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CPF: 860.542.154-18
PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
1 
 
 
Direito Processual Penal 
Ponto 4 
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: https://loja.mege.com.br/ 
Celular / Whatsapp: (99) 98262-2200 
Turma: Clube Delta 
Material: Ponto 4 (Processo Penal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
(Ponto 4) 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ...................................................................... 4 
DIREITO PROCESSUAL PENAL ........................................................................................... 5 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 5 
2. LEGISLAÇÃO ANOTADA ............................................................................................... 30 
3. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 39 
4. QUESTÕES ................................................................................................................... 55 
5. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 62 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital Mege) 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
Da competência. (Ponto 4) 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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5 
DIREITO PROCESSUAL PENAL (conteúdo atualizado em 19-08-2022) 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. COMPETÊNCIA: CONCEITO E CRITÉRIOS PARA SUA FIXAÇÃO 
 
Competência é a delimitação do poder jurisdicional dos juízes e dos tribunais. 
O art. 69 do CPP estabelece sete critérios para a fixação da competência: 
 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I – o lugar da infração; 
II – o domicílio ou residência do réu; 
III – a natureza da infração; 
IV – a distribuição; 
V – a conexão ou continência; 
VI – a prevenção; 
VII – a prerrogativa de função. 
 
A. Finalidade de cada um desses critérios 
 
As competências pelo lugar da infração e pelo domicílio (ou residência) do 
acusado têm a finalidade de estabelecer o foro (a comarca) onde se dará o 
julgamento. 
 
OBSERVAÇÃO: o critério do domicílio do réu tem aplicação subsidiária, só sendo 
levado em conta quando totalmente desconhecido o local onde ocorreu o delito. 
 
Uma vez fixada a comarca, é o critério da natureza da infração que apontará a 
Justiça competente (Eleitoral, Militar ou Comum). 
 
OBSERVAÇÃO: dentro da mesma Justiça, a natureza da infração pode ainda levar o 
julgamento a varas especializadas (ex.: Júri, Juizado Especial Criminal ou Juizado de 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher). 
 
Fixados o foro e a Justiça, será possível que coexistam vários juízes igualmente 
competentes. Assim, caso algum deles tenha se adiantado aos demais na prática de 
algum ato relevante, ainda que antes do início da ação, estará ele prevento e será o 
competente. Se, entretanto, não houver nenhum juiz prevento, deverá ser feita a 
CPF: 860.542.154-18
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6 
distribuição, uma espécie de sorteio, para que os autos sejam direcionados a um juiz 
determinado (aquele a quem foi feita a distribuição). 
A conexão e a continência são institutos que determinam a alteração ou 
prorrogação da competência em situações específicas. 
A competência por prerrogativa de função verifica-se quando o legislador, 
levando em consideração a relevância do cargo ou função ocupados pelo autor da 
infração, estabelece órgãos específicos do Poder Judiciário que julgarão o detentor 
daquele cargo, caso cometa infração penal. 
 
B. Competência absoluta ou relativa 
 
As competências em razão da pessoa e da matéria são absolutas, pois é de 
interesse público o seu estrito cumprimento. O desrespeito gera nulidade absoluta e 
esta pode ser alegada e reconhecida a qualquer momento. 
Por sua vez, a competência territorial é relativa, de modo que, se não for 
alegada pela parte interessada até o momento oportuno da ação penal (fase da 
resposta escrita), considera-se prorrogada a competência, sendo válido o julgamento 
pelo juízo que, em princípio, não tinha competência territorial. 
 
1.2. COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO 
A. Local da consumação 
 
A 1ª parte do art. 70 do CPP prevê que a competência será, de regra, 
determinada pelo lugar em que se consumar a infração. 
 
OBSERVAÇÃO: de acordo com o art. 14, I, do CP, considera-se consumado um delito 
quando, no caso concreto, reúnem-se todos os elementos de sua descrição penal. 
 
Algumas infrações penais apresentam peculiaridades que demandam análise 
mais detalhada: 
a) Homicídio: 
O homicídio se consuma no local da morte e o julgamento deve ser feito no 
Tribunal do Júri da Comarca onde tal resultado tenha se dado. Segundo o STF e o STJ, 
no crime de homicídio, culposo ou doloso, a competência é fixada pelo local da ação, e 
não do resultado, pois isso facilita a colheita de provas no lugar em que os atos 
executórios se desenvolveram, além de dar uma resposta à comunidade que reside 
onde ocorreu a ofensa ao bem jurídico (1ª T, RHC 116.200, 13/08/2013; 6ª T, HC 
95.853, 11/09/2012). Esta exceção é chamada de princípio do esboço do resultado. 
 
CPF: 860.542.154-18
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7 
OBSERVAÇÃO: o princípio do esboço do resultado ensina que o agente, ao cometer o 
crime de homicídio doloso, projeta, faz um esboço de onde deve ocorrer o resultado e, 
mesmo que este venha a ocorrer em outro local, a competência será fixada no local 
projetado. A teoria serve apenas para o homicídio doloso, pois não há que se falar em 
projeção de resultado em crimes culposos. Contudo, tanto STF quanto STJ aplicam esta 
teoria também ao homicídio culposo. 
 
b) Crimes qualificados pelo resultado: 
Nos crimes qualificados pelo resultado, fixa-se a competência no lugar onde 
ocorreu o evento qualificador. 
c) Apropriação indébita: 
A apropriação indébita é posterior ao recebimento da coisa, logo, consuma-se 
no lugar onde o sujeito ativo inverte a posse, demonstrando intenção de dispor da 
coisa, ou pela negativa em devolvê-la, e não no local onde deveria restituí-la ao real 
proprietário. 
d) Estelionato mediante fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, 
§ 2º, VI, do CP): 
A definição da competência no crime de estelionato é um dos assuntos que 
goza de maior complexidade nesta matéria. 
O estelionato, enquanto crime tipicamente material, de acordo com a 
classificação tradicional, consuma-se no momento da obtençãoda vantagem ilícita 
pelo autor do fato. Mas essa questão possui algumas peculiaridades quando envolve 
fraude no pagamento por meio de cheque. Esse crime está no art. 171, § 2º, VI, do CP: 
 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em 
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, 
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil 
réis a dez contos de réis. 
(...) 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
Fraude no pagamento por meio de cheque 
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder 
do sacado, ou lhe frustra o pagamento. 
 
Temos, neste ponto, uma importante alteração legislativa promovida no CPP 
pela Lei nº 14.155/2021, que acrescentou o § 4º ao art. 70. Veja: 
 
Art. 70. (...) 
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§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados 
mediante depósito, mediante emissão de cheques sem 
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o 
pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, 
em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á 
pela prevenção. 
 
d.1) Estelionato mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de 
fundos em poder do sacado ou com pagamento frustrado 
Neste caso, antes da Lei, entendia-se que a competência era do local da 
recusa do cheque. Confira as Súmulas 244 do STJ e 521 do STF: 
 
Súmula 244 do STJ: Compete ao foro do local da RECUSA 
processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem 
provisão de FUNDOS. 
Súmula 521 do STF: O foro competente para o processo e 
julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da 
emissão dolosa de cheque sem provisão de FUNDOS, é o do 
local onde se deu a RECUSA do pagamento pelo sacado. 
 
Essas súmulas, a partir da Lei nº 14.155/2021, estão superadas. A 
competência não é mais regida pelo local da RECUSA de pagamento, mas no local de 
domicílio da VÍTIMA. 
Vamos exemplificar com um caso concreto para ficar mais claro. Imagine que 
Arnaldo, que mora em Imperatriz/MA e nesta cidade tem conta em agência bancária, 
faça uma viagem para Fortaleza/CE e realize várias compras em uma loja pagando com 
cheque sem fundo para obter vantagem ilícita (dolosamente). Antes da Lei nº 
14.155/2021, a competência, nos termos das Súmulas 244 do STJ e 521 do STF, era do 
Juízo da comarca de Imperatriz/MA, já que lá se situava a agência bancária que 
realizou o pagamento. Agora, a competência é do Juízo da comarca de Fortaleza, pois é 
lá em que se situa a vítima do estelionato. 
A mesma situação ocorre com o cheque frustrado, que é aquele que tem 
fundos no momento da compra, mas logo após o agente tira o dinheiro do banco ou 
emite uma ordem ao banco para que aquele cheque não seja compensado. 
d.2) Estelionato mediante depósito ou transferência de valores 
Aqui também houve outra alteração no entendimento que até então 
predominava sobre o tema. Anteriormente, a jurisprudência dizia que a competência 
era do local onde foi realizado o depósito ou da transferência de valores. Veja: 
 
CPF: 860.542.154-18
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No caso em que a vítima, induzida em erro, efetuou depósito 
em dinheiro e/ou transferência bancária para a conta de 
terceiro (estelionatário), a obtenção da vantagem ilícita 
ocorreu quando o estelionatário se apossou do dinheiro, ou 
seja, no momento em a quantia foi depositada em sua conta. 
STJ. 3ª Seção. CC 167.025/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 14/08/2019. STJ. 3ª Seção. CC 169.053/DF, 
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/12/2019. 
 
O fundamento deste entendimento era a própria regra geral do art. 70 do 
CPP, que diz que a competência no processo penal é regida pelo local da consumação 
do delito. E, como no caso do estelionato, a consumação do delito ocorre quando é 
auferida a vantagem ilícita, segue a regra geral. 
Acontece que após a Lei nº 14.155/2021 essa regra mudou: a competência é 
do local do domicílio da vítima. 
Para facilitar, vamos a mais um exemplo. Imagine que Arnaldo, que mora em 
Imperatriz/MA, negocie com uma loja de São Paulo/SP a compra de um videogame por 
R$ 5.000,00. Acontece que, após depositar ou transferir os valores, Arnaldo se dá 
conta que caiu em um golpe. A loja de SP é uma empresa de fachada, ela não mandou 
nem mandará seu videogame. A competência anteriormente era do juízo de São 
Paulo/SP, pois foi lá que foi auferida a vantagem ilícita. Agora a competência será do 
Juízo da comarca de Imperatriz/MA. 
Obs1: Em caso de mais de uma vítima, a competência se firmará por 
prevenção, segundo o art. 70, § 4º, do CPP (na verdade, essa mesma regra já poderia 
ser extraída do art. 83 do CPP). 
Obs2: No caso de estelionato por meio de pagamento de cheque falso, aplica-
se a Súmula 48 do STJ, que não sofreu alteração porque essa situação não foi elencada 
no novo dispositivo. 
 
Súmula 48 do STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da 
vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato 
cometido mediante falsificação de cheque. 
 
Obs3: Essa alteração não altera a competência dos processos em cursos, por 
força do princípio da “perpetuatio jurisdictionis” (art. 43 do CPC c/c art. 3º do CPP). 
Obs4: Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por 
emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o 
pagamento frustrado ou por meio da transferência de valores, a competência será 
definida pelo local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei nº 
14.155/2021, ainda que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. STJ. 3ª Seção. CC 
180.832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021. 
PERGUNTA: E se o fato tiver sido praticado antes do advento da Lei nº 
14.155/2021? 
CPF: 860.542.154-18
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10 
 
Segndo o STJ, nos crimes de estelionato, quando praticados 
mediante depósito, por emissão de cheques sem suficiente 
provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou por meio da transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, em 
razão da superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda que os 
fatos tenham sido anteriores à nova lei, pois se trata de uma 
norma de natureza eminentemente processual, tendo 
aplicação imediata. STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706). 
 
e) Furto por via eletrônica: 
O crime de furto se consuma no momento da subtração, ou seja, no instante 
em que o dinheiro é tirado da conta bancária da vítima, de modo que, ao contrário do 
que ocorre no estelionato, o foro competente é o do local do banco da vítima. 
f) Duplicata simulada (art. 172 do CP): 
Trata-se de crime formal. Contudo, emitir não é apenas preencher, e sim 
colocar a duplicata em circulação. Logo, este crime consuma-se no momento em que 
os documentos são colocados em circulação, não se exigindo a efetividade do proveito 
econômico pela oposição do aceite do sacado. 
g) Falso testemunho prestado em carta precatória: 
O crime de falso testemunho consuma-se com o encerramento do 
depoimento prestado pela testemunha, quando esta profere afirmação falsa, nega ou 
cala a verdade, razão pela qual, paraa sua apuração, sobressai a competência do Juízo 
do local onde foi prestado o depoimento, ou seja, do Juízo deprecado. 
h) Uso de passaporte falso: 
De acordo com a Súmula 200 do STJ, “o juízo federal competente para 
processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o 
delito se consumou”, ou seja, o do local onde o passaporte falso foi apresentado para 
embarque ou desembarque no território nacional, ainda que a falsificação só tenha 
sido constatada no exterior (no caso de apresentação para embarque). 
i) Contrabando ou descaminho: 
O STJ aprovou a Súmula 151, segundo a qual “a competência para processo e 
julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do 
Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens”. 
j) Crimes falimentares: 
Nos termos do art. 183 da Lei 11.101/2005, compete ao juiz criminal da 
jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou 
homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos 
crimes falimentares. Nos termos do art. 3º dessa lei, “é competente para homologar o 
plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a 
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11 
falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de 
empresa que tenha sede fora do Brasil”. Assim, se uma empresa nacional tem sua sede 
na cidade de Campo Grande e em tal localidade é decretada a falência, a competência 
para apurar crimes falimentares é do juízo criminal de Campo Grande, ainda que o 
crime de desvio de bens (art. 173 da Lei 11.101/2005) tenha sido praticado, por 
exemplo, em Dourados. 
 
OBSERVAÇÃO: a competência para apurar e julgar crime falimentar é da Justiça 
Estadual. 
 
k) Infrações de menor potencial ofensivo: 
De acordo com o art. 63 da Lei 9.099/95, “a competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal”. 
 
OBSERVAÇÃO: apesar da divergência, prevalece que esta lei adota, quanto ao lugar do 
crime, a teoria da atividade. 
 
B. Crimes tentados 
 
Nos termos da parte final do art. 70 do CPP, nas hipóteses de tentativa, a 
competência é firmada pelo local da prática do último ato de execução. 
 
OBSERVAÇÃO: em se tratando de crimes tentados, adota-se a teoria da atividade. 
 
C. Crimes permanentes ou continuados no território de duas ou mais comarcas 
 
De acordo com o art. 71 do CPP, tratando-se de infração continuada ou 
permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência 
firmar-se-á pela prevenção. 
 
OBSERVAÇÃO: a jurisprudência só admite o reconhecimento do crime continuado 
quando os fatos ocorrerem na mesma cidade ou em cidades contíguas. 
 
D. Crimes à distância 
 
São aqueles cometidos parte no território nacional e parte no estrangeiro. 
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Nos termos do art. 70, § 1º, do CPP, quando iniciada a execução de um crime 
em nosso país e havendo a consumação fora dele, será competente, para processar e 
julgar o delito, o lugar no Brasil onde foi praticado o último ato de execução. 
Por outro lado, quando o último ato de execução ocorre no exterior para 
produzir resultado em território brasileiro, a solução encontra-se no art. 70, § 2º, do 
CPP, que estabelece que será competente para processar e julgar a infração penal o 
juiz do local em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir 
seu resultado. 
 
E. Crimes praticados fora do território nacional 
 
Em regra, se um crime foi cometido integralmente no exterior, não será 
julgado no Brasil. Contudo, o art. 7º do CP estabelece algumas hipóteses em que o 
agente será julgado no Brasil, apesar de o crime ter-se verificado fora do país. Quando 
isso ocorre, o art. 88 do CPP determina que o réu será julgado na capital do Estado 
onde por último tenha residido no território nacional, e, caso nunca tenha tido 
residência no país, será julgado na capital da República. 
 
1.3. COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU 
 
Nos termos do art. 72, caput, do CPP, não sendo conhecido o lugar da 
infração, a competência será firmada pelo local do domicílio ou residência do réu. 
 
OBSERVAÇÃO: a competência pelo domicílio ou residência do réu só se aplica quando 
for totalmente ignorado o lugar da consumação. 
 
Se o réu possui mais de uma residência, a ação penal pode ser proposta em 
qualquer dos locais onde o réu tenha residência, devendo ser firmada em uma delas 
por prevenção (CPP, art. 72, § 1º). 
Se a residência do réu é ignorada ou seu paradeiro é desconhecido, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento formal dos fatos (CPP, art. 72, 
§2º). 
 
1.4. COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO 
 
Depois de fixado o foro competente, o próximo passo será descobrir a Justiça 
em que deverá se dar o julgamento naquela comarca, sendo que é a natureza da 
infração que dará a solução. Dependendo da espécie de crime cometido, o julgamento 
poderá estar afeto à Justiça Especial (eleitoral ou militar) ou à Comum (Estadual ou 
Federal). 
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13 
 
OBSERVAÇÃO: a natureza da infração indicará ainda o órgão do Poder Judiciário a 
quem caberá o julgamento: juízo singular, Júri, Juizado Especial Criminal, Juizado de 
Violência Doméstica ou Familiar contra a Mulher. 
 
A. Justiça Militar 
 
Cabe à Justiça Militar julgar os crimes militares assim definidos no CPM. 
a) Crimes praticados por militares, que não se inserem na competência da 
Justiça Militar 
 
ATENÇÃO! Este tema sofreu sensíveis alterações pela Lei nº 13.491/17. 
 
Em regra, os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil 
continuam sendo julgados pela Justiça comum (Tribunal do Júri). Isso com base no 
novo § 1º do art. 9º do CPM. No entanto, temos agora uma série de exceções à 
referida regra. Serão de competência da Justiça Militar da União os casos de crimes 
dolosos contra a vida praticados por militar das Forças Armadas contra civil, se 
praticados no contexto (art. 9º, § 2º, do CPM): 
 
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem 
estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de 
Estado da Defesa; 
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de 
missão militar, mesmo que não beligerante; ou 
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de 
garantia da lei e da ordem (GLO) ou de atribuição subsidiária, 
realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da 
CF/88 e na forma dos seguintes diplomas legais: 
a) Código Brasileiro de Aeronáutica; 
b) LC 97/99; 
c) Código de Processo Penal Militar; e 
d) Código Eleitoral. 
 
