENTES DO TRABALHO Aula 1 - A segurança do trabalho Aula 2 - Segurança e saúde no trabalho (SST) Aula 3 - Prevenção de acidentes de trabalho Aula 4 - Desenho universal Referências 171 minutos CW1 - UNIDADE 1 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 2/44 A saúde e a segurança do trabalho é um tema fundamental para a sociedade, uma área do conhecimento que visa identi�car os fatores de risco que levam à ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, além de avaliar seus efeitos na saúde e no bem-estar do trabalhador e propor medidas de prevenção e controle de riscos. PERIGO E RISCO Não é de hoje que a relação entre o trabalho e a saúde vem sendo observada. Um fato importante nesse contexto vem da investigação feita pelo �lósofo grego Hipócrates, que, no século IV a. C., reconheceu a toxidade do chumbo nos mineiros. Quatro séculos depois, Plínio, em seu tratado De Historia Naturalis, descreveu as precárias condições de saúde de diversos locais de trabalho, principalmente em galerias de minas, onde os trabalhadores estavam expostos ao chumbo, ao mercúrio e às poeiras. Foi nesse contexto que Plínio, também chamado de Plinio, o Velho, fez uma descrição dos primeiros equipamentos de proteção respiratória, mencionando que os escravos utilizavam, sob a face, membranas de pele de bexiga de animais, com o intuito de diminuir a inalação das poeiras presentes nesses locais inóspitos (TIRELLI; RÖHM, 2022; CAMISASSA, 2022). Diversos pesquisadores, médicos e �lósofos �zeram relatos importantes sobre as exposições ocupacionais dos trabalhadores ao longo de séculos. Um marco importante, que não podemos deixar de lado, é o do médico italiano Bernardino Ramazzini, que publicou um livro chamado de De Morbis Artifcum Diatriba, traduzido como Doenças dos Trabalhadores. Nessa obra, Ramazzini retrata os riscos à saúde ocasionados por diversos produtos químicos, metais, poeira e inúmeros agentes presentes nos ambientes de trabalho, em diferentes ocupações. Devido à sua dedicação a saúde ocupacional, Ramazzini �cou conhecido como o pai da Medicina Ocupacional (CAMISASSA, 2022) Como nossos antepassados mostraram, a prática da prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais envolve uma série de observações do local de trabalho. A norma ISO 45001, que especi�ca os requisitos para a implementação de um Sistema de Gestão em Segurança e Saúde Ocupacional, em seu item 8.1.2, menciona que: A organização deve estabelecer, implementar e manter um processo para a eliminação de perigos e redução de riscos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO), utilizando a seguinte hierarquia de controles: a) eliminar os perigos; b) substituir por processos, operações, materiais ou equipamentos menos perigosos; c) uso de controles de engenharia e reorganização do trabalho; d) uso de controles administrativos, incluindo treinamento; e) uso de equipamentos de proteção individual adequados. — (ABNT, 2018, p. 21) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 3/44 Baseado na ISO 45001, conforme discorrido anteriormente, a Figura 1 mostra a hierarquia de controles. Figura 1 | Hierarquia de controle de riscos Fonte: ABNT (2018). Como vimos até o momento, a norma apresenta os termos perigo e risco, os quais possuem conceitos diferentes. O anexo I da NR-1 (BRASIL, 2020) apresenta diversos termos e de�nições importantes, dentre eles, os conceitos de perigo e risco, que são apresentados a seguir: Perigo ou fator de risco ocupacional/Perigo ou fonte de risco ocupacional: “fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde” (BRASIL, 2020a, p. 12). Tal fonte pode ser uma máquina ou um equipamento com as partes móveis expostas, uma atividade ou operação do trabalho, entre outras fontes (CAMISASSA, 2022). Risco ocupacional: “Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde” (BRASIL, 2020, p. 13). De forma resumida, podemos dizer que risco é um número e é a combinação das duas palavras em negrito, ou seja, uma multiplicação da probabilidade vezes a consequência. O Quadro 1 mostra a classi�cação dos principais agentes de risco ocupacionais que podem ocorrer, caso exista a combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição ou agente nocivo, separados em grupos, de acordo com a sua natureza e a padronização das cores correspondentes (BRASIL, 1994). Um agente só passa a ser um risco quando ele está em uma concentração, intensidade e tempo de exposição capaz de causar danos à saúde do trabalhador Uma das atribuições da CIPA é a avaliação qualitativa dos riscos presentes no local de trabalho, e uma forma de fazer isso é através da elaboração do mapa de riscos. O mapa de risco, que teve origem na Itália, nada mais é do que uma representação grá�ca que identi�ca, nos diferentes locais da empresa, os agentes físicos, químicos e biológicos, bem como situações que fomentam o risco de acidentes e fatores ergonômicos (CAMISASSA, 2022). 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 4/44 A elaboração do mapa de risco deve ser realizada com participação do maior número de trabalhadores. O Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), caso existir, poderá auxiliar nesta elaboração, conforme o que está disposto na NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (BRASIL, 2022). O mapa de risco deve ser revisado sempre que houver a introdução de um novo risco ou alteração de riscos já existentes.Quadro 1 | Classi�cação dos principais riscos ocupacionais GRUPO 1 VERDE GRUPO 2 VERMELHO GRUPO 3 MARROM GRUPO 4 AMARELO GRUPO 5 AZUL Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos Acidentes Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso Máquinas e equipamentos sem proteção Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de postura inadequada Ferramentas inadequadas ou defeituosas Radiações não ionizantes Neblinas Fungos Controle rígido de produtividades Iluminação inadequada Frio Gases Parasitas Exigências de ritmos excessivos Eletricidade Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou explosão Pressões anormais Substâncias, compostas ou produtos químicos em geral Jornadas de trabalho prolongadas Armazenamento inadequado 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 5/44 Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico Outras situações de risco que poderão contribuir para ocorrência de acidentes Fonte: Brasil (1994, [s. p.]). MAPEAMENTO DE RISCOS De acordo com a nova NR-1, em seu item 1.5.3.1, “a organização deve implementar, por estabelecimento o gerenciamento de riscos ocupacionais em suas atividades” (BRASIL, 2020, [s. p.]). O gerenciamento de riscos ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que, a critério da organização, pode ser implementado por unidade operacional, setor ou atividade. Em relação ao GRO, conforme detalhado no item 1.5.3.2 (BRASIL, 2020), a organização deve: a. Evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho. b. Identi�car os perigos e as possíveis lesões ou agravos à saúde. c. Avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco. d. Classi�car os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de medidas de prevenção. e. Implementar medidas de prevenção, de acordo com a classi�cação de risco e na ordem de prioridade estabelecida na alínea “g” do subitem 1.4.1 (implementar medidas de prevenção, ouvidos os trabalhadores, de acordo com a prioridade, eliminação dos fatores de risco, minimização e controle dos fatores, com adoção de medidas de proteção coletiva, minimização e controle para medidas administrativas e adoção de equipamentos de proteção individual (EPIs)). f. Acompanhar o controle de riscos ocupacionais. A seguir, é apresentada uma visão mais detalhada dos agentes de riscos apresentados no Quadro 1: Agente físico: este grupo representa as formas de energias e tem a cor verde. Segundo a NR-1, agentes físicos são “qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador” (BRASIL, 2020, [s. p.]). Agente químico: este grupo tem a cor vermelha e é representado, segundo a NR-1, por: “substância química, por si só ou em misturas, quer seja em seu estado natural, quer seja produzida, utilizada ou gerada no processo de trabalho, que, em função de sua natureza, concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador” (BRASIL, 2020, [s. p.]). 