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CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 1 1 Direito Processual Penal (Ponto 9) Das Citações e Intimações. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 2 2 CURSO MEGE Site para cadastro: https://loja.mege.com.br/ Celular / Whatsapp: (99) 98262-2200 Turma: Clube Delta Material: Direito Processual Penal – Ponto 9 Direito Processual Penal (Ponto 9) Das Citações e Intimações. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 3 3 SUMÁRIO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ...................................................................... 4 1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 5 1.1. DAS CITAÇÕES ............................................................................................................ 5 1.2. DAS INTIMAÇÕES ..................................................................................................... 11 2. LEGISLAÇÃO ANOTADA ............................................................................................... 14 3. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 21 4. QUESTÕES ................................................................................................................... 26 5. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 31 CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 4 4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA (Conforme Edital Mege) DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Citações e Intimações. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 5 5 1. DOUTRINA (RESUMO) 1.1. DAS CITAÇÕES 1.1.1. CONCEITO É o ato processual por meio do qual é comunicado ao acusado que contra ele foi recebida uma denúncia ou queixa-crime, a fim de que defender-se. OBSERVAÇÃO: a citação completa a formação do processo (art. 363 do CPP), mas é o recebimento da inicial acusatória que constitui o primeiro marco interruptivo da prescrição (art. 117, I, do CP). Rememorando, rapidamente, que com as alterações trazidas pela Lei nº 13.964/2019 ao Código de Processo Penal, conhecidas como Pacote Anticrime, o ato de recebimento da inicial acusatória é de competência do juiz das garantias, enquanto que a citação do acusado será determinada pelo juiz competente para a instrução e julgamento da ação penal (CPP, art. 3ºB, inciso XIV e Art. 3º-C, §§ 1 e 2º, os quais, nada obstante, encontram- se, atualmente, com a eficácia suspensa por força de decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305). 1.1.2. REVELIA Se o réu é validamente citado, mas não atende ao comando judicial e deixa de comparecer a juízo, a consequência será a decretação de sua revelia. Neste caso, é preciso distinguir duas situações: a) O réu foi citado pessoalmente: neste caso, incide o art. 367 do CPP, dispondo que o processo seguirá sem a presença do acusado. Isto quer dizer que apenas o advogado do réu será comunicado dos atos processuais, pois ele, réu, não será notificado ou intimado para qualquer outro termo da ação penal, salvo em relação à sentença condenatória (art. 392 do CPP). b) O réu foi citado por edital: neste caso, incide o art. 366 do CPP, estabelecendo que se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 6 6 1.1.3. ESPÉCIES DE CITAÇÃO A citação é classificada como real ou ficta (ou presumida). A citação real é aquela realizada na pessoa do réu, sendo efetivada por meio de uma das seguintes formas: mandado, cumprido por oficial de justiça, no âmbito da jurisdição do juiz perante o qual responde o acusado ao processo criminal; carta precatória; carta rogatória; ofício requisitório; e, por fim, mediante carta de ordem. Por sua vez, a citação ficta é aquela efetivada por meio de edital publicado na imprensa, ou afixado no átrio ou na porta do Fórum e, também, nas hipóteses de citação por hora certa. A. Citação por mandado Encontrando-se o réu no território do juiz que preside o processo criminal e, nessa condição, ordenada a citação, deve o réu ser citado por mandado, cumprido por oficial de justiça, ressalvando-se desta regra apenas as seguintes situações: hipótese de se encontrar ele em legação estrangeira, caso em que deve ser citado mediante carta rogatória (art. 369 do CPP), ou se for militar, situação na qual deverá ser citado por intermédio do chefe do respectivo serviço (art. 358 do CPP). Os requisitos intrínsecos do mandado estão previstos no art. 352 do CPP. Já os requisitos extrínsecos são aqueles previstos no art. 357 do CPP. REQUISITOS INTRÍNSECOS REQUISITOS EXTRÍNSECOS I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. OBSERVAÇÃO: a lei processual penal não faz restrições quanto a dia, hora e lugar da citação. Destarte, poderá o oficial de justiça cumprir o mandado em qualquer momento CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 7 7 e onde quer que encontre o acusado, muito embora deva ater-se às restrições quanto à inviolabilidade do domicílio na respectiva execução. ATENÇÃO! É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual. Assim, em um primeiro momento, vários óbices impediriam a citação via WhatsApp, seja de ordem formal, haja vista a competência privativa da União para legislar sobre processo (art. 22, I, da CF/88), ou de ordem material, em razão da ausência de previsão legal e possível malferimento de princípioscaros como o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. A tecnologia em questão permite a troca de arquivos de texto e de imagens, o que possibilita ao oficial de justiça, com quase igual precisão da verificação pessoal, aferir a autenticidade do número telefônico, bem como da identidade do destinatário para o qual as mensagens são enviadas. De todo modo, para que seja admitida a citação por WhatsApp é indispensável que sejam tomados todos os cuidados possíveis para se comprovar a autenticidade não apenas do número telefônico com que o oficial de justiça realiza a conversa, mas também da identidade do destinatário das mensagens. STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688). B. Citação por meio de carta precatória Encontra-se prevista no art. 353 do CPP e destina-se a carta precatória citatória ao réu que se encontra em território nacional, mas fora da jurisdição do juiz que preside o processo criminal. C. Citação por meio de carta rogatória Duas são as hipóteses tratadas no CPP em que deve ser expedida carta rogatória citatória: a) acusado que se encontra no estrangeiro, em lugar conhecido (art. 368 do CPP). Nesta hipótese, o prazo prescricional é suspenso até que haja o efetivo cumprimento da carta. Retornando esta ao juízo rogante e constatado o efetivo cumprimento, a fluência do prazo prescricional do crime é automática, devendo-se considerar como dies a quo não a data em que os autos da carta aportaram em cartório, mas sim aquela em que houve seu cumprimento no juízo rogado. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 8 8 b) citando que se encontra em legação estrangeira (art. 369 do CPP). Nesta hipótese, o prazo prescricional não será suspenso. D. Citação do militar Conforme estabelece o art. 358 do CPP, a citação do militar (somente o militar na ativa) é realizada por intermédio do chefe do respectivo serviço. Neste caso, é preciso diferenciar duas situações: a) Tratando-se de citação efetuada apenas com a finalidade de comunicar ao réu acerca do processo criminal contra si instaurado e de fixar-lhe o prazo inicial para o oferecimento da resposta à acusação. Nesta situação, o ofício expedido ao Chefe da Guarnição Militar não conterá requisição de comparecimento do réu a juízo, sendo suficiente o preenchimento dos requisitos do art. 352 do CPP. b) Tratando-se de citação realizada também com o objetivo de aprazar audiência a que deva estar presente o réu. Nesta situação, o ofício encaminhado ao Chefe da Guarnição Militar onde se encontre o réu, além de preencher os requisitos do art. 352 do CPP, deverá inserir a requisição de comparecimento do citando a juízo no dia e hora aprazados, sob pena de não estar o acusado obrigado a comparecer ao ato e não poder ser conduzido coercitivamente para tanto na hipótese de ausência injustificada. Era o que se fazia, por exemplo, no procedimento da Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006), que estabelece no art. 56 que o acusado é citado para comparecer à audiência de interrogatório e instrução. Isto, porém, na atualidade, está superado, tendo em vista