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Helmintologia e 
Protozoologia Médico 
Veterinária
Professora: Sara da Silva Coêlho Celestino
Bióloga (UniFOA)
Mestra em Ciências Veterinárias (UFRRJ)
Pós Graduação em Análises Clínicas (Estácio)
Aula 2 – Protozoários de importância médico
veterinária
• Família Trypanosomatidae:
• Essa família inclui dois gêneros de importância em Medicina
Veterinária: Trypanosoma e Leishmania. Esses organismos são
chamados hemoflagelados e apresentam etapas evolutivas bem
distintas.
• O gênero Trypanossoma é encontrado na corrente sanguínea e nos
tecidos de vertebrados, em todo o mundo.
• No entanto, poucas espécies são causa séria de morbidade e
mortalidade em animais e humanos, em regiões tropicais.
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• Os tripanossomas são divididos em seção Stercoraria, e seção
Salivaria.
• O primeiro, inclui tripanosomas que se desenvolvem no tubo digestivo
do vetor com liberação de formas infectantes pelas fezes.
• O segundo, inclui os que se desenvolvem inicialmente no tubo
digestivo e que posteriormente atingem as glândulas salivares onde
encontramos formas infectantes que são inoculadas mecanicamente.
• Este gênero é heteróxeno (mais de um hospedeiro) e durante seu ciclo
evolutivo passam por alguns estágios como amastigota, epimastigota e
triptomastigota.
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• A amastigota não apresenta flagelo, enquanto as outras formas têm um
flagelo, diferindo, no entanto, quanto à localização do cinetoplasto.
• Cinetoplasto: é uma organela formada por um segmento de
mitocôndria que contém um tipo especial de DNA.
• O gênero Trypanosoma inclui diversas espécies causadoras de doenças
humanas e animais como veremos a seguir.
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• A espécie Trypanosoma cruzi é o agente causador da Doença de
Chagas, também chamada Tripanossomíase Americana.
• É uma infecção parasitária transmitida pelo triatomíneo, popularmente
conhecido como bicho-barbeiro.
• Possui dois hospedeiros:
• Definitivos: humanos, primatas, cães, gatos e reservatórios silvestres;
• Intermediários: hemípteras (barbeiros).
• Obs: Barbeiro é vetor e hospedeiro intermediário. Também chamado
triatomíneo.
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• Existe registro de triatomíneos em todas as regiões do Brasil.
• O barbeiro ingere as formas circulantes (tripomastigotas) ao picar o
hospedeiro contaminado e, no intestino, o protozoário transforma-se
em epimastigota, que se multiplica e vai ao reto, onde ocorre a forma
infectante (tripomastigota metacíclico que tem as mesmas
características dos tripomastigotas, porém são menores em tamanho).
• Para infectar o hospedeiro definitivo, o barbeiro, ao se alimentar à
noite, defeca próximo à picada (Trypanosoma da seção Stercoraria –
transmissão contaminativa).
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• Ao se coçar, faz com que as fezes contaminadas com tripomastigotas
metacíclicos penetrem na ferida e cheguem à circulação sanguínea.
• Um grande número é destruído na circulação, mas aqueles que
escapam seguem para diferentes órgãos e tecidos (cólon, esôfago,
baço, fígado, coração), onde se transformam em amastigotas,
constituindo os focos secundários.
• Nesses focos, os amastigotas, se multiplicam por fissão binária
simples e invadem tecidos, depois evoluem para a forma flagelada
(tripomastigota) e voltam ao sangue periférico, recomeçando o ciclo.
• O inseto é infectado ao picar o humano contaminado para se alimentar.
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• Em humanos, promove a hiperfunção de órgãos como esôfago, baço,
coração e cólon, ocorrendo aumento no tamanho dessas estruturas. Os
sintomas, a longo prazo, são febre e lesões nos sistemas cardíaco e
digestivo. No local da picada, forma-se uma lesão, chamada de
chagoma, e pode ainda ocorrer o sinal de Romanã, que é o edema
palpebral uni ou bilateral.
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• Em animais, pode afetar clinicamente animais domésticos
(principalmente cães e gatos), mas, inicialmente, esses animais são
tidos como reservatórios da doença, juntamente com animais
silvestres, como o tatu e o gambá.
• 80% da transmissão é vetorial, transmitido por insetos hematófagos
(fêmeas), mas há transmissão oral, transfusional, transplantar, vertical
(ou congênita) e acidental.
