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PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 06 (R2) ARRENDAMENTOS Conteúdos importantes do CPC 06(R2) • Reconhecer – na contabilidade • Mensurar - o valor a ser registrado • Apresentar - nas demonstrações contábeis • Divulgar - notas explicativas CPC 06(R2) • Objetivo • Alcance • Isenção de reconhecimento • Identificação de arrendamento • Arrendatário: Reconhecimento, Mensuração, Apresentação, Divulgação Objetivo Este pronunciamento estabelece os princípios para o reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação de arrendamentos. O objetivo é garantir que arrendatários e arrendadores forneçam informações relevantes, de modo que representem fielmente essas transações. Essas informações fornecem a base para que usuários de demonstrações contábeis avaliem o efeito que os arrendamentos têm sobre a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa da entidade, (resultado). Contrato de Arrendamento ARRENDAMENTO MERCANTIL DE ACORDO COM O CPC 06 R2 “ é o contrato, ou parte do contrato, que transfere o direito de usar um ativo subjacente por um período de tempo em troca de contraprestação“. Observação: Esta nova definição enquadra inclusive bens alugados. MUDANÇAS DECORRENTES DO CPC 06 R2 As principais mudanças estão nas contabilizações por parte do arrendatário. Anteriormente: o arrendatário teria que definir se tratava-se de leasing financeiro ou leasing operacional. Se fosse leasing financeiro seria ativado e o leasing operacional seria considerado aluguel, e, suas parcelas consideradas despesas de aluguel. CPC 06 (R2), esta divisão deixou de existir, o arrendatário deve ativar todos os arrendamentos, considerando apenas as exceções, as seguintes: 1. Arrendamentos de curto prazo, até 12 meses, desde que não haja opção de compra; 2. Arrendamentos de baixo valor. Atenção: Caso não sejam aplicados os requisitos de reconhecimento de um arrendamento o arrendatário deve reconhecer os pagamentos de arrendamento associados a esses arrendamentos como despesa em base linear ao longo do prazo do arrendamento ou em outra base sistemática. MUDANÇAS DECORRENTES DO CPC 06 R2 Consequências dos procedimentos anteriores: Prejudicava a comparabilidade e as análises das caracterísitcas qualitativas. Definições de Termos o Arrendador é a entidade que fornece o direito de usar o ativo subjacente por um período de tempo em troca de contraprestação. o Arrendamento é o contrato, ou parte do contrato, que transfere o direito de usar um ativo (ativo subjacente) por um período de tempo em troca de contraprestação. o Arrendamento de curto prazo é o arrendamento que, na data de início, possui o prazo de arrendamento de 12 meses ou menos. O arrendamento que contém opção de compra não é arrendamento de curto prazo. (pode ser registrado na despesa). o Arrendamento financeiro é o arrendamento que transfere substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente. o Arrendamento operacional é o arrendamento que não transfere substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo subjacente. o Arrendatário é a entidade que obtém o direito de usar o ativo subjacente por um período de tempo em troca de contraprestação. o Ativo de direito de uso é o ativo que representa o direito do arrendatário de usar o ativo subjacente durante o prazo do arrendamento. o Ativo subjacente é o ativo que é o objeto de arrendamento, para o qual o direito de usar esse ativo foi fornecido pelo arrendador ao arrendatário. Definições de Termos o Custo direto inicial é o custo incremental de obtenção do arrendamento que não teria sido incorrido se o arrendamento não tivesse sido obtido, exceto para os custos incorridos por arrendador fabricante ou revendedor associados ao arrendamento financeiro. o Data de celebração do arrendamento é a data que ocorrer antes, entre a data do contrato de arrendamento e a data em que as partes se comprometerem aos principais termos e condições do arrendamento. o Data de início do arrendamento é a data em que o arrendador disponibiliza o ativo subjacente para uso pelo arrendatário. o Data de vigência da modificação é a data em que ambas as partes concordam com a modificação do arrendamento. o Garantia de valor residual é a garantia feita ao arrendador por uma parte