B. Justiça Eleitoral 
 
A Justiça Eleitoral julga os crimes eleitorais e seus conexos, nos termos do art. 
121 da CF, combinado com o art. 109, IV, da Carta Magna, que prevê a exclusão da 
competência da Justiça Federal quando se tratar de crime eleitoral. 
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O julgamento em primeira instância é feito pelos juízes eleitorais, função 
exercida pelos próprios juízes estaduais designados para tal atividade pelo Tribunal 
Regional Eleitoral. Em segunda instância,os recursos referentes aos crimes eleitorais 
são julgados pelos TRE, e, em última instância, pelo TSE. 
 
OBSERVAÇÃO: caso ocorram ofensas contra juiz ou promotor eleitoral, ou qualquer 
outro servidor do cartório eleitoral ou convocado para servir nas eleições (mesários), a 
competência para julgamento não é da Justiça Eleitoral na medida em que o crime de 
desacato não é previsto na legislação como delito eleitoral. Assim, considerando que 
os servidores eleitorais, efetivos ou convocados, bem como os juízes e promotores que 
acumulam as funções eleitorais, exercem atribuição federal, a competência é da 
Justiça Federal. 
 
ATENÇÃO! O STF decidiu recentemente que compete à Justiça Eleitoral julgar os 
crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar, 
caso a caso, a existência de conexão de delitos comuns aos delitos eleitorais e, em não 
havendo, remeter os casos à Justiça competente (STF. Plenário. Inq. 4.435 AgR-
quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 - Info 933). Esse 
entendimento é importantíssimo e certamente será explorado em prova objetiva. 
 
C. Justiça Federal 
 
A Constituição Federal expressamente prevê a competência criminal da 
Justiça Federal em seu art. 109, incisos IV, V, V-A, VI, VII, IX e X. 
a) Composição da Justiça Federal: 
Em primeira instância, o julgamento é realizado pelos juízes federais em 
atuação nas Varas Federais ou nos Juizados Especiais Criminais Federais (para as 
infrações de menor potencial ofensivo), ou, ainda, pelo Tribunal do Júri Federal 
(homicídio contra servidor público federal, aborto doloso no interior de um navio etc.). 
Em segunda instância, o julgamento dos recursos é feito no TRF. 
 
D. Justiça Estadual 
 
Nem a CF nem as leis processuais definem expressamente quando a 
competência é estadual, entretanto, como há previsão detalhada acerca da 
competência militar, eleitoral e federal, é por exclusão que se conclui que um 
julgamento cabe à Justiça Estadual Comum. 
 
OBSERVAÇÃO: a competência da esfera estadual, exceto do Júri, cessa se houver 
conexão com crimes da esfera federal ou crimes eleitorais, deslocando-se, nesse caso, 
para estas últimas. Em caso de conexão com crime militar haverá separação de 
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processos, de modo que cada justiça julgue aquele de sua competência (art. 79, I, do 
CPP). 
 
a) Composição da Justiça Estadual: 
Em primeira instância, o julgamento é feito pelos juízes estaduais, nas Varas 
Criminais Comuns, nos Juizados Especiais Criminais ou da Violência Doméstica ou 
Familiar Contra a Mulher, ou pelo Tribunal do Júri. Já em segunda instância, o 
julgamento dos recursos criminais fica a cargo dos Tribunais de Justiça ou das Turmas 
Recursais (no caso das infrações de menor potencial ofensivo). 
 
E. A natureza da infração como fator de divisão de competência dentro da mesma 
Justiça 
 
a) Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher: competência 
para julgamento e execução das causas criminais e cíveis, decorrentes da prática de 
violência doméstica ou familiar contra a mulher. 
b) Juizados Especiais Criminais: julgam as infrações de menor potencial 
ofensivo. 
 
OBSERVAÇÃO: quando cometida infração de menor potencial de natureza eleitoral, o 
procedimento da Lei 9.099/95 será aplicado perante o Juiz Eleitoral. Apenas no âmbito 
da Justiça Militar é expressamente vedada a aplicação da Lei 9.099/95, nos termos do 
art. 90-A desta Lei. 
 
c) Tribunal do Júri: para julgamentos dos crimes dolosos contra a vida e seus 
conexos. 
d) Varas Criminais Comuns: por exclusão, julgam todos os crimes não 
abrangidos nos itens anteriores. Em caso de conexão entre crime de competência dos 
juízes em atuação nestas Varas com infração de menor potencial ofensivo, prevalece a 
competência das Varas Comuns. 
e) Juizados do torcedor: órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e 
criminal, que poderão ser criados pelos Estados e pelo Distrito Federal, para o 
processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes das atividades reguladas 
na Lei 12.299/2010 (Estatuto do Torcedor), segundo prevê o art. 41-A da própria Lei. 
 
1.5. PREVENÇÃO E DISTRIBUIÇÃO 
 
Depois de fixadas a comarca e a Justiça competentes, é possível que restem 
vários juízes igualmente competentes para o caso. Verificar-se-á a prevenção se um 
deles adiantar-se aos demais na prática de algum ato do processo ou de medida a este 
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relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou queixa, passando este, 
portanto, a ser o competente. 
Se, entretanto, não houver qualquer juiz prevento, será feita a distribuição, 
que é um sorteio para a fixação de um determinado juiz para a causa. 
Hipóteses em que a prevenção é critério norteador de competência: 
 
a) Quando há mais de uma vara para a qual o inquérito pode 
ser direcionado, porém, antes da distribuição, algum juiz 
pratica ato relevante relacionado ao delito investigado, fica ele 
prevento. Neste caso, a prevenção define o juízo, a vara onde a 
ação penal tramitará (art. 83 do CPP). 
b) Quando for cometido crime permanente no território de 
duas ou mais comarcas (art. 71 do CPP). 
c) Quando for cometido crime continuado no território de duas 
ou mais comarcas (art. 71 do CPP). 
d) Infração praticada em local incerto entre duas ou mais 
comarcas (art. 70, § 3º, do CPP). 
e) Infração cometida em lugar que não se tem certeza se 
pertence a uma ou outra comarca (art. 70, § 3º, do CPP). 
f) Se for desconhecido o lugar da infração e o réu tiver duas 
residências (art. 72, § 1º, do CPP). 
g) No caso de conexão quando não houver foro prevalente, por 
serem os delitos da mesma categoria de jurisdição e tiverem as 
mesmas penas (art. 78, II, “c”, do CPP). 
 
OBSERVAÇÃO: nas hipóteses dos tópicos ‘b’ a ‘g’, a prevenção é utilizada para a 
fixação do foro competente, enquanto na hipótese do tópico ‘a’, tal critério serve para 
fixar o juízo competente. 
 
1.6. FASES PARA A DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
 
1ª fase: determinação do foro competente pelos critérios do local da infração 
ou domicílio do réu. 
2ª fase: determinação da justiça competente pelo critério da natureza da 
infração. 
3ª fase: determinação da vara competente por meio da prevenção ou 
distribuição. 
 
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1.7. CONEXÃO E CONTINÊNCIA 
 
A conexão e a continência não são critérios para a fixação, mas para uma 
eventual prorrogação da competência. 
 
A. Hipóteses de conexão (art. 76 do CPP) 
 
Para a existência de conexão, necessariamente deve-se estar diante de duas 
ou mais infrações penais (o que não ocorre na continência). Essas duas ou mais 
infrações devem estar interligadas por algum dos vínculos elencados nos incisos do art. 
76 do CPP. 
 
OBSERVAÇÃO: em regra, não há reunião de IP em razão da conexão, devendo cada 
qual tramitar separadamente na circunscrição em que houve a consumação do delito. 
Contudo, sendo útil ao esclarecimento e à busca da verdade real, pode-se providenciar 
a união em uma só delegacia ou departamento policial, desde que conte com 
autorização judicial, ouvindo-se previamente o MP. 
 
a) Conexão intersubjetiva (art. 76, I, do CPP) 
Nesta modalidade, as duas ou mais infrações são praticadas por duas ou mais 
pessoas, sendo que o elo entre os delitos reside justamentenisso. 
- Conexão intersubjetiva por simultaneidade (ou ocasional): se, ocorrendo 
duas ou mais infrações penais, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias 
pessoas reunidas. 
Nesta figura, os agentes cometem os crimes ao mesmo tempo, porém sem 
que haja prévio ajuste entre eles. Ex.: crimes multitudinários. 
- Conexão intersubjetiva por concurso: se, ocorrendo duas ou mais infrações 
penais, houverem sido praticadas por várias pessoas em concurso (coautoria ou 
participação), embora diverso o tempo e o lugar. 
Essa hipótese se aplica sempre que duas ou mais pessoas cometerem dois ou 
mais delitos em concurso, pouco importando que ocorram em momento e locais 
diversos. Ex.: gangue que pratica vários delitos em determinada cidade, porém em 
bairros diversos, para dificultar o trabalho da polícia. 
- Conexão intersubjetiva por reciprocidade: se as infrações forem praticadas 
por duas ou mais pessoas, umas contra as outras. 
É o que ocorre, por exemplo, no caso de lesões corporais recíprocas. 
 
OBSERVAÇÃO: o crime de rixa não se enquadra nessa hipótese por se tratar de crime 
único cometido ao mesmo tempo por três ou mais pessoas, configurando exemplo de 
continência. 
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b) Conexão objetiva, material ou lógica (art. 76, II, do CPP) 
O vínculo de uma infração está na motivação de uma delas que a relaciona à 
outra. Tal conexão pode ser teleológica ou consequencial. 
- Conexão teleológica: quando uma infração penal visa facilitar a prática de 
outra. 
Nessa hipótese, o vínculo encontra-se na motivação do primeiro delito em 
relação ao segundo. Exs.: matar o segurança para sequestrar o empresário ou o marido 
para estuprar a esposa. 
- Conexão consequencial: quando uma infração for cometida visando ocultar 
outra, quando uma infração for praticada para conseguir a impunidade de outra ou 
quando uma infração for realizada para assegurar a vantagem de outra. 
c) Conexão instrumental ou probatória (art. 76, III, do CPP) 
Ocorre quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
influir na prova de outra infração. Ex.: prova do crime de furto influindo decisivamente 
na comprovação e responsabilização do agente receptador. 
 
B. Hipóteses de continência (art. 77 do CPP) 
 
A continência é o vínculo que une dois ou mais infratores a uma única 
infração (concurso de pessoas), ou a ligação de mais de uma infração por decorrerem 
de uma só conduta (concurso formal de crimes, aberractio ictus com unidade 
complexa e aberractio criminis com unidade complexa), ocasionando a reunião de 
todos os elementos em processo único. 
A continência pode se dar por cumulação subjetiva ou objetiva: 
 
a) Continência por cumulação subjetiva (art. 77, I, do CPP) - 
Ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela 
mesma infração penal. Trata-se aqui de crime único cometido 
por duas ou mais pessoas em coautoria ou participação. 
b) Continência por cumulação objetiva (art. 77, II, do CPP) - 
Ocorre em todos os casos de concurso formal, bem como nas 
hipóteses de erro na execução (aberratio ictus) ou resultado 
diverso do pretendido (aberratio criminis) com duplo resultado. 
 
C. Regras de prevalência de foro nos casos de conexão e continência 
 
Os critérios de prevalência estão previstos no art. 78 do CPP e serão listados 
na ordem lógica de prevalência (e não na sequência que consta do Código). 
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1º) No concurso de jurisdições de categorias diversas, predominará a de 
maior graduação (art. 78, III, do CPP). 
Ex.: um Juiz de Direito comete um crime de lesão corporal simples em concurso 
de agentes com um cidadão comum. O Juiz de Direito tem foro por prerrogativa 
perante o Tribunal de Justiça, independentemente do crime praticado, nos termos do 
art. 96, III, da CF. Já, para o cidadão comum, a CF não estabelece nenhum foro 
especial, sendo, neste caso, da competência do juiz de 1º grau o julgamento. Ocorre 
que, em razão da conexão, ambos serão julgados pela jurisdição de maior graduação, 
que, no caso, é o Tribunal de Justiça. 
 
ATENÇÃO! A situação muda de panorama quando falamos em concursos de jurisdição 
nas quais existe previsão constitucional para o julgamento do agente. Trataremos com 
mais detalhes desta hipótese adiante. 
 
2º) No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá a 
especial (art. 78, IV, do CPP). 
O alcance dessa regra se limita às hipóteses de conexão entre crime eleitoral e 
crime comum, quando ambos serão julgados pela justiça eleitoral (especial), pois em 
relação à Justiça Militar, o art. 79, I, do CPP estabelece que, quando houver conexão 
entre crime militar e delito comum, haverá cisão de processos, ou seja, a justiça 
castrense julgará o crime militar e a Justiça Comum o outro delito. 
3º) No concurso entre a competência do Júri e a de outro órgão da jurisdição 
comum, prevalecerá a competência do Júri (art. 78, I, do CPP). 
O júri aprecia os crimes dolosos contra a vida e os crimes comuns que lhes 
sejam conexos ou continentes. 
Havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e infração de menor 
potencial ofensivo, ambos irão a Júri, devendo-se, contudo, quanto a esta última, 
oportunizar-se a transação penal e a composição civil dos danos (art. 60, parágrafo 
único, da Lei 9.099/95). 
 
OBSERVAÇÃO: havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e crime de 
competência da jurisdição especial, seja ela militar ou eleitoral, deverá ocorrer a 
separação dos processos. 
 
4º) No concurso de jurisdições da mesma categoria (Comum x Comum ou 
Especial x Especial): 
 
a) Preponderará a do lugar da infração à qual for cominada a 
pena mais grave (art. 78, II, “a”, do CPP). 
A regra em questão não se aplica quando há conexão entre um 
crime da esfera federal com outro da estadual. Em tal caso, 
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prevalece a competência da Justiça Federal, ainda que o crime 
de sua esfera tenha pena inferior ao da estadual, posto que a 
competência da Justiça Federal é determinada pela CF. 
Súmula 122 do STJ. Compete à Justiça Federal o processo e 
julgamento unificado dos crimes conexos de competência 
federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, 
do CPP. 
 
OBSERVAÇÃO: Havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e crime federal, 
ambos irão a Júri, que será realizado na Justiça Federal. 
 
b) Prevalecerá a do lugar em que ocorreu o maior número de 
infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade 
(art. 78, II, b, do CPP). 
c) Se as penas forem idênticas e em igual número, firmar-se-á 
a competência por prevenção (art. 78, II, c, do CPP). 
É o que ocorre, por exemplo, quando há conexão entre um 
furto simples cometido em uma comarca e uma receptação 
simples praticada em outra. 
 
D. Conexão entre a jurisdição comum e a do Juizado Especial Criminal 
 
Apesar de existir quem defenda que a competência do Juizado, por ter força 
constitucional, não pode ser afastada em face da conexão com crime comum, de 
acordo com o art. 60 da Lei 9.099/95, e seu parágrafo único, se houver conexão entre 
infração de menor potencial ofensivo e outro crime comum ou de competência do Júri, 
ambos serão julgados no Juízo Comum ou no Tribunal do Júri. 
 
E. Avocação 
 
Se apesar da conexão e continência, por equívoco ou desconhecimento, 
forem instauradas açõespenais diversas, uma para cada crime, a autoridade de 
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante outros juízes 
(art. 82 do CPP). 
 
OBSERVAÇÃO: a avocação, nos termos do art. 82 do CPP, só é possível se nenhuma 
das ações penais tiver sentença definitiva — de 1ª instância, conforme art. 593, I, do 
CPP. Nesse sentido, também existe a Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a 
reunião de processos, se um deles já foi julgado”. 
 
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F. Rito 
 
Nos casos de conexão entre crimes que possuam ritos processuais diversos, 
deverá ser observado o rito mais amplo, assim entendido aquele que conferir maiores 
oportunidades de defesa ao réu, ainda que se refira, originariamente, ao crime de 
menor gravidade. 
 
G. Separação de processos 
 
- Separação obrigatória 
Nas hipóteses dos incisos I e II do art. 79 do CPP, a separação obrigatória dá-
se desde o início, ou seja, são instauradas ações autônomas. Já nos casos dos §§ 1º e 
2º, o processo inicia-se uno, havendo posterior desmembramento pela superveniência 
de situação que torna inviável o prosseguimento em conjunto. Senão vejamos: 
 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar. 
 
A Justiça Militar só julga crimes militares próprios. 
 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de 
menores. 
 
É o que ocorre quando um adulto e um adolescente cometem infração penal 
em conjunto. O maior é julgado na Justiça Comum e o menor na Vara da Infância e da 
Juventude, aplicando-se a este medida socioeducativa (advertência, liberdade 
assistida, internação). 
 
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em 
relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152. 
 
De acordo com o art. 152 do CPP, sobrevindo ao réu doença mental após a 
infração, o processo será suspenso até que sua sanidade se restabeleça (a prescrição 
não será suspensa). Se há corréu, o processo será desmembrado e prosseguirá em 
relação a este. Contudo, se a insanidade já existia desde a prática do crime, não haverá 
desmembramento, pois ao inimputável será aplicada medida de segurança. 
 
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento: 
a) Se houver corréu foragido que não possa ser julgado à 
revelia. 
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Se o corréu é foragido antes de ser citado e, citado por edital, não 
comparece, o processo e a prescrição serão suspensos, prosseguindo, todavia, em 
relação aos demais (art. 366 do CPP). Se, porém, o corréu é foragido após ser citado 
pessoalmente ou por hora certa, sua revelia não importará em desmembramento do 
processo, pois a ele será nomeado defensor dativo e o processo poderá seguir em 
relação a todos. 
 
b) Quando ocorrer a hipótese do art. 461 do CPP. 
 