que o STF (Info 816), no que foi acompanhado pelo STJ, firmou o entendimento de que o art. 400 do CPP, ao contemplar a efetivação do interrogatório do réu apenas após a inquirição de todas as testemunhas arroladas, deve ser aplicado a todos os procedimentos regidos por leis especiais. Logo, atualmente, a citação do réu cumpre, unicamente, a finalidade de cientificá-lo do teor da acusação e, em regra, abrir o prazo para apresentação de resposta preliminar, não havendo mais, na sua realização, o objetivo de chamar o réu para interrogatório. E. Citação do funcionário público CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 9 9 Tratando-se o réu de funcionário público, incidem as regras gerais de citação pessoal, mas o art. 359 do CPP também exige que o chefe da repartição na qual está lotado o servidor seja notificado quanto à data e horário em que deve comparecer à Justiça. Tal notificação deve ocorrer mediante ofício, por meio do qual será requisitada a presença do funcionário público a Juízo. Sem que esse ofício seja expedido, a presença do servidor não é obrigatória, nem ele poderá ser conduzido perante a autoridade judiciária. F. Citação do réu preso Estabelece o art. 360 do CPP que se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. Situação por vezes ocorrente é a de, não sendo localizado o réu para citação pessoal, ordenar o juiz a sua citação por edital por desconhecer que se encontra preso. Nesta hipótese, incide a Súmula 351 do STF dispondo que “é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição”. Perceba-se que a referida Súmula apenas tem incidência nos casos de réu segregado no mesmo Estado no qual o Juiz processante atua, não se estendendo às hipóteses em que o acusado se encontra custodiado em localidade diversa daquela em que tramita o processo no qual se deu a citação por edital. OBSERVAÇÃO: no caso de réu preso em Estado distinto daquele em que o juiz exerce a sua jurisdição, o entendimento no sentido da nulidade da citação editalícia apenas pode ser adotado quando a localização do acusado era conhecida pelo juízo ou quando tal informação era possível no caso concreto. A propósito da citação pessoal do réu preso, é preciso ainda distinguir se o citando encontra-se recluso em território pertencente à jurisdição do juiz processante ou não. Na primeira hipótese, a citação pessoal dar-se-á mediante expedição de mandado por ordem do próprio juiz que a ordenou. Na segunda, será necessária a expedição de carta precatória, sendo que o mandado de citação será expedido por determinação do juízo deprecado. G. Citação por meio de carta de ordem Trata-se da carta de ordem de expediente semelhante à carta precatória, dela se diferenciando pela circunstância de que, ao passo que esta última tramita entre autoridades judiciárias de idêntico grau e insere uma solicitação (por exemplo, de juiz de direito para juiz de direito), a primeira é expedida por Órgão Jurisdicional de grau CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 10 10 superior para outro de grau inferior, incorporando uma ordem, como o próprio nome sugere. H. Citação por edital Consiste o edital em similar do mandado de citação, apenas publicado na imprensa oficial ou afixado em locais específicos junto ao edifício do Fórum. Reserva-se a citação editalícia às seguintes hipóteses: a) Não localização do réu (arts. 361 e 363, § 1º, ambos do CPP): a validade da citação ficta aqui é condicionada ao fato de que as tentativas de localização do réu tenham sido esgotadas. b) Encontrar-se o citando no estrangeiro em lugar não conhecido: o art. 368 do CPP estabelece que, encontrando-se o réu no estrangeiro em lugar conhecido, será citado por meio de carta rogatória. Ora, a contrario sensu, se estiver em local não sabido, descabe a rogatória, restando, em consequência, a citação editalícia com base nos arts. 361 e 363, § 1º, do CPP. Na maioria dos casos, a citação por edital não produz qualquer resultado, deixando o réu de atender seu comando e de constituir defensor para patrocinar seus interesses. Nestes casos, incide o art. 366 do CPP, determinando queo processo criminal permaneça suspenso, e também suspenso o prazo prescricional, sem prejuízo da possibilidade de o juiz ordenar a produção de provas urgentes e, se for o caso, decretar a prisão preventiva do acusado. Quanto ao prazo de suspensão da prescrição determinada pelo mencionado dispositivo, importante destacar nos termos da jurisprudência do STJ (súmula 415) o período máximo de suspensão do prazo prescricional, na hipótese do art. 366 do CPP, corresponde ao que está fixado no art. 109 do CP (prazo da prescrição), observada a pena máxima cominada para a infração penal. O mesmo entendimento foi firmado pelo STF no âmbito do RE 600.851 RG/DF, o qual fixou a seguinte tese em sede de repercussão geral (Tema 438): “Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer suspenso”. O período máximo de suspensão do prazo prescricional, na hipótese do art. 366 do CPP, corresponde ao que está fixado no art. 109 do CP (prazo da prescrição), CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 11 11 observada a pena máxima cominada para a infração penal. Trata-se da posição agasalhada pelo STJ por meio de sua Súmula 415, dispondo que o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. OBSERVAÇÃO: o art. 366 do CPP não é aplicável nos processos por crimes relacionados à lavagem de dinheiro. Nestes casos, por força do que dispõe o art. 2º, § 2º, da Lei 9.613/1998 (alterado pela Lei 12.683/2012), a ação penal terá prosseguimento normal, devendo o juiz proceder à nomeação de defensor dativo ao acusado. I. Citação por hora certa A citação por hora certa tem lugar na hipótese em que o réu, presumidamente, oculta-se para evitar a citação. Trata-se de modalidade citatória prevista no art. 362 do CPP. Nos termos dos arts. 252 a 254 do CPC/2015, se, por duas vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, suspeitando de que ele está se ocultando, deverá intimar qualquer pessoa da família, ou, na falta, qualquer vizinho de que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, em hora determinada. No dia e hora designados, retornando o oficial de justiça para realizar a diligência, se ainda assim o citando não estiver presente, após tentar informar-se das razões da ausência, o oficial dará por citado o réu, certificando essa ocorrência e deixando a contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, consignando-lhe o nome na certidão. Feita essa citação, o escrivão ou o chefe de secretaria enviará ao réu carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe ciência do ocorrido. 1.2. DAS INTIMAÇÕES A diferença entre intimação e notificação não possui qualquer relevância em termos práticos, pois o legislador não estabeleceu essa distinção no âmbito do CPP. De qualquer modo, doutrinariamente, é possível estabelecer as seguintes definições: Intimação: comunicação realizada a alguém quanto a um ato já realizado. Exemplo: intimação das conclusões da perícia; intimação da degravação da audiência; intimação da sentença prolatada pelo juiz etc. Notificação: ciência a alguém quanto a um comando judicial determinando certa providência a ser cumprida. Exemplo: notificação da testemunha para que compareça em audiência para depor; notificação do réu a fim de que se faça presente em audiência de interrogatório; notificação do técnico em determinada área quanto à perícia para a qual foi nomeado etc. A notificação, ao contrário da intimação, traz, implícita ou explicitamente, uma cominação legal na hipótese de descumprimento. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 12 12 1.2.1. INTIMAÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO DEFENSOR PÚBLICO, DO ADVOGADO DO QUERELANTE E DO ADVOGADO DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO O art. 370 do CPP estabelece as regras para a ciência de atos ao Ministério Público, ao defensor do réu e ao advogado do querelante e do assistente de acusação. Em linhas gerais, consiste na seguinte normatização: - Ministério Público: ciência pessoal (art. 370, § 4º, do CPP); - Defensor nomeado pelo juiz: ciência pessoal (art. 370, § 4º, do CPP); - Defensor constituído pelo réu: ciência mediante publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais na comarca (art. 370, § 1º, do CPP); - Advogado do querelante e do assistente de acusação: ciência mediante publicação no órgão incumbido de publicidade dos atos judiciais na comarca (art. 370, § 1º, do CPP). Oportuno, ainda, fazer referência ao Defensor Público, que também deve ser intimado pessoalmente dos despachos e das decisões judiciais, conforme estabelece o art. 128, I, da Lei Complementar 80/1994. OBSERVAÇÃO: muita atenção para as jurisprudências ao final que tratam sobre a intimação do MP e Defensoria Pública. 