• A maioria dos indivíduos infectados com T. cruzi permanecem com o
parasito nos tecidos, órgãos e no sangue durante toda a vida.
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• Outras espécie de Tripanossoma é o Trypanosoma vivax.
• Hospedeiros: Ungulados (mamíferos de casco) domésticos e silvestres.
• Vetores: Tabanídeos (mutucas), a mosca-dos-estábulos (Stomoxys sp.)
e a mosca-dos-chifres (Haematobia irritans).
• No Oeste da África, Trypanosoma vivax é considerado o mais
patogênico e importante tripanossoma de bovinos.
• A adaptação à transmissão mecânica por insetos hematófagos, tais
como tabanídeos e Stomoxys spp., permitiu a expansão desta doença
para América Central, América do Sul e Caribe.
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• No Brasil foi registrada pela primeira vez em búfalos no Estado do
Pará, no ano de 1972. Desde então houve vários surtos em diversas
regiões.
• Alta e persistente parasitemia, resposta imune reduzida, hemorragias e
anemias. Na forma aguda, os animais morrem em 5 semanas.
• Febre, letargia, fraqueza, lacrimação, diarreia e aborto são
características dessa fase.
• Na doença crônica, o bovino irá apresentar-se anêmico e emaciado
com sinais de apatia severa.
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• Ciclo é bem parecido com T. cruzi. A diferença é que em vez de seguir
o fluxo intestinal e sair nas fezes do vetor. O parasita retorna ao
sistema salivar e é inoculado durante a picada.
• OBS: Na transmissão mecânica não ocorre o desenvolvimento cíclico
no interior do vetor, mas é transmitido imediatamente após a picada
para o próximo animal. De outro modo o parasita não sobreviveria no
organismo do vetor mecânico.
• O T. vivax é transmitido ciclicamente pelas moscas tsé-tsé e
mecanicamente por outras moscas hematófagas.
•
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• A transmissão mecânica também pode ocorrer através da utilização de
uma agulha para vários animais durante a aplicação de medicamentos
ou vacinações.
• Outro espécie é o T. evansi causador da enfermidade conhecida como
“Mal das Cadeiras” ou “surra” em equinos, que também pode infectar
bovinos (raro).
• Hospedeiros: Cavalos, burros, bovinos, caprinos, suínos, cães,
capivaras, entre outros.
• Vetores: Stomoxys sp. e tabanídeos.
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• Clinicamente, a infecção é caracterizada pela rápida perda de peso,
vários graus de anemia, febre intermitente, edema dos membros
posteriores, fraqueza progressiva e distúrbios locomotores.
• O ciclo de vida do T. evansi consiste da transmissão mecânica do
protozoário de um hospedeiro infectado para outro não infectado. Os
principais vetores são a mosca hematófaga Stomoxys calcitrans,
tabanídeos e morcegos hematófagos.
• Além das formas clássicas de transmissão, os carnívoros podem se
infectar com a carne de animais doentes recentemente mortos, agulhas
contaminadas reutilizadas ou através de ferimentos ocasionados por
brigas.
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• Ciclo evolutivo bem parecido com T.vivax.
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• Já a espécie Trypanosoma equiperdum é aúnica do gênero que não
necessita de vetor.
• A transmissão entre os hospedeiros acontece diretamente por meio do
contato sexual, resultando na doença venérea dos equinos conhecida
como durina ou “mal do coito”.
• Emaciação e edema são os sinais clínicos mais comuns, e ocorre
paralisia progressiva dos membros posteriores. De acordo com Silva et
al. (2002), a doença é frequentemente fatal para os equinos, mas pode
ser branda em bovinos, asininos, caprinos e ovinos.
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• Reservatórios silvestres e domésticos (cães, capivaras, quatis,
morcegos vampiros) atuam como propagadores do ciclo.
• No Brasil, é muito frequente na região do Pantanal mato-grossense.
• O estágio agudo é caracterizado pelo inchaço da genitália e eliminação
de uma secreção mucosa onde o parasita pode ser observado.
• Assim que diminuem os sinais da fase aguda, placas circulares,
achatadas, "semelhantes a moedas“ surgem na pele.
• A fase crônica da durina é caracterizada por emaciação, paresia e
febre, culminando com o óbito.
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Boa noite!
• https://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/sB5ThlT3qm
GRiQt_2013-6-14-10-13-11.pdf
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