No rito do júri, havendo dois ou mais réus com defensores diversos, caso não 
coincida a escolha dos jurados, e não seja obtido o número mínimo de sete deles para 
formar o Conselho de Sentença, torna-se impossível o julgamento de todos na mesma 
data. Assim, o processo será desmembrado, julgando-se apenas um deles de acordo 
com a ordem estabelecida no art. 469, § 2º, do CPP. 
 
OBSERVAÇÃO: no procedimento do júri, se o corréu preso não for conduzido pela 
autoridade, o julgamento, quanto a ele, será adiado, julgando-se, se for conveniente, o 
corréu presente, em consequente desmembramento do processo. 
 
- Separação facultativa 
As hipóteses de separação facultativa estão localizadas no art. 80 do CPP: 
 
a) Quando as infrações tiverem sido praticadas em 
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes. 
 
Desde que tal fato possa prejudicar o tramitar da ação. 
 
b) Em razão do número excessivo de réus. 
 
Esta circunstância pode prejudicar substancialmente o andamento regular do 
feito, bastando imaginar, por exemplo, que cada um dos 30 acusados pode arrolar até 
8 testemunhas. 
 
c) Para não prolongar a prisão provisória de qualquer dos 
réus. 
 
Se, por exemplo, for instaurado incidente de dependência toxicológica em 
relação a um dos réus, a realização do exame pode ser demorada e prejudicar a 
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prolação de sentença relativa ao comparsa em relação ao qual a instrução já poderia 
ter sido encerrada. 
 
d) Por qualquer outro motivo relevante. 
 
Cabe ao juiz, de ofício ou por provocação, analisar a conveniência de manter o 
processo uno ou determinar a separação. 
 
H. Desclassificação e competência 
 
a) Crime único — rito comum 
Em se tratando de um só crime apurado na ação penal, com a 
desclassificação, o juiz deverá remeter o processo ao juízo competente para o 
julgamento (art. 74, § 2º, do CPP). 
b) Crime único — rito do Júri — fase da pronúncia 
Se a desclassificação ocorrer na fase da pronúncia, o art. 419 do CPP 
estabelece que o processo será remetido ao juízo competente. 
c) Crime único — rito do Júri — julgamento em Plenário 
É possível que o júri não condene o réu pela prática do crime doloso contra a 
vida e também não o absolva dessa imputação, desclassificando a infração para outra 
de competência do juízo singular, hipótese em que o juiz suspenderá a votação e 
proferirá ele próprio a sentença (art. 492, § 1º, do CPP). 
 
OBSERVAÇÃO: se a desclassificação for para infração de menor potencial ofensivo, o 
juiz não deve proferir a sentença de imediato, devendo, antes disso, aplicar as regras 
da Lei 9.099/95, como a composição civil, a coleta da representação, a transação 
penal, e, somente se estas figuras despenalizadoras não forem aplicadas com sucesso, 
deverá prolatar sentença de mérito, condenando ou absolvendo o réu. 
 
d) Crimes conexos — rito comum 
Mesmo se houver desclassificação ou absolvição, o juiz continua competente 
para julgar a outra infração penal ou o corréu. A essa hipótese dá-se o nome de 
perpetuatio jurisdicionis (art. 81, caput, do CPP). 
e) Crimes conexos — rito do Júri — fase da pronúncia 
Se a pessoa estava sendo processada por um crime doloso contra a vida e por 
crime comum conexo, caso o juiz, na fase da pronúncia, desclassifique o crime doloso 
contra a vida para delito não abrangido pela competência do júri, deverá remeter os 
autos ao juízo competente, para apreciar ambos os delitos. 
f) Crimes conexos — rito do Júri — julgamento em Plenário 
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Se o réu estiver sendo julgado por crime doloso contra a vida e por crime 
comum conexo e houver absolvição em relação ao primeiro, caberá aos jurados 
apreciar a responsabilidade do acusado em relação ao outro, uma vez que, ao julgarem 
o mérito da infração de competência do júri, entenderam-se competentes para a 
análise das demais. 
Em caso de desclassificação do crime doloso contra a vida, porém, o crime 
conexo de natureza diversa será julgado pelo juiz-presidente (art. 492, § 2º, do CPP). 
 
1.8. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
 
É também chamado de foro em razão da pessoa (ratione personae), foro 
especial ou privilegiado, apesar de não se tratar de um privilégio. 
 
A. Ampliação da competência originária dos Tribunais de Justiça pelas Constituições 
Estaduais 
 
Nada obsta que as Constituições dos Estados aumentemas hipóteses de foro 
por prerrogativa de função de competência dos respectivos Tribunais de Justiça. 
Há, entretanto, que se fazer uma ressalva relacionada aos crimes dolosos 
contra a vida, cuja competência atribuída ao Tribunal do Júri decorre de dispositivo da 
CF (art. 5º, XXXVIII, “d”). Assim, aqueles que gozam de foro especial previsto na própria 
Constituição da República, como, por exemplo, os promotores de justiça, são julgados 
pelo Tribunal de Justiça, ainda que cometam homicídio. Já aqueles cujo foro por 
prerrogativa de função decorre de Constituição Estadual, são julgados pelo Tribunal do 
Júri, de modo que se pode concluir que a prerrogativa de julgamento perante o 
Tribunal de Justiça só alcança outros delitos. Nesse sentido, existe a Súmula 721 do 
STF, cuja redação foi, inclusive, convertida na Súmula Vinculante 45: “A competência 
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função, 
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”. 
 
B. Ressalva da Justiça Eleitoral 
 
O próprio texto constitucional ressalva a competência da Justiça Eleitoral em 
detrimento da competência originária do TRF e do TJ. Assim, caso um juiz ou 
promotor, por exemplo, cometa crime eleitoral, será julgado originariamente pelo TRE. 
 
OBSERVAÇÃO: a ressalva só é expressa em relação a juízes e promotores, porém, a 
jurisprudência firmou entendimento de que também se estende aos Prefeitos que 
cometam crimes eleitorais. Nesse sentido: “Crime eleitoral — Prática por prefeito 
municipal — Competência do TRE para o julgamento — Impossibilidade de se dar 
abrangência ilimitada à norma do art. 29, VIII (atual X), da CF” (TJSP — Inq. 84.284­-3 
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25 
— Rel. Des. Ary Belfort — RT 649/264). No mesmo sentido, vejam-se os seguintes 
julgados do Supremo Tribunal Federal: HC 59.503 (Rel. Min. Néri da Silveira) e RE 
149.544­-8 (Rel. Carlos Velloso). 
 
Já as autoridades sujeitas à jurisdição do STF e do STJ, ainda que cometam 
crime eleitoral, serão julgadas pelos referidos Tribunais, e não pelo TSE, já que, em 
relação a eles, a CF não fez ressalva quanto à competência da Justiça Eleitoral. A 
expressão “crime comum” contida na CF foi utilizada, neste particular, para diferenciá-
los dos crimes de responsabilidade, abrangendo, assim, os crimes eleitorais, salvo 
quando houver expressa disposição em contrário (tal como ocorre com a competência 
dos Tribunais Regionais Federais e de Justiça). 
 
C. Afastamento da competência originária dos Tribunais de Justiça dos Estados em 
face do caráter federal da infração penal cometida por Prefeito 
 
Caso o detentor de cargo de Prefeito, que tem foro especial perante os 
Tribunais de Justiça dos Estados, cometa crime que se insere no rol da competência da 
Justiça Federal (art. 109, incisos IV, V, V-A, VI, IX e X, da CF), será julgado pelo TRF, uma 
vez que os TJs não podem julgar delitos que não se inserem em sua competência em 
razão da natureza da infração. 
Daí por que a Súmula 208 do STJ diz que “compete à Justiça Federal processar 
e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante 
órgão Federal”. 
Além disso, existe a Súmula 702 do STF segundo a qual “a competência do 
Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da 
Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau”, referindo-se ao TRE ou TRF. 
 
OBSERVAÇÃO: quanto a juízes e promotores de justiça que cometam crimes federais, 
o julgamento é feito pelo Tribunal de Justiça porque a Constituição Federal, em relação 
a tais autoridades, excepcionou expressamente a competência dos Tribunais Estaduais 
somente se o crime cometido for eleitoral. 
 
D. Alcance da competência dos Tribunais de Justiça em razão do local da infração 
 
Estende-se a competência do TJ sobre seu jurisdicionado, qualquer que tenha 
sido o local do delito no território nacional. Assim, se um juiz de direito de São Paulo 
comete um furto em Pernambuco, responde pelo crime perante o TJ de São Paulo. 
 
OBSERVAÇÃO: esta regra supracitada vale também no que se refere à competência 
originária dos TRF´S. 
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26 
 
E. Conexão ou continência entre crime cometido por quem goza de foro privilegiado 
e outra pessoa 
 
Para o STF, quando tratar-se de concurso entre autoridade submetida à 
jurisdição desta Corte e investigado não submetido à sua jurisdição, a regra é que haja 
a separação dos processos, conforme noticiado no Informativo 735: “O 
desmembramento de inquéritos ou de ações penais de competência do STF deve ser a 
regra geral, admitida exceção nos casos em que os fatos relevantes estejam de tal 
forma relacionados, que o julgamento em separado possa causar prejuízo relevante à 
prestação jurisdicional.” (STF. Plenário. Inq. 3.515 AgR/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 13/2/2014). 
Em não sendo caso de desmembramento do processo, ambos os réus serão 
julgados perante o Tribunal, já que a questão é solucionada pelo art. 78, III, do CPP, 
segundo o qual no concurso entre jurisdições de categorias diversas, prevalece a mais 
graduada. Aliás, a Súmula 704 do STF dita que “não viola as garantias do juiz natural, 
da ampla defesa e do devido processo legal, a atração por continência ou conexão do 
processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. 
No entanto, vale ressaltar que a doutrina e a jurisprudência entendem 
majoritariamente que a Súmula nº 704 do STF não se aplica à hipótese em que os 
agentes em concurso possuem, cada qual, foro privilegiado definido na Constituição 
Federal. É o caso, por exemplo, de um Juiz de Direito que comete um crime de 
homicídio em concurso de pessoas com um cidadão comum. O Juiz de Direito tem foro 
por prerrogativa perante o Tribunal de Justiça, independentemente do crime 
praticado, nos termos do art. 96, III da CF. Já, para o cidadão comum, a CF dispõe que a 
competência é do Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII, “d”, da CF). Assim, neste caso, 
entende-se pela necessária separação dos processos, não tendo aplicação a Súmula nº 
704 do STF. 
 
OBSERVAÇÃO: ainda que o Tribunal absolva aquele que tem foro especial, deverá 
julgar também o outro, tratando-se aqui de hipótese de perpetuatio jurisdicionis (art. 
81, caput, do CPP). 
 
Se, entretanto, for rejeitada a denúncia em relação a quem tem o foro por 
prerrogativa de função, por entender o Tribunal que não há indícios suficientes em 
relação a ele, mas que existem tais indícios em relação ao comparsa, os autos deverão 
ser remetidos ao juízo comum para apreciação em relação a este. 
Em caso de crime doloso contra a vida cometido por mais de uma pessoa, a 
regra geral é que aquele que não ostenta foro por prerrogativa de função deve ser 
julgado perante o Júri Popular, em consonância com o preceito normativo do art. 5º, 
XXXVIII, “d”, da CF (STF, Pleno, HC 69.325, 17.06.92, e 2ª T, HC 73.235, 28.11.95; STJ, 
HC 52.105, 16.06.11). No entanto, em casos excepcionais, será possível que os demais 
réus que não têm foro por prerrogativa de função também sejam julgados pelo foro 
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privilegiado, quando o julgamento em separado puder trazer algum prejuízo relevante 
à prestação jurisdicional, cabendo a este decidir (STF, Inq 3515,13.02.14). Inclusive, 
essa atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados não viola as garantias do juiz natural, 
da ampla defesa e do devido processo legal (Súmula 704 do STF). 
 
F. Conexão ou continência em relação a pessoas que gozam de foro especial em 
órgãos diversos do Poder Judiciário 
 
Nesses casos, o STF tem também entendido que prevalece o órgão 
jurisdicional mais graduado. Por isso, se um juiz e um Senador cometem juntos um 
crime, respondem conjuntamente perante o Supremo. 
 
G. STF restringe o alcance do foro por prerrogativa de função (AP 937, plenário, 
julgada em 03/05/18) 
 
O STF resolveu questão de ordem no sentido de fixar as seguintes teses: 
 
1. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos 
crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados 
às funções desempenhadas; 
2. Após o final da instrução processual, com a publicação do 
despacho de intimação para apresentação de alegações finais, 
a competência para processar e julgar ações penais não será 
mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro 
cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o 
motivo. 
 
Segundo o STF, este entendimento deve se aplicar imediatamente aos 
processos em curso, com a ressalva de todos os atos praticados e decisões proferidas 
pelo STF e pelos demais juízos com base na jurisprudência anterior. 
 
H. Réu que tem prerrogativa de foro que renuncia fraudulentamente ao mandato às 
vésperas do julgamento pelo Tribunal a fim de evitar a decisão 
 
O foro privativo é uma prerrogativa do cargo ocupado (e não da pessoa física). 
Portanto, deixando de exercer o cargo de Deputado Federal ou de Senador, em regra, 
não há mais motivo para que ele continue a ser julgado pelo STF (“regra da 
atualidade”). Assim, em regra, se o parlamentar federal (Deputado ou Senador) está 
respondendo a uma ação penal no STF e renuncia ao cargo antes de iniciar o 
julgamento, cessa o foro por prerrogativa de função e o processo deverá ser remetido 
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28 
para julgamento em 1ª instância (AP 606, em 12/07/2014). Contudo, se o julgamento 
já tiver iniciado, mesmo suspenso em face de pedido de vista, o STF continuará 
competente, pois o julgamento é ato unitário (Inq. 2.295, em 23/10/2008). E o STF 
também continuará competente quando restar configurada fraude processual e abuso 
de direito, a exemplo da renúncia ao cargo um dia antes do julgamento (AP 396, em 
28/10/2010). 
 
I. Órgão acusador 
 
Nos casos de foro especial, o oferecimento da denúncia cabe ao 
representante do MP que exerce suas atribuições junto ao Tribunal. Por isso, 
denúncias criminais contra Prefeitos ou Juízes são oferecidas pelo PGJ e denúncias 
contra Deputados Federais são apresentadas pelo PGR. 
 
J. Procedimento junto ao Tribunal 
 
Os processos de competência originária seguem o rito descrito nos arts. 1º a 
12 da Lei 8.038/90. Apesar de esta lei fazer menção apenas aos julgamentos perante o 
Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça, aplica-se também aos casos 
de competência originária dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça, 
complementados pelo Regimento Interno de cada uma dessas Cortes. 
 
K. Irrecorribilidade da decisão 
 
Os julgamentos dos tribunais nos casos de sua competência originária não 
podem ser reformados por tribunais superiores por ser irrecorrível a decisão quanto 
ao seu mérito. É o que determina a própria Constituição que, neste aspecto, não 
reconheceu o direito ao duplo grau de jurisdição, uma vez que o julgamento já é feito 
por órgão colegiado e de superior graduação. 
É claro que sempre é cabível a utilização do habeas corpus perante os órgãos 
superiores àquele incumbido da competência originária. 
 
L. Exceção da verdade 
 
O art. 85 do CPP estabelece que, nos crimes contra a honra que admitem 
exceção da verdade, caso esta seja oposta contra querelante que tenha foro por 
prerrogativa de função, deverá a exceção ser julgada pelo Tribunal, e não pelo juízo 
por onde tramita a ação. 
Atente-se, porém, para o fato de que a Corte Especial do STJ já decidiu que, 
embora a exceção da verdade oposta contra detentor de foro por prerrogativa de 
função deva ser julgada pelo Tribunal competente para julgar a autoridade, o próprio 
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juízo da ação penal de origem poderá indeferir o seu processamento se ausentes os 
requisitos para a sua admissibilidade. É o que se infere do seguinte julgado noticiado 
no informativo 522: “A exceção da verdade oposta em face de autoridade que possua 
prerrogativa de foro pode ser inadmitida pelo juízo da ação penal de origem caso 
verificada a ausência dos requisitos de admissibilidade para o processamento do 
referido incidente.” (STJ. Corte Especial. Rcl. 7.391-MT, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado 
em 19/6/2013). 
Ademais, a regra do art. 85 do CPP somente se aplica quando a exceção da 
verdade é oposta no crime de calúnia, pois apenas neste delito o querelado tem por 
finalidade provar que o querelante praticou crime. 
 