1.2.2. INTIMAÇÃO DAS PARTES DA SENTENÇA A intimação das partes em relação à sentença deverá observar os seguintes critérios: - Ministério Público: a intimação deve ser sempre pessoal, nos termos dos arts. 370, § 4º, 390, 798, § 5º, e 800, § 2º, todos do CPP. - Defensor nomeado: deverá ser intimado pessoalmente (art. 370, § 4º). - Defensor Público: a intimação também deve ser pessoal, de acordo com o art. 44, I, da Lei Complementar 80/1994. - Defensor constituído pelo acusado e advogado do querelante e do assistente de acusação: serão intimados mediante CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 13 13 publicação no órgão oficial, conforme referem os arts. 370, § 1º, e 391, ambos do CPP. - Acusado: devem ser observadas, em princípio, as regras inseridas no art. 392 do CPP, dispondo que sejam feitas: I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso; II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança; III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; IV –mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça; V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça; VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça. OBSERVAÇÃO: a jurisprudência majoritária inclina-se no sentido de que, em se tratando de decisão condenatória, é necessária tanto a intimação pessoal do réu como a de seu defensor, observando-se, quanto a este último, o disposto no art. 370 do CPP. Já quanto ao réu solto, se assistido por advogado constituído, bastará a intimação do causídico. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 14 14 2. LEGISLAÇÃO ANOTADA Livro I Do Processoem Geral Título I Disposições Preliminares Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (…) XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (…) Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) *Alterações promovidas pelo Pacote Anticrime no Código de Processo Penal, as quais, embora atualmente suspensas, denotam que a citação do acusado passou a ser competência do juiz das garantias. Título X Das Citações e Intimações Capítulo I Das Citações Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. *Quando estiver fora do território, a citação será feita por precatória. *Súmula 351 do STF. É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. Art. 352. O mandado de citação indicará: I – o nome do juiz; II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 15 15 IV – a residência do réu, se for conhecida; V – o fim para que é feita a citação; VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória. *No processo penal, a carta precatória não suspende o processo nem a prescrição. Já no processo civil, ela suspende o processo, por no máximo 1 ano, quando o juiz entender que ela é imprescindível ao julgamento (art. 377 do CPC). *No processo penal, a carta rogatória suspende a prescrição (art. 368) e, quando para fins de citação, também suspende o processo (Avena). Já no processo civil, ela suspende o processo, por no máximo 1 ano, quando o juiz entender que ela é imprescindível ao julgamento (art. 377 do CPC). Art. 354. A precatória indicará: I – o juiz deprecado e o juiz deprecante; II – a sede da jurisdição de um e de outro; III – o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o “cumpra-se” e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. § 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. § 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará. Art. 357. São requisitos da citação por mandado: I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição. *A notificação para o funcionário público apresentar defesa prévia e a citação para o mesmo apresentar a defesa escrita não precisam ser comunicadas ao chefe da repartição. Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 16 16 *Artigo com a redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º-12-2003. *Súmula 351 do STF. É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. *STF: Não há nulidade em face da ausência de citação do réu preso se este comparece em juízo e não resta demonstrado qualquer prejuízo a ele (RHC 106.461, 07/05/2013). Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 dias. *Súmula 366 do STF. Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. *Súmula 351 do STF. É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição. Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 do CPC. *Enunciado 110 do FONAJE. No JECRIM é cabível a citação com hora certa. *Súmula 710 do STF. No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. *Será este defensor dativo quem cumprirá a obrigação de, em 10 dias, apresentar a resposta à acusação. O mesmo acontecerá na hipótese em que, mesmo citado pessoalmente, o réu não apresenta resposta ou não constitui defensor. Já em se tratando de citação por edital, o processo será suspenso, bem como o prazo prescricional (art. 366). Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. *STF: O processo se inicia com o recebimento da inicial acusatória pelo magistrado, sendo este, inclusive, o primeiro marco interruptivo da prescrição. § 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. *O sistema processual penal brasileiro não presume a ciência da imputação pelo acusado citado por edital, tanto que, se o acusado não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional (art. 366). *O inciso I do § 2º iria prever que “ficará suspenso o curso do prazo prescricional pelo correspondente ao da prescrição em abstrato do crime objeto da ação”. Este entendimento, contudo, continua presente na Súmula 415 do STJ. § 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. *Se o réu citado por edital comparecer ao processo que se encontrava paralisado, a ação penal terá seguimento segundo o rito pertinente dentre aqueles previstos no § 1º do art. 394. Art. 364. No caso do artigo anterior, nº I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 e 90 dias, de acordo comas circunstâncias, e, no caso de nº II, o prazo será de 30 dias. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 17 17 *Segundo Norberto Avena, o art. 364 encontra-se prejudicado, pois os incisos I e II do art. 363, a que ele remete, encontram-se revogados. Art. 365. O edital de citação indicará: I – o nome do juiz que a determinar; II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; III – o fim para que é feita a citação; *Súmula 366 do STF. Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V – o prazo (15 dias), que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. *Se o réu é citado pessoalmente, mas não comparece, o processo e o prazo prescricional não são suspensos. Ao invés disso, lhe é nomeado um defensor dativo. *Se o réu é citado por edital, mas não comparece, nem constitui advogado, suspende- se o processo e o prazo prescricional pelo tempo abstratamente fixado para o delito prescrever (S. 415/STJ). Transcorrido o prazo e mantida a ausência do imputado, o processo seguirá suspenso, mas o prazo prescricional voltará a correr, considerando-se o prazo transcorrido anteriormente, haja vista tratar-se de suspensão. *A decisão que autoriza ou denega a produção antecipada das provas comporta correição parcial, sem prejuízo do manejo de MS ou HC. *Súmula 455 do STJ. A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. *STJ: A antiga redação do art. 366 do CPP permitia que o processo seguisse à revelia do acusado que, citado por edital, não comparecesse em juízo para defender-se. Com a nova redação conferida pela Lei 9.271/96, tanto o processo como a prescrição são suspensos. Sendo assim, deve-se interpretar os arts. 420, § único, e 457, ambos do CPP, em consonância com o art. 366, de forma a vedar a intimação por edital da decisão de pronúncia nos casos em que o processo prosseguiu sem que o réu tenha sido localizado na fase inaugural da acusação, época em que vigia a antiga redação do art. 366 (6ª T, HC 226.285, em 20/02/2014). *STJ: Ainda que o réu tenha constituído advogado antes do oferecimento da denúncia (na data da prisão em flagrante) e o patrono tenha atuado, por