não relacionada ao arrendador de que o valor (ou parte do valor) do ativo subjacente ao final do arrendamento será, no mínimo, o valor especificado. o Incentivos de arrendamento são os pagamentos efetuados pelo arrendador ao arrendatário associados ao arrendamento, ou reembolso ou assunção, pelo arrendador, dos custos do arrendatário. Alcance A entidade deve aplicar este pronunciamento a todos os arrendamentos, incluindo arrendamentos de ativos de direito de uso em subarrendamento, exceto para: (a) arrendamentos para explorar ou usar minerais, petróleo, gás natural e recursos não renováveis similares; b) arrendamentos de ativos biológicos dentro do alcance do CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola mantidos por arrendatário; (c) acordos de concessão de serviço dentro do alcance da ICPC 01 – Contratos de Concessão; (d) licenças de propriedade intelectual concedidas por arrendador dentro do alcance do CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente; e (e) direitos detidos por arrendatário previstos em contratos de licenciamento dentro do alcance do CPC 04 – Ativo Intangível para itens como: filmes, gravações de vídeo, reproduções, manuscritos, patentes e direitos autorais. Isenção de reconhecimento O arrendatário pode decidir não aplicar os requisitos dos itens 22 a 49 a: (a) arrendamentos de curto prazo; e (b) arrendamentos para os quais o ativo subjacente é de baixo valor. Isenção de reconhecimento Arrendamentos de curto prazo: 12 meses sem opção de compra, escolha feita por classe de ativos. Arrendamentos para os quais o ativo subjacente é de baixo valor: considerar valor do item novo. Ex: computador de baixa capacidade de processamento. Ativos subjacentes de baixo valor • Não se qualificariam como arrendamentos de ativos de baixo valor: o valor porque o veículo novo normalmente não seria de baixo valor. Exemplos de ativos subjacentes de baixo valor: • Podem incluir computadores pessoais, tablets, pequenos itens de mobiliário de escritório e telefones. Na celebração de contrato, a entidade deve avaliar se o contrato é, ou contém, um arrendamento. O contrato é, ou contém, um arrendamento se ele transmite o direito de controlar o uso de ativo identificado por um período de tempo em troca de contraprestação. Os itens B9 a B31 estabelecem orientação sobre a avaliação se o contrato é, ou contém, um arrendamento. Em resumo: Controla o uso, Ativo Identificado, por um período de tempo, contra prestação. IDENTIFICAÇÃO DE ARRENDAMENTO IDENTIFICAÇÃO DE ARRENDAMENTO Na celebração de contrato, a entidade deve avaliar se o contrato é, ou contém, um arrendamento. O contrato é definido como um arrendamento se ele transmite o direito de controlar o uso de ativo identificado por um período de tempo em troca de contraprestação. Prazo do arrendamento (itens B34 a B41) A entidade deve determinar o prazo do arrendamento como o prazo não cancelável do arrendamento, juntamente com: (a) períodos cobertos por opção de prorrogar o arrendamento, se o arrendatário estiver razoavelmente certo de exercer essa opção; e (b) períodos cobertos por opção de rescindir o arrendamento, se o arrendatário estiver razoavelmente certo de não exercer essa opção. Prazo do arrendamento (itens B34 a B41) Exemplo: contrato de aluguel de Imóvel por 05 anos com opção de prorrogar por mais 03 anos. Considerar o prazo de 05 ou de 08? Contrato de aluguel de 10 anos com prazo de rescindir após 05 anos. Considerar o prazo de 05 ou de 10? Conclusão: considera o prazo da melhor estimativa que pode ser o prazo da vida útil. RECONHECIMENTO NO ARRENDATÁRIO Na data de início do contrato, o arrendatário deve reconhecer o ativo de direito de uso e o passivode arrendamento. Independente de qual arrendamento seja (financeiro ou operacional), o arrendatário vai reconhecer o objeto de arrendamento em seu Ativo e Passivo. O passivo gerado em contrapartida representa a obrigação do arrendatário de pagar as prestações ao arrendador durante o prazo do arrendamento, conforme seu grau de exigibilidade. O custo do ativo de direito de uso deve compreender (a) o valor da mensuração inicial do passivo de arrendamento, conforme descrito no item 26; (b) quaisquer pagamentos de arrendamento efetuados até a data de início, menos quaisquer incentivos de arrendamento