OBSERVAÇÃO: a doutrina entende que apenas a exceção é julgada pelo Tribunal, 
devendo os autos retornar à comarca de origem para a decisão quanto ao processo 
originário. Entende-se, também, que o Tribunal se limita a julgar a exceção, sendo 
colhidas as provas no juízo de primeira instância. 
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2. LEGISLAÇÃO ANOTADA 
 
Título V 
Da Competência 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I – o lugar da infração; 
* Critério ratione loci. 
II – o domicílio ou residência do réu; 
* Critério ratione loci. 
III – a natureza da infração; 
* Critério ratione materiae: visa identificar qual a justiça competente, se a Justiça 
comum ou a Justiça especializada. Ex.: cabe à Justiça Eleitoral o julgamento dos ilícitos 
criminais eleitorais. 
IV – a distribuição; 
V – a conexão ou continência; 
VI – a prevenção; 
VII – a prerrogativa de função. 
* Critério ratione personae. Ex.: cabe ao STF o julgamento das infrações penais 
comuns praticadas pelo Presidente da República (art. 102, I, “b”, CF). 
* Corte Especial: Compete ao Promotor de Justiça a instauração e presidência do 
inquérito civil, não se podendo falar em nulidade da investigação em face do foro por 
prerrogativa de função do denunciado, desde que, uma vez presentes os indícios de 
prática delitiva, sejam os autos encaminhados para o PGJ, para que, em âmbito 
criminal, adote as medidas que entenda pertinentes, restando, assim, respeitado o 
foro por prerrogativa de função do agente (AP 531, 14.05.12). 
Capítulo I 
Da Competência pelo Lugar da Infração 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
* A primeira parte do caput traz a regra geral, adotando a teoria do resultado (lócus 
commissi delict), considerando-se consumado o delito quando reunidos todos os 
elementos de sua definição legal. A jurisprudência criou uma exceção: segundo o STF e 
o STJ, no crime de homicídio, culposo ou doloso, a competência é fixada pelo local da 
ação, e não do resultado, pois isso facilita a colheita de provas no lugar em que os atos 
executórios se desenvolveram, além de dar uma resposta àcomunidade que reside 
onde ocorreu a ofensa ao bem jurídico. Esta exceção é chamada de Princípio do 
Esboço do Resultado (1ª T, RHC 116.200, 13/08/2013; 6ª T, HC 95.853, 11/09/2012). 
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* A parte final, tratando dos crimes tentados, adota a teoria da atividade. Os Juizados 
Especiais também adotam a teoria da atividade, de forma que a competência é fixada 
pelo local da ação ou omissão (art. 63 da Lei 9.099/95). 
* Enquanto o art. 6º do CP é uma regra destinada a resolver a competência no caso de 
crimes envolvendo o território de dois ou mais países (crimes à distância); o art. 70 do 
CPP se destina a resolver a competência de crimes envolvendo o território de duas ou 
mais comarcas, ou seções (crimes plurilocais). 
* O princípio do esboço do resultado, desenvolvido por Fernando de Almeida Pedroso, 
ensina que o agente, ao cometer o crime de homicídio doloso, projeta, faz um esboço 
de onde deve ocorrer o resultado e, mesmo que este venha a ocorrer em outro local, a 
competência será fixada no local projetado. A teoria serve apenas ao homicídio 
DOLOSO, pois não há que se falar em projeção de resultado em crimes culposos. 
Contudo, tanto STF quanto STJ aplicam esta teoria também para o homicídio culposo. 
§ 1º Se, iniciada a execução no Território Nacional, a infração se consumar fora dele, 
a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o 
último ato de execução. 
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do Território Nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou 
devia produzir seu resultado. 
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando 
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas 
ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
* Prevento é o juiz que primeiro recebe a inicial acusatória dando início ao processo, 
bem como o magistrado que, ainda na fase do inquérito, já tomou medidas referentes 
ao futuro processo. Mas não firma prevenção a atuação do magistrado em escala de 
plantão. Da mesma forma, a apreciação de HC, impetrado ainda na fase de IP tendo o 
delegado de polícia como autoridade coatora, não fixa prevenção para o futuro 
processo. 
ATENÇÃO: NOVIDADE LEGISLATIVA 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á 
pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) 
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território 
de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
Capítulo II 
Da Competência pelo Domicílio ou Residência do Réu 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo 
domicílio ou residência do réu. 
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
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§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
* Essa faculdade não tem cabimento na ação privada subsidiária da pública. 
* CESPE – DPF 2013: “Em se tratando de ações penais privadas, prevalece, no 
processo penal, a competência de foro, com preponderância do interesse do 
queixoso no que diz respeito à distribuição territorial da competência”. (E) O erro 
se dá pela generalização, pois em se tratando de ação penal privada subsidiária da 
pública, não há esta faculdade ao querelante, devendo-se aplicar a regra geral. 
Capítulo III 
Da Competência pela Natureza da Infração 
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de 
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 
1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do CP, consumados ou 
tentados. 
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a 
jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. 
* Nucci afirma que, atualmente, inexiste em nosso atual quadro de organização 
judiciária hipótese para aplicação desta regra. 
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à 
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410 (atual art. 419); 
mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente 
caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º (atual § 1º)). 
Capítulo IV 
Da Competência por Distribuição 
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma 
circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. 
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da 
decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou 
queixa prevenirá a da ação penal. 
Capítulo V 
Da Competência por Conexão ou Continência 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
* A conexão não é um critério de fixação de competência, mas sim de modificação 
desta, atraindo para um determinado juízo crimes e/ou infratores que poderiam ser 
julgados separadamente. 
* Havendo conexão, haverá concurso material de crimes. 
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I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, (a) houverem sido praticadas, ao mesmo 
tempo, por várias pessoas reunidas1, ou (b) por várias pessoas em concurso, embora 
diverso o tempo e o lugar2, ou (c) por várias pessoas, umas contra as outras3; 
II – se, no mesmo caso4, (a) houverem sido umas praticadas para facilitar5 (b) ou 
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer 
delas6; 
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração7. 
* Em regra, não há reunião de inquérito policial em razão da conexão, devendo cada 
qual tramitar separadamente na circunscrição em que houve a consumação do delito. 
Contudo, sendo útil ao esclarecimento e à busca da verdade real, pode-se providenciar 
a união em uma só delegacia ou departamento policial, desde que conte com 
autorização judicial, ouvindo-se previamente o MP. 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
* A continência é o vínculo que une dois ou mais infratores a uma única infração 
(concurso de pessoas), ou a ligação de mais de uma infração por decorrerem de uma 
só conduta (concurso formal de crimes, aberractio ictus com unidade complexa e 
aberractio criminis com unidade complexa), ocasionando a reunião de todos os 
elementos em processo único. 
Continência por cumulação subjetiva8 
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;Continência por cumulação objetiva9 
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, 
segunda parte, e 54 do CP. 
 
1 Conexão intersubjetiva por simultaneidade. Ex.: crimes multitudinários. 
2 Conexão intersubjetiva concursal. Ex.: gangue que pratica vários delitos em 
determinada cidade, porém em bairros diversos, para dificultar o trabalho da polícia. 
3 Conexão intersubjetiva por reciprocidade. Ex.: num duelo, desafiante e desafiado 
acabam sofrendo e provocando lesões corporais recíprocas. O crime de rixa não serve 
de exemplo para caracterizar a conexão por reciprocidade, pois, para haver conexão, 
obrigatoriamente devem existir duas ou mais infrações vinculadas. Na rixa, o crime é 
único. 
4 Ocorrendo duas ou mais infrações. 
5 Conexão objetiva teleológica. Ex.: indivíduo rouba um veículo para auxiliar na fuga 
de um roubo a banco. 
6 Conexão objetiva consequencial ou finalística. Ex.: comparsa que mata o outro para 
ficar com todo o produto do crime e homicida que, além da vítima, mata a única 
testemunha para ficar impune. 
7 Conexão objetiva instrumental ou probatória. Ex.: prova do crime de furto influindo 
decisivamente na comprovação e responsabilização do agente receptador. 
8Concurso de pessoas. 
9Concurso formal de crimes, aberractio ictus com unidade complexa (art. 73, parte 
final, do CP) e aberractio criminis com unidade complexa (art. 74, parte final, do CP). 
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34 
* O inciso II faz referência à antiga Parte Geral do CP, revogada pela Lei 7.209/84. A 
matéria é, atualmente, tratada nos arts. 70, 73, e 74 do CP. Assim, caracterizado o 
concurso formal de infrações, aberractio ictus ou aberractio criminis, impõe-se a 
reunião dos processos em face da continência. 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão 
observadas as seguintes regras: 
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá a competência do júri; 
* Portanto, o júri aprecia os crimes dolosos contra a vida e os crimes comuns que lhes 
sejam conexos ou continentes. 
* Havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e infração de menor 
potencial ofensivo, ambos irão a júri, devendo-se, contudo, quanto a esta última, 
oportunizar-se a transação penal e a composição civil dos danos (art. 60, parágrafo 
único, da Lei 9.099/95). 
* Havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e crime de competência da 
jurisdição especial, seja ela militar ou eleitoral, deverá ocorrer a separação dos 
processos. 
* Havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e crime federal, ambos irão a 
Júri, que será realizado na Justiça Federal. 
II – no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
* Comum x Comum ou Especial x Especial. 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
* Essa regra será aplicada mesmo que a infração de maior gravidade seja conexa com 
outra que tenha o status de menor potencial ofensivo. 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior 
graduação; 
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
* A Justiça Militar só julga crimes militares próprios e a Justiça Eleitoral julga as 
infrações eleitorais e as comuns que lhes sejam conexas. 
* Havendo concorrência entre crime doloso contra a vida e crime de competência da 
jurisdição especial, seja ela militar ou eleitoral, deverá ocorrer a separação dos 
processos. 
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, 
salvo: 
* O rol abaixo é exemplificativo e traz as hipóteses de separação obrigatória dos 
processos. 
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
35 
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum 
corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152. 
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se (a) houver corréu 
foragido que não possa ser julgado à revelia, ou (b) ocorrer a hipótese do art. 461 
(469). 
* A redação do mencionado art. 461 do CPP, após as alterações da Lei 11.689/08, 
corresponde ao atual art. 469, que trata da separação dos julgamentos no caso de 
recusas dos jurados, se, em razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7 
jurados para compor o Conselho de Sentença. 
* Se o corréu é foragido antes de ser citado e, citado por edital, não comparece, o 
processo e a prescrição serão suspensos, prosseguindo, todavia, em relação aos 
demais (art. 366). Se, porém, o corréu é foragido após ser citado pessoalmente ou por 
hora certa, sua revelia não importará em desmembramento do processo, pois a ele 
será nomeado defensor dativo e o processo poderá seguir em relação a todos. 
Separação dos processos 
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos (a) quando as infrações tiverem 
sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, (b) quando 
pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou 
(c) por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. 
* Cabe ao juiz, de ofício ou por provocação, analisar a conveniência de manter o 
processo uno ou determinar a separação. 
Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no 
processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença 
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua 
competência, continuará competente em relação aos demais processos. 
* Perpetuação da jurisdição é o reconhecimento de que o juiz prevalente, mesmo que 
absolva o réu pela infração que o tornou prevalente, ou desclassifique a infração, 
continuará competente para julgar as conexas. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou 
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver 
(sumariamente) o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o 
processo ao juízo competente. 
* O procedimento aqui previsto ocorre na 1ª fase do júri. Na 2ª fase, em plenário, se 
os jurados desclassificam o crime doloso contra a vida, significa que estão se 
declarando incompetentes, de forma que o julgamento, não só deste, mas também 
dos crimes conexos, fica afeto ao juiz presidente do júri (art. 492, §§ 1º e 2º); por 
outro lado, se os jurados absolverem o réu pelo crime doloso contra a vida, afirmam a 
competência, e por isso continuam aptos para apreciar as infrações conexas. 
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos 
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que 
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste 
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caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de 
unificação das penas. 
Capítulo VI 
Da Competência por Prevenção 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendodois ou 
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver 
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este 
relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 
71, 72, § 2º, e 78, II, “c”). 
Capítulo VII 
Da Competência pela Prerrogativa de Função 
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do STF, do STJ, dos TRF e 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que 
devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. 
§ 1ºA competência especial por prerrogativa de função, relativa a atos administrativos 
do agente, prevalece ainda que o inquérito ou a ação judicial sejam iniciados após a 
cessação do exercício da função pública. 
§ 2ºA ação de improbidade, de que trata a Lei 8.429/92, será proposta perante o 
tribunal competente para processar e julgar criminalmente o funcionário ou 
autoridade na hipótese de prerrogativa de foro em razão do exercício de função 
pública, observado o disposto no § 1º. 
* Em 15.09.05, o STF julgou procedentes as ADI 2.797 e 2.860 para declarar a 
inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º acima. Contudo, devido à modulação dos efeitos 
destas decisões, são válidos os atos praticados com base nesses dispositivos antes de 
15.09.05. Portanto, atualmente, não há mais que se falar em manutenção do foro 
privilegiado quando encerrado o cargo ou mandato, muito menos em prerrogativa de 
função para as ações de improbidade administrativa. Estas últimas, pouco importa se a 
autoridade continua ou não exercendo as funções, serão ajuizadas perante o juízo de 
1º grau. 
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as 
pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do STF e dos Tribunais de Apelação, 
àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da 
verdade. 
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar: 
I – os seus ministros, nos crimes comuns; 
* Nos crimes comuns, também compete ao STF julgar o Presidente da República, o 
Vice-Presidente e os membros do CN (art. 102, I, “b”, da CF). 
* Nos crimes de responsabilidade, os ministros do STF serão julgados pelo Senado (art. 
52, II, da CF). 
II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da 
República; 
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* Nos crimes comuns, cabe ao STF processar e julgar o Presidente, o Vice e os 
Ministros de Estado, estes últimos independentemente de serem crimes conexos com 
os do Presidente da República (art. 102, I, c, da CF). Já nos crimes de responsabilidade, 
o Presidente e o Vice são julgados pelo Senado, enquanto os Ministros são julgados 
pelo STF, salvo quando seus crimes de responsabilidade forem conexos com os do 
Presidente ou do Vice, hipótese em que serão julgados pelo Senado (art. 52, I, da CF). 
III – o Procurador-Geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, 
os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos 
crimes comuns e de responsabilidade. 
* O STF continua competente para julgar, nos crimes comuns, o PGR (art. 102, I, b, da 
CF), os ministros do TCU e os chefes de missão diplomática de caráter permanente 
(art. 102, I, “c”, da CF). Nos crimes de responsabilidade, a competência para julgar o 
PGR passou a ser do Senado, juntamente com os membros do CNJ e do CNMP, bem 
como do AGU (art. 52, II, da CF). Os outros continuam, nos delitos de responsabilidade, 
ao seu crivo. Os desembargadores dos TJ’s, TRF’s, TRE’s e TRT’s serão julgados, nos 
crimes comuns e de responsabilidade, pelo STJ (art. 105, I, “a”, da CF). 
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos 
governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito 
Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e 
órgãos do Ministério Público. 
* Compete ao TJ julgar os Juízes de Direito, os membros do MP, Prefeito Municipal, 
bem como os Secretários de Estado e Chefes de Polícia. Ao TRF compete julgar os 
Juízes Federais da Justiça comum e os da especial (militar, eleitoral e trabalhista), bem 
como os membros do MPU. Os Governadores são julgados, nos crimes comuns, no STJ, 
incluindo-se o Governador do DF (não mais chamado de Prefeito), e nos delitos de 
responsabilidade, são julgados por órgão misto constituído nos Estados. 
Capítulo VII 
Disposições Especiais 
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será 
competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. 
Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da 
República. 
* Ex.: se um indivíduo mata um brasileiro em Paris, e foge para o Brasil, será julgado na 
capital do Estado onde por último tenha residido em nosso país; e se nunca tiver 
residido no Brasil, será julgado em Brasília. 
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da 
República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações 
nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto 
brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, 
pela do último em que houver tocado. 
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo 
correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave 
estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao Território Nacional, serão 
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processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso 
após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. 
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas 
nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção. 
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3. JURISPRUDÊNCIA 
 
SÚMULAS 
 
Súmula 48 do STJ. Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita 
processar e julgar crimes de estelionato cometido mediante falsificação de cheque. 
(EM VIGOR, PORQUE A LEI Nº 14.155/2021 NÃO ALTEROU). 
Súmula 244 do STJ. Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de 
estelionato mediante cheque sem provisão de fundos. ATENÇÃO: (SUPERADA PELA 
LEI Nº 14.155/2021, QUE ADICIONOU O § 4º AO ART. 70 DO CPP). 
Súmula 521 do STF. O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de 
estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, 
é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. ATENÇÃO: (SUPERADA 
PELA LEI Nº 14.155/2021, QUE ADICIONOU O § 4º AO ART. 70 DO CPP). 
Súmula 62 do STJ. Compete a Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa 
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído a empresa privada. 
Súmula 200 do STJ. O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de 
crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. 
Súmula 546 do STJ. A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o 
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
Súmula 706 do STF. É relativa a nulidade decorrente da inobservânciada competência 
penal por prevenção. 
Súmula 151 do STJ. A competência para o processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da 
apreensão dos bens. 
Súmula 721 do STF. A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre 
o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição 
Estadual. 
Súmula vinculante 45. A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece 
sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela constituição 
estadual. 
Súmula 603 do STF. A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do 
juiz singular e não do Tribunal do Júri. 
Súmula 122 do STJ. Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos 
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, 
II, a, do CPP. 
Súmula 704 do STF. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados. 
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40 
Súmula 53 do STJ. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado 
de prática de crime contra instituições militares estaduais. 
Súmula 90 do STJ. Compete à Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial 
militar pela prática do crime militar, e à Comum pela prática do crime comum 
simultâneo àquele. 
Súmula 235 do STJ. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já 
foi julgado. 
Súmula 528 do STJ. Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida 
do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
 
JULGADOS 
 
STF: A competência penal originária do STF para processar e julgar parlamentares 
alcança os congressistas federais no exercício de mandato em casa parlamentar 
diversa daquela em que consumada a hipotética conduta delitiva, desde que não haja 
solução de continuidade. Desse modo, mantem-se a competência criminal originária 
do STF nos casos de “mandatos cruzados” exclusivamente de parlamentar federal. 
STF. Plenário. Inq. 4342 QO/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/4/2022 (Info 
1049). 
 
STJ: É aplicável a teoria do juízo aparente para ratificar medidas cautelares no curso do 
inquérito policial quando autorizadas por juízo aparentemente competente. STJ. 5ª 
Turma.AgRg no RHC 156.413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/04/2022 
(Info 733). 
 
STJ: A eventual incidência da causa de aumento descrita na parte final do § 4º do art. 
1º da Lei de Lavagem de Dinheiro, na redação dada pela Lei n. 12.683/2012, não 
constitui empecilho para o juiz manter a separação dos feitos, nos termos do art. 80 do 
CPP. STJ. 5ª Turma. RHC 157.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/05/2022 
(Info 735). 
 
STF: É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de 
inquérito ou outro procedimento investigatório em face de autoridade com foro por 
prerrogativa de função em Tribunal de Justiça. STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2021 (Info 1040). 
 
