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TCC FAVENI ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ELAINE MIGUEL

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PÓS GRADUAÇÃO
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM COM ÊNFASE EM TDHA
 NOME: Elaine Miguel da Silva
INTRODUÇÃO
No presente documento relatamos sobre as dificuldades de aprendizagem de crianças, durante a educação infantil e séries iniciais, procurando assim compreender como elas aprendem e ajudar a estreitar os laços afetivos entre professores e alunos. Na maioria das vezes os pais não conseguem identificar as dificuldades dos próprios filhos, aí vem a importância da capacitação dos profissionais desde a educação infantil. Garantido essa condição torna-se mais fácil acender um sinal de alerta logo no início do desenvolvimento da criança, abrir espaço para observações importantes, e, por fim, juntamente aos pais, ajudar esta criança não somente a uma
melhor adaptação ao ambiente escolar, mas também em sua evolução pessoal.
PALAVRAS-CHAVE: Dificuldade; Afetivos; Identificar; Capacitação; Observação
PROBLEMA
· Qual a melhor maneira de identificar crianças com TDHA?
*Como fazer uma triagem para identificar o TDHA?
*Como alinhar escola, pais e profissionais para juntos desenvolver um caminho de como ajudar essa criança?
*Descobrir formas dessa criança aprender?
*O que faremos, quais ferramentas usaremos?
JUSTIFICATIVA
A necessidade de aprender mais sobre esse assunto deve-se a necessidade de capacitação de profissionais para poder auxiliar essas crianças a superarem a si mesmas, desenvolvendo assim habilidades sociais e as ajudando nas dificuldades de adaptação ao ambiente escolar.
Segundo o escrito de Rafaela Alves Pereira, “A criança e a escola” 1 , ainda encontramos professores despreparados e muita intolerância dos progenitores ou responsáveis. Em escolas públicas a situação e ainda mais grave.
De acordo com o site saude.estadao.com.br houve um aumento de 775% no consumo de Ritalina – um medicamento muito usado nos casos de TDHA – no Brasil nos últimos 10 anos.
Com o tratamento correto é possível alcançar melhorias significativas tanto para os alunos, quanto para as famílias, melhorando assim, numa escala maior e a longo prazo, todas as relações sociais que os cercarão.
Diagnósticos de TDAH são em sua grande maioria elaborados durante a faixa etária escolar, isso por que os sintomas mais comuns impedem a linha de aprendizado considerado “normal” entre essa crianças que possuem o Transtorno e também podem ser visíveis na dificuldade de relacionamento com outras crianças, traços que facilmente podem passam desapercebido por pais ou são pouco valorizados.
Após a inserção escolar, até mesmo pais que não foram capazes de perceber ou ignoraram as dificuldades dos filhos são obrigados a recorrer por ajuda quando apresentados a “má conduta” do filho ou às notas baixíssimas, características frequentes e justificáveis de quem possui o Distúrbio.
Ainda segundo Um estudo feito pelo instituto Glia e publicado no jornal Estadão, 4,4% dos jovens entre 4 a 18 anos possuem prevalência do déficit de atenção e hiperatividade, costumando ser mais frequente em meninos.
Com os dados supracitados, torna-se possível visualizar a importância do papel da escola no apoio a essas crianças, desde a tentativa de conversa com os pais até a elaboração de atividades mais apropriadas e tratamento diferenciado necessário e garantido por leis se assim o laudo contemplar positivamente ao TDAH – isso por que a capacidade cognitiva de uma pessoa com tal patologia não se faz menor que as demais, o que encontra-se é o baixo desempenho, consequência automática da falta de atenção constante e hiperatividade. Com a escola possuindo profissionais capazes de amparar as necessidades dessas crianças, compreensão dos pais e devidos tratamentos, é possível trabalhar os desenvolvimentos dessa criança assim como as outras e evitar traumas, baixa autoestima e exclusão social escolar.
Esse caso torna-se ainda mais claro com a declaração feita abaixo por um dos membros do presente trabalho:
“ – Algumas escolas principalmente particulares possuem esse apoio psicopedagógico, sendo assim já é um passo para alcançar o objetivo, objetivo esse descobrir o quê essa criança tem.