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 6/44 Agente biológico: este grupo leva a cor marrom e é composto de “microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador” (BRASIL, 2020, [s. p.]). Agente ergonômico: este grupo é representado pela cor amarela e trata dos fatores ergonômicos que podem trazer riscos à saúde e integridade física dos trabalhadores. A ergonomia, palavra que vem do grego ergos (trabalho) e nomos (normas, leis, regras), refere-se à organização do trabalho e seu estudo possibilita a adaptação do trabalho ao homem (CAMISASSA, 2022). A NR-17, que trata da ergonomia, estabelece “as diretrizes e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psico�siológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho e�ciente no trabalho” (BRASIL, 2021, [s. p.]). As condições de trabalho, segundo o item 17.1.1.1 da NR-17, incluem “aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário dos postos de trabalho, ao trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais, às condições de conforto no ambiente de trabalho e à própria organização do trabalho” (BRASIL, 2021, [s. p.]). Segundo Barbosa Filho (2019), uma forma de sinalizar os agentes de riscos presentes no ambiente de trabalho é o mapa de risco. Mais do que indicar a localização, a natureza e a intensidade de um risco em uma planta baixa no local de trabalho, o mapeamento de riscos tem o objetivo de fornecer as medidas de prevenção e proteção necessárias, além de orientar quanto ao comportamento a ser adotado ao transitar pelas áreas sinalizadas ou quanto à execução das tarefas naquele ambiente. O mapa de risco é elaborado sob uma planta baixa do local de trabalho. Cada local indicará, por meio de círculos: • O grupo a que pertence o risco, com suas respectivas cores, conforme o Quadro 1. • O número de trabalhadores expostos ao risco dentro ou perto do círculo. • A especi�cação do agente de risco presente deve ser colocada dentro ou próximo ao círculo. Exemplo: químico – sílica, ácido sulfúrico ou ergonômico – levantamento de peso, repetitividade. • A intensidade do risco que será proporcional ao tamanho dos círculos. Sobre a intensidade do risco, o Quadro 2 mostra os círculos de tamanhos diferentes, de acordo com a gravidade do agente de risco presente no local de trabalho. Quadro 2 | Gravidade dos riscos Símbolo Proporção Tipos de riscos 4 Grande 2 Médio 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 7/44 2 Pequeno Fonte: Barbosa Filho (2019, p.217). A Figura 2 apresenta um exemplo de mapa de risco. Figura 2 | Exemplo de mapa de riscos Fonte: SESI/SEBRAE (200, p. 32). MAPEAMENTO DE RISCOS O mapeamento de riscos é uma forma de gerenciamento de riscos, sendo um processo em que a CIPA, ao ouvir os trabalhadores envolvidos nas atividades laborais, levanta qualitativamente os agentes de risco que lhes causem desconforto, mal-estar, irritação, en�m, tudo que pode in�uenciar negativamente a relação do colaborador da empresa com o ambiente laboral. Veremos um exemplo de identi�cação de riscos em um local de trabalho e elaboraremos o mapa de riscos a partir da planta baixa do local de trabalho. Para mapear os riscos presentes nos diferentes locais da empresa, a CIPA deve conhecer o processo de trabalho no local analisado, bem como o número de trabalhadores envolvidos, sexo, jornada de trabalho, instrumentos e ferramentas utilizadas, materiais de trabalho, atividades envolvidas, treinamentos realizados e condições ambientais do local. Com isso, é possível identi�car os agentes de risco existentes no local analisado, conforme a classi�cação apresentada no Quadro 1. A Figura 3 apresenta um mapa de riscos de uma empresa, mostrando os locais e equipamentos presentes. A máquina de corte, sinalizada pelo número 4, apresenta os seguintes agentes de risco: acidentes (azul), ergonômico (amarelo) e físico (verde). Além de mostrar os riscos, a �guratambém traz uma correlação entre 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 8/44 Imprimir perigo e risco da atividade analisada. Dessa forma, é possível fazer uma correlação entre a atividade a ser realizada pelo emprego, tomando conhecimento dos perigos dela. Assim, é possível diminuir a probabilidade de ocorrência de possíveis riscos associados em função da hierarquia de controles apresentada na Figura 1. O mapeamento de riscos da Figura 3 traz, portanto, um alinhamento entre a NR-5, que preconiza a elaboração do mapa de riscos propriamente dito, e a NR-1, que relaciona perigo e risco. Para completar o mapa de risco da Figura 3, é necessário levantar os perigos nas demais áreas da empresa, o número de empregados envolvidos em cada atividade e a intensidade dos agentes de risco, trazendo círculos com diferentes tamanhos, como foi apresentado na Figura 2. Figura 3 | Exemplo de um mapa de riscos Fonte: Pereira (2022, [s. p.]). VÍDEO RESUMO Neste vídeo, você verá os principais aspectos sobre o gerenciamento de riscos ocupacionais, sob a ótica da NR-1 e da ISO 45001. Serão apresentadas, de maneira prática, as diferenças entre perigo e risco, a hierarquia de controles e os agentes de riscos de�nidos pela legislação brasileira. Para �nalizar, o vídeo também mostrará a elaboração de um mapa de riscos de um local de trabalho, especi�cando os tipos de agentes de riscos presentes, bem como a intensidade deles. Não perca! Saiba mais 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDescri… 9/44 A NR-1 traz as disposições gerais e o gerenciamento de riscos ocupacionais. Conforme a norma, cabe à organização implementar, por estabelecimento, o gerenciamento de riscos ocupacionais e suas atividades. Esse gerenciamento deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), o qual deve apresentar um inventário de riscos e um plano de ação. O inventário de riscos ocupacionais deve conter a identi�cação dos perigos e das avaliações dos riscos ocupacionais presentes nos locais de trabalho. Junto à NR-1, temos a NR-9, que trata da avaliação e do controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. O artigo proposto por Tirelli et al. traz um overview sobre o gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO), o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), abrangendo também a ISO 45001, que apresenta um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional. Acesse o artigo Gerenciamento de riscos ocupacionais: uma nova proposta de segurança do trabalho para conhecer mais profundamente este tema fundamental para seus estudos. Veja também uma síntese sobre Mapa de riscos ambientais. INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, você conhecerá a lei de proteção previdenciária, a Lei nº 8.213/91, e suas principais de�nições sobre acidente do trabalho, doenças ocupacionais, bem como as obrigações e os deveres da empresa quanto a manter a integridade física do trabalhador frente às atividades laborais. Além disso, esta aula tem o intuito de esclarecer as responsabilidades civil e penal dos envolvidos em um acidente de trabalho. Em caso de acidente, quais providências devem ser tomadas, em relação à comunicação do acidente, ao isolamento do local etc. Desde já desejo ótimos estudos nesta importante jornada rumo à prevenção! ACIDENTES DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS Aula 2 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (SST) Nesta aula, você conhecerá a lei de proteção previdenciária, a Lei nº 8.213/91, e suas principais de�nições sobre acidente do trabalho, doenças ocupacionais. 