STF: É inconstitucional norma estadual que impõe a necessidade de prévia autorização 
do órgão colegiado do tribunal competente para prosseguir com investigações que 
objetivam apurar suposta prática de crime cometido por magistrado. STF. Plenário. ADI 
5331/MG, Rel. Min. Rosa Weber, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado 
em 3/6/2022 (Info 1057). 
 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
41 
STJ: Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou por meio da transferência de valores, a competência será definida pelo 
local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda 
que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706). 
 
STF: É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por 
prerrogativa de função a autoridades não contempladas pela Constituição Federal de 
forma expressa ou por simetria. STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 
6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 
1026). 
 
STJ: Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, 
não relacionados com o cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. STJ. 3ª 
Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708). 
 
STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de 
imóvel vinculado ao Programa Minha Casa Minha Vida. STJ. 3ª Seção. CC 179.467-RJ, 
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/06/2021 (Info 700). 
 
STJ: Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio 
emergencial pagos durante a pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema 
de segurança de instituição privada, sem que haja fraude direcionada à instituição 
financeira federal. STJ. 3ª Seção. CC 182.940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado 
em 27/10/2021 (Info 716). 
 
STJ: A Justiça Federal é competente para processar e julgar os crimes ambientais e 
contra a vida decorrentes do rompimento da barragem em Brumadinho/MG. STJ. 6ª 
Turma. RHC 151.405-MG, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do 
TRF 1ª Região), julgado em 19/10/2021 (Info 714). 
 
STJ: A simples constatação de que os medicamentos apreendidos em poder do réu 
eram de procedência estrangeira não atrai a competência da Justiça federal para 
processar e julgar o feito. A moldura fática delineada na denúncia, na sentença 
condenatória e no acórdão recorrido não indica nenhum elemento concreto a 
evidenciar que o réu, pessoalmente, adquiriu tais medicamentos no exterior ou que 
ele tenha participado, de alguma forma, da introdução, no País, dos medicamentos 
apreendidos em seu poder, o que revela ser da Justiça estadual a competência para o 
processamento e julgamento da causa. O simples fato de colocar à venda 
medicamentos estrangeiros de uso proibido em território nacional não atrai a 
competência da Justiça Federal para apuração da suposta prática do delito previsto no 
art. 273, §§ 1º e 1º-B, I, do Código Penal. Faz-se necessária, ainda, a demonstração da 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
42 
internacionalidade do delito, ou seja, a indicação de elementos aptos a evidenciar que 
o acusado adquiriu tais produtos no exterior. STJ. 6ª Turma. REsp 1.889.515/SC, Rel. 
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 2/02/2021. 
 
STF: É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de 
inquérito ou outro procedimento investigatório em face de autoridade com foro por 
prerrogativa de função em Tribunal de Justiça. STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2021 (Info 1040). 
 
STJ: Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio 
emergencial pagos durante a pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema 
de segurança de instituição privada, sem que haja fraude direcionada à instituição 
financeira federal. STJ. 3ª Seção. CC 182.940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado 
em 27/10/2021 (Info 716).STJ: A Justiça Federal é competente para processar e julgar os crimes ambientais e 
contra a vida decorrentes do rompimento da barragem em Brumadinho/MG. 6ª 
Turma. RHC 151.405-MG, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do 
TRF 1ª Região), julgado em 19/10/2021 (Info 714). 
 
STJ: A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os 
comuns que lhe forem conexos. STJ. 5ª Turma. HC 612.636-RS, Rel. Min. Jesuíno 
Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado 
em 05/10/2021 (Info 713). 
 
STJ: Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, 
não relacionados com o cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. STJ. 3ª 
Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708). 
 
STJ: Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou por meio da transferência de valores, a competência será definida pelo 
local do domicílio da vítima, em razão da superveniência de Lei nº 14.155/2021, ainda 
que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706). 
 
STF: É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por 
prerrogativa de função a autoridades não contempladas pela Constituição Federal de 
forma expressa ou por simetria. STF. Plenário. ADI 6.501/PA, ADI 6.508/RO, ADI 
6.515/AM e ADI 6.516/AL, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 
1026). 
 
CPF: 860.542.154-18
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43 
STF: A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar crime comum conexo com 
crime eleitoral, ainda que haja o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva 
do delito eleitoral. STF. 2ª Turma. RHC 177.243/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 
em 29/6/2021 (Info 1024). 
 
STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de 
imóvel vinculado ao Programa Minha Casa Minha Vida. STJ. 3ª Seção. CC 179.467-RJ, 
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/06/2021 (Info 700). 
 
STF: A CF/88 não previu foro por prerrogativa de função aos Vereadores e aos Vice-
prefeitos. O foro por prerrogativa de função foi previsto apenas para os prefeitos (art. 
29, X, da CF/88). Diante disso, é inconstitucional norma de Constituição Estadual que 
crie foro por prerrogativa de função para Vereadores ou Vice-Prefeitos. A CF/88, 
apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, 
estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, 
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário. 
ADI 5.58/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/04/2021. 
 
STF: Extrapola a autonomia do estado previsão, em constituição estadual, que confere 
foro privilegiado a Delegado Geral da Polícia Civil. A autonomia dos estados para 
dispor sobre autoridades submetidas a foro privilegiado não é ilimitada, não pode ficar 
ao arbítrio político do constituinte estadual e deve seguir, por simetria, o modelo 
federal. STF. Plenário. ADI 5.591/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/3/2021 
(Info 1010). 
 
STJ: A empresa ostensiva, ou seja a importadora aparente, que não indica o verdadeiro 
importador das mercadorias pratica o delito tipificado no art. 299 do Código Penal 
(falsidade ideológica). Ademais, considera-se como local da infração a sede fiscal da 
pessoa jurídica responsável pela inserção, na Declaração de Importação, de seu nome 
como importadora ostensiva, sabedora de que o real importador é outro. STJ. 3ª 
Seção. AgRg no CC 175.542/PR, Rel. Joel Ilan Paciornik, julgado em 24/02/2021. 
 
STJ: O TJDFT faz parte do Poder Judiciário da União. Mesmo assim, se for praticado 
falso testemunho em processo que ali tramita, a competência será da Justiça do 
Distrito Federal (e não da Justiça Federal comum). Isso porque a Justiça do Distrito 
Federal possui competência para julgar crimes, não havendo interesse direto e 
específico da União a atrair o art. 109, IV, da CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 166.732-DF, Rel. 
Min. Laurita Vaz, julgado em 14/10/2020 (Info 681). 
 
STF: Caso concreto (com adaptações): Marcos era Ministro de Estado. Havia suspeitas 
de que ele teria cometido dois crimes conexos: um crime eleitoral e um crime federal 
“comum”. Considerando que ele possuía foro por prerrogativa de função, foi 
instaurado, no âmbito do STF, um inquérito para apurar os fatos. Antes que houvesse 
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denúncia, Marcos foi exonerado do cargo de Ministro e, portanto, perdeu o foro 
privativo. Diante disso, o STF determinou a remessa da investigação para a 1ª 
instância. O caso foi remetido para a 1ª instância da Justiça Eleitoral porque segundo o 
entendimento do STF, em caso de conexão entre crime de competência da Justiça 
comum (federal ou estadual) e crime eleitoral, os delitos serão julgados 
conjuntamente pela Justiça Eleitoral. O processo foi distribuído para a 1ª Zona Eleitoral 
de Brasília (DF). O Promotor Eleitoral pediu sumariamente o arquivamento da 
investigação no que tange ao crime eleitoral. O Juiz Eleitoral acolheu o pedido do 
Ministério Público Eleitoral e arquivou a investigação quanto ao crime eleitoral. 
Restava, no entanto, um outro delito, qual seja, o crime federal. 
Diante disso, o Juiz Eleitoral declinou da competência para processar o feito para a 
Seção Judiciária de São Paulo (SP), local onde supostamente o crime teria sido 
praticado. Inconformada, a defesa de Marcos ajuizou reclamação alegando que a 
decisão declinatória do Juiz Eleitoral teria afrontado a decisão do STF. 
Houve um empate na votação e prevaleceu a decisão mais favorável ao investigado. 
Para o Ministro Gilmar Mendes, houve sim violação à autoridade da decisão proferida 
pelo STF, uma vez que as instâncias inferiores não observaram as diretrizes que 
resultaram na definição da competência da Justiça Eleitoral para apuração e 
processamento dos fatos. O MPE promoveu o arquivamento do crime eleitoral 
imediatamente após o recebimento dos autos, não tendo sequer empreendido 
qualquer diligência investigativa para apurar os indícios de tais crimes. 
Além disso, o Juízo Eleitoral arquivou o inquérito e remeteu os autos à Justiça Federal, 
mesmo diante da expressa decisão dessa Corte que fixou sua competência para 
supervisão dos fatos. As instâncias inferiores, portanto, ignoraram os termos da 
decisão reclamada, que assentou a competência da Justiça Eleitoral para o 
processamento e a apuração dos fatos em questão. STF. 2ª Turma. Rcl. 34.805 AgR/DF, 
Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1º/9/2020 (Info 
989). 
 
STF: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em 
disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente 
(arts. 241, 241-A e 241-B da Lei nº 8.069/1990) quando praticados por meio da rede 
mundial de computadores. STF. Plenário. RE 628.624/MG, Rel. orig. Min. Marco 
Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 
(Repercussão Geral – Tema 393) (Info 805). 
 
STJ: Compete à Justiça Estadual o pedido de habeas corpus preventivo para viabilizar, 
para fins medicinais, o cultivo, uso, porte e produção artesanal da Cannabis 
(maconha), bem como porte em outra unidade da federação, quando não 
demonstrada a internacionalidade da conduta. STJ. 3ª Seção. CC 171.206-SP, Rel. Min. 
Joel Ilan Paciornik, julgadoem 10/06/2020 (Info 673). 
 
STJ: Ausentes os elementos que revelem ter havido evasão de divisas ou lavagem de 
dinheiro em detrimento de interesses da União, compete à Justiça Estadual processar 
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45 
e julgar crimes relacionados a pirâmide financeira em investimento de grupo em 
criptomoeda. A captação de recursos decorrente de “pirâmide financeira” não se 
enquadra no conceito de atividade financeira, razão pela qual o deslocamento do feito 
para a Justiça Federal se justifica apenas se demonstrada a prática de evasão de divisas 
ou de lavagem de dinheiro em detrimento de bens e serviços ou interesse da União. 
STJ. 3ª Seção. CC 170.392-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/06/2020 (Info 
673). 
 
STF: A Justiça do Trabalho não tem competência para processar e julgar ações penais. 
STF. Plenário. ADI 3.684, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – 
clipping). 
 
STJ: Compete à Justiça comum (Tribunal do Júri) o julgamento de homicídio praticado 
por militar contra outro quando ambos estejam fora do serviço ou da função no 
momento do crime. Caso concreto: Francisco era soldado da Polícia Militar do Estado 
do Maranhão. Samuel era cabo da Polícia Militar do Estado do Piauí. Determinado dia, 
Francisco, que se encontrava de férias, passeava em Teresina (PI). Samuel percebeu 
que Francisco estava armado e, mesmo estando de folga, abordou o soldado 
indagando sobre a arma. Iniciou-se uma discussão e Francisco atirou três vezes contra 
Samuel, que faleceu em razão dos disparos. A vítima e o réu - ambos policiais militares 
à época dos fatos - estavam fora de serviço quando iniciaram a discussão. Logo, não se 
pode falar que houve crime militar, devendo, portanto, o réu ser julgado pela Justiça 
Comum estadual (Tribunal do Júri). STJ. 3ª Seção. CC 170.201-PI, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 11/03/2020 (Info 667). 
 
STF: O fato de as investigações estarem perto do fim e de já terem demorado anos não 
servem como argumento jurídico válido para prorrogar a competência do STF. Apesar 
da efetiva evolução das investigações, sob a supervisão do STF, não houve 
oferecimento de denúncia contra o agravante nem encerramento da instrução 
processual penal. Logo, o marco temporal relativo à data de apresentação das razões 
finais não foi alcançado. Além disso, quanto ao segundo argumento da defesa, o STF 
esclareceu que é possível a imediata remessa dos autos às instâncias competentes, 
inclusive antes da publicação do acórdão ou do trânsito em julgado, quando 
constatado o risco de prescrição. STF. 2ª Turma. Pet. 7.716 AgR/DF, Rel. Min. Edson 
Fachin, julgado em 18/2/2020 (Info 967). 
 
STF: Policial Rodoviário Federal, durante o trajeto de sua casa para o trabalho, 
envolveu-se em uma desavença no trânsito com o condutor de um veículo que dirigia 
sem respeitar a sinalização e em alta velocidade. O Policial efetuou disparos que 
resultaram na morte do condutor. A competência para julgar essa acusação de 
homicídio é da Justiça Estadual. A competência da Justiça Federal pressupõe a 
demonstração concreta das situações veiculadas no art. 109 da CF/88. A mera 
condição de servidor público não basta para atraí-la, na medida em que o interesse da 
União há de sobressair das funções institucionais, não da pessoa do agente. A infração 
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penal cometida pelo réu no deslocamento até o local de trabalho não guarda qualquer 
vinculação com o exercício das funções de Policial Rodoviário Federal. STF. 1ª 
Turma.HC 157.012/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/12/2019 (Info 963). 
 
STJ: Na hipótese em que o delito seja praticado em um mandato e o réu seja reeleito 
para o mesmo cargo, a continuidade do foro por prerrogativa de função restringe-se às 
hipóteses em que os diferentes mandatos sejam exercidos em ordem sequencial e 
ininterrupta. No caso concreto, os fatos atribuídos ao paciente, então Prefeito de 
Buritizal/SP, datam do ano de 2011, ou seja, teriam supostamente ocorrido durante o 
mandato 2008-2012. Não eleito para o mandato subsequente, o réu apenas veio a 
ocupar novo cargo de Prefeito em 2017-2020. Diante desse quadro fático, constata-se 
que houve a quebra da necessária e indispensável continuidade do exercício do 
mandato político para fins de prorrogação da competência. Logo, ele será julgado pelo 
juízo de 1ª instância. STJ. 5ª Turma. HC 539.002/SP, Rel. Min. Leopoldo de Arruda 
Raposo (Desembargador convocado do TJ/PE), julgado em 21/11/2019. 
 
STJ: Compete à Justiça Estadual julgar o crime de homicídio praticado contra policiais 
militares estaduais, ainda que no contexto do delito federal de contrabando (STJ. 3ª 
Seção. CC 153.306/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
22/11/2017). Ex.: o sujeito ativo trazia cigarros importados em seu veículo e, para fugir 
de uma blitz, atirou e matou um dos policiais militares. Haverá desmembramento: a 
Justiça Federal julgará o contrabando e a Justiça Estadual julgará o homicídio. 
Situação diversa, entretanto, é aquela em que o crime contra a vida em desfavor de 
agentes estatais, consumado ou tentado, é praticado no contexto de crime de roubo 
armado contra órgãos, autarquias ou empresas públicas da União. Isso porque, nesta 
hipótese, a íntima relação entre a violência, elementar do crime de roubo, e o crime 
federal (roubo armado) atrai a conexão. Ex.: o sujeito ativo cometeu roubo contra os 
Correios; depois de consumado, passou a ser perseguido por policiais militares e atirou 
contra eles, matando um e ferindo o outro. O roubo e os delitos de homicídio serão 
julgados conjuntamente pela Justiça Federal. STJ. 3ª Seção. CC 165.117-RS, Rel. Min. 
Ribeiro Dantas, julgado em 23/10/2019 (Info 659). 
 
STF: O crime de corrupção passiva praticado por Senador da República, se não estiver 
relacionado com as suas funções, deve ser julgado em 1ª instância (e não pelo STF). 
Não há foro por prerrogativa de função neste caso. O fato de o agente ocupar cargo 
público não gera, por si só, a competência da Justiça Federal de 1ª instância. Esta é 
definida pela prática delitiva. Assim, se o crime não foi praticado em detrimento de 
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas (inciso IV do art. 109 da CF/88) e não estava presente nenhuma outra 
hipótese do art. 109, a competência para julgar o delito será da Justiça comum 
estadual. 
STF. 1ª Turma. Inq. 4.624 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/10/2019 (Info 
955). 
 
CPF: 860.542.154-18
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STF: Compete ao STF julgar a apelação criminal interposta contra sentença de 1ª 
instância caso mais da metade dos membros do Tribunal de Justiça estejam impedidos 
ou sejam interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88). STF. 2ª Turma. AO 2093/RN, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgado em 3/9/2019 (Info 950). 
 
STF: É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por 
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, 
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. A CF/88, apenas 
excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais, 
estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, 
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. STF. Plenário. 
ADI 2553/MA, Rel. Min.Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 15/5/2019 (Info 940). Cuidado. O STF possui julgado afirmando que é 
válida a previsão na Constituição Estadual de foro por prerrogativa de função para o 
Procurador-Geral do Estado: STF. Plenário. HC 103.803/RR, rel. Min. Teori Zavascki, 
julgado em 01/07/2014 (Info 752). 
 
STJ: O STJ é incompetente para julgar crime praticado durante mandato anterior de 
Governador, ainda que atualmente ocupe referido cargo por força de nova eleição. 
Ex: João praticou o crime em 2010, quando era Governador; em 2011 foi eleito 
Senador; em 2019 assumiu novamente como Governador; esse crime praticado em 
2010 será julgado em 1ª instância (e não pelo STJ). Como o foro por prerrogativa de 
função exige contemporaneidade e pertinência temática entre os fatos em apuração e 
o exercício da função pública, o término de um determinado mandato acarreta, por si 
só, a cessação do foro por prerrogativa de função em relação ao ato praticado nesse 
intervalo. 
STJ. Corte Especial. QO na APn 874-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
15/05/2019 (Info 649). 
 