recebidos; (c) quaisquer custos diretos iniciais incorridos pelo arrendatário; e (d) a estimativa de custos a serem incorridos pelo arrendatário na desmontagem e remoção do ativo subjacente, restaurando o local em que está localizado ou restaurando o ativo subjacente à condição requerida pelos termos e condições do arrendamento, salvo se esses custos forem incorridos para produzir estoques. Atenção: O arrendatário incorre na obrigação por esses custos seja na data de início ou como consequência de ter usado o ativo subjacente durante um período específico. CONTABILIZAÇÃO DE ACORDO COM O CPC 06 (R2) ARRENDATÁRIO – RECONHECIMENTO INICIAL O ativo de direito de uso deve ser mensurado inicialmente a custo, o que compreende: O valor da mensuração inicial do passivo de arrendamento, conforme descrito no item 26 do CPC 06, ou seja, passivo calculado a valor presente; Quaisquer pagamentos de arrendamentos efetuados até a data de início, menos quaisquer incentivos de arrendamento recebidos; Quaisquer custos diretos iniciais incorridos pelo arrendatário. ARRENDATÁRIO – DEPRECIAÇÃO DO ATIVO Como no registro inicial do arrendamento mercantil financeiro o bem foi lançado no ativo, se ele for passível de depreciação/amortização, deve-se proceder ao seu cálculo e contabilização. De acordo com o item 27 do CPC 06 (R1): “A política de depreciação para os ativos arrendados depreciáveis deve ser consistente com a dos demais ativos depreciáveis e a depreciação reconhecida deve ser calculada de acordo com as regras aplicáveis aos ativos imobilizados”. ARRENDATÁRIO – DEPRECIAÇÃO DO ATIVO Para realizar a depreciação desse item devem ser observadas 02 aspectos: Primeiro: levar em consideração que o ativo subjacente será adquirido no final do contrato, sendo assim a depreciação deve ocorrer de acordo com a vida útil do ativo em questão. Segundo: Se a empresa não opte por adquirir o ativo, então deverá depreciá-lo de acordo com o tempo de contrato ou a vida útil do ativo subjacente, dos dois o menor. Atenção: o ativo arrendado deve passar por teste de impairment, para verificar se existe necessidade de ajuste por recuperabilidade, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. ARRENDATÁRIO PASSIVO – VALOR PRESENTE Deve-se, separar no seu registro o valor dos juros a transcorrer como conta redutora do passivo. O encargo financeiro deve ser reconhecido a cada período, de acordo com o regime de competência, durante o prazo do arrendamento como despesa financeira, de forma a produzir uma taxa de juros periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo. A mensuração do encargo financeiro deve corresponder ao cálculo exponencial e pro rata, utilizando-se de juros compostos e determinados, em função da decorrência do tempo. No caso de haver pagamentos contingentes, esses devem ser lançados como despesa nos períodos em que são incorridos, não alterando o valor do registro inicial do ativo e do passivo. Exemplo Prático 01 – contabilização no arrendatário Uma empresa realizou um contrato de leasing de um determinado veículo. As características do contrato são as seguintes: Prazo do arrendamento: 2 anos, 24 parcelas mensais; Valor da contra prestação mensal, vencível no final de cada mês: $ 2.000; Valor total do contrato: $ 48.000; VF Valor presente R$ 42.487; VP Valor justo R$ 40.000; Taxa de juros implícita no contrato: 1% ao mês. Outros custos: Revisão R$1.500 foi paga pelo caixa. A empresa estima gastar R$3.809 junto com o último pagamento com o valor presente de 3.000 para fazer revisão final prevista no contrato. Exemplo Prático 01 – contabilização no arrendatário 1º Apurar o valor do Ativo: 46.987 (no ativo colocar o VP 2º Apurar o valor do Passivo: 51.809 (no passivo VF) 3º Encargos a Transcorrer: 51.809 – 45.487 = 6.322 encargos financeiros Lançamento contábil: D- Veiculos Arrendados (A Imob)..................... 46.987 D- (-) Encargos financeiros a Transcorrer (P) ..... 6.322 C- Arrendamentos a Pagar (P) ....................................... 51.809 C- Caixa ......................................................................... 1.500 Exemplo Prático 01 – contabilização no arrendatário • No Balanço: Passivo Arrendamentos a Pagar (P) ......................... 51.809 (-) Encargos financeiros a Transcorrer (P) ..... (6.322) Bons estudos!