Depois da avaliação psicopedagógica onde a profissional já dá algumas coordenadas e instruções para escola de como lidar com essa criança. Caso a psicopedagoga veja a necessidade de passar com outras profissionais da área assim ela fará o encaminhamento de repente para fonoaudiólogo e neurologista
Na fonoaudióloga é feito uma primeira análise da criança e na neurologista também para ver se juntas conseguem fechar o laudo. Com a neurologista fizemos alguns exames como depac e eletrocefalograma para que fossem descartados outras possibilidades e então em conversa mais profundo com os pais Foi diagnosticado o TDHA.
Além de passar com os profissionais destas áreas também teve a carta da professora com todas as observações que foram feitas em salas de aula, observações essas que tinham desde o comportamento de não conseguir permanecer sentado, estar sempre mexendo com alguém ou fazendo algo, a necessidade de ter um objeto, sabe? [...] ele mordia os lápis ele acabava com os ele, mordia tudo, era uma necessidade que ele sentia e assim foi-se percebendo uma certa ansiedade, pois ele não conseguia acompanhar as aulas, os amigos, o raciocínio.
[...]então o Pedro foi laudado com o CID 10 F90, passando a ter alguns direitos dentro da sala de aula, direitos esses adquiridos por lei. É direito de ter uma leitora, direito de ter as provas um pouco mais resumidas, mais específicas, assim podendo participar todos juntos de uma equipe interdisciplinar onde faz parte a escola, os pais e os profissionais para que juntos consigamos ajudar o Pedro a chegar no objetivo.
Depois que a gente conseguiu o laudo, tudo certinho, e também a neurologista passou uma medicação, ritalina 10mg antes do horário da aula, mas só durante o período de aula, então, aos finais de semana ele não precisa tomar.
A partir do momento o Pedro foi laudado e a escola os profissionais e a família começaram a andar junto, e ai a evolução do Pedro foi muito boa.
Independente de laudo, a criança que apresenta qualquer tipo de dificuldade deve ser entendida e também é preciso procurar que essa criança consiga aprender,
nem que seja de maneiras diferentes. Todas as crianças têm o direito de ter acesso há maneiras diferentes de aprendizagem.
A escola, ou seja, a professora, não pode rotular nenhuma criança, mas pode conversar com os pais e levantar os pontos de dificuldade dessa criança, encaminhando com cautela conforme a abertura que os pais vão dando a ela.
Se os pais forem uns abertos, o melhor caminho é pedir que levem o a sua criança para passar com uma psicopedagoga.”
OBJETIVOS
Crianças com TDHA tendem a aprender de forma diferente a outras crianças, e a finalidade deste documento é buscar e apresentar métodos que as instiguem, sejam eles visuais, orais ou sensoriais.
Além do citado anteriormente, torna-se importante também a apresentação de formas para identificar as dificuldades das crianças, fazendo com que seja possível auxiliar outros profissionais pedagógicos a levar esses alunos a um melhor desenvolvimento social, físico, cognitivo e afetivo.
METODOLOGIA
Para realização deste projeto foram utilizadas leituras de textos e artigos digitais, auxílio das aulas realizadas durante a graduação e a experiência pessoal de uma das autoras que possui um filho diagnosticado com TDHA2.
DESENVOLVIMENTO
1- Tdah- uma doença crônica que inclui dificuldade de atenção hiperatividade e impulsividade.
Geralmente começa na infância e pode persistir na vida adulta.
Podendo assim contribuir para uma baixa auto estima, relacionamentos problemáticos e dificuldade na escola e trabalho.
2-O Transtorno de Déficit de Atenção é considerado por muitos como o transtorno neurocomportamental mais comum observado em pacientes infanto- juvenis. Dentro dessa proporção, a amostra de crianças diagnosticadas com o TDAH é de 5 a 6% da população infantil. Além disso, uma informação importante é que 95% dessespacientes demonstram os sintomas até os primeiros 12 anos. Por outro lado, aproximadamente 60% podem mostrar alguma característica antes dos 7 anos.
No entanto, tais sinais podem ser vistos com mais clareza a partir do contato diário de professores e outros profissionais da escola. Isso é explicado pelas suspeitas que surgem no decorrer da convivência do pequeno no ambiente escolar. A hiperatividade, a impulsividade e o déficit de atenção podem ser considerados como sintomas-alvo do TDAH.
Especialistas utilizam os chamados critérios diagnósticos para auxiliar de maneira complementar a confirmação do transtorno na vida da criança. Vejam a seguir quais são esses critérios de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-V).