STF: Prefeito cometeu o crime durante o exercício do mandato e o delito está 
relacionado com as suas funções: a competência para julgá-lo será, em regra, do 
Tribunal de Justiça. Se esse Prefeito, antes de o processo terminar, for reeleito para 
um segundo mandato (consecutivo e ininterrupto), neste caso, o Tribunal de Justiça 
continuará sendo competente para julgá-lo. Por outro lado, se o agente deixar o cargo 
de Prefeito e, quatro anos mais tarde, for eleito novamente Prefeito do mesmo 
Município, nesta situação a competência para julgar o crime será do juízo de 1ª 
instância. A prorrogação do foro por prerrogativa de função só ocorre se houve 
reeleição, não se aplicando em caso de eleição para um novo mandato após o agente 
ter ficado sem ocupar função pública. STF. 1ª Turma. RE 1.185.838/SP, Rel. Min. Rosa 
Weber, julgado em 14/5/2019 (Info 940) 
 
STF: É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por 
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, 
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. 
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A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades 
federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, 
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. 
STF. Plenário. ADI 2.553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 15/5/2019 (Info 940). 
 
STF: Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado 
Federal não se relacionam ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não 
é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância. Isso porque o foro por prerrogativa de 
função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e 
relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 03/05/2018). A apropriação indébita se consuma no ato da 
inversão da propriedade do bem. Se a inversão da propriedade ocorreu com a 
transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em 
Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para apurar 
este delito é do juiz de direito de 1ª instância do TJDFT. STF. 1ª Turma. Inq. 4.619 AgR-
segundo/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931). 
 
STF: O STF entende que o recebimento de doação ilegal destinado à campanha de 
reeleição ao cargo de Deputado Federal é um crime relacionado com o mandato 
parlamentar. Logo, a competência é do STF. Além disso, mostra-se desimportante a 
circunstância de este delito ter sido praticado durante o mandato anterior, bastando 
que a atual diplomação decorra de sucessiva e ininterrupta reeleição. STF. Plenário. 
Inq. 4.435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 
933). 
 
STF: Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem 
conexos. STF. Plenário. Inq. 4.435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
13 e 14/3/2019 (Info 933). 
 
STF: O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só, não atrai 
a competência da Justiça Federal. 
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual julgar o crime praticado por brasileiro no 
exterior e que lá não foi julgado em razão de o agente ter fugido para o Brasil, tendo o 
nosso país negado a extradição para o Estado estrangeiro. Somente será de 
competência da Justiça Federal caso se enquadre em alguma das hipóteses do art. 109 
da CF/88. STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
2/4/2019 (Info 936). 
 
STJ: Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que 
versa sobre crime praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição 
brasileira, por negativa de extradição, aplicável o art. 109, IV, da CF/88.STJ, 3ª Seção. 
CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625). STJ. 5ª 
CPF: 860.542.154-18
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Turma. RHC 97.535/RS, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 26/06/2018. 6ª Turma. RHC 
88.432/AP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/02/2019. 
 
STJ: Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e de 
descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. CC 
160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, por unanimidade, julgado em 26/09/2018, 
DJe 04/10/2018 (Info 635) 
 
STJ: Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência 
decorrente de crime de ameaça contra a mulher cometido, por meio de rede social de 
grande alcance, quando iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil. CC 
150.712-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 10/10/2018, 
DJe 19/10/2018 (Info 636) 
 
STJ: O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para o julgamento nas 
hipóteses em que, não fosse a prerrogativa de foro (art. 105, I, da Constituição 
Federal), o desembargador acusado houvesse de responder à ação penal perante juiz 
de primeiro grau vinculado ao mesmo tribunal. QO na APn 878-DF, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, por maioria, julgado em 21/11/2018, DJe 19/12/2018 (Info 639) 
 
STF (JULGADO IMPORTANTÍSSIMO): Finalizada a instrução processual com a 
publicação do despacho de intimação para serem apresentadas as alegações finais, 
mantém-se a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para o julgamento de 
detentores de foro por prerrogativa de função, ainda que referentemente a crimes não 
relacionados ao cargo ou função desempenhada. 
Sob essa orientação, a Primeira Turma, por maioria, deu provimento a agravo 
regimental interposto em face de decisão que, com base no que decidido na Ação 
Penal (AP) 937, deslocou o processo para a primeira instância a fim de que fosse 
julgado o delito cometido quando o réu exercia cargo público estadual em momento 
anterior ao início do exercício do mandato de parlamentar federal. 
O Colegiado entendeu que, no caso em comento, toda a instrução processual penal 
ocorrera no STF, tendo sido apresentadas as alegações finais pela acusação e pela 
defesa. Uma das teses firmadas no julgamento da AP 937 foi precisamente a de que, 
após a instrução criminal, a competência do Tribunal se prorroga. 
No referido precedente, o Plenário firmou as seguintes teses: a) “O foro por 
prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do 
cargoe relacionados às funções desempenhadas”; e b) “Após o final da instrução 
processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de 
alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais 
afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que 
ocupava, qualquer que seja o motivo”. A tese “b” – preservação da competência após 
o final da instrução processual – deve ser aplicada mesmo quando não for o caso de 
aplicação da tese “a”, ou seja, preserva-se a competência do STF na hipótese em que 
CPF: 860.542.154-18
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tenha sido finalizada a instrução processual, mesmo para o julgamento de acusados da 
prática de crime cometido fora do período de exercício do cargo ou que não seja 
relacionado às funções desempenhadas. AP 962/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o 
ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 16.10.2018. (Info 920) 
 
STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de violação de direito 
autoral e contra a lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de 
TV por assinatura, via satélite ou cabo, por meio de serviços de cardsharing. STJ. 3ª 
Seção.CC 150.629-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 22/02/2018 (Info 620). 
 
STJ: Os indígenas abordaram produtores rurais que estavam trabalhando nas terras 
pertencentes à comunidade indígena, pedindo a paralisação das atividades. Os 
produtores rurais reagiram agredindo os indígenas com socos e chutes. A competência 
para julgar o fato é da Justiça Federal. Isso porque a motivação dos delitos gira em 
torno de disputa por terras indígenas, situação na qual a jurisprudência entende que 
há interesse de toda a comunidade indígena, a justificar o deslocamento da 
competência para a Justiça Federal (art. 109, XI, CF/88). Não se aplica a Súmula 140 do 
STJ quando o crime envolve interesses coletivos da comunidade indígena. Um dos 
produtores rurais agressores era cunhado de um indígena, circunstância que foi 
considerada irrelevante pelo STJ para a definição da competência da Justiça Federal 
tendo em vista que a desavença entre eles não estava ligada a seu convívio familiar. 
STJ. 3ª Seção. CC 156.502/RR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 
22/02/2018. 
 
STF: A doação eleitoral por meio de “caixa 2” é uma conduta que configura crime 
eleitoral de falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). A competência para 
processar e julgar este delito é da Justiça Eleitoral. A existência de crimes conexos de 
competência da Justiça Comum, como corrupção passiva e lavagem de capitais, não 
afasta a competência da Justiça Eleitoral, por força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, 
do CPP. STF. 2ª Turma. PET. 7.319/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/3/2018 
(Info 895). 
 
STJ: Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que 
versa sobre crime praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição 
brasileira, por negativa de extradição, aplicável o art. 109, IV, da CF/88. STJ. 3ª Seção. 
CC 154656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625). 
 
STJ: Compete à Justiça Estadual a execução de medida de segurança imposta a militar 
licenciado. STJ. 3ª Seção. CC 149.442-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 
09/05/2018 (Info 626). 
 
STF: Se, após a interposição de recurso especial contra a condenação criminal, o réu foi 
diplomado Deputado Federal, a competência para julgar este recurso passa a ser do 
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51 
STF. STF. 1ª Turma.RE 696.533/SC, Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 6/2/2018 (Info 890). 
 
STF: Em regra, o STF entende que deverá haver o desmembramento dos processos 
quando houver corréus sem prerrogativa. Em outras palavras, permanece no STF 
apenas a apuração do investigado com foro por prerrogativa de função e os demais 
são julgados em 1ª instância. No entanto, no caso envolvendo o Senador Aécio Neves, 
sua irmã, seu primo e mais um investigado, o STF decidiu que, no atual estágio, não 
deveria haver o desmembramento e a apuração dos fatos deveria permanecer no 
Supremo para todos os envolvidos. Isso porque entendeu-se que o desmembramento 
representaria inequívoco prejuízo às investigações. STF. 1ª Turma. Inq. 4.506 AgR/DF, 
rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
14/11/2017 (Info 885). 
 
STJ: Compete à Justiça estadual o julgamento de crime ambiental decorrente de 
construção de moradias de programa habitacional popular, nas hipóteses em que a 
Caixa Econômica Federal atue, tão somente, na qualidade de agente financiador da 
obra. O fato de a CEF atuar como financiadora da obra não tem o condão de atrair, por 
si só, a competência da Justiça Federal. Isto porque para sua responsabilização não 
basta que a entidade figure como financeira. É necessário que ela tenha atuado na 
elaboração do projeto ou na fiscalização da segurança e da higidez da obra. STJ. 3ª 
Seção.CC 139197-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 25/10/2017 (Info 615). 
 
STF: Compete ao TRF julgar os crimes praticados por Procurador da República, salvo 
em caso de crimes eleitorais, hipótese na qual a competência é do TRE. Vale ressaltar 
que o Procurador da República é julgado pelo TRF em cuja área exerce suas 
atribuições, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural. Por ex: Se exerce suas 
funções junto ao TRF da 3a Região, é lá que será julgado. No entanto, caso esteja 
temporariamente vinculado a outro TRF e, neste, cometa o crime, a competência para 
julgá-lo será do TRF no qual praticou o fato, ainda que o vínculo seja transitório. STF. 
2ª Turma. Pet. 7.063/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 1º/8/2017 (Info 871) 
 
STF: Se o crime do art. 241-A do ECA for praticado por meio do computador da 
residência do agente localizada em São Paulo (SP), mesmo assim ele poderá ser 
julgado pelo juízo de Curitiba (PR) se ficar demonstrado que a conduta do agente 
ocorreu com investigações que tiveram início em Curitiba, onde um grupo de pedófilos 
ligados ao agente foi preso e, a partir daí, foram obtidas todas as provas. Neste caso, a 
competência do juízo de Curitiba ocorrerá por conexão, não havendo ofensa ao 
princípio do juiz natural. STF. 1ª Turma. HC 135.883/PR, rel. orig. Min. Marco Aurélio, 
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2017 (Info 868). 
 
STF: O prefeito detém prerrogativa de foro, constitucionalmente estabelecida. Desse 
modo, as investigações criminais contra ele devem ser feitas com a supervisão 
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jurisdicional da autoridade competente, no caso, o TJ (1ª Turma, AP 912/PB, em 
07/03/2017). 
 
STF: A simples menção ao nome de autoridade detentoras de prerrogativa de foro, 
seja em depoimentos, seja em diálogos telefônicos interceptados, assim como a 
existência de informações, até então, fluidas e dispersas a seu respeito, são 
insuficientes para o deslocamento da competência para o Tribunal hierarquicamente 
superior (2ª Turma, Rcl. 25.497, em 14/02/2017). 
 
STF: Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter 
transnacional que envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes 
exóticas ou protegidas por compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.(Plenário, RE 835.558/SP, em 09/02/2017 – repercussão geral). 
 
STF: Se não há indícios contra a autoridade com foro privativo e se ainda existem 
outros investigados, a Corte deverá remeter os autos ao juízo de 1ª instância para que 
continue a apuração da eventual responsabilidade penal dos terceiros no suposto fato 
criminoso (1ª Turma, Inq 3158 AgR/RO, em 07/02/2017). 
 
STF: Em regra, havendo a aposentadoria do Desembargador, ele deixa de ter foro por 
prerrogativa de função no STJ e passa a ser julgado em 1ª instância. Se houver, no 
entanto, outros réus com foro privativo no STJ, é possível que este Tribunal reconheça 
que existe conexão entre os fatos e que será útil ao deslinde da causa que os réus 
continuem a ser julgados conjuntamente. Neste caso, não haverá desmembramento e 
o réu sem foro privativo será julgado também no Tribunal com os demais. Este 
procedimento não viola a CF/88, conforme definido na Súmula 704-STF (1ª Turma, HC 
131.164/TO, em 24/05/2016). 
 
STF: É possível que os Ministros do STJ e STF, em ações penais originárias destes 
Tribunais, deleguem a realização de atos de instrução aos chamados juízes instrutores, 
não havendo nulidade nesta prática. Os juízes instrutores atuam como “longa manus” 
do magistrado relator e, nessa condição, procedem sob sua supervisão. Trata-se, 
portanto, de delegação limitada a atos de instrução, com poder decisório restrito ao 
alcance desses objetivos. A atuação dos juízes instrutores encontra respaldo no art. 3º 
da Lei 8.038/90 (1ª Turma, HC 131.164/TO, em 24/05/2016). 
 
STF: Se o mandato for extinto antes do término do processo, cessará o privilégio de 
foro e o processo será encaminhado à Justiça Comum, salvo se, apesar de não 
finalizado, o julgamento já tiver sido iniciado, caso em que continuará no foro 
privilegiado (Inq. 2.295, 05/06/2009). 
 
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STF: A competência territorial do Tribunal do Júri é relativa e, portanto, sujeita à 
preclusão se não arguida em momento oportuno (HC 95139, 23.09.08). 
 
STJ: Compete à Justiça Federal o julgamento de crime de peculato se houver 
possibilidade de utilização da prova do referido crime para elucidar crime de 
sonegação fiscal consistente na falta de declaração à Receita Federal do recebimento 
dos valores indevidamente apropriados, ainda que suspenso o curso da ação penal 
quanto ao crime fiscal por adesão ao programa de recuperação (parcelamento). Essa 
conexão, chamada de probatória ou instrumental, tem como objetivo evitar decisões 
conflitantes, bem como contribuir para a economia processual, além de possibilitar ao 
Juízo uma visão mais completa dos fatos (CC 121022, 10.10.12). 
 
STJ: Os crimes de facilitação de prostituição e corrupção de menores praticados no 
mesmo site do crime de divulgação de imagens pornográficas de crianças e 
adolescentes, em razão do reconhecimento da conexão instrumental ou probatória e à 
luz da Súmula 122 do STJ, devem ser julgados na Justiça Federal. 
 
STF: A reunião de inquéritos policiais instaurados em unidades da federação diferentes 
pode ser determinada quando presente qualquer das situações previstas no art. 76 do 
CPP (HC 104.957, em 27.05.11). 
 
STF: A regra geral é o desmembramento do processo. No entanto, em casos 
excepcionais, será possível que os demais réus que não têm foro por prerrogativa de 
função também sejam julgados pelo foro privilegiado, quando o julgamento separado 
puder trazer algum prejuízo relevante à prestação jurisdicional, cabendo ao juiz decidir 
(Inq. 3.515, em 13/02/2014). 
 
STF/STJ: Em caso de crime doloso contra a vida cometido por mais de uma pessoa, 
aquele que não ostenta foro por prerrogativa de função deve ser julgado perante o 
Júri Popular, em consonância com o art. 5º, XXXVIII, “d”, da CF (Pleno, HC 69.325, 
17.06.92; 6ª T, HC 52.105, 16.06.11). 
 
STJ: A reunião de processos em razão da conexão/continência é uma faculdade do 
Juiz, conforme interpretação a contrario sensu do art. 80 do CPP, que faculta ao juiz a 
separação de determinados processos (RHC 29.658, 08.02.12). 
 
STJ: Havendo conexão entre um crime federal e outro estadual, ambos devem ser 
julgados na Justiça Federal (S. 122 do STJ). Se houver a suspensão do processo que 
julga o crime federal (ex: crime tributário cujo débito foi parcelado pelo réu), o juiz 
federal continua competente para julgar o crime estadual (CC 121022, 10/10/2012). 
 
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STJ: Estabelecida a competência da Justiça Federal em razão da conexão entre crimes 
de competência estadual e federal, mesmo que haja sentença absolutória em relação 
ao delito de competência federal, não se desloca a competência em virtude da 
perpetuatio jurisdiciones (AREsp. 49.373, 05/03/2012). 
 
STF/STJ: Havendo conexão entre um crime federal e outro estadual, ambos devem ser 
julgados na Justiça Federal (S. 122 do STJ). Contudo, se o juiz federal desclassifica o 
crime federal para um estadual, o juiz federal deverá remeter o processo à Justiça 
Estadual, não se aplicando o art. 81 do CPP, pois este não tem aptidão para modificar 
a competência absoluta constitucionalmente estabelecida pelo art. 109 da CF. Quando 
o processo chegar ao juiz estadual, este poderá ratificar todos os atos já praticados (2ª 
T, HC 113.845, 20/08/2013; 3ª S, CC 110.998, 26/05/2010). 
 
STJ: Havendo dúvidas quanto ao local da consumação do delito de homicídio, a 
competência para o julgamento do feito deve seguir a regra subsidiária da prevenção 
nos termos do art. 83 do CPP (Inf. 459 – dez/10). 
 
Corte Especial: Compete ao Promotor de Justiça a instauração e presidência do 
inquérito civil, não se podendo falar em nulidade da investigação em face do foro por 
prerrogativa de função do denunciado, desde que, uma vez presentes os indícios de 
prática delitiva, sejam os autos encaminhados para o PGJ, para que, em âmbito 
criminal, adote as medidas que entenda pertinentes, restando, assim, respeitado o 
foro por prerrogativa de função do agente (AP 531, 14.05.12). 
 
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55 
4. QUESTÕES 
 
1. Acerca da divisão do exercício da jurisdição entre os diversos órgãos 
jurisdicionais, assinale a opção correta. 
a) A competência será determinada pela conexão, quando duas ou mais pessoas forem 
acusadas pela mesma infração. 
b) Caso desclassifique infração que tenha dado causa à conexão, o juiz continuará 
competente para julgar os delitos remanescentes e os corréus, haja vista a regra da 
perpetuatio jurisdicionis. 
c) Nos crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da 
capital da República, independentemente de o acusado ter residido ou não no Brasil. 
d) Os domicílios do réu e da vítima são critérios de determinação da competência 
jurisdicional. 
 