40 minutos https://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/319/288 https://view.genial.ly/5d49d3754559ac0f936afb77 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 10/44 Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, no período entre 2012 e 2021, foram registrados cerca de 6,2 milhões de acidentes de trabalho no Brasil e noti�cados, aproximadamente, 23 mil acidentes com mortes. Em termos de benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foram gastos quase 121 bilhões com despesas acidentárias (BRASIL, 2020). O conceito legal de acidente de trabalho consta no art. 19 da Lei nº 8.213/1991: O conceito de acidente de trabalho apresentado no art. 19 identi�ca o acidente típico como aquele sofrido “pelo segurado a serviço da empresa ou de empregador doméstico”, ou pelo segurado especial (LAZZARI; CASTRO, 2021). Ainda conforme o art. 19 da Lei nº 8213/1991, do §1º ao §4º: As repercussões que ocorrem quando há um acidente do trabalho podem ser nos âmbitos penal, civil, previdenciário e trabalhista. Sob a esfera civil, estão as indenizações por danos materiais ou morais que as empresas são condenadas a pagar ao trabalhador. Já na esfera penal, o acidente pode desencadear a responsabilização da empresa, caso �car comprovado o dolo (quando �car comprovado o dano ou a empresa assumir o risco de produzi-lo) ou a culpa (a causa do acidente foi por imprudência, negligência ou imperícia). Portanto, caso haja dolo ou culpa comprovados, pode levar à condenação dos responsáveis na empresa, ou Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa (...), provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. — (BRASIL, 1991, [s. p.]) §1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. §2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. §3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. §4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social �scalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o �el cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores (...). — (BRASIL, 1991, [s. p.]) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 11/44 em caso de acidentes mais graves, pode ocorrer a paralisação total de uma empresa. Sob a esfera da responsabilidade previdenciária, como repercussão podemos citar o aumento do seguro de acidente de trabalho e, já no âmbito trabalhista, a estabilidade do acidentado, rescisão indireta do contrato de trabalho etc. (REVISTA PROTEÇÃO, 2008). Além do acidente típico, o art. 20 da Lei nº 8.213/1991 considera acidente do trabalho a doença pro�ssional e a doença do trabalho: A segurança e a saúde do trabalho envolvem o reconhecimento, a avaliação e o controle de riscos ocupacionais no local de trabalho, sem contar os fatores humanos envolvidos no ambiente laboral. Com isso, o objetivo da segurança do trabalho é evitar acidentes e danos, principalmente, no que concerne à saúde do trabalhador. Sendo assim, a segurança do trabalho tem como objetivo eliminar os agentes de riscos presentes no local de trabalho. Caso não seja possível eliminar esses agentes, a segurança do trabalho tem a missão de atenuar os agentes de riscos, através dos recursos tecnológicos disponíveis, treinamentos e busca pela conscientização dos trabalhadores frente às condições perigosas e seus riscos associados. CARACTERIZAÇÃODO ACIDENTE DE TRABALHO Um acidente do trabalho é caracterizado quando estão presentes três requisitos: o evento que causou o acidente, as sequelas incapacitantes ou a morte e o fato que o evento que causou a lesão tenha sido ocasionado durante a atividade laboral (nexo causal). Esses três requisitos estão listados no Quadro 1. I — doença pro�ssional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II — doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. §1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. — (BRASIL, 1991, [s. p.]) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 12/44 Quadro 1 | Requisitos para caracterização do acidente de trabalho Requisitos Infortúnio Evento danoso Consequência Sequelas incapacitantes ou morte Nexo causal Evento lesivo ocorrido durante a prestação do labor Fonte: Santos (2022, p.375). As doenças ocupacionais são aquelas de�agradas em consequência da atividade laborativa desempenhada pelo trabalhador, ou seja, são as que resultam de constante exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, ou mesmo do uso inadequado dos novos recursos tecnológicos, como os da informática. E, como já sabemos, conforme o art. 20 da Lei nº 8.213/1991, dividem-se em doenças pro�ssionais e do trabalho (LAZZARI; CASTRO, 2021). Para que o trabalhador, vítima de doença de natureza ocupacional, possa ter direito às indenizações suportadas pela empresa, é fundamental aferir a presença de pressupostos da responsabilidade civil, como o dano, o nexo causal e a culpa patronal, ou ainda, o exercício de atividade considerada de risco acentuado. O dano será constatado quando for comprovado que a doença foi a responsável pela incapacidade total ou parcial para o trabalho, mesmo que temporariamente, como previsto nos artigos 949 e 950 do Código Civil. A culpa �cará caracterizada quando a conduta do empregado, causadora do adoecimento, for imprudente ou negligente, ou ainda, que a empresa tenha deixado de adotar os procedimentos de higiene e segurança. A indenização também é possível quando a atividade laboral, por sua natureza, implicar riscos para a segurança e a saúde do trabalhador. Já o nexo causal é o vínculo de causa e efeito que liga a execução das atividades e o aparecimento da enfermidade no trabalhador (OLIVEIRA, 2013). O Manual de Procedimentos para as Doenças Relacionadas ao Trabalho, elaborado pelo Ministério da Saúde, indica três categorias da relação trabalho e saúde, como apresentado no Quadro 2: I – Trabalho como causa necessária, II – Trabalho como fator contributivo, mas não necessário e III – Trabalho como provocador de um distúrbio latente ou agravador da doença já estabelecida (OLIVEIRA, 2013). Quadro 2 | Classi�cação das doenças segundo sua relação com o trabalho Categoria Exemplos I – Trabalho como causa necessária. Intoxicação por chumbo; Silicose; Doenças pro�ssionais legalmente reconhecidas. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 13/44 II – Trabalho como fator contributivo, mas não necessário. Doença coronária; Doenças do aparelho locomotor; Câncer; Varizes dos membros inferiores. III – Trabalho como provocador de um distúrbio latente ou agravador de doença já estabelecida. Bronquite crônica; Dermatite de contato alérgica; Asma; Doenças mentais. Fonte: Oliveira (2013, [s. p.]). Ainda sobre o nexo causal, a lei acidentária, como previsto nos artigos 19 e 21 da Lei nº 8.213/1991, caracteriza o nexo causal do acidente com o trabalho em três modalidades: causalidade direta, concausalidade e causalidade indireta. Na causalidade direta, o nexo �ca caracterizado quando o acidente ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. Observa-se uma vinculação imediata entre a execução das tarefas e o acidente ou a doença que acometeu o trabalhador. O acidente típico e a doença ocupacional estão enquadrados nessa modalidade de nexo causal. Nas hipóteses das concausas, o acidente também continua ligado ao trabalho, entretanto ocorre por múltiplos fatores, conjugando causas relacionadas ao trabalho com outras extralaborais. E para �nalizar, na causalidade indireta, o fato que provocou o acidente não está ligado à execução do serviço num sentido estrito, de modo que não há por parte do empregador fatos que contribuam para o acidente, não há omissões e nenhuma relação de causa e efeito. Podem ser enquadrados nessa categoria: a agressão praticada por terceiros contra o empregado no local de trabalho, os acidentes decorrentes de desabamento, incêndio, casos fortuitos ou de força maior, os acidentes de trajeto, e, que há o deslocamento do empregado da resistência para o trabalho, e vice-versa etc. (OLIVEIRA, 2013). AÇÕES EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO Segundo Lazzari (2021), o acidente de trabalho típico é um acontecimento, em geral, súbito, violento e fortuito, vinculado ao serviço prestado pela vítima à empresa, ocasionando lesão corporal. São, dessa forma, características do acidente de trabalho típico: a exterioridade da causa do acidente, a violência, a ocorrência de um evento súbito e a relação com a atividade laboral. Quando dizemos que o acidente do trabalho decorre de um evento causado por agente externo, signi�ca que o mal que atinge o indivíduo não lhe é congênito nem se trata de enfermidade preexistente. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 14/44 O acidente é um fato violento, pois viola a integridade do indivíduo. É da violência do evento que resulta a lesão corporal ou a perturbação funcional que torna o indivíduo incapaz, provisória ou de�nitivamente, ou lhe causa a morte. Ele decorre de um evento súbito, sendo que o fato causador do infortúnio é abrupto, ocorre durante curto lapso de tempo, embora seus efeitos possam acontecer tempos depois (sequelas). E, por último, a caracterização do acidente do trabalho impõe que tenha ele sido causado pelo exercício de atividade laborativa. Logo, exclui-se o acidente ocorrido fora do âmbito dos deveres e das obrigações decorrentes do trabalho. Não é necessário, nesse contexto, que o fato tenha ocorrido no ambiente de trabalho, mas tão somente em decorrência do trabalho. Portanto, conclui-se que os acidentes de trajeto e os sofridos em trabalhos externos também devem ser considerados integrantes do conceito. Entre as consequências dos acidentes e doenças ocupacionais estão a mudança psicossocial do funcionário, o abalo à imagem da empresa, o aumento do passivo trabalhista, os custos com assistência médica e a carga tributária. O padrão de vida dos familiares, muitas vezes, é afetado drasticamente pela falta de ganhos mensais, a ruptura de uma rotina diária, que pode in�uenciar até mesmo na relação entre os membros da família. Já as empresas perdem em mão de obra, produção, além da elevação dos custos operacionais. A sociedade também paga pelocrescente número de inválidos e dependentes da Previdência Social (REVISTA PROTEÇÃO, 2010). Quando ocorre um acidente do trabalho, a primeira ação é o socorro. A empresa deve ter um sistema BRAT (Busca, Resgate, Atendimento – Primeiros Socorros e Transporte da(s) vítima (s)) que funcione de maneira e�caz. Em caso de morte, o procedimento é chamar a polícia e o IML (REVISTA PROTEÇÃO, 2010). A noti�cação do acidente de trabalho é um ato de responsabilidade social, além de ser uma exigência da Lei nº 8.213/1991. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) pode ser feita pela empresa, pelo próprio acidentado, por seus dependentes, pela entidade sindical, pelo médico assistente ou por qualquer autoridade pública. A emissão é obrigatória para que o trabalhador (segurado) possa receber o benefício a que tem direito. O prazo para que o formulário seja preenchido é até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, independentemente do afastamento ou não, é obrigatória a emissão da CAT por parte do empregador, sob pena de multa. Para os casos fatais, a emissão da CAT deve ser imediata (REVISTA PROTEÇÃO, 2010). A preservação do local do acidente também é um fato a ser considerado com vigor, já que a cena do acidente pode contribuir para esclarecimentos posteriores para se averiguar a causa. O acidente de trabalho manifesta a de�ciência de planejamento, organização, liderança e controle de uma empresa. A NR-4, que trata dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), tem o objetivo de promover a saúde e a integridade do trabalhador no local de trabalho. Se o SESMT estabelece e avalia os procedimentos adotados pela empresa no campo da saúde e segurança do trabalho, é natural que seus integrantes respondam quando, por culpa ou dolo, dão causa a um acidente do trabalho, por ação ou omissão. Já a CIPA (NR-5) tem por objetivos observar e relatar as condições perigosas nos ambientes de trabalho, além de solicitar as medidas para eliminar ou reduzir essas condições nocivas ao trabalhador. Os integrantes da CIPA também podem responder pela ocorrência de acidentes ou doenças do trabalho (REVISTA PROTEÇÃO, 2010). O Quadro 3 traz um resumo dos procedimentos em caso de acidente do trabalho. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 15/44 Quadro 3 | Resumo de procedimentos básicos em caso de acidente de trabalho 1) O ACIDENTE 2) ISOLAMENTO DO LOCAL Acionar socorro, seja médico da empresa, ou unidades, como o SAMU, para o atendimento imediato ao acidentado. Assegurar rápido descolamento a partir de saídas de emergência ou outros locais previamente designados. Transporte para alguma unidade de saúde de forma segura e supervisionada. Em caso de morte, acionar órgãos competentes, como polícia e assessoria jurídica da empresa, que solicitarão perícia. Técnicos orientam para que seja mantido o cenário onde aconteceu o acidente, sem alterações, para que a investigação posterior não seja prejudicada. Se ocorrer óbito, a Perícia do Instituto Médico Legal deve ser acompanhada por pessoas da empresa. Se a morte for constatada no local do acidente, a área deve ser isolada e, preferencialmente, com a presença de componentes da CIPA, SESMT, além da Segurança Patrimonial. Máquinas, equipamentos ou veículo não deverão ser removidos. Se possível, o fato deverá ser documentado com fotogra�a ou �lmagem para análise. 3) COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA 4) NOTIFICAÇÃO/CAT Mobilizar sistema de segurança da empresa, CIPA, SESMT e demais responsáveis pela prevenção de acidentes. Comunicar a equipe de trabalho sobre o ocorrido. Comunicar sobre a situação do colega, vítima do acidente de trabalho. Estabelecer contato com familiares e responsáveis pelo acidentado. Quem se encarrega disto é o setor de RH ou a assessoria jurídica da empresa. Se a morte ou o acidente acontecer com o trabalhador terceirizado, o procedimento deverá ser o mesmo, no entanto a empresa contratada deverá ser comunicada de imediato. É prudente que um funcionário seja previamente preparado para prestar informações à empresa, mediante entrevistas marcadas, e sempre após a apuração do ocorrido. Providenciar preenchimento da documentação necessária, conforme prevê o art. 22 da Lei nº 8231/91, para encaminhamento do acidentado e seus direitos. A CAT pode ser feita pela empresa, pelo próprio acidentado, por seus dependentes, pela entidade sindical competente, pelo médico assistente ou por qualquer autoridade pública. O preenchimento da CAT deve ocorrer em quatro vias destinadas, inicialmente, ao INSS, à empresa, ao segurado ou dependente e ao sindicato de classe do trabalhador. A entrega das vias da CAT compete ao eminente dela, cabendo a este comunicar ao segurado ou dependentes em qual Posto do Seguro Social ela foi registrada. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 16/44 5) ANÁLISE Análise do acidente e o entendimento da ocorrência, que são as atribuições da CIPA, que deve participar junto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador. Identi�cação do sistema que a empresa tem adotado na tentativa de garantir a segurança e a higiene do ambiente laboral, avaliando se ele é adequado. O inventário de riscos e plano de ação devem ser implementados, segundo a NR-1. O Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) deve priorizar prazos para exames previstos, além de se atentar para a saúde do trabalhador. 6) INVESTIGAÇÃO Relatório de investigação elaborado pela CIPA deve conter todos os dados importantes relacionados ao acidente do trabalho para permitir a adoção de medidas corretivas e/ou preventivas. A che�a imediata do acidentado deverá participar deste processo. Fonte: Revista Proteção (2010, [s. p.]). VÍDEO RESUMO Neste vídeo, você os principais aspectos sobre a Lei n° 8231/91, como as de�nições de acidente de trabalho e doenças ocupacionais, além dos deveres e da responsabilidade da empresa quanto a assegurar a proteção do trabalhador. A diferença entre segurança do trabalho e higiene ocupacional será apresentada com exemplos práticos. Por �m, será mostrada uma de�nição clara entre a responsabilidade civil e penal decorrente do acidente do trabalho. Saiba mais O artigo RESPONSABILIDADE CRIMINAL NO ACIDENTE DE TRABALHO tem por objetivo discorrer sobre a responsabilidade penal dos envolvidos em um acidente do trabalho. O não agir dos responsáveis, muitas vezes, representa uma omissão imprópria, penalmente relevante dentro do direito criminal. Neste artigo, questiona-se como pode se dar a responsabilização criminal em acidente de trabalho e como é possível identi�car o verdadeiro responsável pelo acidente. Leia o artigo para conhecer mais profundamente este tema fundamental para seus estudos. Aula 3 https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rdtps/article/view/12223 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 17/44 INTRODUÇÃO Caro estudante! Nesta aula, vamos falar sobre a prevenção de acidentes de forma prática. Vamos conhecer as diferenças entre as de�nições de acidente do trabalho, do ponto de vista legal (Lei 8213/91), e a de�nição prevencionista. Com base na prevenção, serão apresentados os requisitos para um gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO), conforme a NR-01, começando com um levantamento preliminar de perigos (ou de riscos), identi�cação de riscos e avaliação de riscos ocupacionais. A técnica de avaliaçãode riscos apresentada será a Análise