determinação do Juiz, CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 18 18 durante toda a instrução criminal, é nula a ação penal que tenha condenado o réu sem a sua presença, o qual não foi citado nem compareceu pessoalmente a qualquer ato do processo, inexistindo prova inequívoca de que tomou conhecimento da denúncia (6ª T, REsp. 1.580.435, em 17/03/2016). *De acordo com o § 2º do art. 2º da Lei 9.613/98, o art. 366 do CPP não se aplica aos crimes de lavagem de capitais. Assim, nem o processo, nem o prazo prescricional dos crimes de lavagem de dinheiro serão suspensos caso o réu não atenda à citação por edital. Nucci, contudo, defende a inconstitucionalidade desse dispositivo. *STF: Para a 1ª Turma, o suposto efeito deletério que o tempo possa fazer na memória da testemunha não é fundamento para determinar a antecipação de provas urgentes com base no art. 366 do CPP (HC 108.064, 13.12.11). No mesmo sentido, a 5ª Turma do STJ (RHC 74.270/PR, 16/05/2017), embora essa mesma turma também possua julgados informando como inegável o concreto risco de perecimento da prova testemunhal, tendo em vista a alta probabilidade de esquecimento dos fatos distanciados do tempo de sua prática, entende como cabível a produção antecipada da prova (HC 339.460/SP, 28/06/2017; RHC 83.672/MT, 14/06/2017). A 2ª Turma do STJ entende que a limitação da memória humana e o comprometimento da busca da verdade real são fundamentos a justificar a determinação da antecipação de prova testemunhal (HC 110.280, 07.08.12). *Produção antecipada de prova – Policiais – Testemunhas: há vários precedentes do STJ no sentido de que se as testemunhas forem policiais, deverá ser autorizada a sua oitiva como prova antecipada, considerando que os policiais lidam diariamente com inúmeras ocorrências e, se houvesse o decurso do tempo, eles iriam esquecer os fatos (5ª T, RHC 51.232, em 02/10/14; 6ª T, RHC 48073, em 30/06/15; RHC 64.086/DF, 09/12/2016; AgRg no HC 393.855/DF, 06/12/2018 ). Contudo, o STF entende que isso não serve como justificativa para deferir a oitiva antecipada (2ª T, HC 130.038, em 03/11/2015). *STF: A antecipação da prova testemunhal prevista no art. 366 do CPP pode ser justificada como medida necessária pela gravidade do crime praticado e possibilidade concreta de perecimento, haja vista que as testemunhas poderiam se esquecer de detalhes importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo. Além disso, a antecipação da oitiva das testemunhas não traz nenhum prejuízo às garantias inerentes à defesa. Isso porque quando o processo retomar seu curso, caso haja algum ponto novo a ser esclarecido em favor do réu, basta que seja feita nova inquirição (2ª T, HC 135.386, em 13/12/2016). *Súmula 415 do STJ. O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. *O processo seguirá e o acusado será intimado apenas da sentença final. Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 19 19 *STJ: A Lei 9.271/96, por suspender o prazo prescricional, somente pode ser aplicada aos crimes cometidos depois de sua entrada em vigor, dado o evidente caráter mais gravoso da nova disciplina, com manifesto prejuízo para o acusado (RHC 15.002, 17.03.08). *Se o réu estiver no estrangeiro em local não sabido, a citação será feita por edital. *Na suspensão, o prazo da prescrição é apenas paralisado, para em seguida continuar de onde parou. *Retornando a carta rogatória ao juízo rogante e constatando o seu efetivo cumprimento, o prazo prescricional volta a fluir automaticamente, devendo-se considerar como dies a quo o dia em que a carta rogatória foi efetivamente cumprida. Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória. *Esta carta rogatória, diferentementeda prevista no art. 368, não suspende a prescrição. Capítulo II Das Intimações *Súmula 710 do STF. No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. § 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. *STJ: A lei processual é expressa em exigir, sob pena de nulidade absoluta, que as intimações sejam feitas pela publicação nos órgãos oficiais dos nomes das partes e de seus advogados. § 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far- se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. § 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º. § 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. *STF: A falta de intimação pessoal do defensor dativo, tanto da sessão de julgamento da apelação quanto do teor do acórdão proferido, qualifica-se como causa geradora de nulidade processual (Inf. 651 – dez/11). *STJ: A intimação do defensor dativo apenas pela imprensa oficial não implica reconhecimento de nulidade caso este tenha optado expressamente por esta modalidade de comunicação dos atos processuais, declinando da prerrogativa de ser intimado pessoalmente (5ª T, HC 311.676, em 16/04/2015; HC 359.305, em 27/02/2018). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 20 20 *A intimação do defensor público também é pessoal, conforme estabelece o art. 128, I, da LC 80/94. Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, observado o disposto no art. 357. Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 21 21 3. JURISPRUDÊNCIA JULGADOS STJ: O art. 366 do CPP estabelece que se o acusado for citado por edital e não comparecer ao processo nem constituir advogado o processo e o curso da prescrição ficarão suspensos. Enquanto o réu não for localizado, o curso processual não pode ser retomado. STJ. 6ª Turma. RHC 135.970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 20/04/2021 (Info 693). STJ: O termo final da suspensão do prazo prescricional pela expedição de carta rogatória para citação do acusado no exterior é a data da efetivação da comunicação processual no estrangeiro, ainda que haja demora para a juntada da carta rogatória cumprida aos autos. STJ. 5ª Turma. REsp. 1.882.330/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/04/2021 (Info 691). STJ: É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual. STJ. 5ª Turma. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021 (Info 688). STF: Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes previstos na Constituição Federal como imprescritíveis, é constitucional limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer suspenso. STF. Plenário. STF. Plenário. RE 600.851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438) (Info 1001). Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. STF: Não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não haverá nulidade dos atos processuais caso essa intimação não ocorra. O inquérito policial é um procedimento informativo, de natureza inquisitorial, destinado precipuamente à formação da opinio delicti do órgão acusatório. Logo, no inquérito há uma regular mitigação das garantias do contraditório e da ampla defesa. Esse entendimento justifica-se porque os elementos de informação colhidos no inquérito não se prestam, por si sós, a fundamentar uma condenação criminal. A Lei nº 13.245/2016 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem, contudo, conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do calendário de inquirições a ser definido pela autoridade policial. STF. 2ª Turma. Pet 7.612/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 12/03/2019 (Info 933). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 22 22 STJ: A nomeação judicial de Núcleo de Prática Jurídica para patrocinar a defesa de réu dispensa a juntada de procuração. Isso porque, neste caso, não há uma atuação provocada pelo assistido, mas sim o exercício de um munus público por determinação judicial. STJ. 3ª Seção. EAREsp. 798.496-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/04/2018 (Info 624); AgRg no AREsp. 