2. Considere o seguinte caso hipotético. Uma juíza do Trabalho de umas das Varas da 
Capital de São Paulo, em ofício endereçado à Justiça de Campinas, envia uma carta 
precatória para a execução provisória de um débito laboral. Tão logo autuada a 
precatória, o juiz de Campinas, por entender nula a ação trabalhista originária, 
encaminha ofício ao Tribunal Regional do Trabalho da 15a Região (TRT/15), sediado 
em Campinas, informando que a ordem da magistrada de São Paulo seria ilegal e 
que, por isso, não poderia cumprir a determinação. Uma vez ciente do ofício, e 
indagada pelo TRT/15, a juízade São Paulo responde que a ordem era legal. O 
TRT/15, por reputar que o magistrado de Campinas cometeu crime contra a honra da 
magistrada de São Paulo, determinou que fosse instaurada investigação formal. Uma 
vez instaurado o inquérito, foi intimada a suposta ofendida, que representou para 
que os fatos fossem processados, o que deu ensejo à propositura de ação penal pelo 
Ministério Público Estadual de São Paulo. 
A respeito do caso narrado, assinale a alternativa correta. 
a) Considerando que os delitos contra a honra são processáveis apenas mediante ação 
penal de iniciativa privada, totalmente indevida a dedução de ação penal pública 
condicionada, isto é, por meio de representação. 
b) Não poderia o inquérito policial ser instaurado mediante a requisição do Tribunal, 
tendo em vista não se tratar de caso que seja apurado mediante ação penal pública 
incondicionada. 
c) Tratando-se de crime imputado a magistrada do Trabalho, que detém foro por 
prerrogativa de função, foi equivocada a dedução do processo em primeiro grau, 
sendo a competência originária do Eg. Tribunal de Justiça de São Paulo. 
d) Tratando-se de imputação de crimes de menor potencial ofensivo, cuja Justiça é 
prevista constitucionalmente, afasta-se a competência originária do Tribunal 
competente, sendo o feito apurado nos Juizados Especiais. 
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56 
e) Por se tratar de ofensas envolvendo membros do Poder Judiciário que respondem 
por seus atos a Tribunais Regionais do Trabalho de regiões distintas (2ª e 15ª Região), a 
competência para a ação penal será do Superior Tribunal de Justiça. 
 
3. Em relação à competência no processo penal e à jurisprudência dos tribunais 
superiores, assinale a opção correta. 
a) Na hipótese de um crime de latrocínio em que haja conexão com um crime de 
tentativa de homicídio, deve haver a reunião de processos em um só juízo, e 
preponderará a competência do juízo ao qual esteja associado o crime cominado com 
pena mais grave, no caso o de latrocínio. 
b) Nos crimes culposos contra a vida em que os atos de execução ocorram em um 
lugar e a consumação, em outro, excepcionalmente adota-se a teoria da atividade, e a 
competência para julgar o fato será do juízo do local dos atos executórios. 
c) É da competência da justiça estadual o processo dos réus acusados pelo crime de 
redução à condição análoga à de escravo, porque a conduta criminosa atinge a 
liberdade individual de homem específico, não caracterizando violação a interesse da 
União. 
d) A competência pela prevenção se dá quando, concorrendo dois ou mais juízes 
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles anteceda aos outros 
ao determinar a citação do réu. 
e) Os crimes contra a honra da vítima quando praticados pelas redes sociais da 
Internet são da competência exclusiva da justiça federal. 
 
4. Caso seja verificada conexão probatória entre fatos concernentes a crimes de 
competência da justiça estadual e a crimes de competência da justiça federal, é 
correto afirmar que: 
a) o processamento e o julgamento dos crimes de forma unificada não é possível, em 
razão da impossibilidade de modificação da regra de competência material pela 
conexão. 
b) o juízo estadual é o competente para o processamento e o julgamento dos crimes 
conexos, com exceção da hipótese de posterior sentença absolutória em relação ao 
delito estadual. 
c) o juízo federal é o competente para o processamento e o julgamento dos crimes 
conexos, independentemente da pena prevista para cada um dos delitos. 
d) o juízo federal é o competente para o processamento e o julgamento dos crimes 
conexos, salvo o caso de ser prevista pena mais grave ao delito estadual. 
e) o juízo federal é o competente para o processamento e o julgamento unificado dos 
crimes, excluída a hipótese de posterior sentença absolutória em relação ao delito 
federal. 
 
5. Assinale a alternativa correta quanto à competência e o seu regramento previsto 
no Código de Processo Penal. 
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57 
a) Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, salvo conhecido o lugar da infração. 
b) Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o 
último ato de execução. 
c) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta 
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pelo princípio da extraterritorialidade. 
d) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela 
prevenção. 
 
6. A respeito de garantias e prerrogativas legais na condução da persecução penal, 
assinale a opção correta. 
a) De acordo com o STJ, a prerrogativa legal da intimação pessoal do defensor dativo 
no processo penal pode ser renunciada expressamente pelo profissional. 
b) Para o STF, a autoridade policial pode indiciar autoridade pública com prerrogativa 
de foro independentemente de previa autorização do órgão judicante competente no 
qual tramita o inquérito policial. 
c) O STF entende que a entrada forçada de agentes estatais em domicílio, sem 
mandado judicial e no período noturno, é lícita somente quando amparada em 
fundadas razões de flagrante delito previamente justificadas. 
d) De acordo com o STJ, a teoria do juízo aparente não serve à ratificação de atos 
decisórios emanados por autoridade posteriormente considerada incompetente em 
razão da matéria. 
 
7. Acerca da competência no processo penal, assinale a opção correta, de acordo 
com o entendimento dos tribunais superiores. 
a) O julgamento de crime de roubo perpetrado contra agência franqueada da Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos competirá à justiça federal. 
b) O julgamento de crime de uso de documento falso decorrente de apresentação de 
certificado de registro de veículo falso a policial rodoviário federal competirá à justiça 
estadual. 
c) Compete à justiça federal julgar crime de divulgação e publicação na rede mundial 
de computadores de imagens com conteúdo pornográfico envolvendo criança ou 
adolescente. 
d) Compete à justiça federal o julgamento de contravenções praticadas em detrimento 
de interesses da União, quando elas forem conexas aos crimes de sua competência. 
e) Compete à justiça estadual o julgamento de crime de redução de trabalhador a 
condição análoga à de escravo 
 
8. A competência criminal: 
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58 
a) na hipótese de conexão e continência, importarão unidade de processo e 
julgamento salvo no concurso entre jurisdição comum e especial. 
b) pelo lugar da infração, será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que foi iniciado o ato de execução. 
c) tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas 
ou mais jurisdições, firmar-se-á pelo local onde se iniciou os atos de execução. 
d) na hipótese de crimes dolosos contra a vida, quando resultar em desclassificação 
pelo Conselho de Sentença, em julgamento realizado perante o Tribunal do Júri, 
deverá ser o processo remetido ao juiz singular para a análise do crime desclassificado. 
e) não sendo conhecido o lugar da infração,será regulada pelo único domicílio do réu 
conhecido. 
 
9. Avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. 
I. “O juízo da Comarca é o competente para examinar mandado de segurança 
impetrado contra o Presidente da Comissão Processante e o Presidente da Câmara, 
que decretou a perda do mandato do Prefeito de Mutuca, Minas Gerais, por infração 
político-administrativa.” 
PORQUE 
II. “Prefeitos são julgados originariamente pela 2ª instância, com eficácia ‘ex nunc’, 
nas hipóteses de infração comum de natureza criminal, dos crimes dolosos contra a 
vida, dos crimes impróprios de responsabilidade e dos crimes de desvio de verba 
federal incorporada ao patrimônio municipal.” 
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. 
a) A segunda afirmativa é falsa e a primeira verdadeira. 
b) A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. 
c) As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. 
 
10. Em relação à competência no processo penal, analise as afirmativas a seguir, 
marque V para as verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Na determinação da competência por conexão ou continência, havendo concurso 
de jurisdições da mesma categoria, prepondera a do lugar da infração a qual for 
cominada a pena mais grave. 
( ) A competência será determinada pelo domicílio ou residência da vítima quando o 
lugar da infração for desconhecido. 
( ) A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é 
firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, 
não importando a qualificação do órgão expedidor. 
( ) A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a 
infração penal. 
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59 
( ) A competência será determinada pela continência nas hipóteses de concurso 
formal, erro na execução e resultado diverso do pretendido. 
A sequência está correta em: 
a) V, F, V, F, F. 
b) F, V, F, F, V. 
c) F, F, V, V, F. 
d) V, F, V, V, V. 
 
11. Em matéria de competência: 
a) cabe à Justiça Estadual do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via 
postal processar e julgar o respectivo crime de tráfico; 
b) cabe à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que indígena figure 
como vítima, mas não quando a ele for atribuída a autoria da infração; 
c) a conexão determina a reunião dos processos, ainda que um deles já tenha sido 
julgado; 
d) cabe ao Tribunal de Justiça do Estado processar e julgar o mandado de segurança 
contra ato do juizado especial. 
e) fica firmada em razão da entidade ou órgão ao qual apresentado o documento 
público falso, independentemente da qualificação do órgão expedidor. 
 
12. A respeito de jurisdição e competência no processo penal, assinale a opção 
correta. 
a) Em caso de crime praticado por prefeito em concurso com partícipe que não tenha 
foro privilegiado, a separação do processo será obrigatória, e a competência para 
julgamento será do tribunal de justiça; 
b) No caso de ter sido praticado mais de um crime, um deles com o objetivo de se 
conseguir impunidade em relação ao outro, a competência será determinada pela 
conexão; 
c) Ocorrerá a conexão intersubjetiva por reciprocidade se duas ou mais infrações forem 
cometidas por duas pessoas contra terceira pessoa sem unidade de desígnios; 
d) A precedência da distribuição fixará a competência quando em comarcas contíguas 
houver mais de um juiz competente, face o início da execução ou o resultado do crime; 
e) É de competência da justiça estadual o julgamento dos crimes de embriaguez ao 
volante e contrabando descobertos em diligência policial, por se tratar de competência 
por conexão instrumental. 
 
13. Determinada investigação foi instaurada para apurar estelionato consistente em 
fraude, ocorrido em 02 de julho de 2020, em Macapá, na obtenção de auxílio 
emergencial concedido pelo Governo Federal, por meio da Caixa Econômica Federal, 
em decorrência da pandemia da Covid-19. Jack declarou na investigação que realizou 
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60 
depósito em sua conta do “Comércio Remunerado”, no valor de R$ 600,00 e depois 
percebeu que aquela quantia foi transferida para Russel, sendo que não foi Jack 
quem realizou a operação financeira nem a autorizou. Russel assinalou que a aludida 
quantia foi realmente transferida para sua conta no “Comércio Remunerado” e foi 
declarada como pagamento de conserto de motocicleta, para enganar os órgãos 
competentes e conseguir a antecipação do auxílio emergencial. Disse que foi Fênix, 
proprietária de uma loja de manutenção de telefones celulares, quem lhe propôs a 
prática de tais condutas, acrescentando que seria um procedimento legal, e ainda 
ofereceu R$ 50,00 para cada antecipação passada em sua máquina do “Comércio 
Remunerado”, sendo que Jack praticou a conduta quatro vezes. Disse ainda que o 
dinheiro entrava em sua conta no “Comércio Remunerado” e era transferido para a 
conta de Fênix. O auxílio emergencial era disponibilizado pela União, por meio da 
Caixa Econômica Federal. A competência para o processo e julgamento do presente 
caso é do(a): 
a) Justiça Federal em primeiro grau; 
b) Justiça Federal em segundo grau; 
c) Justiça Estadual em primeiro grau; 
d) Justiça Estadual em segundo grau; 
e) Superior Tribunal de Justiça. 
 
14. No tocante à competência no processo penal, o Código de Processo Penal 
estabelece: 
a) Na determinação da competência por conexão ou continência, no concurso de 
jurisdições de mesma categoria, preponderará sempre a competência por prevenção. 
b) Nos casos de exclusiva ação de iniciativa privada, o querelante poderá preferir o 
toro de seu domicilio ou residência, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
c) Em caso de estelionato praticado mediante depósito, a competência será definida 
pelo local de domicilio da vítima e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência 
firmar-se-á pela prevenção. 
d) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o primeiro ato de 
execução. 
e) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta 
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pelo domicilio ou residência do réu. 
 
15. Em relação à conexão no processo penal, é correto afirmar que: 
a) a conexão que justifica a fixação da competência demanda a avaliação, caso a caso, 
da necessidade de julgamento conjunto dos delitos para melhor esclarecimento dos 
fatos ou para prevenir decisões judiciais conflitantes. 
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61 
b) a conexão determina a reunião dos processos, em diferentes fases procedimentais, 
seja na fase de investigação preliminar, na fase de instrução processual ou na fase 
recursal. 
c) a descoberta de vários delitos em uma mesma diligência implica a existência de 
conexão entre eles, em razão da conexão intersubjetiva, da conexão finalista ou da 
conexão instrumental. 
d) o fato de um mesmo agente praticar tanto crimes estaduais quanto crimes federais 
induz a reunião dos processos na Justiça Federal para o julgamento de todos os delitos. 
e) a prorrogação de competência, porforça da conexão, é aceita quando houver 
dependência ou vínculo existente entre os fatos, desde que formem uma espécie de 
unidade. 
 
16. A respeito da competência no Processo Penal, considerando as disposições do 
Código de Processo Penal, da Constituição da República, das leis processuais penais 
especiais e da jurisprudência atualizada do Superior Tribunal de Justiça, analise as 
afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa. 
( ) Leônidas, policial militar lotado no Estado do Rio Grande do Sul, cometeu um crime 
militar no Estado de São Paulo. Desse modo, compete à Justiça Militar do Estado de 
São Paulo julgá-lo. 
( ) Compete à Justiça Estadual julgar a conduta delituosa de divulgar pelo Facebook 
mensagens de cunho discriminatório contra o povo judeu. 
( ) Um índio que comete furto a um estabelecimento comercial deverá ser julgado pela 
Justiça Federal. 
( ) A competência para julgar crimes contra agência franqueada dos Correios é da 
Justiça Estadual. 
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente: 
a) F – F – F – V. 
b) F – V – V – V. 
c) V – F – V – F. 
d) V – V – F – F. 
 
17. Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, 
apenas os relacionados com o cargo, praticados por Promotores de Justiça. 
( ) CERTO x ( ) ERRADO 
 
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62 
5. GABARITO COMENTADO 
 
1. B. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
De acordo com o art. 77, I, do CPP. 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
De acordo com o art. 81 do CPP. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
De acordo com o art. 88 do CPP. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
De acordo com o art. 69 do CPP. 
 
2. B. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
De acordo com a Súmula 714 do STF, segundo a qual “é concorrente a legitimidade do 
ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do 
ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do 
exercício de suas funções”. 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
De acordo com a Súmula 714 do STF. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
A competência originária para julgar o Juiz do Trabalho de Campinas é o TRF 
correspondente à sua região, de acordo com o art. 108, I, “a”, da CF. 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
O critério "em razão da pessoa" (ratione personae) predomina sobre o critério em 
"razão da matéria" (ratione materiae). Assim sendo, não há que se falar em 
julgamento perante os Juizados Especiais, mas sim perante o TRF. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA 
Não se trata de conflito de competência. Portanto, aplica-se o critério da competência 
em razão da pessoa e o juiz será julgado perante o TRF correspondente à sua região. 
 
3. B. 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
A competência constitucional para julgar crimes dolosos contra a vida, consumados ou 
tentados, atraem a competência do Júri para julgar os crimes que lhes forem conexos. 
ALTERNATIVA B: CORRETA 
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63 
Em regra, o CPP acolhe a teoria do resultado, considerando como lugar do crime o 
local onde o delito se consumou (crime consumado) ou onde foi praticado o último ato 
de execução (no caso de crime tentado), nos termos do art. 70 do CPP. 
Contudo, segundo o STF e o STJ, no crime de homicídio, culposo ou doloso, a 
competência é fixada pelo local da ação, e não do resultado, pois isso facilita a colheita 
de provas no lugar em que os atos executórios se desenvolveram, além de dar uma 
resposta à comunidade que reside onde ocorreu a ofensa ao bem jurídico. Esta 
exceção é chamada de Princípio do Esboço do Resultado (1ª T, RHC 116.200, 
13/08/2013; 6ª T, HC 95.853, 11/09/2012). 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
De acordo com o STF, compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de redução 
à condição análoga à de escravo. O tipo previsto no art. 149 do CP caracteriza-se como 
crime contra a organização do trabalho e, portanto, atrai a competência da justiça 
federal, conforme o art. 109, VI, da CF/88 (Plenário. RE 459.510/MT, rel. orig. Min. 
Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 26/11/2015) 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
Prevento é o juiz que primeiro recebe a inicial acusatória dando início ao processo, 
bem como o magistrado que, ainda na fase do inquérito, já tomou medidas referentes 
ao futuro processo. Mas não firma prevenção a atuação do magistrado em escala de 
plantão. Da mesma forma, a apreciação de HC, impetrado ainda na fase de IP tendo o 
delegado de polícia como autoridade coatora, não fixa prevenção para o futuro 
processo. 
ALTERNATIVA E: INCORRETA 
De acordo com o STJ, em regra, os crimes contra a honra praticados pelas redes sociais 
da internet são da competência da Justiça Estadual (CC 121.431-SE, em 11/04/2012). 
 
4. C. 
Súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos 
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, 
II, a, do Código de Processo Penal. CC 146.160/MT: A melhor exegese do verbete n. 
122 da Súmula desta Corte é a que preconiza que, havendo um crime federal, com 
menor pena cominada abstratamente, e um crime estadual, com maior pena, ambos 
conexos, o critério utilizado para a fixação não será o que considera o quantum 
apenatório (nos termos do art. 78, II, "a", do CPP), mas, sim, a força atrativa exercida 
pela jurisdição federal. 
 
