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Mec����mo do Par�� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL CONCEITOS INICIAIS A mecânica do parto em si analisa os movimentos da cabeça, sob ação das contrações uterinas, a transitar pelo desfiladeiro pelvigenital. Sob o ponto de vista do mecanismo do parto, o feto é o móvel ou objeto, que percorre o trajeto (bacia), impulsionado por um motor (contração uterina). Na sua atitude habitual de flexão da cabeça sobre o tronco e de entrecruzamento dos membros, que também se dobram, o móvel assemelha-se a um ovoide – o ovoide fetal. Esse, por sua vez, é composto por dois segmentos semidependentes: o ovoide cefálico (cabeça) e o córmico (tronco e membros). Embora o ovoide córmico seja maior, seus diâmetros são facilmente redutíveis, tornando o polo cefálico mais importante durante a parturição. No seu transcurso através do canal parturitivo, impulsionado pela contratilidade uterina e pelos músculos da parede abdominal, o feto é compelido a executar certo número de movimentos, denominados mecanismos do parto. São movimentos puramente passivos, e procuram adaptar o feto às exiguidades e às diferenças de forma do canal. Com esses movimentos, os diâmetros fetais se reduzem e se acomodam aos pélvicos. Embora os movimentos desse mecanismo sejam contínuos e entrelaçados, para facilitar sua descrição Costuma-se dividi-los em três: insinuação, descida e desprendimento. INSINUAÇÃO A insinuação( ou encaixe) é quando a maior circunferência da parte do bebê que está aparecendo passa pelo anel do estreito superior da pelve. Normalmente, isso acontece quando o ponto mais baixo do bebê está na altura das espinhas ciáticas. Antes disso, os diâmetros do bebê precisam ser reduzidos. Nas apresentações cefálicas, isso é feito dobrando a cabeça (apresentação de vértice- flexão) ou estendendo-a (apresentação de face-deflexão). Na apresentação pélvica, os diâmetros são reduzidos dobrando ou estendendo as pernas do bebê. A insinuação ocorre por dois processos diferentes: Mec����mo do Par�� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL ● Insinuação estática: Acontece durante a gravidez em mais de 50% das mulheres que estão grávidas pela primeira vez. O bebê se flexiona e desce, empurrado pelo útero e pela pressão das paredes abdominais, com a ajuda dos ligamentos que sustentam o útero. ● Insinuação dinâmica:Ocorre no final da dilatação cervical ou no início do período de expulsão nas mulheres que já tiveram filhos antes. O bebê se flexiona ao entrar no estreito superior da pelve e desce devido às contrações que ajudam a empurrá-lo para fora. DESCIDA A descida do bebê começa no início do trabalho de parto e termina quando o bebê é expulso. Para completar a insinuação, a cabeça do bebê desce até o assoalho pélvico, permanecendo levemente flexionada. À medida que a cabeça roda, ela continua descendo. Este processo é chamado de penetração rotativa. Rotação interna da cabeça: Quando a cabeça está distendida e dilatada, os músculos do diafragma pélvico fazem a cabeça girar, alinhando a sutura sagital no sentido ântero posterior do canal de parto. Insinuação dos ombros ( Espáduas) : Ao mesmo tempo que a cabeça gira internamente e desce pelo canal, os ombros do bebê entram no estreito superior da pelve. O diâmetro dos ombros é maior que o do estreito superior, mas durante o período expulsivo, os ombros se ajustam ao canal, orientando-se de forma oblíqua e transversa. À medida que a cabeça avança pelo estreito pélvico, os ombros também avançam. DESPRENDIMENTO Após a rotação, a parte de trás da cabeça do bebê (suboccipital) fica sob o osso púbico, alinhando a sutura sagital no sentido anteroposterior. Devido à curvatura do canal do parto, a cabeça se desencaixa por um movimento de deflexão, com a nuca apoiada no osso púbico e a cabeça girando como uma bisagra. A cabeça passa pelo canal do parto ajustando-se aos menores diâmetros do anel vulvar. Após sair, a cabeça faz um leve movimento de flexão e gira 1/4 a 1/8 de volta, alinhando o occipital com o lado onde estava na pelve, um movimento chamado "restituição"( Rotação Externa da Cabeça). Enquanto isso, os ombros, que entraram no estreito superior da pelve orientados obliquamente ou transversalmente, giram ao chegar ao assoalho pélvico para se alinhar no sentido anteroposterior. O ombro anterior se coloca sob o osso púbico, enquanto o posterior empurra o cóccix da mãe para trás. Com os braços cruzados sobre o peito, o ombro anterior passa pelo osso púbico e aparece no orifício vulvar, ainda parcialmente coberto pelas partes moles. Para liberar o ombro posterior, o tronco do bebê precisa seguir a curvatura do canal de parto, realizando um movimento de flexão lateral, pois essa é a direção mais fácil para o tronco se dobrar. À medida que o bebê continua a descer em direção à saída, com o tronco flexionado lateralmente, o ombro posterior Mec����mo do Par�� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL se desprende. ( Rotação interna e desprendimento das espáduas) Resumo: O trajeto ou canal do parto estende-se do útero à fenda vulvar – partes moles (segmento inferior do útero, cérvice, vagina, região vulvoperineal) –, sustentado pela cintura óssea – pequena bacia ou escavação.Os tempos do mecanismo do parto são basicamente: insinuação, descida e desprendimento. A insinuação é a passagem da maior circunferência da apresentação pelo estreito superior. Nessas condições, o ponto mais baixo da apresentação está à altura das espinhas ciáticas (plano “O” de DeLee). Na descida, a cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico, onde ocorre a rotação interna para occípito púbica (OP); concomitantemente há a insinuação das espáduas. Uma vez colocado o suboccipital sob a arcada púbica, o desprendimento da cabeça ocorre por movimento de deflexão. O tempo imediato é a rotação externa da cabeça. Durante a descida das espadas, há a sua rotação interna, colocando o ombro anterior sob a arcada púbica, ocorrendo, em seguida, o seu desprendimento.