1.577.777 / DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/02/2020. STF: É constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal. STF. Plenário. RE 635.145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833). STF e STJ: A data da entrega dos autos na repartição administrativa da Defensoria Pública é o termo inicial da contagem do prazo para impugnação de decisão judicial pela instituição, independentemente de intimação do ato em audiência. STJ. 3ª Seção. HC 296.759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (Info 611). STF. 2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info 791). STJ: O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado. STJ. 3ª Seção. REsp. 1.349.935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017 (recurso repetitivo) (Info 611). STJ: Se ainda não houve a intimação da Defensoria Pública acerca do acórdão condenatório, mostra-se ilegal a imediata expedição de mandado de prisão em desfavor do condenado. Como a Defensoria Pública ainda não foi intimada, não se encerrou a jurisdição em 2ª instância, considerando que é possível que interponha embargos de declaração, por exemplo. STJ. 5ª Turma. HC 371.870-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 13/12/2016 (Info 597). STF: A intimação pessoal da Defensoria Pública quanto à data de julgamento de habeas corpus só é necessária se houver pedido expresso para a realização de sustentação oral. STF. 2ª Turma. HC 134.904/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/9/2016 (Info 839). STF: A antecipação da prova testemunhal prevista no art. 366 do CPP pode ser justificada como medida necessária pela gravidade do crime praticado e possibilidade concreta de perecimento, haja vista que as testemunhas poderiam se esquecerde detalhes importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo. Além disso, a antecipação da oitiva das testemunhas não traz nenhum prejuízo às garantias inerentes à defesa. Isso porque quando o processo retomar seu curso, caso haja algum ponto novo a ser esclarecido em favor do réu, basta que seja feita nova inquirição (2ª T, HC 135.386, em 13/12/2016). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 23 23 STJ: Ainda que o réu tenha constituído advogado antes do oferecimento da denúncia (na data da prisão em flagrante) e o patrono tenha atuado, por determinação do Juiz, durante toda a instrução criminal, é nula a ação penal que tenha condenado o réu sem a sua presença, o qual não foi citado nem compareceu pessoalmente a qualquer ato do processo, inexistindo prova inequívoca de que tomou conhecimento da denúncia (6ª T, REsp. 1.580.435, em 17/03/2016). STJ: A intimação do defensor dativo apenas pela imprensa oficial não implica reconhecimento de nulidade caso este tenha optado expressamente por esta modalidade de comunicação dos atos processuais, declinando da prerrogativa de ser intimado pessoalmente (5ª T, HC 311.676, em 16/04/2015, Info 0560). STJ: A antiga redação do art. 366 do CPP permitia que o processo seguisse à revelia do acusado que, citado por edital, não comparecesse em juízo para defender-se. Com a nova redação conferida pela Lei 9.271/96, tanto o processo como a prescrição são suspensos. Sendo assim, deve-se interpretar os arts. 420, § único, e 457, ambos do CPP, em consonância com o art. 366, de forma a vedar a intimação por edital da decisão de pronúncia nos casos em que o processo prosseguiu sem que o réu tenha sido localizado na fase inaugural da acusação, época em que vigia a antiga redação do art. 366 (6ª T, HC 226.285, em 20/02/2014). STF: Não há nulidade em face da ausência de citação do réu preso se este comparece em juízo e não resta demonstrado qualquer prejuízo a ele (RHC 106.461, 07/05/2013). STJ: Quando o réu for representado por mais de um advogado de sua livre escolha, basta, para a validade do ato judicial, que a intimação por meio da imprensa oficial seja feita em nome de qualquer um deles, salvo quando houver requerimento expresso para que as publicações sejam feitas de forma diversa. AgRg. no Ag. em REsp. 791.019, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 6ª Turma, j. 23.06.2020. STF: A intimação pessoal do defensor dativo é expressão do direito à ampla defesa. A imprescindibilidade da intimação pessoal do defensor dativo (§ 4º do art. 370 do CPP) não tem outra consequência lógica senão a de atrair a regra que se lê na alínea a do §5º do art. 798 do CPP. HC 110. 656, Rel. Min. Ayres Britto, 2ª Turma, j. 13.03.2012. STF: Não se desconhece a orientação prevalecente na jurisprudência do STF no sentido de que a regra processual prevista no art. 392 do CPP – concernente à intimação pessoal do réu (e/ou do defensor por ele constituído) quanto à sentença penal, ainda mais quando se cuidar de condenação criminal – não se aplica aos acórdãos proferidos em sede de apelação e na via recursal extraordinária, bastando que se dê, em relação a tais atos decisórios, a respectiva publicação no órgão oficial. O presente caso, no entanto, reveste-se de certas particularidades que o tornam singular, o que permite afastar as premissas fáticas em que se apoia a diretriz jurisprudencial ora referida, merecendo, CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 24 24 portanto, solução jurídica distinta. O paciente, assistido pela Defensoria Pública durante todo o processo penal de conhecimento, veio a ser absolvido no primeiro grau de jurisdição, inexistindo, porém, quaisquer elementos nos autos indicativos de que, em segunda instância, teria sido dada ciência a esse mesmo réu, ora paciente, da condenação penal contra ele proferida no julgamento da apelação interposta pelo Ministério Público. Essas circunstâncias permitem reconhecer que o exercício das prerrogativas inerentes ao direito de recorrer, por parte do paciente, restou aparentemente prejudicado, revelando-se acolhível a alegada ofensa ao postulado do devido processo legal. É tão delicada a questão concernente ao alegado desrespeito ao postulado do devido processo legal que a inobservância de qualquer de suas cláusulas pode infirmar a própria validade do processo penal, eis que a nulidade resultante desse comportamento do Estado evidencia clara ocorrência de prejuízo aos direitos de quem sofre persecução penal. Há a considerar, finalmente, um outro aspecto de extremo relevo jurídico, consistente no controle de convencionalidade referentemente à situação processual exposta nestes autos, pois, com a falta de intimação pessoal do réu, ora paciente, negou-se-lhe um direito fundamental contemplado e reconhecido pela CADH, cujo art. 8.2.h assegura a qualquer pessoa acusada “o direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior”, garantindo-se-lhe, em consequência, a prerrogativa básica de acesso aos Tribunais Superiores. Vê-se, portanto, que a não intimação pessoal do próprio acusado para efeito de interposição recursal (não obstante efetivada a cientificação da Defensoria Pública), com o consequente e lesivo trânsito em julgado do acórdão condenatório, frustrando-se, desse modo, o acesso do réu aos órgãos judiciários de superposição, põe em perspectiva a grave questão concernente a um direito fundamental que os pactos internacionais reconhecem àqueles que sofrem persecução penal instaurada pelo Poder Público. ED no HC 185.051, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática de 21.07.2020. STJ: O defensor dativo que declinar expressamente da prerrogativa referente à intimação pessoal dos atos processuais não pode arguir nulidade quando a comunicação ocorrer por meio da imprensa oficial. HC 341.445, Rel. Min. Joel Ilan Paciornick, 5ª Turma, j. 19.05.2016. STJ: Não há como nos autos deste habeas corpus coletivo verificar a ocorrência de efetivo prejuízo à Defesa, causado pela intimação da Defensoria Pública por e-mail e com exíguo prazo entre a sua realização e a audiência de apresentação, a qual, como se sabe, deve ser realizada com a devida celeridade. Conforme reiterada jurisprudência dos Tribunais Superiores, o reconhecimento de vício que possibilite a anulação de ato processual exige a efetiva demonstração de prejuízo ao acusado. É o que se prevê no art. 563 do Código de Processo Penal, no qual está positivado o dogma fundamental da disciplina das nulidades (pas de nullité sans grief). HC 588.902, Rel. Min. Laurita Vaz, 6ª Turma, j. 17.11.2020. STJ: A notificação ao chefe da repartição pública, prevista no art. 359 do CPP, busca evitar que a ausência do funcionário resulte em danos aos serviços desempenhados por CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 25 25 ele, sendo que a não realização de tal ato não é capaz de causar nulidade no âmbito do processo criminal. RHC 11.235, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª Turma, j. 02.08.2001. STJ: O consectário natural da decretação da revelia é a não intimação dos réus dos atos subsequentes a tal decreto, ressalvada a intimação da sentença de pronúncia, obrigatoriamente feita pessoalmente (arts. 367 e 414 do CPP). RHC 17.458, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5ª Turma, j. 21.06.2005. STJ: O termo inicial de contagem dos prazos processuais, em caso de duplicidade de intimações eletrônicas,dá-se com a realizada pelo portal eletrônico, que prevalece sobre a publicação no Diário da Justiça (DJe). EAREsp. 