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Doença de Chagas (Tripanossomíase americana) Carlos Chagas Importância • 5.7 milhões de indivíduos infectados (WHO, 2015) • Endêmica em 21 países (Américas) • Outros países: migração • Doença negligenciada • Fase aguda e Fase crônica • Óbitos – cardiomiopatia Chagásica crônica • Apenas 1 composto para tratamento Parasitologia Básica em Enfermagem – Profa. Bianca Agente • Ordem Kinetoplastida, Família Trypanosomatidae - Trypanosoma cruzi • Protozoário flagelado. Ciclo heteroxeno • Formas evolutivas: 1) Tripomastigota 2) Amastigota 3) Epimastigota • 1 núcleo, cinetoplasto (mitocôndria com DNA – kDNA) • Variabilidade: cepas, infectividade, virulência Transmissão • Vetorial: insetos triatomíneos (barbeiros) • Transfusão sanguínea • Congênita • Acidental • Transplante de órgãos – grave em imunossuprimidos • Oral: surtos Formas evolutivas do parasito Tripomastigota Amastigota Epimastigota • Hosp vertebrado – sangue • Triatomíneo – tubo digestivo • Extracelular • Longo e achatado, 15- 20 mm compr • Flagelo • Cinetoplasto afastado do núcleo • No hospedeiro vertebrado - intracelular • Proliferação (divisão binária) • Circular ou ovóide (4 mm) • Flagelo curtíssimo • No triatomíneo (tubo digestivo) • Proliferação (divisão binária) • Longo e achatado • Flagelo • Cinetoplasto próximo ao núcleo Amastigotas nos tecidos Tripomastigotas no sangue Epimastigotas Tripomastigota Amastigota Tripomastigota = perpetuação no hosp vertebrado Transmissão Vetorial Triatomíneo (barbeiro, chupança, bicho-de-parede) • Ordem Hemiptera, Família Reduviidae: - Triatoma infestans - Panstrongylus megistus - Rhodnius prolixus • Insetos hematófagos de hábito noturno • Silvestres, peridomicílio ou no domicílio (em habitações precárias) • Defecação durante ou após o hematofagismo – liberação dos tripomastigotas metacíclicos • Controle da transmissão vetorial por T. infestans : Brasil – 2006 Tetos sem forro Moradias nas zonas rurais de Cochabamba: Exemplo da Bolívia: transmissão vetorial ativa casos agudos e crônicos Paredes com frestas, acesso de insetos • Prevalência (PAHO) 1998: 28.8% 2005: 8% Triatoma infestans Ciclo biológico do Trypanosoma cruzi No triatomíneo: No homem: Tripomastigotas metacíciclos nas fezes entram pelo orifício da picada ou mucosas Tripomastigotas metacíciclos invadem várias células e diferenciam-se em amastigostas Amastigostas sofrem divisão binária Amastigotas intracelulares diferenciam-se em tripomastigotas, os quais rompem a célula e atingem o sangue Tripomastigotas podem infectar novas células e se diferenciar em amastigotas, perpetuando o ciclo Triatomíneo realiza o hematofagismo ingerindo tripomastigotas sanguíneos Epimastigotas no intestino Epimastigotas proliferam Diferenciação em tripomastigotas metacíclicos • Curta duração – 60 dias • Sintomatologia inespecífica – febre, cansaço, poliadenite, hepato- e esplenomegalia, cefaléia, dores pelo corpo • Sinais de porta de entrada: chagoma de inoculação (regride em 2 semanas) • Parasitemia • Miocardite: ninhos de amastigota, infiltrado inflamatório Fase aguda Sinal de Romaña Miocárdio normal • Meningoencefalite e Óbito Fase crônica Formas sintomáticas • 20-30% - cardiopatia leve • 5-10% - formas digestivas • 5% - cardiopatia grave ou mega acentuado Forma indeterminada • Maioria dos indivíduos • Assintomática • IgG anti-T. cruzi • Poucos parasitas circulantes Maioria dos óbitos: CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA • Parasitismo tissular por 10-20 anos • ECG e raio-X normais Cardiopatia Chagásica Crônica (ICC) (Mega) (An. VE) • Fibrose nas áreas inflamadas • Infiltrado de CD8+ • Arritmias – comprometimento do sistema de condução • Trombo-embolismo - microinfartos • Hipertrofia ventricular • Aneurisma apical do VE • Cardiomegalia • Insuficiência cardíaca • Óbito Formas digestivas Alterações: • Trânsito (disfagia e regurgitação, retenção fecal) • Secreção • Absorção • Parasitos na musculatura lisa e células nervosas • 5% - mega acentuado Dilatação visceral, hipertrofia muscular, destruição neuronal e atonia Megaesôfago Dor, regurgitação e perda de peso (Prata, 2000) Dilatação do segmento reto-sigmóide, preenchimento por massa fecal (Da Costa Pinto et al, 2001) Megacólon Diagnóstico 1) Clínico: região de origem, transfusões anteriores, sinais / sintomas (nos casos agudos). Exames (ECG, Eco, Raio- X). Confirmação laboratorial 2) Parasitológico: confirmação da presença parasitária • Gota espessa (fase aguda) • Biópsia linfonodo (fase aguda) • Xenodiagnóstico • Hemocultura • Reação da polimerase em cadeia (PCR) 3) Imunológico: Detecção de IgM e/ou IgG por 2 testes com princípios e/ou antígenos distintos •Hemaglutinação indireta • ELISA • Imunofluorescência indireta (IFI) Tratamento específico: • No Brasil, há 1 composto disponível: BENZONIDAZOL – 5mg/kg, 30-60 dias • Efeitos colaterais, eficácia restrita na fase crônica • Indicações: fase aguda, casos congênitos, infecções recentes, infecções acidentais, formas crônicas sintomáticas (????) N N NO2 CH2 CNH CH2 OTratamento Outros recursos: • Arritmias: medicamentos (amiodarona) ou marca-passo • Insuficiência cardíaca: alívio dos sintomas, transplante • Megaesôfago e megacólon: cirurgia Prevenção e controle • Combate ao triatomíneo = redução dos casos agudos e transmissão vertical - Reconhecimento geográfico - Inquérito epidemiológico e dos triatomíneos - Uso de inseticidas • Saneamento ambiental – melhoria das habitações • Educação sanitária para populações de áreas endêmicas • Controle sobre a qualidade do sangue = redução na transmissão por transfusão e transplante de órgãos • Atenção quanto ao consumo de alimentos in natura em áreas com triatomíneos e reservatórios infectados Ciclo biológico no triatomíneo: http://www.who.int/tdr/publications/documents/t-cruzi-triatomine.swf Ciclo biológico no hospedeiro mamífero: http://www.who.int/tdr/publications/documents/t-cruzi-human-host.swf Portal sobre doença de Chagas: http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home Documentário “Doença de Chagas: virando o jogo”: http://www.ioc.fiocruz.br/chagasvideo/ Material suplementar
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