Preliminar de Riscos (APR), dentro da qual faremos a classi�cação de riscos, através do levantamento da probabilidade e severidade (consequência). PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO A Lei 8213/91 de�ne acidente do trabalho como aquele decorrente do “exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho”. Essa é de�nição legal, que foi construída para servir de base ao sistema previdenciário, ou seja, tem como foco o trabalhador e os benefícios a que tem direito. Vemos, portanto, que essa de�nição tem como foco muito mais o acidentado, não abordando os aspectos da prevenção do acidente de trabalho (MATTOS, 2019). É fundamental, além de considerar a de�nição legal, trazer um conceito que permita observar o acidente do trabalho sob o ponto de vista da prevenção, com um olhar sobre os eventos que o desencadearam. Assim, o acidente do trabalho, sob a visão prevencionista, é “um evento não programado, inesperado ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais” (RUPPENTHAL, 2013). Fazendo uma comparação com as duas de�nições de acidente do trabalho, vemos que a diferença entre esses conceitos é que, sob o aspecto legal, fala-se do acidente levando-se em conta a lesão física ou doença ocupacional, enquanto no conceito prevencionista, além da lesão física, são considerados a perda de tempo e de materiais. Segundo a NR-01, os riscos devem ser evitados, identi�cados, avaliados e classi�cados. Após essa classi�cação, segundo o item 1.4.1 da NR-01 (BRASIL, 2022a), deverão ser implementadas medidas de prevenção de acordo com a seguinte prioridade: “eliminação dos fatores de risco, minimização e controle dos PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO Nesta aula, vamos falar sobre a prevenção de acidentes de forma prática. Vamos conhecer as diferenças entre as de�nições de acidente do trabalho, do ponto de vista legal (Lei 8213/91). 42 minutos 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 18/44 fatores de risco, adoção de medidas de proteção coletiva, controle dos fatores de risco, medidas administrativas e medidas de proteção individual”. O Programa de Gerenciamento de riscos (PGR), de acordo com o item 1.5.7.1 da NR-1 (BRASIL, 2022a), deverá conter, no mínimo, o Inventário de Riscos e um Plano de Ação. Nesse plano, devem ser indicadas as medidas de prevenção a serem introduzidas, aprimoradas ou mantidas, de�nindo seu cronograma, forma de acompanhamento e aferição dos resultados. O desempenho das soluções deve contemplar a veri�cação da execução das condições ambientais e exposições a agentes nocivos, caso existam. Em resumo, para o PGR, devemos identi�car o risco, avaliá-lo, fazer uma avaliação preliminar, eliminar o risco, quando possível, ou implementar medidas de controle. Vale lembrar que uma avaliação mais aprofundada frente aos riscos pode ser feita em outras normas especí�cas, como a NR-35 (Trabalho em Altura) e NR-10 (Eletricidade), por exemplo. Para evitar riscos e fazer a identi�cação dos perigos, como preconiza o PGR, é necessário atuar na antecipação dos riscos, seja na aquisição de uma máquina menos ruidosa ou uma ferramenta mais adequada à atividade ou substituição de um produto ou processo (BRASIL, 2022a). Vale ressaltar aqui os itens da NR-01, que falam do levantamento preliminar de riscos, da identi�cação de perigos e da avaliação de riscos ocupacionais, como segue: • Levantamento preliminar de perigos (ou de riscos) - Item 1.5.4.2 da NR-01: • Identi�cação de perigos - Item 1.5.4.3 da NR-01: O levantamento preliminar de perigos deve ser realizado: a) antes do início do funcionamento do estabelecimento ou novas instalações; b) para atividades existentes; e c) nas mudanças e introdução de novos processos ou atividades de trabalho. — (BRASIL, 2022a) A etapa de identi�cação de perigos deve incluir: a) descrição dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; b) identi�cação das fontes ou circunstâncias; e c) indicação do grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos. — (BRASIL, 2022a) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 19/44 • Avaliação de riscos ocupacionais – item 1.5.4.4 da NR-01: Para a identi�cação dos perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde, podemos utilizar uma série de ferramentas de análise de riscos, como por exemplo: APR (Análise Preliminar de Risco), APT (Análise Preliminar da Tarefa), HAZOP (Hazard and Operability Study), FMEA (Failure Mode and E�ect Analysis), dentre outras. Sobre a identi�cação de perigos, o item 6.1.2 da Norma ISO 45001 torna claro como a organização deve estabelecer, implementar e manter um processo para identi�cação de perigo, de modo proativo e contínuo. Segundo a norma (ABNT, 2018), os processos devem levar em consideração, mas não se limitar a: A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos perigos identi�cados em seu (s) estabelecimentos (s), de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção; Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência A organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância em avaliação. — (BRASIL, 2022a) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 20/44 AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS Para a avaliação dos riscos, são calculados os níveis de riscos identi�cados por uma equipe técnica especializada, a partir de critérios de probabilidade e impacto, segundo a NR-01 (BRASIL, 2022a). Dentro da avaliação de riscos, a NR-01, menciona ainda sobre o levantamento da probabilidade e severidade (impacto): a) como o trabalho é organizado, fatores sociais (carga de trabalho, horário de trabalho, vitimização, assédio, bullying), liderança e cultura da organização; b) atividades e situações de rotina e não rotineiras, incluindo perigos decorrentes (infraestrutura, equipamentos, substâncias, local de trabalho, manutenção, projetos, produção e outros); c) incidentes anteriores; d) potenciais situações de emergências; e) pessoas (trabalhadores, contratados, visitantes e outras) e trabalhadores em um local que não esteja sob controle direto da organização; f) outras questões como projeto das áreas de trabalho, processos, instalações, maquinário, situações que ocorram nas proximidades do local de trabalho (sob controle ou não da organização); g) mudanças reais ou propostas na organização, operações, processos, atividades e sistemas de gestão; h) mudanças no conhecimento de, e informações sobre, perigos. — (ABNT, 2018) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 21/44 Finalmente, segundo a mesma NR-01, ainda sobre a avaliação de riscos ocupacionais: Nesse último item, vemos a classi�cação do nível de risco, obtendo, assim, o nível de risco, que é função da probabilidade (P) vezes a severidade/consequência (S). Dentre as técnicas de avaliação de riscos citadasserá apresentada aqui a técnica da Análise Preliminar de Riscos (APR). Segundo Ruppenthal (2013), é uma técnica de análise de riscos bem simples de ser adotada. Seu foco está na prevenção, de forma a antecipar a fase de criação de um novo sistema ou processo, antecipando os possíveis riscos presentes na fase operacional. Utilizando-se uma APR, obtêm-se uma listagem de riscos com medidas de controle de risco, de forma a identi�car e avaliar de forma preliminar os riscos presentes em uma instalação. Para cada risco analisado, o objetivo é determinar (RUPPENTHAL, 2013): • Eventos acidentais associados ao risco. • Consequências da ocorrência dos eventos associados. • Causas básicas e eventos intermediários. A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados. A gradação da probabilidade de ocorrência das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta: a) os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras; b) as medidas de prevenção implementadas; c) as exigências da atividade de trabalho (e comparação com a capacidade dos trabalhadores); e d) a comparação do per�l de exposição ocupacional com valores de referência estabelecidos na NR-09. — (BRASIL, 2022a) Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser classi�cados, observando o subitem 1.4.4.2 (nível de risco – P x S), para �ns de identi�car as necessidades de adoção de medidas de prevenção e elaboração do plano de ação. — (BRASIL, 2022a) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 22/44 • Modos de prevenção. • Proteção e controle. Um exemplo de aplicação da metodologia APR pode ser visualizado no Quadro 1: Quadro 1 | Modelo de planilha APR Risco Causa Efeito Categoria de severidade Medidas preventivas ou corretivas Acidente com veículo Inabilidade. Falta de atenção. Veículo sem manutenção. Lesão Fratura Morte IV (Quadro 2) Incentivo para reduzir acidentes com veículos. Manutenção preventiva. Treinamentos. Fonte: adaptado de Ruppenthal (2013). Quadro 2 | Categoria de Severidade – efeitos da planilha APR IV – Catastró�ca Morte, incapacidade permanente total do equipamento/instalações, danos graves ao meio ambiente (não recuperável), perda �nanceira elevada, dados elevados à imagem da empresa. III – Crítica Lesões graves com incapacidade parcial grave, perda parcial do equipamento, danos sérios às instalações, grandes perdas �nanceiras, danos sérios ao meio ambiente. II – Marginal Lesões com incapacidade parcial leve, danos leves aos equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente facilmente recuperável, perdas �nanceiras indiretas e pequenas. I – Desprezível Lesões leves (tratamento médico) e retorno ao trabalho), danos leves aos equipamentos, não prejudicial ao meio ambiente. Fonte: adaptado de Ruppenthal (2013). 