1.663.952, Rel. Min. Raul Araújo, Corte Especial, j. 19.05.2021. STF: O art. 392, II, do CPP preceitua que, tratando-se de réu que responde a ação penal em liberdade, basta sua intimação ou a de seu defensor constituído para que se considere válida a cientificação da sentença condenatória, assim não há como reputar inválida ou nula intimação mediante a qual, respeitando-se a respectiva lei de regência, é dada ciência da sentença apenas ao patrono do réu. HC 192.612, Rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, j. 30.04.2021. STF: O art. 392 do CPP dispõe sobre a necessidade de intimação pessoal do réu apenas na hipótese de sentença condenatória e não do acórdão proferido no julgamento da apelação. AgRg no HC 200.833, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª Turma, j. 16.08.2021. STJ: Apresenta-se como mera irregularidade o não atendimento da formalidade do chamamento ficto relativa à não afixação do edital à porta do Fórum, não ensejando, portanto, a nulidade da citação, especialmente diante da publicação do edital no Diário Oficial. HC 423.750, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, j. 07.08.2018. STJ: A falta de assinatura do magistrado no mandado de citação, que fora efetivamente cumprido, sem a demonstração do prejuízo resultante de tal vício de formalidade, constitui mera irregularidade, insuficiente à anulação do processo (art. 563 do Código de Processo Penal). HC 59.138, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5ª Turma, j. 28.05.2008. STJ: O simples fato de se omitir no mandado de citação, a capitulação de um dos delitos imputados ao réu, constitui mera irregularidade quando é entregue ao citando cópia da denúncia com inteiro teor da acusação. HC 37.063, Rel. Min. Paulo Medina, 6ª Turma, j. 06.10.2005. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 26 26 4. QUESTÕES 1. Em matéria de citações e intimações, é correto afirmar que: a) os prazos são contados da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. b) nula a citação por edital que apenas indica o dispositivo da lei penal, sem transcrever a denúncia ou queixa, ou resumir os fatos em que se baseia. c) a citação do acusado por edital, se ele não comparecer ou constituir advogado, permite a produção antecipada de provas, sob o fundamento de decurso do tempo, e autoriza o decreto de prisão preventiva, se for o caso. d) nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação ou publicação da pauta, inclusive em habeas corpus. 2. Com relação à citação, é correto afirmar que: a) se o réu não for localizado para ser citado pessoalmente em processo que tramite pela Vara dos Juizados Especiais Criminais, o juiz de direito deverá suspender o processo e o prazo prescricional nos termos do artigo 366 do Código de Processo Penal. b) será feita, a do funcionário público, por intermédio de seu superior hierárquico. c) se o réu estiver preso, sua requisição por ofício dirigido ao diretor do estabelecimento suprirá a citação pessoal. d) se o réu citado por edital não comparecer e nem constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, salvo nos casos de crimes de lavagem de ativos. e) se o réu não for encontrado para citação pessoal, será citado por edital, com prazo de 30 dias. 3. A, nascido em 07/02/1963, foi denunciado pelo Ministério Público em 08/01/1993 como incurso no art. 121, § 2º, IV, do Código Penal, por fato ocorrido em 02/07/1992. A denúncia foi recebida em 02/02/1994. O réu foi citado por edital e não compareceu ao ato designado para o interrogatório. O processo prosseguiu. O réu foi pronunciado nos termos da denúncia em 15/12/1998. O processo foi suspenso, porque o réu não foi encontrado para ser intimado pessoalmente da pronúncia. Entrou em vigor a Lei nº 11.689, de 9 de junho de 2008, que criou a possibilidade da intimação da pronúncia por edital. Com referência a essa situação hipotética, de acordo com a Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a opção correta. a) O Juiz não deverá determinar a intimação do réu por edital sobre a decisão de pronúncia. O processo deverá permanecer suspenso até a captura do réu, se houver decreto de prisão preventiva, ou até o advento da prescrição da pretensão punitiva estatal, previsto para dezembro de 2018. b) O Juiz deverá determinar a intimação do réu, nos termos do art. 420, parágrafo único, do CPP, alterado pela Lei nº 11.689/2008, em observância ao princípio “tempus regit CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 27 27 actum”, não tendo se operado a prescrição da pretensão punitiva estatal, pelo fato de o processo ter sido suspenso após a decisão de pronúncia. c) O Juiz deverá extinguir a punibilidade do réu, com fundamento no art. 107, IV, do Código Penal, porque transcorrido lapso temporal superior a 20 (vinte) anos entre a data do recebimento da denúncia e a presente data (02/09/2018), operando-se a prescrição da pretensão punitiva estatal pela pena máxima abstrata cominada ao crime de homicídio. d) O Juiz deverá determinar a intimação do réu, nos termos do art. 420, parágrafo único, do CPP, alterado pela Lei nº 11.689/2008 – que permite a intimação por edital do réu solto que não for encontrado –, e, uma vez preclusa a decisão de pronúncia, também deverá aplicar o art. 457, do CPP, alterado pela Lei nº 11.689/2008 – que deixou de exigir a presença do acusado na sessão plenária para que esta se realize – por se tratarem de normas de natureza processual, incidindo de forma imediata sobre os atos processuais pendentes. 4. Em processo no juizado especial criminal, superada a fase preliminar em razão da ausência do autor do fato, o MP ofereceu denúncia oral pela prática de crime de ameaça. Não tendo o oficial de justiça encontrado o autor para citá-lo nos endereços constantes dos autos, o juiz determinou a sua citação por hora certa. Concluída a citação por hora certa sem que o autor do fato tivesse sido encontrado ou tivesse comparecido à audiência designada, foi-lhe nomeado DP, e sobreveio condenação. Nessa situação hipotética, conforme a legislação penal processual e a jurisprudência dos tribunais superiores, é correto afirmar que a citação realizada foi: a) válida, e não precisará ser refeita, pois a citação por hora certa é possível quando o acusado não é encontrado nos endereços constantes nos autos. b) nula, e deverá ser refeita pelo juízo comum, com o devido encaminhamento dos autos pelo juizado especial criminal. c) válida, e não precisará ser refeita, pois a citação por hora certa sempre precede a citação por edital. d) válida, e não precisará ser refeita, pois o processo perante os juizados especiais criminais orienta-se pelos princípios da oralidade, simplicidade, economia processual e celeridade e) nula, e deverá ser refeita pelo próprio juizado especial criminal, por meio de edital, em atenção aos princípios da celeridade e da economia processual. 5. Davi, servidor público comissionado municipal sem vínculo efetivo com a prefeitura do respectivo município, foi denunciado pelo suposto cometimento do delito de peculato — art. 312 do CP. Durante o IP, Davi foi interrogado na presença de seu advogado. Na fase judicial da persecução penal, ao chefe de sua repartição foi encaminhada notificação, que não foi considerada cumprida em razão da exoneração do servidor; no local, noticiaram que ele continuava residindo no endereço mencionadono inquérito. Após o recebimento da denúncia, considerando-se que o servidor estava em local incerto, foi determinada sua citação por edital. O advogado CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 28 28 constituído pelo réu, após tomar conhecimento da tramitação da ação penal, apresentou resposta à acusação, nos termos do art. 396 do CPP. Posteriormente, ainda que não intimado pessoalmente, Davi compareceu à audiência designada. Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta. a) Por se tratar de crime funcional, a desobediência ao procedimento especial — não oportunizar a defesa preliminar, nos termos do art. 514 do CPP — gerou a nulidade do processo. b) A apresentação de resposta à acusação por advogado constituído por Davi durante o IP supre eventual nulidade da citação. c) No caso de o réu continuar atuando como servidor público, a notificação encaminhada ao chefe da repartição, nos termos do art. 359 do CPP, dispensaria o mandado de citação. d) A obrigação de esgotamento dos meios de localização para a validade da citação por edital não alcança as diligências em todos os endereços constantes no IP. e) Citado por edital, o réu poderá, a qualquer tempo, integrar a relação processual, e o prazo para resposta à acusação começará a fluir a partir do referido ato de ingresso no processo. 6. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, o: a) Juiz deve decretar a prisão preventiva. b) curso do prazo prescricional ficará suspenso indeterminadamente. c) processo ficará suspenso pelo prazo correspondente à pena mínima cominada para a infração. d) Juiz deverá decretar a revelia e, após a nomeação de advogado dativo, determinar o prosseguimento do feito. e) Juiz pode determinar a produção das provas concretamente consideradas urgentes. 7. Tício foi denunciado pelo Ministério Público pela prática de crime tributário (apenado com reclusão de 2 a 5 anos), em vista de sonegação de imposto, no montante de 1 milhão de reais. Citado, apresentou resposta à acusação, tendo arrolado 8 testemunhas de defesa, duas delas residentes fora da jurisdição, tendo sido expedidas cartas precatórias, com prazo de cumprimento de 90 dias. Ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, com exceção das duas residentes fora da jurisdição, tendo esgotado o prazo de cumprimento da precatória, Tício foi interrogado, abrindo-se vista às partes para apresentação de alegações finais. O órgão de acusação manifestou-se pela absolvição de Tício, por não restar comprovada a autoria. Já a defesa, alegou cerceamento de defesa, por não se aguardar o retorno das cartas precatórias. Conclusos os autos ao Juiz, foi proferida sentença condenatória. Na sentença, a despeito da não imputação pelo órgão da acusação, o Juiz reconheceu a causa de aumento prevista na legislação de crimes tributários, consistente na ocorrência de grave dano à coletividade, pelo valor sonegado, incidindo aumento da pena de 1/3. Diante da situação hipotética, assinale a alternativa correta. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 29 29 a) Haja vista que o órgão de acusação, titular da ação penal, manifestou-se pela absolvição de Mévio, não poderia o Juiz ter proferido sentença condenatória. b) Haja vista que a denúncia ofertada pelo órgão de acusação não imputou a Tício qualquer causa que implicasse agravamento da pena, não poderia o Juiz ter reconhecido a causa de aumento consistente na ocorrência de grave dano à coletividade. c) A sentença condenatória não violou os princípios do contraditório e devido processo legal, pois pode o juiz condenar o réu, contrariamente à posição do órgão de acusação, não sendo obrigado aguardar o retorno de cartas precatórias, expedidas com prazo. d) Haja vista que o crime imputado a Tício processa-se sob o procedimento comum sumário, o número de testemunhas arroladas deveria ser de, no máximo, 5 (cinco). e) Haja vista a expedição de carta precatória para oitiva de testemunhas de defesa residentes fora da jurisdição, o Juiz não poderia ter sentenciado o feito, devendo, ao contrário, ter suspendido o processo, até o retorno. 8. A intimação de réu solto assistido pela Defensoria Pública ou patrocinado por advogado dativo, quanto à sentença penal condenatória, deve ocorrer: a) por publicação no órgão da imprensa oficial; b) por meio eletrônico; c) pessoalmente; d) na pessoa do seu patrono; e) em audiência. 9. Pablo e Juan foram denunciados pelo Ministério Público pela prática do crime de integrar organização criminosa (Art. 28 da Lei n° 12.850/2013). O juiz recebeu a denúncia e determinou a citação dos acusados. Pablo foi localizado no Paraguai, em local sabido, e expedida carta rogatória para a sua citação, e Juan foi citado por edital, não compareceu, mas constituiu advogado nos autos. Relativamente ao curso do processo e do prazo prescricional dos referidos acusados, é correto afirmar que: a) serão o curso do processo e da prescrição suspensos em relação a Pablo, até o cumprimento da rogatória/e não será suspenso o curso da prescrição em relação a Juan; b) será o curso da prescrição suspenso em relação a Pablo, até o cumprimento da rogatória, e não serão suspensos o curso do processo e da prescrição em relação a Juan; c) serão o curso do processo e da prescrição suspensos em relação a Pablo, até o cumprimento da rogatória, e não será interrompido o curso da prescrição em relação a Juan; d) será o curso da prescrição interrompido em relação a Pablo, independentemente do cumprimento da rogatória, e serão o curso do processo e da prescrição suspensos em relação a Juan; CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 30 30 e) serão o curso da prescrição e do processo interrompidos em relação a Pablo independentemente do cumprimento da rogatória, e não será suspenso o curso da prescrição em relação a Juan. 10. Luigi e Mário foram denunciados pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes. Recebida a denúncia, foi determinada pelo juiz a citação dos acusados, tendo Luigi sido localizado na Itália, em lugar sabido, e expedida carta rogatória para a sua citação, e Mário citado por edital, não tendo este comparecido nem constituído advogado. Quanto à situação dos cursos do processo e do prazo prescricional em relação aos acusados, é CORRETO afirmar que: a) os cursos do processo e do prazo prescricional serão suspensos em relação a Mário e o curso da prescrição será suspenso em relação a Luigi até o cumprimento da rogatória; b) os cursos do processo e do prazo prescricional serão suspensos em relação a Mário e Luigi; c) o curso da prescrição será suspenso em relação a Mário e o curso do processo será suspenso em relação a Luigi até o cumprimento da rogatória; d) o curso do processo será suspenso em relação a Mário e Luigi, mas o curso do prazo prescricional será interrompido somente em relação a Mário; e) o curso do processo será suspenso em relação a Luigi até o cumprimento da rogatória e o curso da prescrição será interrompido em relação a Mário. 11. (MPSP 2022) Em matéria de citações e intimações no processo penal, é correto afirmar que (A) o processo será suspenso se o réu é citado por edital, mesmo que constitua advogado. (B) a citação por hora certa no processo penal caberá quando, por 3 (três) vezes, o oficial de justiça houverprocurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar. Nesse caso, deverá o oficial de justiça, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. (C) no processo penal, os prazos são contados da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. (D) é nula a citação por edital que apenas indica o dispositivo da lei penal, sem transcrever a denúncia ou queixa, ou resumir os fatos em que se baseia. (E) estando o réu no estrangeiro, mesmo que em lugar incerto e não sabido, será citado mediante carta rogatória. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 31 31 5. GABARITO COMENTADO 1. A. ALTERNATIVA A: CORRETA. De acordo com a Súmula 710 do STF. ALTERNATIVA B: INCORRETA. De acordo com a Súmula 366 do STF. ALTERNATIVA C: INCORRETA. De acordo com a Súmula 455 do STJ. ALTERNATIVA D: INCORRETA. De acordo com a Súmula 431 do STF. 2. D. ALTERNATIVA A: INCORRETA. De acordo com o art. 66, parágrafo único, da Lei 9.099/95. ALTERNATIVA B: INCORRETA. De acordo com o art. 359 do CPP. ALTERNATIVA C: INCORRETA. De acordo com o art. 360 do CPP. ALTERNATIVA D: CORRETA. De acordo com o art. 366 do CPP c/c art. 2º, § 2º, da Lei 9.613/98. ALTERNATIVA E: INCORRETA. De acordo com o art. 361 do CPP. 3. A. ALTERNATIVA A: CORRETA. Precedentes do STJ (HC 253.263, REsp. 1.251.526, HC 357.696). Conforme o entendimento do STJ, a intimação por edital prevista no art. 420 do CPP só é cabível para o réu que foi citado pessoalmente, mas não para o réu citado por edital, que não sabe da existência da ação penal. O crime prescreve em 20 anos, tendo-se como termo inicial a decisão de pronúncia (marco interruptivo da prescrição). ALTERNATIVA B: INCORRETA. O STJ não admite intimação por edital para réu que foi citado somente por edital. ALTERNATIVA C: INCORRETA. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 32 32 Tal assertiva não considerou os marcos interruptivos para efeito de contagem da prescrição. ALTERNATIVA D: INCORRETA. O STJ não admite intimação por edital para réu que foi citado somente por edital. 