5. B. 
(A) INCORRETA. Uma pegadinha clássica das bancas examinadoras: trocar “ainda” por 
“salvo”. Perceba a redação do art. 73 do CPP: 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
(B) CORRETA. De acordo com o art. 70, §1º do CPP: 
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64 
Art. 70 (...) § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar 
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no 
Brasil, o último ato de execução. 
(C) INCORRETA. No caso narrado, a competência se firmará pela prevenção, nos 
termos do art. 70, § 3º, do CPP: 
Art. 70 (...) § 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou 
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas 
de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
(D) INCORRETA. No caso narrado, a competência se firmará pelo domicílio ou 
residência do réu, de acordo com o art. 72 do CPP: 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo 
domicílio ou residência do réu. 
 
6. A. 
(A) CORRETA. STJ – RCH 44.684-SP. “A intimação do defensor dativo apenas pela 
impressa oficial não implica reconhecimento de nulidade caso este tenha optado 
expressamente por esta modalidade de comunicação dos atos processuais, declinando 
da prerrogativa de ser intimado pessoalmente”. 
(B) A banca considerou o item como errado, mas é possível interpretar-se como 
correto. No Inquérito 4621 o STF, por meio de decisão monocrática manteve 
indiciamento do Delegado em relação ao Presidente da República com base na lei 
12.830/13, sem a necessidade de autorização judicial. 
(C) INCORRETA. A própria Constituição Federal ressalva 3 hipóteses que permitem a 
entrada do domicílio pela autoridade sem autorização do morador e sem mandado 
judicial. São elas o flagrante delito, desastre e para prestar socorro (art. 5 º,XI, da CF). 
(D) INCORRETA. STF - 31.629- PR. “A homologação de acordo de colaboração premiada 
por juiz de primeiro grau de jurisdição, que mencione autoridade com prerrogativa de 
foro no STJ, não traduz em usurpação de competência desta Corte Superior”. 
 
7. C. 
(A) INCORRETA. CC 155.448/MG. “Firmou-se o entendimento nesta Corte Superior de 
Justiça que, nos casos de delitos praticados em detrimento da Empresa Brasileira dos 
Correios e Telégrafos-EBCT, a competência será estadual quando o crime for 
perpetrado contra agência franqueada e houver ocasionado efetivo prejuízo 
unicamente a bens jurídicos privados. Por outro lado, incidirá o art. 109, IV, da 
Constituição Federal, nos casos em que a ofensa for direta à EBCT, ou seja, ao serviço-
fim dos correios, os serviços postais, atraindo, pois, a competência federal”. 
(B) INCORRETA. Súmula 546 do STJ. “A competência para processar e julgar o crime de 
uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi 
apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão 
expedidor”. 
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65 
(C) CORRETA. STJ - CC 120.999 – CE. “Compete à Justiça Federal processar e julgar as 
ações penais que envolvam suposta divulgação de imagens com pornografia infantil 
em redes sociais na internet”. 
(D) INCORRETA. AgRG. no CC 118.914/SC. A conexão entre crime federal e 
contravenção penal enseja cisão de competência, com a Justiça Federal julgando o 
crime e a Estadual a contravenção. 
(E) INCORRETA. STF - RE 459.510-MT – Competência da Justiça Federal. 
 
8. E. 
(A) INCORRETA. Art. 78, IV, do CPP. 
(B) INCORRETA. Art. 70 do CPP. 
(C) INCORRETA. Art. 71 do CPP. 
(D) INCORRETA. Art. 492, §1º, do CPP. 
(E) CORRETA. Art. 72 do CPP. 
 
9. B. 
I. FALSO e II. VERDADEIRO. Conforme entendimentos do STF: “A competência do 
tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da 
Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau” (Súmula 702); “Compete, exclusivamente, à 
câmara de vereadores, processar e julgar o prefeito municipal nas infrações político-
administrativas, assim definidas em legislação emanada da União Federal, podendo 
impor, ao chefe do Executivo local, observada a garantia constitucional do due process 
of law, a sanção de cassação de seu mandato eletivo. (...) O tribunal de justiça do 
Estado, ressalvadas as hipóteses que se incluem na esfera de atribuições jurisdicionais 
da Justiça Federal comum, da Justiça Militar da União e da Justiça Eleitoral, dispõe de 
competência originária para processar e julgar os prefeitos municipais nas infrações 
penais comuns”. [ADI 687, rel. min. Celso de Mello, j. 2-2-1995, P, DJ de 10-2-2006.]; 
“No ordenamento jurídico-brasileiro não existe a garantia do duplo grau de jurisdição. 
A Constituição concede aos prefeitos foro especial por prerrogativa de função. 
Determina que sejam julgados originariamente pelo Tribunal de Justiça”. [RHC 80.919, 
rel. min. Nelson Jobim, j. 12-6-2001, 2ª T, DJ de 14-9-2001.] 
 
10. D. 
I – VERDADEIRA 
Conforme a regra do art. 78, II, “a”, do CPP. 
II – FALSA 
Pois não existe no processo penal brasileiro competência fixada pelo domicílio da 
vítima. 
III – VERDADEIRA 
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66 
Conforme jurisprudência do STJ em vários precedentes. 
IV – VERDADEIRA 
conforme regra do art. 63 da lei 9099/95. 
V – VERDADEIRA 
Conforme regra do art. 77, II, do CPP. 
 
11. E. 
(A) INCORRETA. 
Súmula 528-STJ. 
Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via 
postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
(B) INCORRETA. 
Súmula 140 do STJ. 
Compete à Justiça Comum Estadual Processar e Julgar Crime em que o indígena figure 
como autor ou vítima. 
(C) INCORRETA. 
Art. 82 do CPP. 
Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a 
autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os 
outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade 
dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das 
penas; 
(D) INCORRETA. 
Súmula 376 do STJ. 
Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de 
juizado especial. 
(E) CORRETA. 
Súmula 546 do STJ. 
A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada 
em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não 
importando a qualificação do órgão expedidor. 
 
12. B. 
(A) INCORRETA. Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados (Súmula 704 do STF). 
(...) 4. "Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo 
legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados" (Súmula 704 do Supremo Tribunal 
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67 
Federal). “A decisão pela manutenção da unidade de processo e de julgamento perante 
o Supremo Tribunal Federal ou pelo desmembramento da ação penal está sujeita a 
questões de conveniência e oportunidade, como permite o art. 80 do Código de 
Processo Penal”. [Inq 3.412 ED, rel. min. Rosa Weber, 1ªT, j. 11-9-2014, DJE 196 de 8-
10-2014.] 
(B) CORRETA. Trata-se de conexão consequencial, conforme art. 76, II, segunda parte, 
do CPP. A competência será determinada pela conexão se, no mesmo caso, houverem 
sido umas praticadas [...] para conseguir impunidade ou vantagem em relação a 
qualquer delas. 
(C) INCORRETA. Art. 76 do CPP, a competência será determinada pela conexão: 
I - [..]ou por várias pessoas, umas contra as outras; A conexão intersubjetiva por 
reciprocidade ocorre quando há dois ou mais delitos, praticados por duas ou mais 
pessoas, que investem uma contra as outras. Ex: lesões corporais recíprocas ocorridas 
em briga de rua. 
(D) INCORRETA. Art. 75 do CPP, a precedência da distribuição fixará a competência 
quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente 
competente. 
(E) INCORRETA. Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contrabando e 
de descaminho, ainda que inexistentes indícios de transnacionalidade na conduta. 
STJ. 3ª Seção. CC 160.748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/09/2018 
(Info 635). 
No mesmo sentido a súmula 151-STJ informa que a competência para o processo e 
julgamento por crime de contrabando define-se pela prevenção do Juízo Federal. 
Ademais a Súmula 122 do STF, nos informa que compete à Justiça Federal o processo 
e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se 
aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de Processo Penal. 
 
13. C. 
Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio 
emergencial pagos durante a pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema 
de segurança de instituição privada, sem que haja fraude direcionada à instituição 
financeira federal. (STJ. CC 182.940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção, por 
unanimidade, julgado em 27/10/2021, DJe 03/11/2021). Também inexiste caso de 
competência desegundo grau ou de tribunal superior, de sorte que a competência no 
caso é da justiça estadual de primeiro grau. 
 
14. C. 
(A) INCORRETA. 
CPP, Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão 
observadas as seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá a competência do júri; 
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68 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
(B) INCORRETA. 
CPP, Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro 
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
(C) CORRETA. 
CPP, Art. 70. (...) 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á 
pela prevenção. 
(D) INCORRETA. 
CPP, Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se 
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o 
último ato de execução. 
(E) INCORRETA. 
CPP, Art. 70. (...) § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, 
ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas 
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
15. E. 
OBS: Essa questão, ao nosso ver, devera ter sido anulada pela banca examinadora, 
pois, além da altenativa “E”, a alternativa “A” também está incorreta. No entanto, a 
banca, mantendo o equívoco, não a anulou. 
(A) INCORRETA. 
Conforme recente julgado do STJ: 
(...) 1. A conexão que justifica a modificação da competência demanda avaliação, 
caso a caso, da necessidade de julgamento conjunto dos delitos para melhor 
esclarecimento dos fatos ou para prevenir decisões judiciais conflitantes. (...) 
(STJ - CC: 177856 MG 2021/0057471-5, Relator: Ministro ANTONIO SALDANHA 
PALHEIRO, Data de Publicação: DJ 30/03/2021) 
A questão fala em fixação da competência, enquanto o julgado fala em modificação 
da competência. Entendemos que esse jogo de palavras, por si só, não altera o 
entendimento do julgado. A conexão é uma espécie, ao lado da continência, do gênero 
“prorrogação de competência”. Ao prorrogar uma competência, podemos a ampliar 
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para fixar a competência de determinado foro que, originalmente, não seria o 
competente segundo as primeiras regras de competência. A conexão pode, dessa 
forma, modificar uma competência, que, sem sua aplicação, seria de um determinado 
juízo, para fixar a competência de outro juízo. 
Exemplificando: Imagine que JOÃO, servidor público, subtraia, em proveito próprio, a 
quantia de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) de sua repartição pública localizada 
na cidade de Curitiba e, para ocultar a origem ilícita desses valores, utilize uma 
empresa de fachada na cidade de Londrina para lavar o dinheiro. Temos, aqui, dois 
crimes: a) CP, art. 312 (peculato), cometido em Curitiba; b) Lei nº 9.613/98, art. 1º 
(peculato), praticado em Londrina. 
Essas infrações são conexas sob a modalidade instrumental, probatória ou processual, 
pois a prova do peculato é essencial para a configuração do crime de lavagem de 
capitais. Sem a aplicação do instituto da conexão, a competência para o peculato seria 
do foro de Curitiba, e a competência para a lavagem de capitais seria do foro de 
Londrina. Porém, a conexão vai prorrogar a competência para o julgamento conjunto 
dos dois crimes dentro de um mesmo processo. Como são jurisdições de mesma 
categoria, neste caso, irá preponderar o local da infração mais grave, que é o peculato, 
logo, em Curitiba. 
Então, a par da assertiva, não seria incorreto dizer que a conexão fixa a competência a 
demanda em Curitiba, bem como também é correto dizer que ela modifica a 
competência que seria, em tese, de Londrina, para o foro de Curitiba. A conexão 
justifica a fixação e a modificação de competência, porque ambas estão relacionadas. 
Por essas razões, entendemos que a questão merece ser anulada. 
No entanto, a questão parece haver se apegado à crítica de RENATO BRASILEIRO, que 
diz "Não obstante dispor o art.69, inciso V, do CPP, que a competência jurisdicional 
será determinada pela conexão ou continência, tem-se que, em regra, tanto a conexão 
quanto a continência não são critérios que fixam a competência. Funcionam, sim, 
como critérios que alteram a competência. Eventualmente, no entanto, podem ser 
utilizadas para a fixação inicial da competência, desde que já se saiba antecipadamente 
que um processo está ligado a outro previamente distribuído." (LIMA, Renato 
Brasileiro. 2021. p.638) 
(B) INCORRETA. 
Durante a fase de investigação preliminar não existe processo, razão pela qual não há 
que se falar em conexão. Da mesma forma, como o objetivo da conexão/continência é 
contribuir para uma produção probatória eficaz e se evitar julgamentos conflitantes, 
também não há razão para se aplicar se um dos processos já foi julgado. Nesse 
sentido, a Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se 
um deles já foi julgado”. 
(C) INCORRETA. 
Conforme jurisprudência do STJ: 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL X JUSTIÇA ESTADUAL. AÇÃO 
PENAL. MANUTENÇÃO DE DROGAS EM DEPÓSITO E CONTRABANDO DE CIGARROS 
ESTRANGEIROS DESCOBERTOS NA MESMA DILIGÊNCIA POLICIAL. INEXISTÊNCIA DE 
INDÍCIOS DE TRANSNACIONALIDADE DA DROGA E DE CONEXÃO ENTRE OS DELITOS. 
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DESMEMBRAMENTO DO FEITO. 1. Não há conexão a justificar o julgamento unificado, 
pela Justiça Federal, dos delitos de manutenção de drogas em depósito (33, caput, da 
Lei 11.343/2006) e de contrabando de mercadorias estrangeiras (334-A, § 1º, IV, do 
CP) se as investigações e a denúncia não apontaram a existência de liame 
circunstancial algum, seja material ou instrumental entre eles. 2. O simples fato de a 
apuração dos delitos investigados ter tido início a partir da mesma diligência policial 
não implica, necessariamente, a existência de conexão entre eles. Precedentes desta 
Terceira Seção. 3. Conflito conhecido, para declarar competente para o julgamento da 
ação penal, no que se refere ao delito de manutenção de drogas em depósito, o Juízo 
de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Ribeirão Preto/SP, o suscitante. (CC 
145.514/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado 
em 10/08/2016, DJe 16/08/2016) 
(D) INCORRETA. 
A Súmula 122 do STJ, que diz “Compete à Justiça Federal o processo e julgamento 
unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a 
regra do art. 78, II, a) do Código de Processo Penal” não se aplica ao caso. Isso porque 
a conexão demanda a análise dos crimes, e não dos infratores. O caso de o mesmo 
agente praticar várioscrimes, ainda que de competências diversas, por si só, não 
demanda conexão entre eles, salvo se, por outro motivo, se enquadre como uma 
espécie de conexão. 
(E) CORRETA. 
Conforme julgado do STJ: 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. 
ESTELIONATO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. LAVAGEM DE DINHEIRO. AÇÃO PENAL EM 
TRÂMITE NA JUSTIÇA ESTADUAL. CONEXÃO COM DELITOS FEDERAIS IDENTIFICADOS 
NA MESMA INVESTIGAÇÃO POLICIAL: INEXISTÊNCIA. SENTENÇA CONDENATÓRIA 
PROFERIDA NA JUSTIÇA ESTADUAL: SÚMULA 235/STJ. RECURSO IMPROVIDO. (...) "A 
prorrogação de competência, por força de conexão probatória, é aceita quando 
houver dependência ou vínculo existente entre os fatos, desde que formem uma 
espécie de unidade, para que o julgador tenha visão uniforme do quadro probatório, 
evitando-se decisões díspares" (RHC 93.295/RJ, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
SEXTA TURMA, julgado em 16/08/2018, DJe 28/08/2018). 
 
16. A 
(F) Leônidas, policial militar lotado no Estado do Rio Grande do Sul, cometeu um 
crime militar no Estado de São Paulo. Desse modo, compete à Justiça Militar do 
Estado de São Paulo julgá-lo. 
CPPM - Art. 85. A competência do fôro militar será determinada: 
I - de modo geral: 
a) pelo lugar da infração; 
CPPM - Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infração; e, 
no caso de tentativa, pelo lugar em que fôr praticado o último ato de execução. 
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(F) Compete à Justiça Estadual julgar a conduta delituosa de divulgar pelo Facebook 
mensagens de cunho discriminatório contra o povo judeu. 
É da Justiça estadual a competência para processar e julgar o crime de incitação à 
discriminação racial por meio da internet cometido contra pessoas determinadas e 
cujo resultado não ultrapassou as fronteiras territoriais brasileiras (STF - HC: 121283 
DF, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 29/04/2014, Primeira 
Turma, Data de Publicação: DJe-091 DIVULG 13-05-2014 PUBLIC 14-05-2014). 
(F) Um índio que comete furto a um estabelecimento comercial deverá ser julgado 
pela Justiça Federal. 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL E JUSTIÇA FEDERAL. CRIME DE 
FURTO PRATICADO POR INDÍGENA. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE COMUNIDADE 
INDÍGENA OU DISPUTA POR SUAS TERRAS. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 140 DESTA 
CORTE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Não havendo prejuízo a interesses de 
comunidade indígena considerada como um todo, ou disputa por suas terras, não há 
falar em competência da Justiça Federal. 2. Aplicação do Verbete Sumular n.º 140 
desta Corte. 3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 
Comarca de Itaiópolis/SC. (STJ - CC: 52194 SC 2005/0108456-2, Relator: Ministra 
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 14/03/2007, S3 - TERCEIRA 
SEÇÃO, Data de Publicação: DJ 26/03/2007 p. 198) 
(V) A competência para julgar crimes contra agência franqueada dos Correios é da 
Justiça Estadual. 
Nos casos de delitos praticados em detrimento da Empresa Brasileira dos Correios e 
Telégrafos EBCT, a competência será estadual quando o crime for perpetrado contra 
banco postal (situação assemelhada à de agência franqueada) e houver ocasionado 
efetivo prejuízo unicamente a bens jurídicos privados. Por outro lado, incidirá o artigo 
109, IV, da Constituição Federal CF, nos casos em que a ofensa for direta à EBCT, ou 
seja, ao serviço-fim dos correios (os serviços postais), ou quando houver prejuízo ao 
patrimônio dos correios, atraindo, assim, a competência federal (STJ, CC 174.265). 
 
17. INCORRETA 
Compete aos tribunais de justiça estaduais processar e julgar os delitos comuns, não 
relacionados com o cargo, em tese praticados por Promotores de Justiça. STJ. 3ª 
Seção. CC 177.100-CE, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 08/09/2021 (Info 708).

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