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 23/44 Para a avaliação dos riscos, são calculados os níveis dos riscos identi�cados a partir de critérios de probabilidade e impacto. Para cada risco, será necessário indicar “o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da severidade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência” (BRASIL, 2022a). A gradação da severidade é descrita pela NR-01: “a gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados. Já a magnitude, “deve levar em conta as consequências de ocorrência de acidentes” (item 1.5.4.4.3.1, NR-1) (BRASIL, 2022a). As tabelas a seguir trazem as medidas de probabilidade e impacto, respectivamente. Na Tabela 1, é apresentada a descrição da probabilidade da ocorrência. Tabela 1 | Descrição da probabilidade da ocorrência Impacto Descrição da probabilidade da ocorrência Peso Muito Baixa Improvável. Em situações excepcionais, o evento poderá até ocorrer, mas nada nas circunstâncias indica essa possibilidade. Não existe relato de ocorrência na organização, podendo considerar que o evento não ocorrerá ou é altamente improvável que irá ocorrer nos próximos 20 anos. 1 Baixa Rara. De forma inesperada ou casual, o evento poderá ocorrer, pois as circunstâncias pouco indicam essa possiblidade. Mas é possível que ocorra durante a vida útil da organização ou já existe um relato de ocorrência. 2 Média Possível. De alguma forma o evento poderá ocorrer, pois as circunstâncias indicam moderadamente essa possibilidade ou o evento já ocorreu mais de uma vez durante a vida da organização ou poderia acontecer entre 5 e 10 anos. 5 Alta Provável. De forma até esperada, o evento poderá ocorrer, pois as circunstâncias indicam fortemente essa possibilidade ou o evento já ocorreu mais de duas vezes durante a vida da organização ou é provável que volte a ocorrer em até 5 anos. 8 Muito Alta Praticamente certa. De forma inequívoca, o evento ocorrerá, as circunstâncias indicam claramente essa possibilidade ou o evento ocorreu nos últimos 12 meses ou é provável que possa ocorrer em até 1 ano. 10 Fonte: adaptada de Brasil (2022b). Para o levantamento do impacto (severidade), é apresentada a Tabela 2, que descreve o impacto nos objetivos (severidade), caso o evento ocorra. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 24/44 Tabela 2 | Descrição dos impactos nos objetivos (severidade) Impacto Descrição do impacto nos objetivos, caso o evento ocorra Peso Muito Baixa Mínimo impacto nos objetivos (estratégicos, operacionais, de informação/comunicação/divulgação ou de conformidade). Nenhum ou desprezível efeito à saúde. Ex.: Pequenas lesões com simples atendimento médico e sem afastamento. Exposição leva ao desconforto. 1 Baixa Pequeno impacto nos objetivos (estratégicos, operacionais, de informação/comunicação/divulgação ou de conformidade). Pode prejudicar a integridade física e/ou à saúde, provocando lesão que implique em incapacidade temporária por prazo de 01 a 15 (quinze) dias. Ex.: A ocorrência pode resultar em lesões leves que podem ser tratadas em curto espaço de tempo. 2 Média Moderado impacto nos objetivos (estratégicos, operacionais, de informação/comunicação/divulgação ou de conformidade) porém recuperável. Pode prejudicar a integridade física e/ou à saúde, provocando lesão grave ou implique em incapacidade temporária por prazo superior a 15 (quinze) dias. Ex.: Se a ocorrência resultar em lacerações, queimaduras de 1° grau, fraturas menores, perdas de pequenas partes do corpo tais como polpa do dedo, unha, dermatites, doenças ou lesões com potencial de desabilidades por curto período e sem redução da capacidade permanente para o trabalho. 5 Alta Signi�cativo impacto nos objetivos (estratégicos, operacionais, de informação/comunicação/divulgação ou de conformidade) de difícil reversão. Pode prejudicar a integridade física e/ou à saúde, provocando lesão ou sequela permanentes de até 12 pessoas. Ex.: Se houver potencial para decorrer amputações de membros tais como braços, pernas, fraturas múltiplas, queimaduras generalizadas de segundo e terceiro grau, perda auditiva, cegueira, doenças ou lesões agudas provocadas por exposição curta ou temporária a agente externo. 8 Muito Alta Catastró�co impacto nos objetivos (estratégicos, operacionais, de informação/comunicação/divulgação ou de conformidade) de forma irreversível. Pode levara óbito imediato ou que venha a ocorrer posteriormente. Ex. Múltiplos casos de invalidez permanente (superior a 2 pessoas). 10 Fonte: adaptada de Brasil (2022b). A multiplicação entre os valores de probabilidade (Tabela 1) e impacto/severidade (Tabela 2) de�ne o nível do risco inerente, ou seja, o nível do risco sem considerar quaisquer controles que reduzam ou possam reduzir a probabilidade da sua ocorrência ou do seu impacto (BRASIL, 2022a). Essa Classi�cação de Risco, preconizada 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 25/44 no item 1.5.4.4.2 da NR-1, é apresentada na Tabela 3. Dessa forma, temos: RI = NP x NI RI = nível do risco inerente NP = nível de probabilidade do risco NI = nível de impacto do risco ou severidade A partir do resultado do cálculo, o risco pode ser classi�cado nas seguintes faixas: Tabela 3 | Classi�cação do Risco Classi�cação Faixa Risco Baixo – RB 0 – 9,99 Risco Médio – RM 10 – 39,99 Risco Alto – RA 40 – 79,99 Risco Extremo – RE 80 – 100 Fonte: Brasil (2022b). A matriz de riscos apresentada no Quadro 3, representa os possíveis resultados da combinação das escalas de probabilidade e impacto. Quadro 3 – Matriz de Riscos Fonte: adaptado de Brasil (2020). 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 26/44 Podemos combinar a técnica de análise de riscos, como a APR, por exemplo, e classi�car os riscos utilizando a gradação de risco apresentada até o momento, levantando a probabilidade e a consequência do risco. Isso permitirá priorizar as medidas de prevenção com base na classi�cação de riscos adotada. ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES O Quadro 4 apresenta uma aplicação da técnica APR em uma atividade de corte de vergalhões de aço. Quadro 4 | Corte de vergalhões de aço Risco Causa Efeito Categoria de severidade Medidas preventivas ou corretivas Choque Instalações precárias (desencapada). Falta de aterramento. Excesso de umidade. Falha na operação. Equipamento dani�cado. Lesão ou morte. IV Fazer aterramento. Proteger as instalações e os cabos. Usar EPI. Manutenção dos equipamentos regularmente. Treinamento. Ruído Falta de manutenção, isolamento inadequado. Surdez temporária ou de�nitiva. III Usar EPI. Manutenção dos equipamentos regularmente. Diminuir o tempo de exposição. Trocar por equipamento moderno. Fagulhas Contato do disco com o vergalhão. Queimaduras. Contato com os olhos. III Usar de EPI e EPC. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 27/44 Contato com o ponto de operação Falta de proteção no ponto de operação. Corte/amputação. IV Usar EPI e EPC. Treinar operadores. Postura inadequada Altura inadequada da bancada. Manuseio inadequado. Esforço físico. Dores musculares. II Adequar equipamentos. Treinar operadores. Fonte: adaptado de Ruppenthal (2013). Utilizando as tabelas 1 a 3, podemos também fazer uma gradação dos riscos apresentados no Quadro 4, gerando uma avaliação com riscos classi�cados (Quadro 5). A gradação de cores aplicada no Quadro 5 seguiu a matriz de riscos apresentada no Quadro 3. Quadro 5 | Corte de vergalhões de aço com gradação de risco Risco Efeito Categoria de severidade Probabilidade (Tabela 1) Impacto /Severidade (Tabela 2) NÍVEL DE RISCO (Tabela 3) Choque Equipamento dani�cado. Lesão ou morte. IV 10 10 100 (Risco extremo) Ruído Surdez temporária ou de�nitiva. III 5 5 25 (Risco Médio) Fagulhas Queimaduras. Contato com os olhos. III 8 8 64 (Risco Alto) Contato com o ponto de operação Corte/amputação. IV 8 8 64 (Risco Alto) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 28/44 Postura inadequada Dores musculares. II 2 2 4 (Risco Baixo) Fonte: adaptado de Ruppenthal (2013). A organização deve elaborar um plano de ação, de modo a indicar as medidas a serem introduzidas, aprimoradas conforme a classi�cação dos riscos, mencionada no item 1.5.4.4.5 da NR-1 (BRASIL, 2022a). Um cronograma deve ser de�nido para as medidas de prevenção, além de formas de acompanhamento e aferição dos resultados. A implementação das medidas de prevenção e respectivos ajustes devem ser registrados (BRASIL, 2022a). Também o desempenho das medidas de prevenção deve ser acompanhado de forma planejada, contemplando: O Quadro 6 apresenta alguns pontos a considerar no plano de ação: Quadro 6 | Pontos a considerar no plano de ação Eliminar perigos ou combater os riscos na fonte. Reduzir o risco. Adaptar o trabalho ao trabalhador. Priorizar medidas que protejam a todos os expostos. Reduzir pessoas expostas. Introduzir manutenção planejada. Adoção de meios de controle individuais. Fonte: elaborado pelo autor. a) a veri�cação da execução das ações planejadas; b) as inspeções dos locais e equipamentos de trabalho; e c) o monitoramento das condições ambientais e exposições a agentes nocivos, quando aplicável. — (BRASIL, 2022a) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 29/44 VÍDEO RESUMO Você verá neste vídeo os principais aspectos relacionados à prevenção de acidentes do trabalho. Primeiro, veremos uma comparação com as de�nições de acidentes do trabalho sob o ponto de vista legal e prevencionista. Em seguida, será aplicada uma análise preliminar de riscos (APR) de uma atividade industrial, apresentando os principais riscos dessa atividade. Uma classi�cação de riscos será realizada, levantando a matriz de riscos. Por �m, após a análise e classi�cação dos riscos, será apresentado um plano de ação, indicando as medidas necessárias para a prevenção de acidentes do trabalho. Saiba mais O texto indicado, Quanti�cação do risco de contaminação da covid-19 diante de atividades essenciais e proposta para o nexo causal como doença ocupacional no Brasil, tem o objetivo de aplicar uma ferramenta de análise de riscos (HRN – Hazard Rating Number) como forma de constatar a existência do nexo causal entre o trabalho e a enfermidade causada pela COVID-19. A ferramenta HRN é uma técnica de análise de riscos muito utilizada na quanti�cação de riscos em máquinas e equipamentos (NR-12), sendo um artifício muito útil para você na sua jornada de prevenção de acidentes. INTRODUÇÃO Prezado estudante! Nesta aula, você irá conhecer os principais marcos legais relacionados à inclusão, acessibilidade e ao desenho universal. Segurança, conforto, e�ciência e acessibilidade são atributos importantes na construção de um espaço de qualidade. Veremos como as empresas possuem um papel fundamental no processo de inclusão das pessoas com de�ciência, através da contração e promoção das potencialidades de cada um desses indivíduos através do trabalho. Pautado nos sete princípios do desenho universal, acessibilidade, ergonomia e, ainda, tendo como base a norma técnica NBR 9050/20, veremos como atender tais requisitos legais e promover de maneira equitativa a saúde e o bem-estar para todos! Aula 4 DESENHO UNIVERSAL Nesta aula, você irá conhecer os principais marcos legais relacionados à inclusão, acessibilidade e ao desenho universal. 45 minutos https://periodicos.ufes.br/bjpe/article/view/31005https://periodicos.ufes.br/bjpe/article/view/31005 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 30/44 ACESSIBILIDADE E SEUS ASPECTOS LEGAIS A ergonomia é o estudo de adaptação do trabalho ao homem. Um dos objetivos desta ciência é ajustar os meios de trabalho à maioria da população trabalhadora. Mas essa não é uma realidade quando falamos de pessoas com de�ciência (PcD), pois ainda existem barreiras arquitetônicas e urbanísticas que di�cultam a acessibilidade desses trabalhadores (MASCULO; VIDAL, 2011). Além de enfrentar di�culdades para cumprir suas tarefas devido à falta de capacitação pro�ssional, vemos que a estrutura física nas empresas e equipamentos é inadequada, não havendo uma adaptação ergonômica para as pessoas com de�ciência (PASSOS; GUSMÃO, 2019). A inclusão é um compromisso social de organizações públicas e privadas para promover a diversidade, respeitar as diferenças e garantir legalmente o acesso ao mercado de trabalho a todos os colaboradores (BORGES; LONGEN, 2019). A ausência de acessibilidade nos espaços públicos, no mobiliário urbano e nos transportes é um dos fatores principais que impedem sua inclusão plena na sociedade (BERBERI; FRANCARO, 2022). No Brasil, em 2015, foi sancionada a Lei n° 13146/2015, conhecida por Lei Brasileira de Inclusão (LBI), ou estatuto da pessoa com de�ciência, sendo considerada o principal marco legal que, conforme seu Art. 1°, visa “assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos fundamentais para a pessoa com de�ciência, visando sua inclusão social e a cidadania” (BRASIL, 2015). A Lei n° 13146/2015 traz, em seu Art. 3°, Inciso I, a de�nição de acessibilidade: A acessibilidade também é mencionada no Art. 37 da Lei n° 13146, com o foco na inclusão da pessoa com de�ciência no trabalho: I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi�cações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana, como na rural, por pessoa com de�ciência ou com mobilidade reduzida. — (BRASIL, 2015) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 31/44 Quando falamos de inclusão da pessoa com de�ciência no mercado de trabalho, vale destacar o papel da Lei n° 8213/91, conhecida como Lei de Cotas (BRASIL, 1991), que determina em seu Art. 93: Constitui modo de inclusão da pessoa com de�ciência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho. Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com de�ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes: I - prioridade no atendimento à pessoa com de�ciência com maior di�culdade de inserção no campo de trabalho; II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades especí�cas da pessoa com de�ciência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho; III - respeito ao per�l vocacional e ao interesse da pessoa com de�ciência apoiada; IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à de�nição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais; V - realização de avaliações periódicas; VI - articulação intersetorial das políticas públicas; VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil. — (BRASIL, 2015) A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com bene�ciários reabilitados ou pessoas portadoras de de�ciência, habilitadas, na seguinte proporção: I – até 200 empregados...................................................2% II – de 201 a 500..............................................................3% III – de 501 a 1.000 .........................................................4% IV – de 1.001 em diante...................................................5% 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 32/44 Voltando à Lei n°13146, em seu Art. 3°, temos nos Inciso II, III e IV, respectivamente, as de�nições de desenho universal, tecnologia assistiva e barreiras: O termo Desenho Universal (D.U.) foi empregado por Ron Mace e um grupo de pesquisadores do Center of Universal Design nos Estados Unidos (MACE et al, 1991) e é uma �loso�a voltada para o desenvolvimento de produtos e ambientes que incorporam a Acessibilidade, visando atender às necessidades do maior número de pessoas, independente de suas características ou habilidades particulares (RODRIGUES; BERNARDI, 2020). II - desenho Universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto especí�co, incluindo os recursos de tecnologia assistiva. III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com de�ciência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classi�cadas em: a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados; c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes; d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que di�culte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com de�ciência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas; f) barreiras tecnológicas: as que di�cultam ou impedem o acesso da pessoa com de�ciência às tecnologias. — (BRASIL, 2015) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 33/44 O DU é um projeto inclusivo, voltado para a diversidade humana, e está fundamentado em sete princípios que, segundo Victorio et al. (2020) são: 1. Uso equitativo (pode ser usado por todos com segurança privacidade e conforto; elimina a segregação). 