2- 1 sintomas Requer um diagnóstico médico Os sintomas incluem falta de atenção e hiperatividade. As pessoas podem ter:
· No comportamento: agressão, excitabilidade, hiperatividade, impulsividade, inquietação, irritabilidade ou falta de moderação;
· Na cognição: dificuldade de concentração, esquecimento ou falta de atenção;
· No humor: ansiedade, excitação ou raiva;
· Também é comum: depressão ou dificuldade de aprendizagem.
3 e 4 -Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das causas de dificuldade de aprendizado de natureza neurobiológica mais comum durante a infância e a adolescência. Ocorre em 6-10% das crianças e pode acarretar sérios prejuízos no rendimento escolar e na capacidade de se apropriar da aprendizagem adequada da leitura, escrita e matemática. O diagnóstico deve ser o mais precoce possível a fim de prevenir lacunas de conteúdo e futuros distúrbios de aprendizagens. Seu tratamento deve sempre envolver uma abordagem interdisciplinar com uso de medicações, psicoterapia e intervenções nos atrasos de desenvolvimento que podem se associar ao transtorno. Ressalta-se neste contexto, como estratégia fundamental, a adoção de formas e meios pedagógicos para otimizar e melhorar o engajamento atencional da criança com TDAH.
Mas, como trabalhar a pedagogia com o TDAH?
Estas crianças têm dificuldade de memorização de sequências, não percebem detalhes, reincidem nos mesmos erros, desorganizam-se constantemente, esquecem conteúdos correlacionados ao tema principal, perdem-se nos eventos que são paralelos ao evento principal de uma determinada matéria, no passo-a-passo das fórmulas e dos conceitos das matérias mais decorativas ou monótonas. Portanto, a escola deve participar do processo terapêutico formulando práticas e caminhos que facilite e otimize a absorção de conteúdos e a desenvoltura nas avaliações.
No tocante ao TDAH na escola, podemos dividir tais estratégias em 3 eixos de ação: didática em sala de aula, meios de avaliação e apoio organizacional. A didática em sala de aula deve buscar meios que melhorem a concentração deste aluno: mudar tom de voz de acordo com a necessidade dando ênfase em momentos mais
importantes do assunto, colocar este aluno para sentar bem próximo do professor, começar a aula com algum tipo de motivação (uso de quiz ou perguntas que devem ser respondidas ao final após a transmissão do conteúdo e que, em caso de acerto, pode ser dada uma nota que se somará à média final), associar o assunto da aula a alguma situação do contexto que interessa ao aluno
A maioria dos alunos com TDAH se adapta melhor à aprendizagem prática do que ao modelo de aula tradicional. Portanto, é importante adotar estratégias que envolvam mais “fazer” e ajudem na construção da autoconfiança, como: respostas orais, trabalhos em grupo, aulas em laboratórios, participação em feiras.
· Atividades diversificadas
Nesta técnica, as crianças com TDAH desenvolvem uma gama diversificada de atividades com um mesmo objetivo. Por exemplo, pode-se trabalhar um conteúdo de forma escrita e depois reforçá-lo por meio de jogos e práticas no computador, tablet ou outros recursos tecnológicos. Dessa forma, os alunos são convidados, a todo momento, a reiniciar seu processo de concentração.
· Adaptações na sala de aula
Para evitar distrações, é necessário fazer algumas adaptações na sala de aula. O ideal é que essas crianças com TDAH se sentem próximas aos professores, e evitar que fiquem perto de portas e janelas ou nas últimas fileiras.
Outra estratégia interessante é reorganizar o ambiente para sair da rotina, sugerindo que os alunos se sentem em grupos ou em círculo, por exemplo.
· Lembretes e anotações
As dificuldades de memória das crianças com TDAH podem ser compensadas com lembretes e anotações. Agenda, blocos autoadesivos e tabelas com datas de entrega de trabalhos, por exemplo, são materiais essenciais nessa tarefa.
Além disso, o professor deve incentivar os alunos a destacar partes importantes do conteúdo, pois isso auxilia no processo de aquisição de novos conhecimentos.
Essas são algumas das principais técnicas para favorecer o aprendizado intuitivo de crianças com TDAH. É importante ressaltar que a aplicação dessas ferramentas pedagógicas no ambiente escolar garante não só um processo de ensino e aprendizagem bem mais proveitoso, mas também uma notável melhoria na relação professor-aluno e também no convívio entre os colegas de classe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou contribuir para melhor entendimento do TDAH, considerando que até este momento e trata de condição ainda muito notada, mas pouco compreendida atualmente no meio acadêmico. Apesar de sua alta hegemonia, sobretudo no âmbito escolar, são patentes a desinformação e o desinteresse, o que infelizmente leva muitos educadores a confundirem essa condição com indisciplina ou falta de limites e algumas vezes o contrário: os pais confundirem falta de limites com TDAH.