4. B. A possibilidade de citação por hora certa nos Juizados é assunto polêmico. Uma primeira corrente, com fundamento na literalidade deste dispositivo, entende pela impossibilidade. Noutro giro, outra corrente entende que é sim possível, havendo inclusive o Enunciado 110 do FONAJE neste sentido: No JECRIM é cabível a citação com hora certa. O STF chegou a iniciar esta discussão no RE 635.145, que entendeu constitucional a citação por hora certa. No entanto, em virtude de o recurso extraordinário tratar apenas da constitucionalidade da citação por hora certa, não foi possível avançar na análise do tema, já que não era objeto do recurso. A despeito dessa polêmica, infelizmente, é comum que bancas examinadoras firmem posições sobre certos temas. Assim, em sendo questões CEBRASPE, entenda que é incabível a citação por hora certa no âmbito do JECRIM. 5. E. (A) INCORRETA. Súmula 330 do STJ. (B) INCORRETA. A citação é ato essencial à autodefesa e a apresentação de resposta à acusação por advogado garante apenas a defesa técnica. Assim, eventual resposta à acusação por advogado constituído não supre a necessidade de citação pessoal. (C) INCORRETA. O art. 359 do CPP não dispensa a notificação ao próprio acusado. (D) INCORRETA. O esgotamento deve abranger todos os endereços constantes dos autos, inclusive os constantes do IP. STJ – RHC 93.509/MG. (E) CORRETA. Informativo 736 do STF. HC 116.653. 6. E. ALTERNATIVA A: INCORRETA. Art. 366 do CPP. O juiz não deve decretar a prisão preventiva. PODERÁ conforme assevera o art. 366 do CPP, se for o caso e estiverem presentes por óbvio os requisitos autorizadores previstos nos artigos 311 e 312 do CPP. ALTERNATIVAS B e C: INCORRETAS. Súmula 415 do STJ. A um, o processo não fica suspenso indefinidamente, e a dois, caso haja suspensão não se leva em consideração a pena mínima, senão a pena máxima cominada. Vejamos. Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 33 33 O STF, porém, discorda: para a Corte Maior o processo deverá ficar suspenso indefinidamente. Na prática forense e em provas de concurso, contudo, tem prevalecido a Súmula 415 do STJ. ALTERNATIVA D: INCORRETA. Não há revelia nem há prosseguimento. O art. 366 nos informa que se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Outrossim, não é demais recordar que não se aplica o art. 366 ao procedimento dos crimes de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/98). Conforme art. 2º, § 2º deve o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. ALTERNATIVA E: CORRETA. Súmula 455 do STJ e art. 366 do CPP. A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. Conforme art. 366 do CPP se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes. 7. C. ALTERNATIVA A: INCORRETA. Vide art. 385 do CPP: Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. ALTERNATIVA B: INCORRETA. O juiz, neste caso, aplicou o instituto da emendatio libelli, nos termos do art. 383 do CPP, sendo plenamente viável sentenciar reconhecendo referida situação jurídica mais grave, uma vez que foi relatada na inicial: Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). ALTERNATIVA C: CORRETA. A expedição da carta precatória não suspende a instrução criminal, nos termos do art. 222, § 1º, do CPP: Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 34 34 § 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. ALTERNATIVA D: INCORRETA. Trata-se do procedimento comum ordinário, nos termos do art. 394, §1º, I, do CPP: Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1º O procedimento comumserá ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). ALTERNATIVA E: INCORRETA. Vide explicação do item C. 8. C. PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TESE DE INAPLICABILIDADE DO ART. 392, INCISO II, DO CPP AOS RÉUS ASSISTIDOS PELA DEFENSORIA PÚBLICA. INOVAÇÃO RECURSAL. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. SENTENÇA CONDENATÓRIA. APELAÇÃO. INTIMAÇÃO PESSOAL DA DEFENSORIA PÚBLICA. TRANSCURSO DO PRAZO RECURSAL IN ALBIS. PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE RECURSAL. INTEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO PESSOAL DE RÉU SOLTO. DESNECESSIDADE. IRRELEVÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A alegada inaplicabilidade do disposto no art. 392, inciso II, do CPP aos réus assistidos pela Defensoria Pública configura inovação recursal, o que impede a sua apreciação em sede de agravo regimental, porquanto a tese não foi objeto de insurgência no momento processual oportuno, ocorrendo assim a preclusão consumativa. 2. É firme a jurisprudência desta Corte Superior no sentido de que, "nos termos do art. 392, inciso II, do Código de Processo Penal, tratando-se de réu solto, é suficiente a intimação do seu causídico da sentença condenatória proferida em primeiro grau, não se exigindo a intimação pessoal do acusado quando o advogado já teve ciência da prolação do édito" (HC n. 417.633/ES, relatora Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Sexta Turma, julgado em 8/2/2018, DJe 26/2/2018). 3. Na espécie, o réu estava respondendo ao processo em liberdade, e a Defensoria Pública foi pessoalmente intimada da sentença condenatória, com entrega dos autos, em 7/12/2018 (e-STJ fl. 170) - com observância, portanto, das prerrogativas previstas no art. 44, inciso I, da LC n. 80/1994 -, deixando transcorrer in albis o prazo recursal para a interposição de recurso de apelação (e-STJ fl. 224). Nesse contexto, inafastável a intempestividade apontada pela Corte local, ante a incidência do princípio da voluntariedade recursal (art. 574, do CPP), mostrando-se irrelevante o fato de o recorrente ter sido intimado pessoalmente em 31/1/2019, porquanto prescindível a intimação pessoal dele, na hipótese retratada nos autos. 4. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no AgRg no AREsp: 1.686.136 RO 2020/0076009-2, Relator: Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 20/10/2020, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/10/2020). CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 35 35 9. B. Inicialmente, cumpre destacar que os crimes previstos na Lei 12.850/2013 e as infrações penais conexas serão apurados mediante procedimento ordinário previsto no Código de Processo Penal. No tocante a Pablo, aplica-se o disposto no art. 368 do CPP, porquanto localizado no Paraguai. Uma vez citado mediante carta rogatória, será suspenso o prazo prescricional até que a carta seja cumprida. Vejamos: Art. 368 do CPP - Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. Com relação a Juan, como não foi encontrado, houve citação por edital. Não obstante, não aplicaremos o art. 366 do CPP, uma vez que ele constituiu advogado. Vejamos: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Portanto, para ele, o curso do processo seguirá normalmente, bem como o prazo prescricional fluirá. 10. A. CPP, Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. STJ: O art. 368, do CPP, embora seja claro ao estabelecer a suspensão do prazo prescricional pela expedição de carta rogatória para citação do acusado no exterior, não é preciso quanto ao termo final da referida suspensão, devendo ser interpretado de forma sistemática, com o art. 798, § 5º, “a”, do CPP, bem como com a Súmula 710, do STF, voltando a correr o lapso prescricional da data da efetivação da comunicação processual no estrangeiro, ainda que haja demora para a juntada da carta rogatória cumprida aos autos. STJ. 5ª Turma. RECURSO ESPECIAL Nº 1.882.330 - PR (2020/0161752-4). RELATOR: MINISTRO RIBEIRO DANTAS. Julgado em 6 de abril de 2021. CPP, Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 11. C (A) INCORRETA. O processo ficará suspenso caso o acusado não compareça e nem constitua advogado, conforme art. 366 do CPP. CPF: 860.542.154-18 PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18 É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal. 36 36 (B) INCORRETA. A assertiva encontra-se incorreta tendo em vista que a citação por hora certa se dá quando por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Vide art. 252 do CPC. (C) CORRETA. O STF consolidou o entendimento na súmula 710: "No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem." (D) INCORRETA. De acordo com a súmula 366 – STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. (E) INCORRETA. Consoante ao art.368 do CPP, o acusado no estrangeiro, deve estar em lugar sabido, e não em lugar incerto e não sabido.