2. Uso �exível (atende a uma grande parte das preferências e habilidades das pessoas). 3. Uso simples e intuitivo (uso de fácil compreensão, dispensando experiênciaou conhecimento por parte das pessoas). 4. Informação de fácil percepção (legível e redundante a apresentação de informações vitais). 5. Tolerância ao erro (minimiza os riscos e consequências de ações acidentais ou não intencionais). 6. Baixo esforço físico (oferecer condições de ser usado de maneira e�ciente e confortável). 7. Dimensão e espaço para aproximação e uso (pode ser usado por todos com segurança, privacidade e conforto; elimina segregação. A primeira norma técnica voltada às necessidades das pessoas com de�ciência no Brasil foi a ABNT NBR 9050, que tem permanecido como referência no assunto, desempenhando um papel fundamental para a difusão e padronização da acessibilidade e o desenho universal no Brasil (RODRIGUES; BERNARDI, 2021). A norma NBR 9050, hoje em sua quarta edição (ABNT, 2020), tem como título Acessibilidade a edi�cações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e estabelece critérios e parâmetros técnicos que devem ser observados pelas empresas ao fazerem as adaptações de seu arranjo físico para promover a acessibilidade de seus colaboradores. A INCLUSÃO DE UM TRABALHADOR COM DEFICIÊNCIA Segundo o Relatório mundial sobre a de�ciência, publicado pela World Health Organization (WHO, 2011), o ambiente pode ser alterado para melhorar a saúde e evitar incapacidades, além de melhorar os resultados �nais para as pessoas com de�ciência. Essas mudanças podem ser implementadas pela legislação e por mudanças políticas, de modo a permitir a acessibilidade do desenho do ambiente construído e de transporte, sinalização para bene�ciar pessoas com de�ciências sensoriais, garantir o acesso aos serviços de saúde, e reabilitação e maiores oportunidades de trabalho e emprego para pessoas com de�ciência. O ambiente laboral deve ser pensado de modo a permitir a inclusão, conforme diretrizes estabelecidas pela norma NBR 9050/20, para a acessibilidade a edi�cações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. A acessibilidade e ergonomia são fatores essenciais para promover um ambiente saudável, seguro e produtivo nas atividades exercidas pelas pessoas com de�ciência, garantindo, assim, uma inclusão adequada (BORGES; LOGEN, 2019). A acessibilidade, muitas vezes, é confundida com o desenho universal, segundo Rodrigues e Bernardi (2021). É preciso distinguir que, enquanto a acessibilidade é direcionada para as pessoas com de�ciência ou mobilidade reduzida, o desenho universal é algo mais abrangente e visa atender a todas as pessoas, independentemente de suas características ou habilidades peculiares. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 34/44 A inclusão de um trabalhador com de�ciência em um posto de trabalho demanda a adequação de cada área da empresa às potencialidades individuais, segundo padrões estabelecidos pela NBR 9050/20. Dessa forma, quando um ambiente da empresa é planejado e/ou adaptado de forma ergonômica, contribuirá para o desenvolvimento das atividades laborais do trabalhador e para a produtividade da empresa (SILVA, 2016). É imprescindível que se veri�que se a tarefa atribuída a uma PcD é compatível com a sua de�ciência e quais são as adaptações necessárias ao posto de trabalho, para que o trabalhador possa executar sua tarefa de modo a atender a programação de produção. Essa adaptação pode ser uma mesa de apoio, um assento sob rodas que melhore a sua movimentação mesmo sentada ou a adaptação de uma ferramenta, de forma que facilite o seu uso (MASCULO; VIDAL, 2011). As pessoas com de�ciência são aquelas que possuem algum tipo de limitação funcional ou cognitiva, não podendo exercer plenamente as suas aptidões físicas e/ou mentais, temporária ou permanentemente. De acordo com IIDA (2016), incluem-se a esse grupo aquelas pessoas que apresentam: • Algum tipo de anomalia anatômica. • Algum tipo de paralisia. • Dependem de cadeira de rodas. • Usam pernas mecânicas, muletas ou bengalas. • Apresentam de�ciência mental. • Apresentam cegueira parcial ou completa. • São parcial ou completamente surdas. • Apresentam de�ciência provocadas pela idade avançada. A Lei n°13146 também apresenta sua de�nição de pessoa com de�ciência e com mobilidade reduzida, no Art. 2° e no Art. 3°, inciso IX, respectivamente: Art. 2º Considera-se pessoa com de�ciência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (BRASIL, 2015) Art. 3º, Inciso IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, di�culdade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da �exibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso. — (BRASIL, 2015) 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 35/44 O desenho universal preconiza a inclusão total, ou seja, a ideia do projeto para o maior número de pessoas. Desse modo, o objetivo principal do desenho universal é evitar a necessidade de projetos para ambientes e produtos especiais apenas para pessoas com de�ciência. Ao contrário, desde as primeiras etapas de um projeto, são considerados a diversidade das necessidades humanas, assegurando que todos utilizem a totalidade dos componentes do ambiente e seus produtos. Para projetar ambientes acessíveis a todas as pessoas, é necessário conhecer as diferentes de�ciências, que não se limitam à de�ciência física de locomoção, de modo que se possa interligar os variados tipos de problemas que podem ocorrer no uso de espaços e equipamentos (SOUZA, 2018). O Quadro 1 classi�ca as principais de�ciências humanas que resultam em restrições, sejam elas físicas, informativas ou sociais, que inviabilizam a inclusão nos espaços. Além disso, o quadro também apresenta orientações de projeto de acordo com as restrições apresentadas. Quadro 1 | Classi�cação das de�ciências humanas Grupo Restrições Orientações Físico-motoras Alteram a capacidade de motricidade geral do indivíduo, acarretando di�culdade ou impossibilidade de realizar quaisquer movimentos. Prever espaço su�ciente para aproximação e uso de espaços e equipamentos assistivos. Eliminar desníveis verticais ao longo de percursos ou ambientes. Prover suportes para apoio (corrimãos). Criar superfícies uniformes com inclinação leve ou inexistente, com pisos de boa aderência, antiderrapantes, e que não provoquem trepidação. Observar dimensões mínimas adequadas para o deslocamento. 13/04/2024, 09:10 wlldd_231_u1_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930448&atividadeDesc… 36/44 Sensoriais Há perdas signi�cativas nas capacidades dos sistemas de percepção do indivíduo, gerando di�culdades em perceber diferentes tipos de informações ambientais (tato, visual, auditivo e paladar-olfato). Prever espaço e condições para a utilização de equipamentos assistivos (bengalas) e cão-guia. Adoção de fontes informativas adequadas como sinalização, comunicação visual. Implantar sinais sonoros nas sinaleiras e em cruzamentos urbanos. Disponibilizar tecnologias assistivas, as quais incluem equipamentos, produtos e serviços utilizados para manter ou melhorar as capacidades funcionais de indivíduos com de�ciências. Cognitivas Di�culdades encontradas no tratamento das informações existentes no meio ambiente (cartazes, sinais, letreiros) ou