No decorrer da elaboração desta pesquisa foi possível notar que, embora ainda não exista cura para o TDAH, é preciso ressaltar que um controle eficaz desse transtorno requer estudo e compreensão dele. Esta compreensão inclui a distinção daquilo que no comportamento hiperativo resulta da fala de capacidade de autocontrole, ou seja, o que de fato se refere ao transtorno e o que é oriundo da desobediência, no caso, a falta de imposição e cumprimento dos limites estabelecidos. A pesquisa indica que para contribuir na aprendizagem de um aluno com TDAH, parece se importante, antes de qualquer coisa, que os professores estejam preparados para compreender, e, sobretudo, perceber o mundo através dos olhos
dessa criança portadora de TDAH.
De acordo com a bibliografia pesquisada verifica-se que pessoas com TDAH estão sujeitas a serem estigmatizadas de incapazes, com sua autoestima rebaixada e com dificuldade em se relacionar socialmente. Em geral, não têm a atenção sustentada, estão sempre agitadas, mudam de interesse com facilidade e são facilmente distraídas. Por tudo isso, estão sujeitas ao baixo desempenho escolar e,
consequentemente, problemas de socialização. Isso não pode ser aceito com regra, ou seja, o professor desempenha papel importante no desenvolvimento da criança com TDAH, principalmente no que tange sua autoestima. É preciso reconhecer nesse aluno possibilidades de crescimento e sucesso, tanto no âmbito acadêmico como social como um todo.
Também foi possível concluir que o sistema de educação hoje, tem que se inclusão, ou seja, pessoas diferentes ocupando os mesmos espaços e trocando o que cada uma tem de melhor, através da convivência. Por outro lado, esse sistema deve disponibilizar os atendimentos necessários para garantir o pleno desenvolvimento do aluno, além de possibilitar o trabalho do professor.
Vale salientar a importância do trabalho integrado entre pais, criança portadora de TDAH, professores e outros profissionais, permitindo á criança incluir-se de forma organizada e estruturada em seu cotidiano, criando possibilidades de ter uma vida socialmente desejada e produtiva.
Infelizmente, a bibliografia referente ao tema ainda é muito escassa. Somada a essa escassez, que limita a compreensão do TDAH, ainda falta uma legislação que ampare o atendimento aoaluno com esse transtorno, apesar de ter sido aprovado o Projeto de Lei 7081/10 que garante os direitos das pessoas com TDAH e dislexia, ainda, aguarda designação de Relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, considerando que não há garantias legais de atendimento especializado para ele.
Espera-se que esse trabalho possa ser referencial para outras pesquisas, considerando que a temática não se esgota aqui e ainda há muito que se fazer sobre o TDAH.
REFERÊNCIAS
PEREIRA, Rafael Alves. A criança com TDHA e a escola. ABDA, 2010. Disponível em:
<https://tdah.org.br/a-crianca-com-tdah-e-a-escola/>. Acesso em: mai. 2020.
CAMBRICOLI, Fabiana. Brasil registra aumento de 775% no consumo de Ritalina em dez anos. O Estado de São Paulo, 2014. Disponível em:
<https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-registra-aumento-de-775- noconsumo-de-ritalina-em-dez- anos,1541952#:~:text=Brasil%20registra%20aumento
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d%C3%A3o>. Acesso em: mai. 2020.
GHIGIARELLI, Denise Ferreira. TDAH e o processo de aprendizagem. ABDA, 2016. Disponivel em <https://tdah.org.br/tdah-e-o-processo-de-aprendizagem/>. Acesso em: jun 2020.
Heloisa S. Pereira; Alexandra P. Q. C. Araújo; Paulo Mattos. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): aspectos relacionados à comorbidade com distúrbios da atividade motora. Scielo, 2005.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151938292005000400002>
.Acesso em: jun 2020.
LENHARO, Mariana. No Brasil, 4,4% têm déficit de atenção O Estado de São Paulo, 2011. Disponível em: < https://www.estadao.com.br/noticias/geral,no-brasil-4-4- temdeficit-de-atencao-imp-,718134>.Acesso em: jun 2020.
http://digital.unisa.br
https://institutoneurosaber.com.br/como-diagnosticar-o-tdah/
https://fuzzymakers.com/ferramentas-pedagogicas-para-tdah/
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